Ele já esta em cima de mim no sofá, quando nós escorregamos no chão, então nos afastamos e começamos a rir ainda caídos no chão, eu caí por cima dele, apoio minha cabeça no braço dele enquanto tentamos recuperar nosso fôlego tanto do beijo quanto dos risos, até que ele levanta minha cabeça me forçando a olhar pra ele, seu sorriso o deixa ainda mais lindo e é impossível não sorrir também.
– Isso quer dizer que você me ama? Real ou não real? – ele pergunta ainda sorrindo e embora nós dois já saibamos a resposta eu digo assim mesmo.
– Real! – e me inclino para beijá-lo mais uma vez, então ele se afasta se endireita no chão e nós nos sentamos, eu apoio minhas costas no sofá e ele fica de frente pra mim, coloca alguns fios do meu cabelo atrás da orelha como ele sempre faz e fala.
– Kats, eu te amo muito. Muito mais do que a mim mesmo, você não tem noção de como eu fiquei hoje com a possibilidade de você descobrir que não me amava. É você, a única coisa que me importa, a única razão que eu ainda estou aqui, e eu não posso sequer imaginar um dia da minha vida sem você.
Mais uma vez nós nos beijamos e como na arena eu sei que não serei eu a parar, demorei muito pra ter isso, pra ter essa certeza, pra ter esses beijos e eu quero aproveitar cada segundo disso, e é apenas segundos mesmo, por que logo o barulho da porta sendo aberta rapidamente nos assusta.
– Haymitch? – eu pergunto surpresa e com raiva também. – O que foi? – pergunto sem nenhuma tentativa de esconder minha frustração, o que só faz ele rir.
– Então os pombinhos estão bem. – ele diz e entra em casa sem nenhuma cerimônia, se jogando no sofá com os pés na mesinha de centro ao nosso lado. Eu empurro os pés dele com força.
– O que você veio fazer aqui? – eu reclamo mais uma vez desejando que ele volte logo pra casa. Quando olho pra Peeta posso ver que ele está se divertindo com a situação.
– Está achando engraçado é? – eu pergunto enquanto me levanto.
– Um pouco. – Ele confessa enquanto tenta se levantar eu estico a mão oferecendo ajuda, ele pega minha mão, se levanta e senta ao lado de Haymitch, colocando os pés em cima da mesinha também.
– Ah não, até você Peeta. Está vendo isso Haymitch? – eu digo apontando para o Peeta que também está com os pés na mesinha.– É sua má influência. – eu concluo
– Oh docinho, somos homens! Acostume-se. – ele diz enquanto passa o braço em volta do pescoço de Peeta e eles fazem uma cara séria.
– Então eu vou deixar os ‘’homens’’ aí na sala. – eu falo enquanto me viro pra ir pra cozinha.
Haymitch dá um pulo do sofá e corre na minha frente antes que eu alcance a cozinha parando bem na minha frente.
– Qual o seu problema hoje? Sai da frente, me deixa passar. – eu reclamo enquanto tento passar pra cozinha.
Então ele abre os braços para me impedir e grita pro Peeta que ainda está no sofá tentando entender a cena.
– Anda garoto, me ajuda aqui ou então é capaz dela colocar fogo na casa. – ele grita fingindo desespero então ele e Peeta caem na gargalhada. Eu volto meu caminho pra sala, paro em frente o sofá onde Peeta está cruzo os braços faço uma cara de indignada e reclamo com Peeta.
– Então você vai ficar do lado desse bêbado mal humorado?
Peeta força para se manter sério, se levanta do sofá, me abraça e em seguida olha pra Haymitch e diz:
– Pega leve ok? Ela é boa no arco e flecha e se eu fosse você pedia desculpas. – ele fala debochando. Em seguida me olha e dá uma piscada, meu sorriso é tão espontâneo que mesmo que eu quisesse segurá-lo seria impossível, então ele me dá um selinho, que rapidamente evolui pra um beijo mais profundo.
– Acho melhor vocês irem pro quarto! – Haymitch diz enquanto se aproxima de nós.
– Ou você pode ir embora! – eu retruco enquanto me separo de Peeta.
– Ah não queridinha, eu estou muito bem aqui – ele diz enquanto se joga no sofá.
Peeta me olha dando de ombros como se dissesse que não adianta discutir. Eu reviro os olhos e vou para cozinha, Peeta vem logo atrás de mim.
– Com fome? – ele me pergunta enquanto entra na cozinha.
– Muita – eu respondo, pensando no que deve ter pra comer.
– Vamos ver o que eu posso fazer – ele diz enquanto abre a porta do armário da cozinha, depois de alguns minutos ele retira alguns itens, se vira pra mim e diz:
– Acho que dá pra fazer aquele pão trançado com nozes e castanhas – ele diz esperando minha resposta. Esse é o segundo melhor, só perde pro pão de queijo que na minha opinião é o melhor de todos, quando vou responder Haymitch toma a frente.
– Parece uma ótima ideia, vai demorar muito? – ele fala enquanto se coloca entre eu e Peeta se encostando a mesa.
Peeta ri e eu cada vez mais estou perdendo a paciência com ele.
– Não muito – Peeta responde saindo do lugar onde estava. – mas eu tenho que ir em casa pegar algumas coisas.
– Então anda logo garoto por que pela cara que ela está – ele diz me apontando coma cabeça – ela deve estar com muita fome.
Eu o empurro com meu corpo.
– Ok, vou indo. – Peeta responde enquanto já está saindo. Quando ele chega a porta ele se vira pra mim e pra Haymitch e aconselha. – Crianças, Juízo! – então ele sai.
Eu reviro meus olhos, e falo pro Haymitch.
– Com certeza isso foi pra você.
Ele dá de ombros, então eu decido tirar logo essa história a limpo.
– Afinal Haymitch o que você veio fazer aqui, eu te conheço muito bem pra saber que tem alguma coisa a mais, fala logo qual o problema. – eu pergunto séria enquanto me viro pra ele.
– Ok! – ele diz também se virando de frente pra mim, mas seu tom não é mais aquele irônico e debochado de sempre, ele fala sério e posso sentir a tensão que começa a surgir. Seja lá o que for está me preocupando e parece estar preocupando Haymitch também o que só aumenta ainda mais minha inquietação.