Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 33
Capítulo 33 - Extra




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POV HAYMITCH

A entrevista começou e ainda bem que eu consegui me livrar disso, por que a ultima coisa que eu queria agora era ter que aguentar o humor irritante do Ceasar tentando mostrar como as coisas estão lindas e felizes. Eu só sinto muito por eles ainda terem que passar por isso, mas depois do que o garoto conseguiu acho que nem eles estão se importando tanto assim, ainda não acredito que ele conseguiu um acordo como aquele, eu sempre soube que ele é um ótimo garoto, inteligente, com muitas qualidades mas esse realmente foi um golpe de mestre.
Volto minha atenção pra entrevista através da televisão do camarim.
– Oh, eles estão lindos! – a voz da Effie como sempre animada demais que consegue chamar minha atenção – Eles ficam ainda mais lindos na televisão! – ela continua sua narração particular da entrevista – Ah, olha como eles são fofos!
– Ele beijou ela! – ela insiste em narrar cada pedaço como se eu não estivesse olhando pra televisão.
– Eu ainda consigo enxergar! Tem como parar a narração! – eu não consigo entender de onde sai tanta animação.
Ela me olha com raiva, como se eu estivesse errado e não ela que não cala a boca um segundo.
– Não me olha com essa cara, você que parece uma matraca! – eu falo sem olhar pra cara dela, já desconfiando de qual será a reação dela.
– Eu não sou uma matraca! – ela fala alto com o tom de voz mais firme do que de costume.
– Então é muito parecida! – eu falo e começo a rir mesmo com ela me encarando, pego uma das garrafas que estão a mesa e dou um gole, afinal pra aguentar passar qualquer tempo ao lado dela só com alguma coisa bem forte.
– Isso não é educado e eu não sou obrigada a escutar isso – ela fala ainda mais agitada e me encarando.
– A saída é bem ali – eu aponto na direção da porta – e quando sair fecha a porta.
Ela para quase na minha frente com os braços cruzados mas sem falar nada, apenas me olhando e não a nada mais irritante do que alguém parado olhando pra sua cara, eu tento não dá muita importância e continuo observando a entrevista e esvaziando a garrafa. Até que quando eu ia dar mais um gole na bebida, ela simplesmente se aproxima e arranca a garrafa da minha mão.
– Ei queridinha ,eu não acabei! – eu mantenho a mão esticada pra que ela devolva mas ela mantém segurando a garrafa.
– Você pode me devolver a droga da garrafa! – eu já estou começando a perder o pouco de paciência que eu ainda tenho.
– Não! – ela fala séria.
– Quer saber, que se dane! – eu me levanto do sofá, vou até o outro lado da sala onde tem mais uma garrafa, pego e dou mais gole – Pode ficar com essa! Você deve estar precisando mais do que eu – eu falo me sentando num dos bancos que tinham próximos a essa mesa.
– Você não precisa beber desse jeito sabia? – ela fala se aproximando e parando na minha frente, coloca a garrafa que estava segurando na mesa e me observa.
– Você não precisa falar tanto desse jeito sabia? – ela parece magoada mas ainda se mantém me observando.
– Por que? – ela pergunta séria.
– Por que o quê? – eu a ignoro e volto minha atenção pra televisão, agora estão mostrando as crianças cantando lá na praça.
– Por que você me ajudou? – ela pergunta falando mais alto.
– Meu Deus será que você não consegue ficar quieta! Eu estou tentando assistir – eu falo tentando fazer ela mudar de assunto. Mas sem sucesso por que ela se levanta pega o controle e desliga a televisão.
– Ah qual seu problema? Eu estava assistindo! – eu falo ficando de pé.
– E eu te fiz uma pergunta! – ela fala estridente com esse sotaque da Capital que me dá nos nervos – Por que você me ajudou? – ela repete rapidamente batendo os pés no chão e se eu não tivesse escutado a pergunta antes não teria entendido agora.
– Será que você não pode aceitar uma ajuda e simplesmente agradecer – eu pergunto passando por ela.
– Haymitch por favor! Eu preciso saber! – ela não parece nenhum pouco que vai desistir.
– Por que você quer tanto saber? – eu pergunto agora encarando ela.
– Por que ninguém se importa comigo! Nunca se importaram! – ela fala rapidamente – Eu sei que eu pareço burra, mas eu sei que ninguém nunca se importou de verdade comigo, desde sempre foi assim, eu tenho dinheiro e lembram de mim por isso, essa é a vida que eu estou acostumada. Agora o que você fez, por que você fez isso? – ela fala tentando parecer indiferente mas alguma coisa no olhar dela mostra que ela está realmente perdida e alguma coisa parece mexer comigo, eu não sei que tipo de sentimento é esse, mas ver ela assim me faz ver uma pessoa de verdade por trás desse personagem que ela criou, alguma coisa em mim me faz querer consolá-la. Mas outro lado meu enxerga a Effie e abraçar ela é totalmente fora de possibilidade, então concordando com esse lado eu dou o que parece ser uma ótima resposta pra ela calar a boca.
– Pelo menos em uma coisa você acertou! – eu falo encarando ela – Você é burra! – eu falo e dou mais um gole na bebida, enquanto observo ela ficar chocada com a minha resposta, seu olhar vai de horrorizada pra ofendida, mas ela continua me olhando sem falar nada e eu continuo – Quer saber, eu nem precisava ter feito isso, porque quem em sã consciência te colocaria em algum plano? Ninguém colocaria você em nenhum plano, por que com certeza você estragaria tudo – ela ainda está me encarando tentando controlar seja lá quais sentimentos.
– Por que? – a voz dela ainda está tentando se manter firme.
– Que saco! – eu grito quase jogando a garrafa no chão – É por isso, por que você é burra, não consegue enxergar um palmo a frente do nariz! A única coisa que você consegue pensar é em vestidos e maquiagens. Não foi nenhum sacrifício convencer Plutarch de que você não oferecia perigo e que poderia ficar por aqui, sabe por que? Por que você é totalmente inofensiva, sem contar que ’isso’ – eu falo fazendo um sinal com a mão indicando ela mesma e o camarim em volta de nós – é a única coisa que você sabe fazer, seja lá o que ‘isso’ signifique. Você nem teria ninguém. Você quer realmente saber o por que eu te ajudei? – eu dou uma pausa e ela ainda está em silencio então eu concluo – Por que eu tive pena de você! – eu bebo mais alguns goles da garrafa esperando ela começar com mais um dos chiliques dela, com gritos e repreensões de como eu sou mal educado e etc etc. Mas ao invés disso ela continua me olhando nos olhos de uma maneira que me faz sentir vergonha do que eu fiz, ela não diz uma única palavra, apenas me olha com uma mistura de sentimentos que eu não sei ao certo quais, mas quando uma lagrima escorre eu sei que talvez eu tenha ido longe demais, tudo bem que ela é irritante mas ao invés de me sentir satisfeito por ela ter calado a boca eu me sinto estranhamente idiota, eu nunca me importei em magoar ou não alguém mas vendo ela me olhando desse jeito e com certeza magoada eu me arrependo. Ela simplesmente se vira de costas e vai na direção da porta.
Eu ainda estou numa luta comigo mesmo, entre deixar que ela vá e acabar de uma vez por todas com isso ou tentar remediar, dessa vez eu deixo o outro lado vencer.
– Espera! – Eu chamo segurando o braço dela.
– Me solta! – ela tenta se soltar reclamando com sua voz estridente.
– Espera, não foi isso que eu quis dizer! – eu tento melhorar a situação.
– Mas você disse, eu já entendi! – ela se vira pra sair de novo.
– Droga, esta vendo é isso que eu falo, você é ... irritante – eu já estou perdendo a paciência de novo, então ela começa a chorar.
– Ah merda! – eu sussurro, não acredito no que eu vou fazer.
Então ignorando todos os meus alertas e gritos interiores eu me aproximo dela e a abraço.
– Não acredito que eu estou fazendo isso! – eu me recrimino mentalmente.
Mas quando ela encosta a cabeça no meio peito, eu sinto a tensão em mim, mas aos poucos meus músculos começam a relaxar e eu me acostumo com essa sensação que a muito tempo eu não sentia, embora ela seja a Effie ela ainda é uma mulher. Ela aos poucos para de chorar sai do meu abraço e enxuga as lagrimas com um lenço.
– Eu não preciso da sua pena! – ela resmunga enquanto enxuga as lagrimas.
– Oh meu Deus, por que você tem que ser tão difícil assim? – eu pergunto passando as mãos pelos cabelos. Uma simples conversa de dois minutos com ela parece com um dia inteiro de discussões.
– Mas foi você mesmo que disse isso! Eu agradeço sua ajuda mas sinceramente não preciso da sua pena e se tudo que você disse é verdade por que se preocupar em falar com o Plutarch? Com certeza ele veria que eu sou só uma burra! – ela reclama quase fazendo bico e batendo o pé – Alias eu quero saber por que você me beijou? – ela fala menos estridente dessa vez.
Eu passo as mãos pelo cabelo de novo, parando as mãos na minha nuca e me virando de costas pra ela.
– Haymitch Abernathy eu mereço saber! – ela esperneia mais uma vez e ainda mais alto.
Eu respiro fundo, na verdade eu mesmo ainda estou entendendo o por que eu fiz tudo isso, por que eu ajudei ela? E o pior por que eu a beijei? Eu me preocupei com ela, com o que poderia acontecer, ela não tem mais ninguém e eu me preocupei. Mas quem eu quero enganar, nada disso me comoveria com qualquer outra pessoa mas me comoveu com ela e é isso que eu não entendo. Alias de certa forma eu entendo, só não quero e nem posso acreditar que ela realmente seja assim importante pra mim.
Eu sinto a mão dela no meu ombro e por algum motivo eu sinto uma certa inquietação.
– Por favor! – ela pede uma ultima vez.
Eu me viro de frente pra ela e olhando nos olhos dela eu sinto uma mistura de coisas que eu não estou mais acostumado. Nós estamos próximos demais e eu já estava a ponto de beijá-la de novo quando a porta se abre e Katniss e Peeta entram, eu me afasto dela enquanto tenho que aguentar as piadinhas deles, se meu humor não estava bom antes agora está ainda pior, minha mente ainda está tentando entender o que está acontecendo comigo mas nem eu mesmo estou me reconhecendo, finalmente eles decidem ir embora e nós vamos pro carro, mas eu não vou conseguir entrar nesse carro grudado nela, aguentando as piadas e indiretas deles então eu decido ir andando, pelo menos eu posso pensar.
Depois de avisar pra eles e aguentar mais uma piada da Katniss eu começo a andar e enquanto eu estou caminhando tento entender o que está acontecendo comigo. Eu me importo com ela mas por que me importo tanto? Ela me desperta coisas que eu já não sabia que ainda podia sentir, ela é irritante e alegre demais, mas ao mesmo tempo ela é confusa e perdida.
Meus pensamentos voam e voam e mesmo assim não chego a uma conclusão ou talvez eu tenha chegado e não queira aceitar. Quando percebo já estou no antigo centro de treinamento, subo e vou pro meu quarto e faço a única coisa que vai me fazer esquecer isso. Beber!


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Notas finais do capítulo

êêêê... internet chegou!
Pra comemorar Hayffie' Por que eles são perfeitos!
UHUUUUUL :O



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