ANTROPÓFAGO - Diário de um Canibal escrita por Adélison Silva


Capítulo 2
O Ciúme


Notas iniciais do capítulo

Perdido em seu eu, Max se envolve em um ciúme patológico por Érica. Sua vida está voltada nesse desejo de querer está com sua amada, e tudo que vai contra isso provoca a sua ira.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/422069/chapter/2

 

   Eu estava anestesiado, flutuando no êxtase do beijo de Érica. Tocava os meus lábios não acreditando que ela havia me beijado. Me perdia na minha memória, sentindo ainda a fragrância suave do seu perfume e o gosto sagaz do seu beijo. Eu ainda não havia me dado conta, mas já estava me tornando um escravo dessa louca paixão.

  Eu estava sentado embaixo de uma árvore paralisado olhando Érica jogando vôlei com outras garotas. Ela ao me ver embaixo da árvore saiu da quadra e foi está comigo.

 

ÉRICA

(chamando) Thaís, entra aqui no meu lugar. Vou dá um tempo! (já próximo ao Max) Oi! E aí como você está?

 

MAX

— Estou bem.

 

ÉRICA

— Acho que você está chateado comigo, né?

 

MAX

— Não, eu entendi. Eu fantasiei as coisas, foi isso. É que você é a primeira garota pela a qual me apaixonei.

 

ÉRICA

— (sentando ao lado de Max) Talvez seja cedo para a gente falar sobre paixão. Você não acha?

 

MAX

— (entristecendo) Acho.

 

ÉRICA

— Mas você se engana, Max. Aquilo que eu te disse mais cedo, de que eu pensei muito em você e que eu também te quero. É a mais pura verdade. Esse seu jeitinho meigo, atrapalhado mexeu muito comigo. (T) Mas você conhece as regras daqui. Se o Ricardo souber de algum envolvimento nosso, ele poderá contar para a dona Elizabeth. E eu não posso perder a oportunidade de ficar aqui. Você me entende?

 

MAX

— (se animando) Então, isso significa que você ainda quer ficar comigo?

 

ÉRICA

— Claro. Mas vamos ficar escondidos, não precisa ninguém ficar sabendo.

 

MAX

— (nervoso e animado) E... e... eu aceito! Eu te quero muito, Érica.

 

 

Naquele instante Ricardo iria passando, Érica ao vê-lo decide voltar para a quadra.

 

 

ÉRICA

— (levantando) Vou voltar para o vôlei.

 

 

Érica e eu já estávamos bem envolvidos, embaraçados em uma história que tirava completamente a minha noção. Tínhamos que nos encontrar às escondidas, mas isso apimentava mais ainda essa nossa louca paixão. Eram surpreendentes as múltiplas maneiras que encontrávamos para esconder não só da dona Elizabeth, mas também do Ricardo, que a cada dia se tornava uma pedra em nosso sapato. Era só eu estar a sós com Érica para ele se fazer presente.

  Estava na aula de química contando os minutos para terminar logo. Uma aula chata, cansativa, monótona, administrada pela a professora Maria da Soledad que mostrava sentir todo o prazer de nos passar a matéria. Eram irônicas as aulas dela, a coitada ficava na frente falando um monte de baboseiras e ninguém sequer prestava atenção. Ninguém exceto Letícia, essa sim questionava e mergulhava no raciocínio filosófico da nobre professora. Passei a aula toda rabiscando uma folha de papel, tentando desenhar caricaturas que representassem os traços de Érica, e em uma hora ou outra dava uma espiada no relógio, ansioso para encontrar-me novamente com ela.

 

 

MARIA

— (explicando a matéria) As propriedades coligativas são propriedades que se originam a partir da presença de um soluto não-volátil e um solvente. A intensidade da ocorrência dessas propriedades varia de acordo com a quantidade de partículas encontradas na solução. As mudanças sofridas por um líquido que contém um soluto não-volátil, também chamadas de efeitos coligativos, são: Ebulioscopia, Tonoscopia, Crioscopia e Osmoscopia...

 

 

  Finalmente a aula terminou, arrumei o meu material rapidamente, pulei da cadeira em um salta e fui logo saindo da sala. Letícia me acompanhou puxando conversa sobre o tema abordado pela a professora em sala.

 

 

LETÍCIA

— (acompanhando Max) Você entendeu o que a professora falou?  Na ebulioscopia o ponto de ebulição do líquido aumenta, já na tonoscopia ocorre uma diminuição de vapor do líquido. A crioscopia estuda a diminuição do ponto de congelamento de um líquido causado pelo soluto não-volátil. E a osmoscopia estuda o surgimento da pressão osmótica de soluções. A matéria é simples e as fórmulas também não são difíceis, acho que essa matéria vai ser fácil. E você Max o que acha?

 

MAX

— Acho que deu uma bugada aqui no meu cérebro.  (se afastando de Letícia) Depois a gente se fala mais Letícia, agora preciso ir.

 

LETÍCIA

— Gente, me deixou aqui falando sozinha! (abrindo o livro) Eu vou estudar melhor essas fórmulas não posso confiar. Nota baixa, jamais.

 

 

  Vi Davi ao longe, já na saída do portão, e me direcionei a ele com os olhos atentos à porta da sala de Érica, na esperança de vê-la sair.

 

DAVI

— (azarando Suzana que passava por ali) Você está cada dia mais linda.

 

SUZANA

— Vigia não, olha que a dona Elizabeth te pega.

 

DAVI

— Estou vigiando, e estou gostando do que estou vendo. (virando-se para Max que nesse momento já está ao seu lado) E onde está Érica?

 

MAX

— Acho que ela ainda não saiu.

 

DAVI

— E vocês dois como estão?

 

MAX

— Eu estou completamente apaixonado é claro. As vezes eu tenho medo dela não está gostando de mim da mesma forma.

 

DAVI

— Max, vai com calma. Da forma que você está fazendo você sufoca a garota. Vocês estão tendo um lance escondido. Então entenda que nem sempre vai dá pra vocês ficarem juntos. Ainda mais agora com o Ricardo na cola de vocês.

 

MAX

— E se ela não gostar mais de mim, Davi?

 

DAVI

— Cara, isso é um tipo de coisa que pode acontecer e você terá que saber lidar com isso.

 

 

  Eu já compreendia que a minha paixão por ela estava se tornando uma obsessão, Érica era o sentido da minha vida, tinha muito medo de perdê-la, por isso fazia questão de mantê-la o mais perto de mim possível.

  Ao olhar novamente em direção ao corredor que dá acesso a sala de Érica a vejo vindo com um sorriso nos lábios, acompanhada de Ricardo em uma conversa descontraída.

 

 

ÉRICA

— Não sei por que você está tão preocupado Ricardo. A matéria é fácil se você estudar um pouquinho você irá conseguir tirar uma nota boa. Eu estou confiante.

 

RICARDO

— Eu queria ter essa confiança que você tem. Mas eu sou um burro xucro não consigo aprender fácil as coisas não.

 

ÉRICA

— Ninguém é burro. O que acontece é que alguns tem uma facilidade maior em aprender e já outros tem mais dificuldades.

 

RICARDO

— (colocando o cabelo por trás da orelha de Érica) Você bem que poderia me ajudar. Que tal a gente estudar juntos?

 

ÉRICA

— Desde que a gente só estude.

 

RICARDO

— (com o dedo polegar alisa o canto da boca de Érica, como se limpasse algo) Não se preocupe é apenas isso, estudar. Não vai acontecer nada que você não queira.

 

 

  Envolvi-me de um ciúme descontrolado, ao vê-la ali sorridente e íntima dele; a minha saliva descia rasgando amargamente a minha garganta, os meus pulsos tremiam de raiva. Tentei manter-me calmo, mas Ricardo parecia que me provocava. Os dois pararam e Ricardo delicadamente alisou os cabelos de Érica e o pôs atrás da orelha, e com o dedo indicador alisou o canto da boca dela como se limpasse algo. Perdi completamente o controle e parti para cima dele dando-lhe um soco. Ricardo cambaleou para o lado, mas se manteve em pé. Érica, nervosa, soltou um berro:

 

ÉRICA

— Está louco, Max?

 

MAX

— (se justificando) Esse cara estava te tocando!

 

ÉRICA

— Você é um imbecil, a gente estava apenas conversando.

 

  Érica deixou bem claro que não gostou nem um pouco da minha atitude. Saiu apressada na frente desprezando a minha companhia. Fiquei sem chão, eu não queria magoá-la; eu não podia magoá-la. Ricardo, claro, não perdeu a oportunidade de me provocar:

 

RICARDO

— Eu vou pegar leve, não vou revidar esse soco. Até mesmo porque estou vendo que você é um tremendo idiota. Acha mesmo que aquele mulherão vai querer ficar contigo? Se olhe no espelho seu mongoloide.

 

 

  Eu apenas lhe lancei um olhar de desprezo, mas nada fiz. Eu estava triste. Fiquei ali, parado no pátio da escola, tentando digerir o que havia acontecido. Davi se aproximou, tentou me animar:

 

DAVI

— Mandou muito mal. Você tem que controlar mais esses seus pulsos rapaz.

 

MAX

— (chorando) Ela agora deve está me odiando. Eu não aguentei quando o vi tocando ela, parecia que eles iriam se beijar ali na minha frente.

 

DAVI

— Acalme esse seu coração, controle a sua emoção e vai lá conversar com ela.

 

MAX

— Ela não vai querer falar comigo.

 

DAVI

— Você não vai saber disso se você não tentar. Mas primeiro controla essa sua emoção, pelo o que eu conheço Érica ela vai saber te ouvir.

 

MAX

— Você acha isso mesmo?

 

DAVI

— Sim, eu acho.

 

  Eu já não sabia mais como viver sem pensar em Érica, estava completamente dependente dessa paixão. Deixei Davi para trás e corri para procurar Érica. Quem sabe não haveria alguma maneira de me redimir? Fui mais do que depressa até a república, passei feito um furacão pelo portão e pelo jardim, até encontrar Letícia que tentou saber o que aconteceu:

LETÍCIA

— Max!

 

MAX

— (ignorando) Agora não, Letícia!

 

LETÍCIA

— Mas o que foi aquilo na escola?

 

MAX

— Você sabe onde está a Érica?

 

LETÍCIA

— Cara, você está transtornado.

 

MAX

— (grosseiro) Eu só quero saber da Érica. Você sabe onde ela está?

 

LETÍCIA

— Ela está no dormitório. Mas você sabe que não pode ir lá, né?

 

 

  Não dei importância a isso, parecia pouca coisa. Eu estava desesperado e com medo da Érica não me querer mais. Era a primeira vez que ela usou uma palavra tão ofensiva se referindo a mim, é como se eu ainda a ouvisse me chamar de imbecil e isso me torturava.

  Fui mais do que depressa ao quarto em que ela estava e a encontrei feliz conversando com Thais, uma bad girl metida a roqueira, que já foi logo me cobrando satisfação:

 

 

THAÍS

— O que faz aqui, oh, esquisito?

 

MAX

— (se aproximando de Érica) Preciso falar com você, Érica!

 

ÉRICA

— Você sabe que não pode vir aqui, Max.

 

THAÍS

— A dona Elizabeth vai te arrancar o couro quando souber que esteve aqui.

 

MAX

— (insistindo) Por favor, Érica, me perdoe!

 

ÉRICA

— Você tem é que pedir perdão para o Ricardo.

 

MAX

— Não, para ele não. Será que você não percebe que ele está querendo nos separar?

 

ÉRICA

— Então, não tenho nada para te perdoar.

 

 

  As palavras dela entravam como flechas em meu peito. Não entendia como ela podia ficar do lado dele. Eu estava completamente atormentado de ciúme, se eu pegasse Ricardo na minha frente naquele momento... Nem sei o que seria capaz de fazer contra ele.

 

 

ÉRICA

— Acho melhor a gente não insistir mais nisso. Eu não posso ser expulsa daqui, vamos terminar antes que a coisa fique mais séria.

 

MAX

— (chorando) Não faz isso Érica, eu preciso de você. (com ódio) A culpa é daquele desgraçado.

 

ÉRICA

— (recriminando) Chega! Sai daqui Max!

 

 

  Joguei-me aos pés de Érica implorando para reatar. Thaís assistiu tudo aquilo e se revoltou.

 

 

THAÍS

— (saindo do dormitório) Já chega, vou chamar a dona Elizabeth para parar com essa palhaçada.

 

 

Thaís saiu do dormitório e Érica tentou me acalmar.

 

ÉRICA

— Levante-se, Max. A dona Elizabeth vai te expulsar da república se te pegar aqui.

 

MAX

— Então vamos conversar!

 

ÉRICA

— Está bem. (Max se levanta) Mas não agora. Sai daqui antes que a dona Elizabeth chega e te encontre por aqui. Depois eu te procuro e a gente conversa, pode ser?

 

MAX

— Você vai me procurar mesmo?

 

ÉRICA

— Sim, agora vai.

 

 

  Eu parecia um louco, estava completamente sem noção do que fazia. Saí imediatamente da ala feminina e fui direto para o jardim, o mais distante que pude dos dormitórios, sentei embaixo de uma árvore e fiquei meditando, olhando o horizonte ao longe. Naquele momento eu me dava conta de como tinha me excedido. Eu perdi completamente o controle. Eu tinha medo que Érica não me quisesse mais e esse medo me dominava. Era como se algo tomasse conta de mim e procurasse controlar aquilo sobre o qual eu já tinha perdido o controle. Davi veio até o meu encontro preocupado comigo.

 

 

DAVI

— O que deu em você? Ficou maluco cara?

 

MAX

— Ela não me quer mais.

 

DAVI

— Max, desse jeito você sufoca a garota. Tem que aprender a controlar as suas emoções.

 

MAX

— Eu fui ao dormitório feminino falar com ela.

 

DAVI

— Eu sei. Eu falei pra você procurar a Érica para conversar. Mas não pensei que você fosse fazer a loucura de entrar no dormitório.

 

MAX

— Eu precisava falar com ela. Eu amo muito a Érica, Davi.

 

DAVI

— Cara isso está virando uma obsessão. E se prepara, a dona Elizabeth vai te procurar. Pela a forma que a Thaís passou por mim ali, a coisa não vai ficar boa para o seu lado.

 

 

  A notícia de Davi me preocupou. Eu não pensei que a Thaís fosse contar de fato para a dona Elizabeth que eu havia desobedecido a uma das suas regras. Não sei se estava preparado. O que mais me preocupava não era nem eu sair da república e sim o fato de ficar longe da Érica.  O dia passou e nada da dona Elizabeth me procurar, nem ela e nem a Érica que havia prometido conversar comigo.

  À noite estava no refeitório me preparando para o jantar, juntamente com o Davi, e ansioso esperando por Érica. Reparei também que o Ricardo não se encontrava ali e isso me perturbava. “Será que os dois estão juntos?”. Não, Érica não faria isso comigo, não a minha Érica. A incerteza me desesperava, o jantar já havia sido servido e nada dos dois. Davi percebeu a minha inquietação e me perguntou algo óbvio:

 

 

DAVI

— Está inquieto, Max. É por causa da Érica?

 

MAX

— Por que ela não veio jantar? Nem ela e nem o Ricardo. Será que os dois estão juntos?

 

 

Davi levantou um pouco a sobrancelha e entortou o pescoço, franzido a boca como se lamentasse. Notei que ele também estranhou o fato dos dois não estarem presentes, mas mesmo assim tentou me acalmar.

 

 

DAVI

— Cara, se eu fosse você não ficaria pensando muito nisso. Come a sua comida. (os dois começam a comer enquanto conversam) Você teve sorte que até agora a dona Elizabeth não te procurou. Talvez a Thaís não tenha falado nada.

 

 

  Comecei a jantar e, a cada garfada que eu colocava na boca, virava o olhar em direção a porta do refeitório ansioso à espera de Érica. Para o meu desânimo, ela tornou realidade aquilo que eu estava suspeitando, pois apareceu novamente acompanhada de Ricardo. Porém, desta vez, vejo em sua fisionomia algo diferente, ao invés do sorriso encantador havia um olhar cabisbaixo e preocupado. “Na certa pensando em como me explicar a sua traição!”. Érica olhou em minha direção, e eu fiquei ali me segurando, procurando controlar o meu ciúme. Percebi que o Davi não parava de me olhar, tentava ler os meus pensamentos. Ela respirou fundo e se pôs a vir em minha direção, eu fiquei nervoso, balançava as pernas, procurando olhar para o outro lado e, de repente, as minhas mãos trêmulas derrubou o garfo. Agachei-me para pegar e ouvi a sua voz já do meu lado:

 

 

ÉRICA

— Oi, Max!

 

 

Bati a cabeça na mesa ao me levantar.

 

 

MAX

— (passando a mão na cabeça) Não precisa explicar nada, eu já entendi.

 

ÉRICA

— Entendeu o quê?

 

MAX

— Você e o Ricardo.

 

ÉRICA

— Pois saiba que eu fui conversar, sim, com o Ricardo. Com ele e com a Thaís. Pedi para que eles não contassem nada sobre a gente para a dona Elizabeth, eu sei como isso poderia te prejudicar.

 

DAVI

— Mas a Thaís contou para a dona Elizabeth, eu vi quando ela passou por mim.

 

ÉRICA

— Ela não contou. Ela pensou bem e viu que, além do Max, eu também seria prejudicada.

 

MAX

— (aliviado) Então, você e o Ricardo não têm nada um com o outro?

 

ÉRICA

— Nem com o Ricardo e nem com você. Acabou, Max. A gente nunca devia ter se envolvido. Isso foi um erro. Uma tremenda inconsequência da minha parte. A partir de hoje entre nós só amizade, nada mais que isso.

 

 

  Era como se um alívio e um desespero caíssem sobre mim naquele momento. Estava feliz por saber que ela não tinha nada com o Ricardo, e triste por não poder mais beijá-la. Fiquei na minha, tentando dar tempo ao tempo, na esperança de uma hora as coisas mudarem e Érica voltar a me procurar. Voltei a me isolar e me trancar no vácuo da minha solidão. Érica não se preocupava mais comigo, brincava, se divertia, dava gargalhadas com todos, inclusive Davi, mas nunca junto a mim.

 

DAVI

— E aí cara, como você está?

 

MAX

— (tristonho) Estou bem.

 

DAVI

— Foi melhor assim, mano. Essa história de vocês dois não iria terminar bem.

 

MAX

— Eu gosto tanto dela. Ela também parecia gostar de mim. A gente estava bem, mesmo sendo um namoro escondido. (com ódio) Tudo por culpa daquele desgraçado.

 

DAVI

— Ei, vira essa página.

 

MAX

— Eu não consigo. Ela está me evitando, Davi. Ela não quer mais nem falar comigo.

 

DAVI

— Você é muito estressado, Max. Vai acabar fazendo com o que ela perca o direito de ficar aqui. Esse é o motivo dela não querer falar contigo.

 

MAX

— O motivo é ele, o maldito do Ricardo.

 

DAVI

— Pow cara, essa sua obsessão por essa garota já está virando doença. (levantando) Estou indo nessa, você vai ficar aí?

 

 

 Balancei a cabeça positivamente. Deixava-me perder no labirinto da minha mente. Acredito que ela não queria perder a chance de ficar na república e por isso preferia não me procurar mais. Com isso entendi que, muito mais do que o amor da Érica, eu estava perdendo também a sua amizade. Fiquei assim, guardado em meu canto, esquecido e me mordendo de ciúmes, remoendo as minhas mágoas e com uma vontade louca de enforcar o Ricardo.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Érica mais uma vez se afastou de Max, e Ricardo era o pivô disso. O ódio em relação ao Ricardo só aumentava, o que Max fará? Não deixe de comentar.