Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

...''Os gritos diminuem, todos voltam sua atenção para nós, Peeta segura minha mão ainda mais forte, ele me dá um beijo na testa e todos aguardam nossa resposta''...



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Nos poucos minutos que se seguem eu sinto como se estivesse em uma guerra comigo mesma, eu quero poder gritar pra todas essas pessoas que eu nunca terei filhos pelo simples fato de que eles me fizeram pensar assim, depois de uma vida inteira você ver crianças sendo obrigadas a caminhar pra morte é realmente difícil você acreditar que nada disso irá acontecer de novo, mas ainda tem um lado meu que não suporta a ideia de ver a reação do Peeta, por que eu sei que ele quer ter filhos e ficará decepcionado se eu disser o que eu realmente penso.
Ainda estou buscando a coragem pra falar, olhando para ele na minha frente com os olhos no meu, esperando a minha reação, o silencio está ainda maior quando eu finalmente recupero minha voz. Mas quando eu falo não é para responder ao Ceasar ou a plateia, eu respondo pro Peeta por que a reação dele é a única que me importa.
– Eu não posso Peeta! – eu sussurro com certo desespero – Eu realmente não posso, eu não vou conseguir, me perdoa! – eu imploro a ele e sinto as lagrimas escorrendo pelo meu rosto, o olhar dele em momento algum me acusa ou parece com raiva pelo contrario eu me sinto como sempre reconfortada com o seu olhar de carinho e compreensão, ele me dá um fraco sorriso, e me puxa para os braços dele, ele passa os braços ao meu redor acariciando minhas costas, enquanto beija minha testa novamente, ele tenta me acalmar, e então ele volta sua atenção para Ceasar que aguarda enquanto nos observa atentamente em silencio.
– Esse ainda é um assunto muito delicado Ceasar – Peeta fala com a voz baixa.
– Eu sinto muito, me desculpem! É que vendo vocês aqui eu pensei que ... – ele não termina a frase.
– Não tem que se desculpar! – Peeta fala e aperta ainda mais os braços em volta de mim – É só que ainda é um assunto complicado, Katniss ainda não está preparada pra falarmos disso! Eu sei que eu disse que iríamos responder a todas as perguntas mas eu agradeceria se nós pudéssemos pular esse tópico. – ele pede educadamente.
– Claro, sem problemas! – Ceasar ainda está um pouco perdido, ele passa a mão no meu braço como conforto, eu levanto meu rosto do peito do Peeta e sussurro um Muito obrigado que ele deve ter escutado pelo sorriso que ele me deu. Eu me endireito no sofá passando a mão tentando limpar as lágrimas, então Ceasar retira um lenço do bolso e me oferece, eu aceito e limpo meu rosto. Peeta passa os dedos pela minha bochecha e meu queixo me olhando com carinho e preocupação.
– Tudo bem? – ele me pergunta preocupado.
Eu concordo com a cabeça forçando um sorriso, ele devolve o sorriso, mas eu sei que não está tudo bem, não ainda, essa conversa não acabou aqui, Peeta e eu ainda temos que acertar esse ponto, eu sei que ele disse que está tudo bem, mas ele também disse que eu ainda não estou preparada, só que a verdade é que eu nunca estarei e ele precisa entender isso, mas por enquanto esse assunto ficará de lado de novo.
– Effie vai me matar se eu aparecer pra todo país toda borrada. – eu falo tentando amenizar o clima tenso que permanece, e parece dar certo por que algumas pessoas dão risada e Ceasar também parece melhorar sua cara de perdido.
– Não se preocupe você está tão linda como sempre – Ceasar me elogia.
– Eu concordo! Pra mim você é linda de qualquer jeito – Peeta fala se aproximando mais de mim.
Eu reviro os olhos.
– Ele sempre teve um fraco pra coisas bonitas – eu repito o que já tinha dito pra ele antes.
Ele ri dando de ombros também.
– Bom, nosso tempo já está quase acabando – Ceasar anuncia com uma voz mais triste – Mas vocês estarão amanha na festa não é mesmo? – ele pergunta nos encarando.
– Ah com certeza! Não perderíamos isso por nada! – eu respondo até certo ponto empolgada demais.
– Ela não vê a hora de estar cara a cara com o cozido de carneiro! – Peeta brinca por causa da minha empolgação.
Eu concordo sorrindo, passando a mão na barriga – Verdade, esperei muito esses cinco dias!- eu falo e todos caem na risada.
– Então, que chegue logo! – Ceasar fala já se levantando da cadeira indicando que nosso tempo chega ao fim.
Peeta também se levanta e me oferece a mão para me ajudar, eu aceito e nós ficamos em pé de mãos dadas.
– Infelizmente o tempo já está no fim e teremos que nos despedir desse lindo casal! – Ceasar fala e a plateia solta um som de tristeza.
Nós sorrimos mais uma vez pra plateia e para as câmeras, Ceasar aperta nossas mãos, nós nos despedimos da plateia mandando beijos e sorrisos e deixamos o palco com a plateia gritando e aplaudindo fortemente.
Quando chegamos aos corredores do camarim de novo, Peeta coloca a mão pela minha cintura.
– Podia ser pior! – ele fala forçando uma voz otimista.
Eu concordo com a cabeça.
– Eu ainda não acredito que consegui ver a apresentação das crianças! – eu falo tentando mudar de assunto e nós seguimos caminhando até o camarim. Dessa vez ele realmente sorri, sem forçar ou fingir, um sorriso verdadeiro e eu retribuo igualmente enquanto lembro delas cantando.
– Eles estavam lindos! – ele conclui enquanto nós chegamos em frente a porta do camarim, eu já ia responder quando Peeta colocou a mão na maçaneta da porta e abriu, e nós chegamos a tempo de ver Effie e Haymitch de pé um de frente pro outro e na minha opinião, na verdade na opinião de qualquer um que visse essa cena concordaria que eles estão próximos demais.
Eu e Peeta nos surpreendemos com essa cena, os dois também parecem surpresos e assustados com a nossa chegada, Effie rapidamente se vira de costas para o Haymitch e ele dá alguns passos pra longe dela, mas o clima de flagra está impossível de não ser percebido.
– Atrapalhamos alguma coisa? – eu pergunto com um sorriso irônico.
Dessa vez ao invés de me repreender como ele sempre faz, Peeta entra no clima e também está sorrindo ironicamente quando diz – A gente pode voltar mais tarde se vocês ainda precisam de mais tempo sozinhos.
Ele me olha sorrindo.
– Não sei do que vocês estão falando! – Effie fala rapidamente enquanto anda na nossa direção.
– Não sabe Effie? – eu pergunto erguendo a sobrancelha, ela parece está prendendo o ar e não responde.
– Nós só achamos que vocês queriam terminar ... – Peeta dá uma pausa e fala com a voz carregada de duplo sentido – algum assunto!
– Não tem nada pra terminar! E se vocês já acabaram nós já podemos ir – Haymitch fala irritado.
– Sim. Nós já acabamos! E vocês saberiam disso se tivessem assistido a entrevista ao invés de ficarem... se admirando – eu falo enquanto me sento no sofá pra retirar as sandálias de salto que já estão me matando.
– Então qual era o assunto? – eu pergunto olhando para o Haymitch.
– Não te interessa! – ele me responde seriamente.
– Katniss, querida acho melhor vocês se arrumarem e então nós podemos ir logo. – Effie se aproxima de mim enquanto fala.
– Eu quero ir embora daqui logo – eu falo me jogando pra trás no sofá – Nós podemos ir? – pergunto já descalça.
– Tudo bem! Vamos! – Effie concorda, ela ainda está sem graça e meio perdida, mas como sempre ela mantém sua animação dando palminhas no ar – Nós estaremos em casa logo, logo.
Ela fala alegre, Peeta se aproxima de mim e me oferece a mão eu me levanto segurando a mão dele e na outra mão está a sandália de saltos que honestamente eu gostaria de jogar fora, ela acabou com meus pés.
– Katniss, você não podia esperar até chegar no carro pelo menos – Effie fala como se eu estivesse cometendo um crime – Uma pessoa com seu status não deve ser vista andando descalça por aí. – ela conclui horrorizada.
Eu reviro os olhos. – Eu não vou calçar isso de novo, eu quase não estou sentindo meus pés! – eu reclamo fazendo uma cara de dor.
– Quem se importa se ela está descalça ou não? – Haymitch passa a nossa frente reclamando – Contanto que ela saia logo daqui pra gente ir embora! – ele já está no corredor quando termina a frase.
– Essa raiva toda é por que você não conseguiu terminar o que queria fazer com a Effie é? – eu provoco ele sorrindo.
– Katniss! – Effie praticamente grita quando eu falo isso.
Haymitch parece bem concentrado em não me atacar.
– Olha aqui garota – ele vem na minha direção apontando o dedo pra mim,mas eu não me intimido, ele já está quase encostando em mim, quando Peeta aparece entre nós.
– Ok, chega! Nós estávamos indo embora lembra? – ele fala olhando para mim e para o Haymitch.
– Quer saber, você só está com raiva por que não conseguiu beijar a Effie de novo! – eu falo encarando ele.
– Ai meu Deus, Katniss! – Effie mais uma vez parece chocada.
– Ah Effie você também. Por que vocês não se assumem logo! Claro que é estranho mas fazer o quê! – eu falo e ela parece ainda mais chocada, quando tenta descobrir o que falar.
– Tudo bem Katniss, acho melhor a gente ir andando – Peeta fala pegando meu braço e começando nosso caminho novamente.
– Você podia pegar mais leve as vezes ein? – ele fala no meu ouvido, mas posso sentir o sorriso dele. Eu viro meu rosto pra olhar pra ele.
– Não seja hipócrita Peeta você concorda! – eu falo sorrindo e dessa vez é ele que revira os olhos – Sem contar que eu não disse nenhuma mentira! – eu falo olhando pra frente de novo e seguindo nosso caminho para fora.
– Esse é o problema! Não é mentira! – ele fala sussurrando por que a Effie já está nos alcançando. – Ela fica sem graça quando você fala isso – ele fala sinalizando com a cabeça a Effie – Tenta não matar ela de vergonha, pode ser? – ele me pede ainda sorrindo.
– Posso tentar! – eu dou de ombros, e nós chegamos ao carro, Effie chama o motorista e Peeta e eu entramos no carro, logo Effie também entra e esperamos que Haymitch venha, mas ele simplesmente fecha a porta e permanece parado do lado de fora.
– Você não vem? – Effie pergunta confusa.
– Não! – ele diz secamente, depois como se tivesse se arrependido ele tenta amenizar o tom de voz – Vai ficar apertado e eu prefiro ir andando, um pouco de ar fresco – ele fala fazendo movimento de respiração.
Eles se olham como se quisessem falar mais alguma coisa.
– Se vocês quiserem a gente pode ir andando e vocês vão no carro? – eu sugiro me inclinando pra olhar pro Haymitch pela janela.
Ele me olha e então vira as costas e começa a andar.
– Eu acabei de falar com você! – Peeta sussurra no meu ouvido.
Quando eu olho pra Effie vejo que ela parece decepcionada, ela tenta disfarçar mas sem muito sucesso, ela avisa ao motorista que já podemos ir e volta a olhar pela janela com os pensamentos perdidos.
– Relaxa, é até bom ele ir andando, pelo menos é um exercício ele nunca faz nenhum – eu falo tentando amenizar o clima, e confesso que por mais divertido que seja ver ela vermelha de vergonha e o Haymitch vermelho de raiva não é nada divertido ver ela assim, confusa.
Ela da um fraco sorriso.
– Ele é uma pessoa legal, só não está acostumado a ter nenhuma relação com outro ser humano – Peeta também tenta acalmá-la.
– Mas não tem relação nenhuma! – ela fala rapidamente mas sem muita confiança.
– Tudo bem! – Peeta levanta as mãos como defesa – Amizade também é uma relação – ele explica.
Ela fica meio sem jeito e volta a falar.
– Eu só queria entender por que ele fez aquilo! – ela fala com a voz baixa.
– Aquilo o quê? O beijo? – eu pergunto antes que Peeta pudesse falar alguma coisa.
Ela nega com a cabeça.
– Então o que é? – pergunto novamente.
Ela respira fundo olhando pra janela antes de voltar sua atenção para mim e para o Peeta de novo.
– Ele me ajudou! – ela fala nos olhando – Quando a revolução acabou ele foi até o Plutarch pra falar a meu favor – ela dá uma pausa e volta a falar com certa emoção na voz – ele me ajudou, foi o único que se preocupou, ele pediu para o Plutarch me deixar no cargo que eu estou hoje. E eu só não sei por que ele fez isso! – ela termina de falar olhando pra janela novamente e posso ver que ela está tentando não chorar.
– Oh! – é tudo que eu consigo dizer quando ela termina de falar.
Olha para o Peeta e ele faz um sinal pra que eu fale algo, eu nego rapidamente com a cabeça e indico pra que ele fale.
– Bom Effie, acho que só o Haymitch pra realmente te explicar, mas é óbvio que ele se preocupa com você! – Peeta fala com calma e clareza.
Ela olha pra ele mas não fala nada.
O carro para nos sinalizando que já chegamos.
– Chegamos! – ela fala forçando sua voz natural de sempre. Peeta sai do carro e oferece a mão para ela que aceita e sai do carro aguardando ao lado dele, depois ele faz o mesmo comigo. Nós entramos no prédio, Peeta nos oferece o braço de modo que ficamos cada uma de um lado dele, caminhamos até o elevador e esperamos que o caminho seja completado, quando ele para no andar da Effie ela sai.
– Boa noite! – ela fala se despedindo.
Peeta para a porta do elevador com as mãos.
– Só dá um tempo pra ele, acho que nem ele sabe ainda por que fez isso! E eu estou falando do beijo!– ele fala pra ela e então solta a porta do elevador que se fecha nos deixando sozinhos.
Ele me olha. – Você acha que ele realmente gosta dela? – eu pergunto ainda tentando entender, eu achei que fosse só um beijo mas pelo visto ele se preocupa mesmo com ela.
– Você realmente acha que ele não gosta? – Peeta me devolve com outra pergunta.
O elevador para novamente e nos libera no nosso andar.
Nós saímos e rapidamente já estamos no nosso apartamento, ele caminha rapidamente pro sofá e se joga nele.
– É impressão minha ou esse dia parece muito maior do que um dia normal? – ele pergunta esticando a mão me chamando. Eu vou até ele no sofá e também me sento ao lado dele, ele coloca o braço no meu ombro me puxando pra ele, eu encosto minha cabeça no peito dele, n meu lugar favorito de todos.
– Quanto mais perto nós estamos de casa, mas demorado parece que o tempo fica! – eu falo enquanto me aconchego nele.
Consigo escutar um som de concordância, antes dele afasta meu cabelo e passar os lábios na minha orelha e no meu pescoço, um gemido escapa da minha boca.
– Eu estava com saudades de você! – ele sussurra ainda no meu ouvido.
Eu esquivo e apoio minha cabeça na perna dele, ficando com o roso pra cima olhando pra ele.
– Mais eu estava com você o dia inteiro! – eu falo sorrindo, eu sei que não é disso que ele está falando.
– Você sabe do que eu estou falando! – ele fala sorrindo, enquanto ele afasta os fios de cabelo do meu rosto e depois passa os dedos seguindo o contorno do meu rosto e da minha boca.
Um arrepio me atinge e a necessidade de sentir ele de novo aparece como sempre forte, eu levanto meu rosto e paro de frente pro dele, nossas bocas próximas demais mas ainda sem se tocarem, nossos olhares parecem se fundir um no outro e eu sinto o quanto eu também senti falta dele, ou melhor de nós dois, dessa vez sou eu quem passo meus dedos afastando os fios louros que estão pela testa dele, seguindo meu caminho pelo maxilar dele .
– Eu te amo! – ele move a boca porem sem sair som. Como resposta eu termino o espaço que ainda existia entre nossos lábios e os junto com toda a necessidade que eu tenho dele. Os braços dele me envolvem sua mão nas minhas costas e a outra na minha nuca, minha mão no cabelo dele e a outra no peito dele, como sempre acontece nosso beijo de aprofunda cada vez mais, ele me puxa cada vez mais pra perto dele, de modo que nossos corpos estão cada vez mais juntos, de alguma maneira que eu não sei exatamente qual ele já está quase deitado no sofá ainda abraçado um no outro, quando perdemos o ar e afastamos nossos rostos.
– Eu quero me casar com você... logo! – ele fala com certa urgência na voz.
Eu sorrio com a reação dele.
– É, sério Katss! Eu quero me casar logo com você! Eu não aguento mais. Eu quero você como minha mulher! – ele fala aproximando nossos rostos de novo, mas eu me endireito no sofá ficando de frente pra ele mas não no mesmo clima romântico de segundos atrás, por que por mais que eu tenha realmente gostado de ouvir isso e também queira logo me casar com ele, eu não posso esquecer do nosso assunto ainda não resolvido. Filhos. Eu não posso simplesmente ignorar o fato que ele sonha em ser pai quando pra mim ser mãe seria um pesadelo, eu não posso fazer isso e ele precisa disso. Não é justo prende-lo a mim e por consequência afasta-lo desse sonho dele.
– A não ser que você tenha alguma duvida! – ele também se endireita no sofá, está sério e seu olhar parece magoado ele me encara e seu tom de voz parece angustiado quando ele pergunta calmamente – Você não quer mais se casar comigo! É isso? – ele pergunta virando o corpo pra mim.
– O quê? – eu pergunto assustada e rápido demais.
– É isso Katniss? Pode falar! – ele me olha tentando parecer calmo – Foi por causa do que o Gale falou hoje? Isso mexeu com você não foi? – ele pergunta querendo logo uma resposta.
Eu me viro pra ele, pego as mãos dele e o olho bem nos olhos azuis que estão arregalados na minha frente.
– Claro que não é isso Peeta! – eu falo calmamente – Como você pode pensar isso? Quantas vezes eu tenho que repetir que é você que eu amo, que é com você que eu quero ficar? – eu pergunto e ele ainda parece não estar certo disso – Você diz que eu sou cabeça dura, mas você não fica muito atrás. Entenda de uma vez por todas Peeta Mellark, Eu te amo! Essa é a única certeza que eu tenho na minha vida – eu falo com a voz decidida e ele parece relaxar um pouco.
– Então o que foi? – ele pergunta me encarando.
– O que foi? – eu devolvo a pergunta calmamente – Peeta olha pra mim, agora olha pra você. Você tem certeza que é isso que você quer? – eu pergunto e dessa vez a angustia está na minha voz.
– Claro que eu tenho certeza, eu te amo! – ele fala certo disso.
– Eu sei disso. Mas eu não acho que eu sou o que você merece!
– O que? Não faz isso Katniss, é você que eu quero! – ele fala se aproximando de mim, mas eu paro com a mão.
– Peeta, eu não posso te dar o que você quer – ele para quando eu digo isso me encarando – Eu não quero ter filhos e eu nunca vou tê-los! – eu falo tentando esclarecer logo.
Ele me olha e então depois de alguns segundos ele fala.
– Nunca, é muito tempo! – ele conclui.
– Eu estou falando sério Peeta, eu não posso fazer isso! – eu falo séria – Mas você, você quer ter filhos e você merece isso. Só que eu não posso.
– Katniss é claro que eu quero ter filhos. Nossa! Ser pai é algo que eu sempre quis – ele fala e antes que ele continue eu o corto.
– Está vendo! Não dá Peeta! Eu não posso te privar disso, esse é o seu sonho e eu não posso te tirar isso também – eu falo com urgência.
– Posso terminar – ele pede me encarando.
– Como eu estava dizendo, eu realmente sempre quis ser pai, ter um filho seria um sonho realizado. Mas desde quando eu quis um filho pela primeira vez eu o imaginava ‘’nosso’’ filho e não ‘’meu’’ filho!
Eu estou sem saber o que dizer, apenas olhando pra ele. Ele passa as mãos pelos meus cabelos.
– Se você terminar comigo, na verdade você não estará me dando a chance realizar isso. Por que eu não quero nenhuma outra mãe pro meu filho. Se um dia isso realmente acontecer nós seremos os pais.
– Mas não vai acontecer Peeta! – eu falo tentando fazer ele entender.
– Katniss, eu sei o que você pensa! Mas a verdade é que eu realmente acho que um dia você pode mudar de ideia – eu já ia interromper quando ele ergueu um dedo pra que eu deixasse ele falar – E mesmo que você não mude, ainda assim eu serei o cara mais feliz por ter você do meu lado!
– Mas Peeta... – eu tento falar mas ele me interrompe.
– Katniss é você que eu quero, não me tira isso ok? – ele pede me olhando com tanto carinho que eu não consigo ficar indiferente – Eu posso até viver sem ter um filho, por mais que eu queira isso mas eu não posso viver sem você! – ele conclui e se aproxima me dando um beijo, mas ele interrompe o beijo – Mas, isso não quer dizer que eu desisti dessa ideia, talvez um dia quem sabe! – ele fala com um sorriso no rosto e novamente antes que eu possa dizer algo ele me beija e eu correspondo o beijo, por que eu também não conseguiria mais viver sem ele, eu sei o quanto ele quer isso e eu sei o quanto isso me assusta mas talvez nós encontremos um meio termo pra isso, por que eu não estou disposta a abrir mão dele. Dessa vez eu que interrompo o beijo.
– Então aquela história de casar logo ainda está valendo? – eu pergunto e ele ri.
– Ah com certeza, cada vez mais! – ele responde sorrindo de verdade.
– Você não está muito apressado Sr. Mellark – eu brinco com ele.
– Quando se trata de você eu não tenho pressa eu tenho urgência – ele fala e me beija novamente, um beijo com paixão.
– Eu quero você completamente minha! – ele fala com toda uma sedução na voz que me deixa ao mesmo tempo ansiosa e envergonhada também – E eu acho que eu não posso esperar mais muito tempo! – ele conclui me beijando novamente, nós ainda ficamos alguns minutos no sofá nos beijando e curtindo um ao outro, nossos beijos se tornaram cada vez mais intensos que antes, cada vez mais eu quero ele. Até que um dos atendentes que ficam na cozinha surge na sala, ele parece meio sem jeito quando observa como nós estamos, Peeta estava encostado no sofá, os braços em volta de mim o rosto encaixado no meu pescoço.
– Desculpa! – o rapaz fala sem nos olhar diretamente, nós nos endireitamos.
– Tudo bem! – Peeta tranquiliza o rapaz.
– É que eu gostaria de saber se vocês aceitam algo para comer, nós podemos preparar uma mesa! – ele fala ainda desviando o olhar.
– Ah sim, eu estou morrendo de fome – eu respondo mas na verdade falando mais para o Peeta do que para o rapaz.
Ele ri da minha reação.
– Então, nós queremos sim. Obrigado! – ele confirma e o rapaz sai para arrumar a mesa.
– Mas eu acho melhor você tomar um banho, e mudar a roupa! – ele opina.
– Você também! – eu devolvo forçando um olhar de indiferença.
– Eu vou! – ele se levanta e me ajuda a levantar.
Nós vamos para o quarto procuro uma roupa confortável e ele faz o mesmo.
– Eu vou primeiro? – eu pergunto
– Eu vou no outro banheiro! – ele aponta com a cabeça.
– Ok! – eu falei e já estava na porta do banheiro quando ele me puxa pelo braço, eu dou um grito não muito alto de susto, ele ri e me encosta na parede. Antes que eu pudesse falar algo ele me prende com seu corpo e me beija mais uma vez, quando ele me solta, ele está com um sorriso bem largo.
– Isso é assédio! – eu reclamo mas fui traída pelo largo sorriso que eu também estou.
Ele se vira e sai do quarto, eu ainda fico parada alguns segundos rindo como uma verdadeira idiota, até me lembrar que eu tenho que ir tomar banho. Entro no banheiro, trancando a porta. Me olho no espelho e como sempre acontece quando eu estou aqui na Capital essa garota do espelho não se parece comigo, a maquiagem embora não esteja no seu jeito original e o vestido, tudo nela parece perfeito demais, impressionante demais e a verdade é que a verdadeira garota por trás disso tudo não poderia está mais distante dessa imagem. Eu me agarro na pia encarando meu reflexo tentando entender como tantas coisas podem acontecer em um espaço tão curto de tempo, amanhã é o nosso quinto e ultimo dia aqui, e desde que nós chegamos parece que já se passou um mês, foram tantos acontecimentos e surpresas que as vezes eu me sinto exausta não apenas fisicamente mais mentalmente, a única hora que eu realmente me sinto relaxada é quando tenho momentos assim como esses com o Peeta, é quando eu estou do lado dele que eu sinto que as coisas valem a pena e que eu não posso simplesmente me entregar a minha dor ou a minha culpa, por que eu ainda tenho uma vida ao lado dele que eu realmente desejo viver, só de pensar nisso meu coração acelera, e eu posso ter certeza que não é apenas ele que está ansioso para que aconteça logo, eu também estou contando os dias para estarmos em casa, não mais na minha casa, mas na nossa casa. Se alguém me falasse isso tempos atrás eu não acreditaria nem por um segundo mas aqui estou eu completamente apaixonada, não posso sequer imaginar uma vida sem ele, mesmo quando eu falei aquilo lá na sala, de não ser boa suficiente pra ele, uma grande parte de mim, estava implorando para que ele não aceitasse por que eu simplesmente não saberia o que fazer se ele concordasse. E ele não concordou. Ele disse que ainda não desistiu da ideia de filhos e isso me assusta de uma forma aterrorizante mas em pensar no que ele está abrindo mão por mim, pela nossa vida juntos me faz pensar se realmente eu não poderia fazer isso, não é que eu concorde mas em pensar na alegria que ele teria esse ponto se torna questionável. Não por enquanto, ainda não consigo me ver nesse quadro, mas como ele disse quem sabe um dia.
Como um estalo eu me lembro que ainda não tomei banho, me olho mais uma vez no espelho e então abro a torneira e lavo meu rosto, quando olho novamente pro espelho me sinto mais familiarizada com o reflexo, essa sim sou eu. Eu tinha pensado em tomar banho na banheira mas com o tempo que eu perdi acho melhor ir pro chuveiro até por que eu não menti quando disse que estava morrendo de fome. Então tomo meu banho, coloco a roupa que eu peguei, penteio meus cabelos e saio do banheiro carregando o vestido, deixo ele separado para poder entregar a Effie amanha, afinal não precisarei de um vestido assim de novo.
Saio do quarto já imaginando Peeta parado na sala me esperando com uma cara feia por que eu demorei, então apresso meus passos, chego na sala mas não tem ninguém, vou pra sala de jantar onde a mesa já está arrumada e nos esperando, mas também não acho ele aqui e pelo visto ele nem passou por aqui. Não é possível que ele demorou mais do que eu no banheiro. Eu volto pelo corredor dos quartos e vou até o quarto onde ele está, a porta do quarto está aberta e eu entro.
– Peeta! – eu chamo por ele enquanto entro pelo quarto.
Então eu ouço um forte barulho vindo do banheiro.
– Droga! – a voz dele mesmo abafada pela porta fechada ainda pode ser escutada – Merda! – novamente a voz dele chama a minha atenção. Eu vou até a porta do banheiro.
– Peeta! O que foi? – eu pergunto parada de frente pra porta preocupada.
– Katniss? – ele pergunta e ainda posso ouvir alguns barulhos.
– Quem mais podia ser? – eu falo já realmente preocupada.
– Está tudo bem! Eu só escorreguei! – ele fala tentando parecer seguro, mas pelo barulho ele não está tão bem assim.
– Peeta, eu vou entrar! – eu aviso antes de abrir a porta.
– Não precisa, eu to bem! – ele discorda.
– Peeta, eu não te perguntei se posso entrar eu disse que vou entrar, destranca a porta! – eu falo já irritada.
Posso ouvir ele bufando, mas alguns barulhos e alguns segundos depois a porta se destranca, eu abro e entro.
Peeta está enrolado na toalha, todo molhado, mas o que me chama atenção é que a perna artificial está caída no chão, quando eu olho pra ele, ele está com um olhar envergonhado, tentando se manter em pé apoiando na parede.
– Eu disse que eu estava bem! – ele fala com a voz baixa e desviando o olhar do meu – Pode ir!
Embora não faça sentido eu sei por que ele está assim, por que ele está com vergonha dessa situação, de ter que precisar de ajuda, não que ele não goste de pedir ajuda mas quando se é algo intimo assim ele deve se sentir sem graça, mas não faz o menor sentido, isso não muda em nada o que eu penso dele.
– Eu não vou a lugar nenhum! – eu falo decidida e me abaixo pegando a perna artificial que estava caída, eu levanto ela e olho pra ele – Você só precisa me dizer o que fazer com isso! – eu falo fazendo uma cara de confusa.
Seja lá que tipo de sentimento ele estava, somem e no lugar aparece um sorriso largo como aquele que sempre me faz sorrir de volta.



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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora... ainda sem internet...
Não abandonei a fic e espero que voces tambem não!
Vou tentar não demorar, mas ainda não instalaram minha internet... Então Perdão U.U
Espero que gostem e não me odeiem.