ANTROPÓFAGO - Diário de um Canibal escrita por Adélison Silva


Capítulo 11
Fim de linha


Notas iniciais do capítulo

Max se sente só, e se tortura por tudo que tem feito. Anda em meio a floresta e surpreende ao retornar a caverna em que vivia.



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Saí do rio tonto e debilitado, triste por não alcançar o meu objetivo e ainda completamente faminto. Um sentimento amargo invadiu o meu ser. Me sentia um inútil, esquecido por todos, largado na solidão, um miserável diante do mundo. A noite fria parecia um manto alto, trazendo consigo a tristeza e a névoa que se enroscava na imensidão dos vales desolados. Amortecendo, e sufocando a voz do vento que soprava e chocalhava os galhos secos no alto das árvores. A névoa coroada por uma luz infiltrava em meu peito um sentimento estranho, que iria acariciando a minha alma ferida e revelando as infinitas mágoas da rejeição. “O que estou fazendo comigo? Onde está aquela fortaleza que havia em mim?” Tudo se desmoronou, fiquei completamente perdido, sem saber o que fazer, nem para onde ir. Completamente definhado em meu casulo relembrando uma paixão ressentida, de um amor que existiu só em mim. Queria poder fechar os olhos e não mais abrir, e assim perceber, que Érica não me pertencia mais, se é que algum dia ela me pertenceu. Queria poder chorar e não perceber que é por ela que chorava. Mas, não conseguia, minhas lágrimas simplesmente representavam o desespero de perdê-la. A minha vida era cruel, me foi negado à oportunidade de ser feliz. E então passava os meus dias com esse fardo pesado Com essa ânsia de querer encontrar o meu grande amor.

  Ao olhar para o lado avistei um cervo preso pelo o chifre em um arbusto espinhoso. Meu jantar! Nunca concordei com a ideia do homem se alimentar de carne de animais. Antes do acidente, acredite, eu era completamente vegetariano, tinha náusea até do cheiro da carne. Mas depois de ficar anos preso em uma caverna, eu não tive muita escolha, ou comia carne de animais ou morria de fome. Seu Baltasar não gostava muito de colher frutas, ele preferia a caça, dizia que era mais desafiador. “Está bem, como se eu não soubesse agora que a maioria era comprada em supermercado”.

  Partir pra cima daquele animal indefeso, e lhe enfiei a faca no pescoço, ele tentava fugir, mas com os chifres presos não conseguia. Estraçalhei o gorgomilo derrubando-o no chão. Em seguida, depois de já matá-lo, fiz um corte sagital em seu abdômen, tirei os seus órgãos para fora e circundei a faca, arrancando o seu couro. Logo depois matei a minha fome com pedaços de sua carne.

  Já de fome saciada, embrenhei por entre a mata procurando um lugar para me abrigar da noite fria, e da chuva que ameaçava vir. No céu as nuvens escuras se juntaram e cobriram o brilho do luar, e o piscar tímido das estrelas. O ribombo do trovão e o vívido resplendor dos relâmpagos turificava o silêncio da noite. Depois de já ter andado um tempo, os primeiros pingos grossos da chuva desciam rasgando por entre os galhos das árvores. Apressei o passo sem nem ao menos saber para onde ir.

  Deparo-me com uma montanha isolada entre a mata, com rochas sedimentares, e coberta com penhascos de arenito de quartzo. Em um de seus lados era cercada por uma vegetação rasteira, formando um espetáculo geográfico incrível. A montanha não era muito grande, e também não parecia estranha, é como se eu já estivesse estado ali. A chuva engrossava, e eu já estava ficando todo molhado, imaginei que pudesse haver alguma caverna naquela montanha, seria um abrigo ideal.

  Ao aproximar encontro um lago cristalino, que desvendava cavernas que pareciam quiméricas, cheias de estalactites e estalagmites. Atravessei o lago que banhava a entrada da caverna e me abriguei em seu interior. Suas cortinas de espeleotemas me revelava o porquê de não parecer tão estranha. De volta naquela que foi minha morada durante os dez anos mais agonizantes da minha vida. Sentei-me escorado em uma pedra, enquanto olhava a chuva que caía do lado de fora.

 

 

MAX

(chorando e falando sozinho) Essa é a minha sina! Retornei ao meu ponto de partida. Mas agora sou um criminoso, aquelas pessoas não mereciam morrer. Exceto o Ricardo, maldito. Ele é o culpado por tudo isso que estou vivendo. Eu não vou desisti, a polícia não conseguirá me prender. Eu preciso encontrar a minha Érica. E se o Ricardo estiver falado a verdade? E se ela e o Davi estiverem juntos? Eu não vou suportar ver isso. (com ódio) Eu mato os dois, eu juro que mato!

 

 

  Do lado externo a chuva banhava a terra, e o vento soprava em uma violência terrífica. Eu já estava cansado, meu corpo ferido pedia repouso, tive um dia cheio. Agasalhei-me por entre as pedras e adormeci.

  Acordei logo pelo o amanhecer, e então me lembrei de que ali foi o cenário do despertar do monstro que morava em mim. Dei-me conta de que havia deixado o corpo da minha primeira vítima estraçalhado sobre as pedras, e ao seu lado seu Baltasar amarrado com a língua cortada.

 

 

MAX

— (falando sozinho) Estou com fome! Espere um pouco, eu deixei o seu Baltasar vivo. Se eu encontrar o seu Baltasar poderei novamente me saciar com a carne humana.

 

 

  Com a apetência mentecapta que estava, até a carne velha do seu Baltasar me saciava. Ainda mais se tivesse a chance de encontrá-lo ainda vivo, a adrenalina do medo me ex citava.

  Levantei depressa, e me pus em direção ao local que havia deixado-os. Não foi difícil encontrar o lugar, conhecia cada compartimento daquela caverna. Mas a surpresa estava assim que cheguei lá.

  O corpo da garota se encontrava coberto por um saco preto, e nem sombra do seu Baltasar. A área apresentava circulada por uma fita zebrada, é como se a policia estivesse estado ali.

 

 

MAX

(escondido no alto da caverna) A polícia esteve aqui. Impossível, a companhia inexperiente do Dr. Moraes, não seria tão ágil.

 

 

  Desci cautelosamente me escondendo por trás de algumas estalagmites, e então, ouvi vozes do lado externo da caverna. Eu não estava sozinho. Mas quem estaria ali? Passei dez anos nessa caverna na esperança de aparecer alguém para me resgatar, e ninguém, nenhuma alma viva. Como agora esse lugar foi descoberto?

 

MULHER

— (off) Uma monstruosidade sem tamanho. Nunca havia lidado com um caso como esse.

 

 

  Por trás das pedras era possível observar entrando na caverna, uma mulher de postura firme e roupas coladas no corpo. Demonstrando sensualidade e ao mesmo tempo um jeito bruto, durona e cômica, deixando claro que não precisava de nenhuma couraça masculina. Ao seu lado um homem jovem, tendo a faixa de uns 37 anos, pele negra, olhos escuros e cabelos crespos. Ambos carregavam no peito o dispositivo da policia civil. Os dois questionavam sobre o corpo da jovem que eu havia deixado sobre as pedras.

 

 

HUGO

— A moça está sem o coração. E pelo o que a perícia indica, se trata de um caso de canibalismo. Quem fez isso gosta de coração bem mal passado.

 

SARA

— Maldito, uma moça tão jovem e bonita. Escreva uma coisa inspetor, eu vou descobrir quem fez isso. Ele vai apodrecer atrás das grades.

 

HUGO

— As coisas não são tão simples assim Sara. Está claro que estamos em meio a um serial killer. O mesmo autor dessa façanha com certeza é também o responsável pelas as mortes em Braço Forte. E pelo o estado que encontramos os corpos, ele é incapaz de ter qualquer tipo de empatia com suas vitimas, ele sente prazer com o sofrimento alheio.

 

SARA

— Se ele não tem piedade, não é digno de misericórdia. Eu quero descobrir quem é esse psicopata o quanto antes, Hugo. Esse cara é uma ameaça pra sociedade. Ainda mais uma cidade tão desprotegida como Braço Forte.

 

 

 

  Psicopata, uma palavra tão forte para me definir. Aquilo doía ao ouvir, pois eu não me sentia assim. Meu peito apertava ao lembrar de cada vítima que eu feri. Como dizer que eu não tenho empatia? Eu não sei o que eu era, os meus desejos e os meus medos me dominavam de tal forma que eu não conseguia mais dominar as minhas ações. Ao decorrer da conversa dos dois, descubro que se tratava de Sara Campestrini, a melhor psicóloga forense do estado, e Hugo Castanho inspetor da policia civil. Os piores bandidos já foram pegos graças as suas investigações. Drª. Campestrini não tinha medo de encarar de frente os malfeitores, parecia que sentia exatamente o que se passava na cabeça do criminoso e usava de sua psicologia para tentar desvendar o que ocorreu na cena do crime.

  Fiquei preocupado, desesperado. Se fosse preso não conseguiria mais encontrar a minha amada Érica. Eu tinha que encontrar uma maneira de sair daquela situação. Mas como, pra onde?

  No mesmo instante chegava ali o capitão Álvaro Azevedo responsável em liderar a tropa de polícia.

 

 

ÁLVARO

— Eu já ordenei aos meus homens para vasculhar toda a floresta.

 

SARA

— Espere! É provável que o culpado disso tudo esteja em Braço Forte, analisando esse corpo e comparando com os encontrado lá, é possível notar que essa vitima veio primeiro. É importante que faça uma investigação rigorosa lá na cidade.

 

ÁLVARO

— O Dr. Moraes ficou lá, deixamos com ele alguns dos policiais civis, e a ordem dada foi para que averiguasse tudo.

 

HUGO

— Se ele se sentir encurralado, ele fará mais refém. Não podemos permitir que mais gente morram. Talvez o Dr. Moraes não dê conta do recado.

 

 

Preocupei-me, a caverna estava cercada, e eu sem saída. Tinha que encontrar um jeito de sair dali.

 

 

MAX

(falando sozinho) E agora para onde eu vou? A polícia cercou toda a floresta e a cidade de Braço Forte também. Eu não posso ser preso, não antes de encontrar o meu amor.

 

 

  Dei discretos passos para trás agachado ao chão, não poderia chamar a atenção deles. Aproveito que estavam envolvidos tentando descobrir como eu havia matado a jovem, e qual a melhor maneira de me pegar. Subi por entre as cortinas de pedras escorregadias, tomando direção ao topo da caverna, sabia que ali havia uma saída. Não se podia ter acesso a ela senão mediante a uma escalada quase impossível, pedra por pedra, ao longo da parede interna vertical.

  O cilindro de pedra estéril e sem degraus era terrível e ruinoso, mais sinistra por conta de alguns morcegos que se escondiam por lá, de suas asas eram possível ouvir ruídos medonhos. Eu apalpava os húmus de minhocas deixados nas reentrâncias em meio às rochas. Súbito após uma escalada infinita, através daquele precipício, finalmente alcancei a saída da caverna.

  Coloquei a cabeça para fora lentamente, e olhei ao longe. Conferi se não havia nenhum dos soldados a espreita. Como não avistei ninguém fui saindo lentamente de corpo rente ao chão. De lá de cima era possível ter uma visão longínqua da área, e assim observar os passos dos policiais. Fui descendo a montanha me escondendo por trás de algumas árvores que cresciam em seu paredão, escalando cautelosamente as pedras e ao mesmo tempo atento para não ser descoberto pela a polícia.

  Ao alcançar uma altura próxima ao chão observo um dos policiais distraído urinando atrás de um zimbro, poucos metros de onde eu estava. Não poderia ser descoberto por ele.

  Desci silenciosamente e o ataquei com um só golpe, acertando-o com uma pedra na nuca. Ele deu um gemido sufocado e deslizou para o lado. Sem esperar muito, passo a faca em seu pescoço um pouco abaixo da sua mandíbula. Dou-lhe repentinas apunhaladas em todo o corpo, para não ter chance nenhuma de sobreviver. Um batalhão armado estava a minha procura, não poderia confiar apenas no poder da minha faca. Aproveitei a morte do policial e peguei sua arma, tinha que me garantir diante da tropa da policia civil, ainda mais quando descobrirem o corpo do colega.

  Saí do local em que estava mais cauteloso do que nunca, fui me escondendo beirando os paredões da montanha, procurando me distanciar o máximo da entrada da caverna.

  Mas mesmo ao longe pude observar o pessoal do IML aproximando do local, na certa para buscar o corpo da jovem. Fiquei horas agachado atrás de uma árvore observando. Não demorou muito pra equipe do IML levar o corpo da jovem. A floresta era fechada e assim dificultava a entrada de veiculo, tiveram que carregar o corpo em uma maca até descer toda a montanha de onde se localizava a caverna. Pois não foi possível aproximar o carro do IML.

  Minutos depois vejo um policial chegando afoito e conversando com Sara, Hugo e Álvaro que se mantinham na entrada da caverna. Logo os três o acompanharam, e assim me dei conta que haviam descoberto o corpo do policial que eu havia matado. Mas do que depressa, procurei fugir dali, sabia que depois de analisar o corpo a Drª Campestrini iria perceber que eu ainda estaria por perto.

  Fugi pela a mata, cortando pelo o lado mais fechado da floresta. Naquele momento a polícia ainda se mantinha toda reunida, próxima à caverna. Mas tinha certeza que as ordens dadas seriam para que se espalhassem, pois agora sim teriam certeza que eu estaria por perto. Eu não tinha a menor ideia para onde estava indo, conhecia a caverna como a palma da minha mão, mas tudo ao redor pra mim era desconhecido, meu plano era me distanciar o máximo possível.

  Corri durante um bom tempo em linha reta, já cansado diminuo os passos, parecia que eu já estava longe o bastante. Fui andando vagarosamente tentando achar um destino. Eis que não muito distante vejo alguma coisa ou alguém, mexer nos arbustos próximos. Lembrei-me do revólver que carregava comigo. Mas não poderia atirar, o barulho produzido pelo o disparo poderia entregar o local exato em que eu estava. Fui afastando e me escondendo deixando que se revelasse quem estava oculto.

  Não, não era a policia! Eis que uma onça pintada surgiu por detrás da mata, de olhar fixo em meu rumo. Dessa vez eu não era o caçador e sim a caça daquele animal feroz. Mas diferente do ser humano os animais atacam por extinto, ela só iria me atacar se estivesse se sentindo ameaçada ou por ventura estivesse com fome. Fiquei inerte só observando os seus passos, ela me olhou por um instante e logo abriu um rugido. Não era de costume a presença de um ser humano naquele local, então eu era sim uma ameaça pra ela.

   Fui dando leves passos para trás pensando em fugir. Mas como apostar uma corrida com aquele felino feroz? Talvez se dando conta da minha tentativa de fuga, ela se levantou em um salto e abrindo um rugido medonho, derrubou-me no chão. Usei o meu braço esquerdo para proteger o meu rosto, enquanto ela tentava abocanhar o meu pescoço. Trazia na mão direita a minha faca, enfiei-a em sua garganta. Ela se afastou para trás e balançou a cabeça tentando aliviar-se da dor. Logo depois me olha fixo novamente e prepara um novo golpe. Meu braço se feriu com o ataque da onça, não poderia permitir mais um ataque. Segurei firme o revólver e lhe dei um tiro em sua testa, exatamente na altura da glabela. Ela deslizou lentamente e caiu no chão. Estava morta.

  Os pássaros levantaram voo por cima das árvores, me mostrando a besteira que havia feito. Com o baralho produzido pelo o tiro, não seria muito difícil a policia me encontrar.  

 

MAX

(falando sozinho) Eu não devia ter atirado, a polícia agora poderá me encontrar. Estou cansado não aguento mais fugir.

 

 

  Fugir era a única maneira que eu tinha de escapar, não poderia permitir que a polícia me pegasse. Meu braço sangrava, pois havia machucado com o ataque da onça, fui andando até me aproximar de uma lagoa, agachei-me e lavei o sangue. Cortei um pedaço da minha camisa e fazendo uma faixa o amarrei.

 

 

POLICIAL

(off) Paradinho aí, põe a mão sobre a cabeça!

 

  Olhei levemente para trás, era um policial me apontando sua arma.

 

 

POLICIAL

(assustado ao ver o estado de Max) Ah meu Deus! Fique de pé e com a mão sobre a cabeça.

 

 

  Eu continuava agachado o encarando.

 

 

POLICIAL

Levante-se rapaz, eu posso atirar!

 

 

  Continuava a me dá ordens, mas não o obedecia. Fiquei ali, agachado próximo às margens da lagoa, de olhar fixo nele. Ele iria me rodeando com a arma em minha direção, dava pra ver em seu olhar o pânico, talvez por perceber que eu não demonstrava medo algum. Segurei firme a minha faca e levei a mão para alcançar o revólver que estava ao meu lado, ele disparou um tiro no barro próximo aos meus dedos me recriminando.

 

POLICIAL

Não tente nenhuma gracinha!

 

 O tiro fez com o que os pássaros mais uma vez levantasse voo, e ao mesmo tempo um gambá se moveu atrás de uma moita de taioba. Foi o suficiente para o policial se distrair rodando o rosto para o lado.

  Mas do que depressa o ataquei com toda minha fúria. Ele tentou reagir, no entanto já era tarde. Enfiei a faca em seu abdome, e contorci com toda minha força. Mesmo ferido ele ainda tentava achar um jeito de atirar em mim, mas eu segurava firme o seu braço. Com o cotovelo dou-lhe um golpe no rosto, derrubando-o no chão. Com uma mão aperto o seu pescoço enquanto com a outra vou contorcendo a faca, rasgando todos os seus órgãos. Gemia de dor, e seus olhos fechavam aos poucos. Estrebuchado no chão já não tinha mais vida.

  Levantei de cima do cadáver e fui afastando aos poucos. O seu sangue descendo quente pigmentando o barro da lagoa, era um convite para saciar a minha fome. Desejava fortemente degustar a carne daquele homem. Ali naquele lugar estava somente eu e ele, talvez aquela fosse a minha única chance de provar mais uma vez a carne humana.

  Agachei-me novamente do lado do corpo, e fui cortando pedaços do seu peitoral com os meus dentes. Rasgava os seus músculos com a minha própria boca. Aquilo me dava um prazer incomparável. Seu sangue escorria pelo o canto da minha boca e descia lavando até o meu queixo, onde formava gotas que respingavam no chão.

  Distraído com o deleito que sentia em provar a carne humana sou surpreendido pela a tropa da policia civil. Diante de mim estava Álvaro Azevedo com a arma apontada em minha direção, e pasmo por me encontrar naquela situação.

 

 

 

 

ÁLVARO

(apontando a arma para Max) Põe os braços sobre a cabeça! Isso é uma ordem rapaz, levanta com os braços sobre a cabeça.

 

 

  Fiquei por um instante parado de olhar fixo a ele, como havia feito com o policial. Tentava achar alguma maneira de fugir dali, mas para todo lado que eu olhava via um policial apontando a arma pra mim. Incluindo Hugo e Sara Campestrini. Eu não tinha saída.

 

 

SARA

— Você não ouviu?

 

HUGO

— Talvez ele seja um selvagem, e não entenda a nossa língua.

 

SARA

(aproximando mais de Max) Vamos ver se ele continuará sem entender quando a bala atravessar o couro dele. Eu mandei você levantar os braços!

 

HUGO

(recriminando) Sara! Se afaste, deixa que a tropa do capitão Álvaro cuide disso.

 

 

 

  Preferi não testar sua ira, a obedeci e fui levantando com as mãos sobre a cabeça e encarando fixamente Sara Campestrini. Álvaro apalpa o meu corpo no intuito de encontrar alguma arma. Não encontrando nada, abaixa os meus braços e me algema.

 

 

SARA

— Vamos levá-lo para a delegacia de Braço Forte, lá eu o interrogarei.

 

 

  O olhar frio de Sara Campestrini me importunava. Eu estava sobre o poder da polícia. Como eu escaparia agora?


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Notas finais do capítulo

Preso!
O que Max mais temia aconteceu. Como ele fará pra encontrar Érica agora? Será esse o seu fim? COMENTEM...



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