Capítulo 3

>>o Ponto de vista: Edward

Acordei e abri os olhos, a Angie piscava devagar e pela segunda vez acordamos juntos.

- Bom dia! – falei sem me mexer.

- Bom dia! – falou e olhou pra baixo, eu segui o seu olhar. Angie estava com a perna em cima da minha, a mão dela estava no meu peito e meu braço estava em volta da cintura fina dela.

- Agora parecemos um casal! – falou ela se ajeitando na cama e deitando reta do meu lado.

- A gente nunca interpretou tão bem. – falei e ela sorriu.

- Para onde vamos agora? – perguntou

- Não sei, eu to com tanta preguiça! – falei e olhei pela janela. – Está chovendo!

- Quer ficar no quarto hoje? – perguntou ela se enrolando mais no cobertor.

- Ótima ideia! – falei afundando minha cabeça no travesseiro. O iPad da Angie começou a apitar e ela tentou ignorar, mas não tava dando certo, então ela pegou ele sem olhar em cima da mesinha de cabeceira. Depois de um tempo lendo ela olhou pra mim.

- Ed, é a Ana. Tá pedindo chamada de vídeo. – falou ela me encarando.

- Aceita, né? – falei com o rosto no travesseiro.

- Oi, Aninha! – falou ela com muita cara de sono.

- Oi, amiga! Acordei você? – perguntou.

- Não acordou não. Edward fala com a Ana. – falou ela e eu me virei encarando a tela.

- Oi, Ana. – falei sem emoção, eu estava com muito sono.

- Você está sem camisa? – perguntou ela curiosa, eu olhei pra baixo e gelei.

- Sim, estou. – falei.

- E por quê? – perguntou um tanto enciumada.

- Porque eu estava dormindo, não levantei ainda. – falei e ela assentiu desconfiada.

- Tudo bem. – falou e Angie colocou o iPad na beirada da cama, eu cheguei mais perto dela pra aparecer os dois ao mesmo tempo.

- Mas fala Ana, aconteceu alguma coisa? – perguntou Angie bocejando.

- Eu e Lucas queríamos falar com vocês! - falou ela e olhou pro lado. – Não é, Lucas?

- Sim, é isso mesmo. – falou irritado aparecendo no visor.

- Aconteceu algo? – perguntei de novo curioso.

- Eu e Lucas conversamos e chegamos à conclusão que vocês devem agir como marido e mulher aí em Paris. – falou assim de uma vez só sem nem parar pra respirar.

- A gente já anda de mãos dadas na rua, o que mais a gente pode fazer? – perguntei e Ana encarou Lucas, mas ele olhou pra baixo.

- Eu quero dizer que vocês devem agir como um casal de verdade, mesmo sozinhos. – falou e o silêncio reinou. Como assim? O que ela queria dizer com isso?

- Por quê? – perguntou Angie tão confusa quanto eu, mas Ana só suspirou.

- Vocês merecem isso, entende? Eu e Lucas sabemos o quanto deve ser difícil pra vocês ficarem muito perto um do outro sem poder fazer nada, só que vocês podem. São casados! – falou ela sem esboçar nenhum tipo de emoção. Eu encarei a Angie que olhou pra mim, eu não estava entendendo nada, por que isso agora?

- Vocês estão terminando com a gente, é isso? – perguntou a Angie e Lucas deu um sorriso sem emoção.

- Sim e não. Até vocês voltarem de Paris, nós terminamos, mas quando voltarem voltamos a namorar. – falou Lucas sem encarar a tela do computador.

- Mas por que isso agora? – perguntei

- Para vocês aproveitarem a lua de mel como ela deve ser. – falou Ana olhando pro chão.

- Vocês só podem estar brincando. – falou Angie rindo, mas eles não falaram nada só encararam o chão.

- É sério isso? – perguntei.

- Já tá decidido. – falou Lucas e desligou a chamada.

Eu olhei pra Angie e ela me encarava sem entender, eu entendia o que eles queriam dizer, mas não quer dizer que eu aceitava isso com naturalidade. Era difícil ver a Angie de roupa de dormir do meu lado sem fazer nada? Era, mas terminar com a Ana para ficar com a Angie, depois ficar com a Ana de novo era muita loucura.

Angie pegou o iPad e colocou de novo em cima da mesinha de cabeceira, depois voltou a encarar meu rosto.

- Você entendeu o que acabou de acontecer? – perguntou

- Nem um pouco, o que eles acham que vamos fazer?

- Exatamente isso que você está pensando. – falou ela e eu entendi o que ela queria dizer.

- Que loucura, por que isso agora?

- Acho que eles acham que não íamos conseguir ficar esse tempo aqui sem nos beijar, então acharam melhor terminarem com a gente até irmos embora.

- Mas a gente consegue! Não consegue? – perguntei e ela olhou pro teto.

- Não sei, Ed. Não sei! A gente consegue?

Eu não respondi nada, porque eu não sabia a resposta. Da última vez que a gente começou a desejar um ao outro nos beijamos e depois decidimos ficar longe, mas aqui a gente não ia conseguir ficar longe um do outro, então o que faríamos se acontecesse alguma coisa?

>>o Ponto de vista: Angie

Eu estava confusa, eu não sabia o que fazer diante da declaração feita pelo meu namorado (ou ex?) e minha melhor amiga. Eu não sabia o que pensar.

- Edward o que a gente vai fazer? – perguntei.

- Agora? Eu pretendo ficar deitado aqui o dia todo. – falou sem olhar pra mim.

- Não Edward, eles pediram pra gente agir como um casal de verdade, eles terminaram conosco. – falei e ele me encarou.

- Aonde você quer chegar com isso? – perguntou

- Promete que você não vai rir? – perguntei

- Sim, prometo.

- É que meu sonho é dançar valsa na Torre Eiffel em noite de lua cheia. – falei e ele soltou uma gargalhada. – Você prometeu que não ia rir.

- Angie, você nunca me pareceu o tipo de garota que tem sonhos românticos. – falou entre risos.

- Não sou romântica, mas não sou insensível. – falei fazendo bico e ele riu mais me deixando irritada. – Vai ficar rindo aí?

- Sim. – falou rindo cada vez mais, eu levantei bruscamente e saí pisando firme, mas senti as mãos dele puxarem minha cintura.

- Desculpa Angie, foi sem querer. – falou me virando para olhar pra ele.

- Você prometeu que não ia rir. – falei e ele sorriu.

- Desculpa, eu só não esperava isso. – falou, mas eu cruzei os braços. – Tive uma ideia.

- O que foi? – perguntei curiosa, mas sem dá o braço a torcer.

- Vamos ensaiar pra não fazer feio. – falou e pegou minha mão.

- Edward eu estou de pijama e você está sem camisa. – falei e ele sorriu.

- O que torna tudo mais animado. – falou e me puxou pela cintura. Começamos a dança pelo quarto, foi muito engraçado. Nós riamos mais do que dançávamos, e depois de tanto rodopiar pelo quarto caímos na cama, um do lado do outro e começamos a rir.

- Obrigada, viu? – falei virando o rosto para olhar pra ele.

- De nada, eu me diverti. – falou me encarando.

- Eu também me diverti. – falei e sentei na cama.

- Que tal serviço de quarto? Eu já to com fome! – falou Ed levantando da cama.

- Ótima ideia! Vou trocar de roupa. – falei entrando no closet, enquanto ele pegava o telefone que ficava do lado da cama.

Já que íamos ficar no quarto, vesti uma calça jeans preta e uma blusa branca, assim que saí do closet Edward entrou.

- O que você pediu? – perguntei mexendo no meu celular, sentada na cama.

- Eu nem falei nada, só falei para que quarto era e eles simplesmente falaram que iam trazer tudo. – falou ele sorrindo saindo do closet.

- Nossa, somos importantes! – falei e ele riu.

- Mas eu não consigo entender por que.

- Tem razão, não faz sentido! – entrei no banheiro rindo, era estranho estar tão próxima e tão distante de Ed. Lavei o rosto e ajeitei o cabelo, depois me encarei no espelho por um momento.

Assim que saí do banheiro, o café da manhã chegou, sentamos à mesa de vidro que ficava perto da sacada, mas dentro do quarto. Não conversamos muito, ficamos presos nos próprios pensamentos.

- O que faremos quando acabarmos de tomar café? – perguntou Ed.

- Não faço ideia. – falei encarando o copo.

- Quer ver um filme? – perguntou olhando pra mim.

- Aonde?

- Aqui mesmo no hotel. A gente desce pra ver qual filme está passando no cinema daqui.

- Por mim tudo vem, mas vou ter que me arrumar.

- Ah não Angie! Você demora meio século pra se arrumar.

- E eu vou vestida assim?

- Não, pode colocar um casaco por cima! – falou rindo me fazendo rir também.

- Tudo bem, mas vamos usar aqueles moletons que ganhamos de casamento.

- Tem certeza?

- Tenho sim, vamos?

- Ok, Angie! – falou ele indo em direção ao closet e pegando os casacos. Eles eram cinza e no meu estava escrito I ♥ Him (Eu Amo Ele) e no dele estava I ♥ Her (Eu Amo Ela) em preto. Vestimos os casacos e nos olhamos no espelho, tivemos que rir e tirar foto, era tão engraçado.

- Vamos esposa?

- Vamos esposo. – falei e seguimos pelo corredor até o elevador. Assim que entramos, aquele casal inglês entrou atrás.

- Alteza Edward, Alteza Angelina. – falou Harry fazendo uma reverência seguido por sua esposa.

- Olá Harry e Emily. – falou Ed. – Estão gostando da viagem?

- Simplesmente adorando! Paris é incrível! – falou Emily – E Vossa Alteza?

- Eu também estou amando Paris! – falei e Emily sorriu olhando pro meu casaco.

- Adorei os casacos de vocês! – falou ela animada.

- Obrigada! – falei sorrindo.

- Eu vi a foto que você acabou de postar no Instagram e já curti. – falou ela me fazendo ficar sem graça.

- Ah, obrigada! – falei e olhei pra Ed que sorria.

- Vocês tiram uma foto conosco? – perguntou Harry

- Claro! – falou Ed sem graça.

Assim que paramos no saguão, Harry pediu pra alguém bater a foto. Depois seguimos pelo hotel em busca do cinema, passamos por corredores, uma piscina e um chafariz, até que finalmente encontramos em um espaço afastado de todo o hotel.

- O que está passando? – perguntei e Ed entrou.

- Não tem ninguém, acho que a gente pode escolher. – falou ele.

- Ótimo porque eu não estava gostando da ideia de ver um filme em francês.

- Mas você sabe falar francês, Angie.

- Sim, eu sei. Mas não quer dizer que eu goste. – falei e ele riu. Entramos no cinema atrás de uma sala para ver os filmes, e a encontramos no canto esquerdo do cinema. Dentro tinha um empregado lendo algo levemente entediado, mas se endireitou rapidamente quando nos viu chegar.

- Sinto muito, desejam alguma coisa? – perguntou em um inglês fraco, mas Ed sorriu e respondeu em francês deixando ele aliviado.

- Gostaríamos de saber se podemos escolher o filme?

- Com certeza, gostariam de algo em inglês?

- Sem dúvida. – falei rapidamente e Ed riu.

- Pode ser. – falou ele e o empregado apontou uma prateleira.

- Fiquem a vontade!

- Obrigado! – falou Ed procurando algo pra ver, claro que a maioria dos filmes eram americanos, mas achei um que a gente pudesse gostar.

- Ed, que tal O Código Da Vinci? – falei mostrando o DVD e ele sorriu.

- Por mim tudo bem! – falou ele e entregou o filme para o empregado.

Sentamos na última fileira bem afastada da tela e o filme começou, nós nos envolvemos tanto na história que mal olhamos quando alguém chegou com a pipoca e o refrigerante.

Quando o filme terminou a gente queria mais assim e pedimos para o empregado colocar Anjos e Demônios, outro filme fantástico. Nós rimos, eu me desesperei em algumas partes e torcemos para dar certo.

Saímos dali depois da hora do almoço, mas resolvemos comer alguma coisa fora dos olhares de todos, então levamos biscoitos e doces para o nosso quarto.

- Qual filme você gostou mais? – perguntou Ed.

- Não sei, difícil dizer. Eu adorei todos os dois, mas estar em Paris e assistir O Código Da Vinci só fez eu me animar.

- Você tem razão! Os dois são emocionantes!

- Concordo! – falei sentando na cama de pernas cruzadas e Ed sentou na minha frente, no meio eu espalhei os biscoitos e doces. – Eu vou ficar enorme de gorda.

- Vai nada, uma vez não vai te matar!

- Matar não vai já engordar...

- Angie, fica tranquila! Pode comer sem culpa! – falou e eu peguei uma barrinha de chocolate e comecei a comer.

- Isso é muito bom! – falei e ele riu.

- Eu sei você devia comer isso mais vezes. Não sempre, mas de vez em quando.

- Posso pensar nisso! – falei e ficamos quietos por um tempo.

- O que você vai querer fazer de tarde antes de ir à Torre Eiffel? – perguntou e eu o encarei.

- Como assim antes de ir à Torre Eiffel?

- Eu pesquisei e hoje é dia de lua cheia. – falou sem olhar pra mim, mas eu sorri.

- Obrigada, viu? Mas não precisa disso!

- Precisa sim, não é o seu sonho? E já que você está casada comigo com quem mais você dançaria?

- Obrigada. E eu não faço ideia do que fazer!

- Já que hoje eu estou disposto a fazer suas vontades, pensei que poderíamos ir à Avenue des Champs-Elysees, a segunda avenida com as lojas mais caras do mundo, perdendo só pra Quinta Avenida de Nova York.

- Ai, meu Deus! A realização de um sonho! – falei animada.

- Eu imagino! Eu acho que você vai querer comprar todas as roupas que você gostar, não é?

- Basicamente isso!

- Então, eu vou tomar um banho porque o dia vai ser longo! – falou levantando indo em direção ao banheiro.

- Eu vou escolher sua roupa! – falei andando até o closet.

- Você sabia que são três km de caminhada? – perguntou de dentro do banheiro.

- Ai meu sonho, três km de luxo e compras! – falei e eu o ouvi rir.

- Já comecei a me arrepender de te dar essa ideia.

- Não se preocupe, eu vou comprar roupas pra você também! – falei.

- Eu não estava preocupado!

- Eu vou me divertir tanto!

- Eu já não posso dizer o mesmo!

- Sim, mas como é o meu marido vai sorrir e fingir que adora.

- Eu sei, eu sou um bom ator! – falou entrando no closet.

- Aqui está a sua roupa! Vou tomar banho! – falei entreguei pra ele a roupa que eu escolhi.

- Eu vou escolher a sua roupa, tá?

- Claro, mas olha lá hem? Nada de fazer experimentos! – falei fechando a porta do banheiro.

- Eu não prometo nada! – falou e eu ouvi a porta do closet bater.