Adríon estava vindo em nossa direção enfurecido quando uma flecha novamente apareceu em sua trajetória fazendo-o recuar.

– Quem atira essas flechas? Apareça! – Gritava Adríon enfurecido quando uma flecha saiu novamente de trás de uma rocha. – Ai está você. – Então Adríon investiu em direção a rocha e destruiu-a fazendo a poeira levantar, e quando a poeira se dispersou não havia mais nada no local, apenas um Adríon enfurecido.

Isso se repetiu por algum tempo, flechas saindo por detrás de algumas rochas, o minotauro demoníaco indo em direção a rochas e destruindo-as, e depois de um tempo repetindo esse processo ele estava irritado e enfurecido.

Nesse meio tempo eu havia pego Amaya e a tirado do meio do local e a deixado em um canto para descansar.

– Ei bezerro, vem aqui. Deixe-me fatia-lo um pouco. – Falei tentando atrair a atenção dele, e consegui por um momento, mas ao ver Amaya em um canto, ele partiu em direção a ela me deixando sem tempo para reagir.

Como sabia que ela não poderia reagir, tentei jogar uma kunai na direção dele, mas ele não parou pois sua pele era muito resistente e fez as kunais apenas ricochetearem sem causar o menor desconforto.

Adríon continuou seguindo em direção a Amaya, mas antes de fazer qualquer contato um raio caiu sobre sua cabeça e uma figura translucida passou rapidamente deixando alguns cortes nele, fazendo-o recuar. E então tudo ficou quieto por um instante, até que Elizabeth e Mike apareceram armados.

– E então tourinho? Quer brincar? – Disse Elizabeth mostrando as adagas branca e preta. – Que tal eu começar te fatiando?

– Acalme-se Eli, vamos com calma. – Disse Mike, o que me surpreendeu, pois ele é quem pedia calma. – Que tal.... Agora!!

Ao gritar, Mike investiu contra Adríon envolto de raios e Elizabeth foi logo em seguida, eu não tive tempo para uma reação normal e por isso investi junto.

Ao notar, Adríon esperou que chegássemos a uma distancia curta e bateu no chão fazendo-o ondular e atirar todos para cima.

Nesse momento, olhei para Mike acenei e joguei uma kunai, felizmente Mike entendeu o sinal e disparou um raio na kunai fazendo-a ganhar força e velocidade e assim penetrar a pele de Adríon que urrou de dor, enquanto isso Eli investiu e cravou uma de suas adagas em um dos olhos dele.

– Agora vocês pediram por isso! – Disse Adrion irritado e começou a sair vapor de seu corpo e ele começou a ficar mais vermelho. – Agora Morram.

Adrion começou a correr de um lado para o outro ganhando cada vez mais velocidade, enquanto tentávamos nos esquivar, até que Elizabeth tropeçou e não conseguiu desviar e então Mike entrou na sua frente e levou a pancada por ela sendo arremessado para uma parede próxima e ficando inconsciente.

– Mike!! – Gritou Elizabeth enquanto corria na direção dele.

– Espera! Adríon ainda está de pé. – Disse para Elizabeth fazendo-a prestar atenção novamente na batalha, mas ainda olhando para tras querendo saber sobre a situação de Mike. – Mire no peito dele e crave isso lá.

Falei desembainhando minha espada e largando-a em direção ao chão, mas antes de chegar ao chão chutei-a na direção de Adríon, e logo notei que a espada começara a fica envolta de uma camada de vento ganhando velocidade enquanto Elizabeth corria na mesma direção logo atrás, então quando a espada acertou Adríon, Eli colocou todo seu peso em um salto segurando o cabo da espada e cravando-a nele.

Adríon não conseguiu fazer nada além de urrar enquanto tombava. Finalmente derrotado.

Fui até ele e retirei minha espada, o sangue era escuro e espesso, limpei-a e fiquei encarando ao redor, quando notei que Isabela estava segurando Amaya, que já estava de pé novamente, e Elizabeth indo cuidar de Mike, que estava recobrando a consciência.

– Dormiu bem? – Perguntei para Mike rindo, o que me rendeu um olhar nervoso.

– Quer dormir um pouco também? Não me importo de fazer isso por você. – Disse Mike se levantando com a ajuda de Eli.

– Mike você acabou de levar uma pancada, não quer começar outra briga não é? – Repreendeu Elizabeth, e Mike virou a cara.

Nesse momento Todos nos juntamos em um canto enquanto o corpo de Adríon se super-aquecia e virava cinzas.

– Muito obrigada. – Disse Amaya suspirando aliviada. – Se não estivessem chegado poderíamos estar mortos agora.

– Estavamos a procura de vocês, notamos varias explosões por aqui e depois o tornado, e então quando tivemos a certeza de que eram vocês, resolvemos vir para cá. – Explicou Isabela.

– Ótimo Timming o de vocês, como sempre. – Falei brincando. – Eu abraçaria o Mike se eu soubesse que ele não me apunharia, e beijaria Eli, se eu soubesse que Mike não me mataria. – Falei brincando e notei que ambos enrubesceram.

– Ren, não seja tão mal, deixe-os... – Disse Amaya rindo junto de Isabela.

– É Ren, deixe-os em paz. Todos já sabem que um gosta do outros, menos eles mesmo. – Disse Isabela entre gargalhadas, enquanto ambos ficavam mais vermelhos e Mike já olhava para mim com a mão na espada ameaçando sacá-la.

– Ora seu... – Mike disse sacando a espada e apontando-a para mim. – Mais uma palavra e iremos lutar aqui e agora.

Não sei exatamente por que ele ficou com tanta raiva, era algo obvio a forma que eles se tratavam, e também não fui eu quem disse as palavras chaves, por que eles tinha que se irritar comigo? E foi ai que tive uma ideia.

– Já sei! – Falei estralando os dedos e surpreendendo a todos que começaram a me encarar como se eu fosse um louco. – Mike, poderia me levar para encontrar com o rei deste Reino? Tive uma ideia sobre como achar os guerreiros da profecia.

Depois de um momento ainda me encarando como se eu fosse um louco, Mike virou para Elizabeth e ambos assentiram e acenaram para que eu os seguisse. E então os segui junto de Isabela e Amaya.

Fomos andando pela cidade em ruinas, encontrando com alguns demônios que eram perseguidos pelo exercito dos dragões, que agora tinha se reorganizado. E os ajudando caso precisasse, mas sempre seguindo em direção a uma enorme construção em meio a cidade, com uma iluminação dourada como um castelo de cristal.

– Aqui estamos, no palácio real, o rei e a rainha devem estar em alerta, esperem um pouco aqui até eu ir falar com eles. – Disse Mike entrando no palácio, mas na metade do caminho parou. – Eli fique com eles caso algo aconteça, por favor.

– Tudo bem, mas vá rápido. – Respondeu Eli.

Isabela e Amaya trocaram e cochicharam algumas coisas e começaram a rir, enquanto eu encarava a situação e Eli ia até as duas envergonhada para tentar faze-las parar, mas isso só fez com que tudo continuasse, e assim foi por uns 15 minutos até a volta de Mike.

– Pronto, eles estão aptos a recebe-los agora, mas primeiramente, devo avisar as tropas restantes para exterminar o restante dos demônios e começar a reforma do reino. – Disse Mike. – Eli, vem comigo?

Os dois seguiram pela cidade, enquanto eu entrava no palácio seguido por Isabela e Amaya.

Fomos recebidos por guarda que nos pediram para deixar as armas com eles e fomos para um salão onde o Rei e a Rainha estavam. E assim que eu entrei uma mulher me abraçou.

– Filho! – Exclamou a mulher, e quando eu prestei atenção era uma mulher nobre, com roupas reais, provavelmente a rainha. Ela era morena, alta, olhos verdes de pele clara, uma mulher muito bonita até.

– É.. me desculpe mas acho que está me confundindo com alguem. – Falei surpreso tentando me livrar daquele abraço sufocante.

– Perdoe minha Rainha. – Disse o Rei. – Ela ainda está muito triste pelo sumiço de nosso filho, e sua aura é idêntica à dele, por isso perdoe-a. – Explicou indo em direção a ela e abraçando-a, tentando reconfortar a mulher que murmurava “meu filho”.

O homem era alto e cabelos arrepiados e claros, roupas dignas de um rei, e um ar nobre.

– Sinto muito por sua perda senhor... – Disse Isabela esperando que o Rei se apresentasse.

– Meu nome é Chrom, Rei dos Rúnicos. Atual rei, mas não por muito tempo. – Disse o Rei melancólico.

– Por que senhor? Tem alguma doença que os está matando? – Perguntou Amaya aparentemente preocupada.

– Não, mas a cada século, um herdeiro do trono nasce, como tradição, mas por algum motivo nosso filho nasceu em um tempo conturbado, porem como herdeiro do trono. – Explicou o Rei. – Mas nosso filho sumiu 16 anos atrás, e minha esposa, Marie, ainda tem esperanças de que ele ainda vai aparecer.

Após um tempo da explicação, o ar começou a ficar tão tenso que ficou palpável até que Mike e Eli entraram no salão.

– Majestade. – Disse Mike fazendo reverencia junto de Elizabeth. – Como estão as coisas por aqui?

Após explicar as coisas que haviam sido ditas Mike e Elizabeth pararam e pensaram por um tempo até que ele finalmente começou.

– Sim, não só a aura, mas os aspectos de Ren são parecidos com as descrições que o senhor me passou de seu filho. – Explicou Mike. – A cor das escamas, a aura e a essência. Quase tudo, mas antes disso, Ren disse que tem algo para falar com o senhor, se não se importar.

– Fique a vontade meu jovem, diga em que posso ajuda-lo. – Disse o rei tentando soar simpático.

– Obrigado, majestade. – Falei. – O senhor já sabe sobre a profecia não é? Estava pensando em avisar os outros reinos de um Torneio em suas terras, um torneio para os representantes, o que seria uma forma de ver as habilidades dos candidatos à profecia e também o seu caráter. O que acha?

– É uma boa ideia, enviarei agora a mensagem para os outros reinos, mas primeiro pegarei o consentimento do ancião. – Disse o Rei. – Caso tudo ocorra bem, o torneio acontecerá dentro de 15 dias, quando o reino estiver reconstruído, e tudo preparado. Peço que nos ajudem, e cederei um lugar para o treinamento de vocês. Se me dão licença irei falar com o ancião.

E assim o Rei saiu do salão com sua esposa, me deixando refletindo sobre o que eles falaram sobre minha essência, e sobre tudo o que falaram no momento. E parei para encarar Mike para tentar entender alguma coisa, mas fui deixado no salão sozinho.