Echo. escrita por nekokill3r


Capítulo 19
Capítulo 19. - Parte 2.




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Por incrível que pareça, tem um vestido dentro da minha mochila. Como isso veio parar aqui, eu não faço a mínima ideia, porquê quando arrumei tudo, eu o joguei para longe. Creio eu que a minha mãe já sabia dessa tal baile e fez isso. Vamos ter uma conversinha quando eu voltar. Pego a toalha e a minha escova para tentar acalmar. Entro no banheiro, e quando eu me viro, tem uma barata lá. Não sou esse tipo de garotinhas que ficam gritando por causa de um bichinho como esse, mas acontece que ela balançou as antenas de um jeito bem ameaçador para mim. Então eu começo a gritar pelo Leo –– não porquê estou tentando ser agradável ou algo assim, e sim por ele estar no quarto comigo antes de eu entrar no banheiro. Ele entra no banheiro e... não adianta nada. Leo é um fracote e está sentado na pia gritando mais que eu. Não acredito nisso!

–– Leo, mata ela. –– sussurro para ele, pois acho que se a barata souber de nossos planos, será pior para nós dois.

–– Eu não! –– ele grita de volta, e não duvido que daqui a pouco caia no chão.

–– Você é homem ou não é?! –– pergunto impaciente.

–– Sou, mas aquela coisa ali tem asas! –– ele responde e creio eu que logo vai começar a chorar.

Me viro para a porta de novo, gritando dessa vez pelo Naruto. Ele estava na sala fazendo sei lá o que, mas tenho certeza de que vai me ouvir. Eu estou enganada quanto à isso, pois embora eu grite mais de cem vezes, ele sequer me responde. Quem vem dessa vez é Jiaraya, que parece mil vezes mais nervoso do que quando chegamos todos molhados.

–– O que está acontecendo aqui? –– ele pergunta, e sua voz parece calma, mas sei o que esforço que está fazendo por dentro para não nos enforcar.

–– Leo não tem coragem de matar a barata. –– respondo apontando para onde aquela criatura continua.

–– Mas não é só por isso, vô! –– Leo diz e olho para ele surpresa. “Vô?” Como assim? –– A barata tem asas, e a situação é totalmente diferente quando isso acontece!

–– Ah, pare com essa viadagem, Leonardo! –– Jiaraya diz e sou obrigada a rir. Ele abre a porta com força, fazendo ela bater na parede e mata a barata com o pé. Ele a pegou e passou perto do rosto do Leo, que quase deu um infarto de vez, e eu ri de novo.

–– Obrigada por nada, da Vinci. –– digo quando ele desce de dentro da pia.

–– Se aparecer qualquer outro bicho, pode me chamar, senhorita. Estarei a espera ansioso para salvá-la. –– ele diz, faz uma reverência idiota e depois vai embora. Aliás, Leo é idiota por completo.

Levo um tempo para terminar de tomar banho, porquê encosto a cabeça na parede e fico pensando em tudo o que aconteceu hoje mais cedo. Não é tanta coisa assim, eu sei, mas foi... legal. E novamente Naruto fez eu me sentir feliz. Sorrio me lembrando dele, e começo a tomar banho de verdade. Decido trocar de roupa dentro do banheiro mesmo, por ele e Leo agora estarem juntos no quarto –– dá para ouvir a barulheira dos dois perfeitamente daqui de dentro. Quando saio, a primeira coisa que faço é tirar dois pedacinhos de algodão e enfiá-los nos meus ouvidos, o que os deixa com uma cara confusa.

–– Podem falar o que quiserem, eu não vou tirar. –– digo e eles voltam a conversarem normalmente.

Tem um espelho quebrado ao meio no banheiro, e estou tentando arrumar o meu cabelo nele, o que não está dando tão certo assim. Vejo Naruto pelo reflexo e sorrio de novo, abaixando o olhar quando ele olha para mim. Leo não percebe isso, pois está mais preocupado em dizer os nomes dos livros que pretende comprar quando voltar para Konoha –– isso foi uma coisa que eu fiquei surpresa em saber, e ainda mais quando ele me disse que estudava na mesma escola que eu, mas à noite. Decido que vou colocar a mesma toquinha preta que eu tanto amo, e deixar o cabelo todo solto. Naruto é o primeiro a sorrir quando me vê.

–– Então, eu vou descer para que vocês possam trocar de roupa... –– digo ajeitando mais uma vez a toca.

–– Não se esqueça de que você continua linda. –– Naruto diz e vou andando em direção da porta sem olhar para frente, e quase como se fosse óbvio, eu bato o rosto lá com toda a força. Leo solta uma risada muito alta abaixando a cabeça e depois entra no banheiro, ainda rindo. Balanço a cabeça, porquê fiquei mesmo tonta só com isso.

–– Você está bem? –– Naruto pergunta desesperado e concordo. Ele sorri. –– Da próxima vez que receber um elogio e for andar, olhe para a frente, pequena.

–– Ah... Tá. –– digo também sorrindo e desço de vez.

Quando me sentei no sofá, começo a rir. Não sei exatamente a razão, mas creio que deve ser pelo o que Naruto acabou de dizer. Como que pode uma pessoa fazer com que eu sorria tantas vezes assim em menos de uma hora? Não sei, mas é ótimo. E eu amo ele; amo o jeito que fala, o jeito que me olha, amo sua risada escandalosa, amo quando me chama de “pequena”, amo quando me abraça, amo seus olhos, amo as três cicatrizes que tem nas duas bochechas fazendo ele parecer um gatinho, amo quando pisca para mim... Eu amo ele. Meu Deus, eu amo mesmo ele. Mas o que eu posso fazer? Só chegar, dizer e depois sair correndo como sempre faço? Não. Eu não posso fazer isso. Seria injustiça com ele. No fim, eu acho que estou como todo mundo: com medo de me machucar. E comigo a coisa é mais séria, pois eu já me machuquei muito, só que com Naruto é diferente. Ele conseguiu a minha confiança em menos de um mês e eu me apaixonei por ele antes que isso também. Como isso foi acontecer?

Como os garotos estão demorando e agora sou eu quem quer ir logo para esse baile, eu subo de novo para chamá-los, mas paro no mesmo segundo em que ouço Leo falando de mim e Naruto rindo.

–– Então é ela a tal garota linda que você ficou falando sobre a semana inteira? –– Leo pergunta e fico confusa.

–– É sim. O que você achou? –– Naruto pergunta de volta.

–– Ela realmente é muito linda. –– ele responde e respira fundo. –– Mas ela não tem namorado?

–– Tem, infelizmente... Porém, ninguém nunca disse que algum dia eu possa ocupar esse lugar! –– Naruto dá uma risada e é acompanhado por mim, que faço isso bem baixinho. –– Eu amo tudo nela.

–– Bem, quem sabe algum dia Sakura não perceba que quem a ama mais é seu melhor amigo, que está bem ao seu lado? –– Leo diz e sou obrigada a sair dali antes que acabe arrebentando a porta e perguntando do que exatamente eles estão falando.

O que foi isso que acabei de ouvir?! Tipo, o Naruto por algum acaso também gosta de mim? Ah, não. Se for verdade, então isso deve ser nomeado como “milagre”, porquê meu Deus! Eu não sei o que falar agora, acho que o melhor a se fazer é fingir que não ouvi nada e agir normalmente. Eu faria isso muito bem, se soubesse. Quando me sento no sofá de novo, dessa vez desabando, não consigo tirar o que ele disse. “Eu amo tudo nela”. Será que isso foi mesmo para mim ou ele estava se referindo a outra Sakura? Pode ser que sim. Com certeza é. Ah, que vontade estou de perguntar para ele quem é essa garota que ele acabou de dizer que ama. Mas, de toda forma, eu acho que deve ser uma garota de muita sorte por estar ganhando o amor dele. E não tenho a certeza de que sou eu pelo fato de que Naruto é uma das pessoas mais populares e gentis que já conheci na vida, perdendo apenas para o meu irmão, então imagino que ele deve ser melhor amigo de muitas outras pessoas além de mim.

Pego a câmera que está perto de mim e começo a ver as antigas fotos para tentar não mostrar que estou, sei lá, confusa? Eu não sei o que o meu pai tem na cabeça, mas não existem mais fotos aqui que não sejam minhas. Tem eu em todos os lugares, até mesmo deitada enquanto via TV destraida demais para prestar atenção de que ele estava tirando uma foto horrível daquelas atrás de mim. Pensei muito sobre isso e, quando voltarmos, eu vou ter uma conversa muito séria com ele. Preciso saber porquê ele está desse jeito comigo.

–– Vamos, senhorita? –– Naruto pergunta de repente e olho para cima, onde ele está estendendo o braço para mim.

–– Ah, vamos. –– respondo me levantando e quase caindo em cima dele.

–– Não vai levar o seu celular? –– ele pergunta novamente, e tenho que pensar um pouco antes de responder:

–– Não.

–– Tem certeza?

–– Quem mais ligaria para mim? –– pergunto como se a resposta fosse óbvia. Os meus pais não vão ficar ligando para cá para saberem se eu estou bem ou se já tentei fazer alguma coisa, acho mesmo é que eles estão aproveitando a situação para ficarem mais juntos. Ou não. Também me passa pela cabeça que eles podem estar no meu quarto procurando tudo o que parece um perigo para mim. Que encontrem a lâmina, por favor, porquê eu sei que não vou conseguir jogá-la fora.

Leo passa o caminho inteiro reclamando da escola e do dinheiro que não tem para comprar mais livros. Tudo bem que ele pode reclamar, mas se fizesse isso um pouco mais baixo, nós três agradeceríamos por toda a eternidade. O problema é que ele me lembra Kiba, por começar a falar baixinho e um segundo depois, já está gritando. Naruto diz que Kiba sente a minha falta, eu sinceramente acho que não. Ele se diz arrependido, mas continua andando com a Hinata do mesmo jeito, e dias atrás eu vi ele batendo em um garoto só porquê ela tinha mandado. Eu não pude ajudar, bem, não se dá para fazer muitas coisas com apenas 15 anos, mas apenas espero que as tais câmeras do Naruto também tenha filmado isso. Não vejo a hora de mostrarmos tudo isso para o pai dela.

–– Então eu disse “mas moça, eu vi esse livro tão barato em um site, porquê não pode fazer por 10 reais para mim?” Agora adivinhem qual era o preço real. –– Leo diz se virando para mim, fiz a mesma coisa, só que com Naruto.

–– Ah, não sei... 30 reais, talvez? –– sugeri.

–– Não, 50. –– ele responde e todos nós começamos a rir.

–– E você queria mesmo que a tal moça fizesse por 10 reais? Você é idiota, da Vinci. –– digo rindo junto com Naruto e Leo junta as sobrancelhas, se virando no banco e cuzando os braços, provavelmente emburrado como a minha mãe.

Quando descemos, ele anda ainda com a cara amarrada e dou um empurrão de leve nele com um dos ombros, então ele volta ao normal de novo. Olho para a frente, para o tal baile e tudo o que vejo é apenas uma pequena cabana onde a maioria das pessoas estão sentadas no chão e algumas tem a coragem de dançar. O que eu me apaixonei quando vi, foi que tinham alguns garotos cantando músicas ao vivo e em inglês! Sorri no mesmo segundo em que percebi isso, e Naruto se colocou do meu lado. Ele pegou a minha mão e descemos, enquanto assistíamos a um Leo correndo como um louco para lá dentro. Dentro é totalmente diferente; as lâmpadas tem, ao que me parece, alguns pedaços de garrafas de refrigerante em volta, e quando elas giram, é como se fosse algum efeito especial. Que coisa genial, Deus do céu! Não tem muito adultos por aqui, e percebendo isso, Naruto apontou para mim lá para fora, onde tinha uma fogueira e todos estavam em volta, alguns sérios ou rindo como o avô dele.

–– Oh! –– Leo exclamou e nos viramos para saber o que era. Ele estava olhando para uma garota ruiva que me fez lembrar de... Gaara! –– Ela é tão linda!

–– Porquê não vai lá e fala com ela? –– pergunto sorrindo e ele me olha ao mesmo tempo espantado e feliz com a ideia.

–– Como assim? O que eu falo depois disso? –– ele pergunta de volta meio desesperado. Olho para Naruto tentando buscar ajuda, mas ele vira o rosto para o outro lado.

–– Bem, você pode perguntar o nome dela primeiro, e a convide para dançar. –– respondo já imaginando que isso não vai dar tão certo.

–– E se ela não quiser dançar comigo? –– Leo está olhando para a garota de novo, que agora também olhou para ele e sorriu.

–– Então você volta para cá e finge que nada aconteceu. –– respondo, mas ele não está mais me ouvindo. –– Oi, Leonardo! Eu ainda estou falando com você.

–– Ah. –– ele diz se virando para me encarar de novo, só que o assunto agora acabou. –– O que eu faço agora?

–– Vai lá, ora! –– digo rindo. Leo não quer ir e começa a olhar para o carro, mas o empurramos e ele quase cai em cima da garota. –– Acho que vai dar certo, hein. Eles combinam.

–– Assim como eu e você? –– Naruto pergunta de volta e acabo rindo em vez de concordar.

–– Seu bobo. –– digo apenas ainda rindo.

E percebo que somente eu e Naruto estamos parecendo bobos aqui em pé, por isso saio com ele. Não que o barulho esteja insuportável, porquê sequer está, mas sim pela minha necessidade de ficar sozinha com ele. Encontramos uma árvore e eu me sento no chão mesmo, enquanto ele faz questão de dar um tapinha antes de aparecer do meu lado. Eu tinha milhões de coisas para perguntar, mas agora todas elas sumiram da minha cabeça ou eu perdi a voz. Fiquei olhando para a frente, onde Leo e a garota ruiva estão dançando –– ele acabou de aproximar o rosto do dela como se fosse beijá-la e ela acreditou, virando-se e depois rindo. Acabo sorrindo junto com a cena, e paro de fazer isso quando Naruto percebe.

–– O que o Leo é de vocês? –– pergunto olhando para ele. –– É que eu ouvi ele dizendo “vô” para o seu avô.

Sou daquele tipo de pessoa que odeia, com todas as forças que tem, usar palavras iguais em uma mesma frase. E agora estou arrependida de não ter concertado o que disse antes, na minha cabeça. Naruto ri disso.

–– Bem, Leo é meio que um “filho”. –– Ele olha para frente, mas eu continuo o encarando. –– Encontramos ele na rua, com 10 anos. Na época, eu também tinha essa idade. Eu e o meu velho estávamos voltando para casa, e foi quando eu vi aquele garotinho todo sujo que estava me encarando. Eu corri para perto dele como um louco, e o abracei. Meu avô achou que eu estava mesmo enlouquecendo, e foi quando eu pedi para que pudéssemos levá-lo conosco para casa. E é claro que o meu velho não o deixaria lá. –– Ele se virou de novo, e parei de olhar apenas para sua boca. –– Crescemos juntos, e depois de um tempo, ele quis morar sozinho. Era uma ideia muito idiota e eu quase o matei para que pudesse ficar, mas não foi assim. Leo juntou todas as coisas e, não me pergunte como, arrumou uma casa não muito longe da nossa. Eu ia lá todos os dias, e mesmo assim parecia... longe. –– Ele forçou um sorriso. –– Eu não sei o que faria da minha vida se aquele cara morresse.

–– Eu entendo muito bem, porquê o meu... –– parei no mesmo segundo. Será que eu devo contar essa história para o Naruto? Eu não sei disso também... Meus pais já devem ter contado. Com certeza contaram.

–– Oh, meu Deus! –– Naruto diz do nada, abrindo um sorriso enorme. –– Está ouvindo? Eu amo essa música! Será que você poderia...?

Ainda levo alguns segundos para entender do que ele está falando, já que estou com algodões e mal estou o ouvindo direito, imagine o que estava falando –– que era, na verdade, uma música agitada que começaram a tocar. E levo cerca de um século para sacar que ele quer que eu dance com ele, coisa que é impossível de acontecer.

–– Sem chance! –– digo balançando a cabeça.

–– Ah, pequena, por favor! –– ele pede e morde o lábio ainda sorrindo. –– Por favor...

–– Tá bom, tá bom. –– digo me dando por vencida e me levantando. Limpo o vestido por trás, mesmo sabendo que não deve estar tão sujo assim. Eu espero que não.

Ele me coloca em sua frente e eu fico parada, e é neste segundo em que a música acaba. Acabo sorrindo por não ter que fazer nada, enquanto Naruto bate o pé no chão e parece ter vontade de chorar. Ainda emburrado, ele berra para a pequena banda que está pronta para tocar outra coisa:

–– Ah, não faça isso comigo! Tem como tocá-la novamente, parceiro?

O vocalista, um adolescente de mais ou menos 18 anos e que parece não ser muito bom das vistas, diz em uma voz calma:

–– Me desculpe, mas não temos permissão para isso.

Isso foi capaz de acabar com a paciência do Naruto, e ele teria conseguido subir no palco e acabo com tudo se eu não tivesse o puxado de volta com força pelo braço. Estou começando a perder a paciência assim como ele, e acho que comigo a coisa vai ser mais feia.

–– Por favor! Posso convencer o cara que te convidaram até aqui pagar mais. –– ele implora.

–– Não trabalhamos por causa de dinheiro, cara. Sabe o que é fazer uma coisa porquê gosta muito? Então. –– o “cara” responde, e embora sua resposta não foi das melhores, ele continuou calmo (mas aposto que por dentro está resistindo a vontade de mandar Naruto calar a boca).

–– Tá. –– Naruto diz apenas, emburrado.

–– Mas vamos tocar para você poder dançar com a sua namorada. –– Automaticamente, eu e Naruto nos olhamos, e acho que automaticamente de novo, ficamos vermelhos. Não quis sequer dizer alguma coisa, porquê metade das pessoas que vieram aqui estão sorrindo para nós dois. Até mesmo Leo assoviou e disse em seguida “Finalmente assumiram!”. Vou matar ele.

Naruto se vira para mim de novo e a música começa. Ele segura as minhas mãos e começa a me balançar de leve de um lado para o outro, enquanto sorri e tenta me passar coragem para dançar também. Então eu me animo, pela primeira vez na vida. As pessoas se afastaram da pista para deixar apenas nós dois por lá e estão batendo palmas, que aumentam quando ele me gira. Estou rindo junto com ele quando a música acaba e encosto meu queixo em seu ombro. Começa uma nova, um pouco triste e ao mesmo tempo romântica. Naruto me abraça enquanto nós nos movimentamos devagar, e me lembro novamente de Gaara e seus beijos. Mas o incrível é que me esqueço dele segundos depois, exatamente no segundo em que Naruto sussurra em meu ouvido bem baixinho:

–– Eu não sei o que faria se você também morresse.

Sorri, porquê foi a única coisa que me pareceu certa a fazer, já que não tinha palavras para responder algo como aquilo.

Naquela noite, dancei mais duas vezes com Naruto e uma com Leo –– a tal garota ruiva não gostou muito, mas deixou mesmo assim ––, e quando estávamos indo embora, cantamos todos juntos embora desafinados a música “Umbrella”, da cantora Rihanna, que Naruto é completamente apaixonado. Novamente me veio aquela sensação de que não estava sozinha, e que quando eu olhasse para trás, três pessoas que estavam comigo naquele carro estariam também estendendo as mãos para mim. Na minha opinião, não existe sensação melhor do que essa, com toda a certeza.

“Em casa”, o avô de Naruto decidiu que íamos todos dormir na sala. Tudo bem, tinha mais de três quartos naquela fazenda, mas saquei que queria fazer com que eu e Naruto ficamos mais próximos possível. O único problema foi Leo, que ronca mais do que qualquer pessoa nessa mundo e nós dois ficamos acordados boa parte da noite –– até jogamos um travesseiro para ver se ele calava a boca, porém ele só se virou para o outro lado do colchão.

Acho que deveriam ser umas 4 horas da manhã quando começou a chover e relampiar, muito forte. Acabei meio que chegando perto demais do Naruto e ele acordou no mesmo instante, já sorrindo. Como pode uma pessoa sorrir tanto assim?

–– Está com medo de chuva? –– ele pergunta ajeitando a coberta sobre os meus ombros quando me virei para encará-lo. Ele me abraça e passo o braço por sua cintura, deixando a minha mão livre no colchão.

Tenho uma certa dificuldade para falar depois de ouvir essa pergunta, pois eu tinha milhões de respostas. Reunindo toda a coragem que me restava, eu respondi baixinho:

–– Não tenho medo de nada quando estou com você.


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Notas finais do capítulo

O AVISO: Como todos sabem, é época de Natal, né... E até os escritores viajam. MAAAAAAAAAAAS, tem uma notícia boa: minha mãe arrumou o net da minha irmã e vou poder escrever para vocês de lá! Então, não desanimem ou abandonem a fic, pois vai sim continuar a ser postada. EEEEEEEEEEEE, queria agradecer a Srta Evans Potter pela linda capa e pela recomendação, muito obrigada por toda a eternidade :33 q.
Até mais, jovens