Metamorfose escrita por debora_carvalho


Capítulo 5
O Cara Chato




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/43053/chapter/5

Metamorfose

O cara chato

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Saí pra fora da mansão e vi Emmett movimentando o braço gritando:

 

- Perola... Vem aqui gatinha! – Ele sorriu... Diferente do outro vampiro que me olhava com desdém. Me aproximei devagar, parecia que ele queria me matar.

Eu não sabia o que tinha feito pra ele, mas eu conseguia sentir seu desprezo sem ao menos ter tocado nele.

 

Eu o encarei da mesma forma, não sei se conseguia ser tão fixa como ela, mas eu sentia medo. Emmett ficou espantado e surpreso.

- Uau... – Ele limpou a garganta. – Está usando luvas... –

Edward dessa vez riu de forma irônica.

 

- O que tem? – Eu sorri sem entender.

 

- Eu lhe disse que ela usaria! – Edward disse colocando as mãos nos bolsos de sua calça.

 

- Eu gostei! – Tentei mostrar animo entendendo onde ele queria chegar.

 

- Ótimo... Porque ninguém aqui gosta de correr riscos. – Senti raiva de seu comentário, me deu vontade de tirar as luvas e arrancar até o fim de seu oco.

- Edward... – Emmett se intrometeu.

 

- Deixa... Ele tem razão! Eu não quero machucar ninguém enquanto não tiver controle. – Seu sorriso desapareceu com minha resposta, parecia mais irritado do que antes.

 Emmett esqueceu o clima tenso e mais animado do que antes voltou a dizer.

 

- Temos uma surpresa pra você! – Olhei pra trás e vi Alice sair de um Lamborghini Gallardo preto, com o motor rugindo como uma pantera, o resto da família estava atrás de nós.

 

 

 

Meus olhos se arregalaram com aquela surpresa. Me aproximei do automóvel e o rodeei:

 

- É meu?

 

- Claro! – Carlisle sorriu. – Todos os Cullen tem seu próprio carro.

 

- Não é um carro... É “o” carro! – Reneesme me acompanhou sorrindo, entrei no lado do motorista e ela no passageiro.

 O banco de couro acomodou todo o meu corpo, o carro era equipado com a mais alta tecnologia. O volante era hidráulico e nem mesmo senti que estava dirigindo.

 

- Nossa, nem é meu aniversario. – Soltei uma gargalhada. – Quanto custou?

- Meio milhão! – Emmett disse me fazendo engasgar. – É Europeu.

 

- O que? – Fiquei de boca aberta. – Ganhei um presente de meio milhão de dólares.

 

- Euros! – Reneesme corrigiu.

 

- Quem se importa... Corre com ele! – Alice disse em minha janela.

 Acelerei meu carro para fora da mansão, em poucos minutos voltamos. O estacionei do lado do Porsche de Alice.

Não esperavam que voltássemos, Edward era o único que permaneceu na garagem, ele rodava as chaves de seu próprio carro.

Nossos olhares se encontraram e parecia mais repulsivo do que antes.

- Reneesme posso ter fazer uma pergunta?

 

- Claro prima! Manda! – Ela se mostrava prestativa.

- Todos temos poderes certo?

 

- Sim! – Ela confirmou. – Até mesmo nós duas.

- Que tipo de poderes? – Fingi curiosidade por trás da minha ansiedade.

 

 

- Bom... Você pode tirar as forças vitais, eu posso ver o começo, meio e fim de qualquer coisa como num estagio de crescimento... Meu pai pode ler mentes... – O que? Ai que droga então ele conseguia ler até mesmo a minha. – Jasper controla as emoções, Tia Alice prevê o futuro e Bella bloqueia qualquer um de nós... É como uma defesa, minha mãe protegeu nós duas quando ainda éramos bebes.

 

 

- Ótimo saber!

 

 

- Por que Perola? – Ela perguntou desconfiada. – O que isso tem haver?

 

 

- Me sinto menos mal por ter esse poder que pelo jeito não agradou ninguém. – Ela olhou pra Edward que nos encarava.

 

 

- Não liguei pro papai! Ele... Só está preocupado!

 

 

- Eu sei! – Me irritei ainda mais.

 

 

- Não Perola! Você não deve levar por esse lado... Por favor! – Ela implorou se sentindo culpada.

 

 

- Tudo bem Reneesme Eu vou tomar todos os cuidados.

 

 

- Ah... Mais uma coisa!

 

 

- O que?

 

 

- Foi ele que deu a idéia das luvas! – Reneesme saiu do carro me deixando sozinha, ela encontrou com Edward e partiu abraçada á ele.

 

Pude ver seu rosto sombrio pular de alegria, quando sumiu dali bati as mãos no volante completamente irritada com ele.

 

Merda! Eu não era muito diferente dele, que idiota, imbecil, ele não faz idéia do quanto é difícil pra mim ser assim, minha vontade era de esmagá-lo de todas as formas que eu pudesse... Não só com a minha pele.

 

 

- Droga!

 
 

 

O dia foi divertido fora esse detalhe de que Edward não gostasse nenhum pouco de mim... Eu deveria arriscar e lhe perguntar qual era o problema dele. Todos gostavama de mim e só ele fazia a exceção.

 

 

Eu o ignorei pelo resto do dia embora fosse difícil, tinha algo nele que eu não conseguia explicar, alem da repulsa, era como se me conhecesse antes mesmo de eu existir.

 Eu e Reneesme passamos a tarde inteira juntas, ela me contou sobre o tempo em que fiquei ausente e eu contribui com minha historia, totalmente insignificante perto da dela.

 

 

- Perola você não faz idéia de como todos esses vampiros são protetores e mandões. – Seu jeito de falar saiu engraçado e percebi que há muito tempo não ria como hoje.

 

 

- Que são protetores nós percebemos! Mas mandões...

 

 

- São Perola! Todos eles! Até Tia Alice! – Reneesme deixou de andar por meu quarto sentando-se na cadeira giratória.

 

 

- E quanto aos namorados? Como funciona?

 

 

- Um dilema! – Reneesme riu. – O relacionamento com humanos é estritamente proibido, á menos que o humano aceite a transformação! E relacionamento com lobisomens sem chance!

 

 

- O que? – Perguntei surpresa me aconchegando no puff branco. – Existem lobisomens?

 

 

- Claro Perola! – Reneesme dizia com os olhos brilhando, com certeza existia uma satisfação por trás de seu olhar. – Ainda bem!

 

 

- Até onde sei vampiros e lobisomens são inimigos mortais... – Eu não conseguia compreender a alegria em seus olhos.

 

 

- E são! – A naturalidade em sua voz continuava como se estivéssemos conversando sobre roupas ou sapatos. – Mas não me importo... Existe algo mais neles do que pelos e uivos. – Agora eu estava entendendo onde ela queria chegar.

 

 

- Quem é ele Reneesme? – Fiquei mais curiosa do que antes, era tão romântico e perigoso.

 

 

- Uau Perola! Nem precisou tocar em mim para descobrir. – Corei em com seu senso de humor, eu me sentia um hacker de computadores.

 

 

- Não! Só adivinhei! – Sorri reconhecendo o quanto minha prima estava apaixonada. – Me conta... Como ele é?

 

 

- Tudo bem... O que acha de vê-lo agora?

 

 

- Como? Não podemos sair agora.

 

 

- Não! Toque em mim e você o vera!

 

 

- Eu acho que não vai ser uma boa idéia! – Fiquei com medo do que eu seria capaz com meus poderes, de alguns meses para cá ele estava se desenvolvendo e eu ainda não tinha total controle com ele.

 

 

- Perola! Se alguém pode compreender o que se passa dentro de alguém, esse alguém é você! – Ela parecia desesperada e aflita. – Por favor.

 

 

- Tudo bem! – Eu respondi. – Mas se você sentir dor eu não tento mais.

 

 

- Ok! – Ela sorriu. Tirei minha luva da mão esquerda e toquei sua palma bem devagar. Como num flash pude ver todas as recordações de Reneesme, desde que era um feto, o nascimento, a caçada, crescimento precoce, o carinho com Bella e Edward até seu encontro com Jacob.

 

 

- Ah... – Ela soltou um gemido e no mesmo instante soltei sua mão com medo de tê-la machucado.

 

 

- Me desculpa Reneesme! – Foi o que minha culpa jogou pra fora. Ela parecia um pouco cansada e zonza, porem estava feliz... Já eu conseguia sentir cada grau de seu desanimo.

 

 

- Conseguiu vê-lo? – Ela perguntou enquanto eu recolocava minha luva. Reneesme se levantou da cadeira, mas quase caiu, á segurei e levei-a até minha cama deixando que seu corpo deitasse.

 

 

- Não foi uma boa idéia! – Voltei a dizer.

 

 

- Claro que foi! Agora sei como seu dom funciona e está bem avançado.

 

 

- Legal! Me sinto menos culpada agora! – Me deitei do seu lado.

 

 

- Relaxa Perola! Qualquer um de nós gostaria de ter esse dom.

 

 

- Como consegue chamar isso de dom?

 

 

- Porque é um dom! – Ela riu. – E então? O que achou? – Me recordei de suas memórias e vi o garoto lobo por quem Reneesme estava balançada.

 

 

- Uau! – Soltei um riso. – Jacob! Como... Como aconteceu?

 

 

- Eu estava louca para me apaixonar por alguém, mas os garotos não pareciam ser amigáveis... Minha mãe me disse que o cara certo logo chegaria. E um dia desses fui visitar meu avô Charlie e lá conheci Billy Black, o pai, e meu Jacob.

 

– Ela riu. – Ou droga porque estou te contando você já sabe!

 

 

- Eu sei! Mas prefiro ouvir de você!

 

 

- Sou apaixonada por ele! E ele também é louco por mim... Nosso problema é que quase todos aqui não aprovaram meu relacionamento com ele... Principalmente meu pai.

 

 

- Pelo jeito ele não aprova nada! – Suspirei. Edward estava me incomodando muito por algo que eu nem sabia.

 

 

- Ele é maravilhoso... Mas não consegue aceitar a idéia de me ver com Jacob.

 

 

- E o que Bella diz sobre isso?

 

 

- A mamãe apóia! Diz que ele foi feito pra mim!... Mesmo que todos sejam contra.

 

 

- Reneesme, eu acredito no amor de vocês! Pode ter certeza que a hora certa vai chegar.

 

 

- Eu espero! – O céu poderia estar escuro e sem qualquer esperança, porem ela não queria e não pensava em desistir de Jacob.

 

 Conversamos sobre varias coisas e vencidas pelo cansaço acabamos pegando no sono e novamente voltei a ter sonhos.

 
 
 
A noite era mais escura do que todas as outras, floresta estava úmida por causa da chuva... Não sei o que aconteceu, o caminho para casa estava se perdendo.
Os sopros, rugidos e rosnados tomavam conta do ambiente e o medo nascia de dentro de mim como a chama em uma palha... Meus gritos não alcançavam á ninguém. À uma longa distancia pude ver um homem alto de vestes pretas, seus olhos eram vermelhos e sem ao menos tocá-lo era fácil adivinhar que eu estava em perigo.
De repente ele correu como se fosse me atacar, porem foi em vão... Edward se colocou em minha frente comprando essa luta por mim.
 
 
Acordei no meio da noite e vi que Edward estava silencioso ao tentar pegar Reneesme no colo enquanto dormia.

 

 

- O que faz aqui? – Perguntei assustada, embora um pouco feliz por ver seu belo rosto de mármore mesmo estando um pouco infeliz em me ver.

 

 

- Volte a dormir! Logo todos estarão aqui. – Sua voz era baixa e educada... Um pouco fria e sarcástica também.

 

 

- Aonde foram? – Perguntei ainda zonza e sonolenta.

 

 

- Estão caçando! Vou levar Reneesme para casa. – Antes que ele me desse as costas tive que perguntar.

 

 

- Edward...

 

 

- Sim! – Ele disse com sarcasmos e com pouca vontade de continuar a falar comigo.

 

 

- Você pode ler a mente de todos aqui?

 

 

- Sim! Menos de Bella.

 

 

- Até a minha?

 

 

- Escute Perola, você pode ser uma ameaça... Mas não está imune á nada! – Grosso! Mal educado! Edward Cullen estava indo para minha lista negra.

 

 

- O que quer dizer com isso? – Eu o encarei e rebati irritada com seu pouco caso comigo.

 

 

- É melhor que não faça o que Reneesme sempre quer...

 

 

- Edward eu...

 

 

- Não quero ouvir suas respostas... Eu sei todas elas...

 

 

- Então o que tem de errado comigo? O que eu fiz que te incomoda tanto?

 

 

- Apenas tente ser normal antes que mate alguém.

 

 

- Olha quem fala! – Edward me deu as costas com Reneesme nos braços. Como ele conseguia ser tão ridículo e insuportável? Ele me tratava como se eu posse retardada ou como se tivesse uma doença contagiosa. Eu poderia perguntar mil vezes que conseguiria grosserias e incógnitas.

 

 

Estava sendo cruel fechar os olhos e ver seu rosto me mostrando o quanto conseguia ser frio e... Incrivelmente lindo ao mesmo tempo. Olhei meu relógio, era quatro da manhã, tinha me esquecido que vampiros não dormiam.

 

 

Me aconcheguei em meio aos travesseiros e cobertas e caí no sono novamente.

 
 
Sonhei com Edward novamente, mas dessa vez não era um pesadelo, ele estava em um quarto escuro deitado em uma cama de solteiro com uma garota em seus braços. Ela dormia com tranqüilidade enquanto seus dedos deslizavam por seu braço, ele estava feliz com sua companhia, o rosto da garota era pálido e cansado, aos poucos fui reconhecendo aquele rosto familiar. Ele passou os lábios e o nariz por seus cabelos vermelhos escuros. Ela abriu os olhos e sorriu por vê-lo e no mesmo segundo seus lábios se encontraram num beijo suave e tentador. Quando os lábios se descolaram as pálpebras dela se abriram e estavam azuis...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Metamorfose" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.