O Dia Seguinte escrita por ChatterBox


Capítulo 6
Oui


Notas iniciais do capítulo

Olááááá genteeeeeEu sei que demorei dessa vez, mas o importante é q cumpri minha promessa de escrever essa fic até o fim (coisa q n faço a muito tempo kkkk) Estou felicíssima com os reviews q ando recebendo e queria agradecer todo o incentivo de vcs, isso está realmente me ajudando muito :DSó isso mesmo amores Boa leitura,Beijocas, Anonymous girl writer s2.



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– O que está fazendo...?

Repudiei, num balbucio de insatisfação, tirando a minha mão com força da mão dele.

Este me puxou pela cintura e me colocou contra a parede, com o rosto próximo ao meu, quase que ignorando o que dizia. O seu olhar esbanjava certo desejo e uma pitada de maldade que estava me deixando um pouco apreensiva.

– Estou dando a você o que quer.

Sussurrou de volta, e aproximou-se mais ainda, fazendo a sua pele tocar na minha e provocar arrepios no meu corpo.

– Do que está falando...?

Tentei impedir que continuasse, mas só de sentir o seu hálito novamente na minha língua, a minha voz ficou falha e quase inaudível.

– Você quer me beijar, não quer, Maddie...? Por que continua fugindo do que quer... E não me dá uma chance de fazê-la querer mais ainda?

Sugeriu, com o timbre de voz que pouco conseguia me fazer pensar, só me tornava ainda mais entregue àquele charme, e a beleza do corpo que me rodeava naquele instante. E foi quase instantâneo o seu beijo.

Os lábios tocaram-se nos meus com cuidado e perfeita harmonia. Fiquei muda, e senti as suas mãos segurarem meus quadris e me puxarem para perto, onde pude sentir o seu peitoral duro, provocando milhares e milhares de ondas de excitação que se espalharam pelo meu corpo num ritmo recorde.

Abracei a sua nuca, e deixei que me erguesse do chão, enrolando minhas pernas na sua cintura e me entregando ao beijo perfeito. Entrelacei meus dedos em seus cabelos, e deixei que nossas línguas brincassem uma com as outras livremente.

E mal conseguia pensar em um lugar que quisesse estar, mais do que aquele. Minha hesitação, meu medo, sumiu, e deu espaço para uma imensidão de certeza e satisfação.

As mãos de Nick deslizaram sobre minhas coxas, e seguraram o meu cabelo, quando ambos já não tínhamos fôlego para respirar.

Quando ele desceu seus lábios pelo meu pescoço eu me alarmei e me soltei dos seus braços, me deixando em uma distância segura o suficiente para dizer:

– Não vamos tão rápido.

– Mas nós já fomos rápido noite passada.

Retrucou ofegante.

– Eu sei, mas...

– Não precisa dizer nada. – me interrompeu, e de repente parecia muito conformado. – Não vou fazer nada que você não queira, está bem? Quero provar que pra mim você é diferente. Então, vamos nos deitar aqui e dormir.

Ele indicou a cama e começou a se acomodar para voltar a dormir, me deixando tão surpresa que fiquei minutos extensos boquiaberta, antes de conseguir dar mais um passo e fazer o que ele disse.

Me deitei do meu lado da cama, e senti o seu braço grande me envolver, e um assobio no meu ouvido me trouxe um calafrio:

– Mas podemos dormir abraçados, não é?

Perguntou, mordendo o lábio inferior. Entrelacei meus dedos com os dele e respondi num murmúrio:

– Podemos sim.

Sorri, e ele me deu um beijo no rosto como resposta. E fechamos os olhos, para adormecer nos braços um do outro.

****

Acordei de manhã, e senti que tinha um buraco no estômago. Estava faminta, e minha barriga roncava em reivindicação. Abri o olho, e um pacote caiu do meu lado e me deu um susto.

Nick estava de pé, e jogou o sanduíche de ontem, embalado do meu lado.

– Está com fome, não está?

– Estou.

Respondi num tom desesperado, e peguei o pacote para desembalar com pressa. Sentei-me na cama e o encarei de pé. Estava com um sorriso travesso no rosto e me medindo de cima abaixo.

– O que foi?

Quis saber.

– Ah, nada. –Agachou-se para me olhar nos olhos, sentada na cama. – Só que você perdeu a timidez bem rápido ontem.

Corei, e desviei o olhar, desconcertada.

– Ah, não fica se achando por isso, tá?

Levantei, dando uma mordida no meu sanduíche, ele mordeu o lábio e continuou me olhando de braços cruzados, agora sentado na cama, enquanto eu andava pelo quarto procurando as minhas calças para vestir. Agora não fazia mais sentido me esconder, porque... Vocês sabem por quê.

– Pra onde vamos hoje? Provavelmente a polícia já deve estar a nossa procura?

Eu quis saber, já com a preocupação caindo sobre a mente.

– Não sei, vamos andar por aí, perdidos nas ruas de Paris como ontem. É nossa única escolha.

Nós dois nos arrumamos, com óculos e chapéus de disfarce e seguimos para o lado de fora. Pegamos mais um metrô e partimos até o rio Sena, onde deveriam existir mais pontos turísticos para se ver.

Andamos pela calçada e tiramos algumas fotos juntos. Enquanto eu olhava para Nick eu pensava em como seria se realmente continuássemos juntos. Eu não queria criar expectativas e me iludir a ponto de pensar que ele iria querer algo sério quando voltássemos, estávamos só nos conhecemos.

Mas ao mesmo tempo, quando estávamos juntos, algo parecia certo. E não sabia até quando isso poderia crescer.

Estávamos na margem do rio sena procurando algo para almoçar quando já entardecia, quando Nick pegou no meu braço com agitação.

Olhei para ele, e estava com o olhar fixo e meio pálido em direção à alguma coisa adiante. Percebendo que queria que eu olhasse, eu vi dois guardas franceses, que estavam andando pelos bares e perguntando coisas em francês como se quisessem informações sobre algo, ou alguém, e logo me lembrei da situação em que estávamos.

Nos encaramos tensos e fiquei uns instantes imóvel, sem saber para onde ir, olhando para os guardas de espreita como se fossem nos notar à qualquer momento.

– E agora...?

Eu murmurei para ele, entre dentes, como se pudessem ouvir. Nick esfregou o cabelo transtornado e em seguida me falou, num sufoco:

– Vamos agir naturalmente e dar o fora daqui o mais rápido possível, não podemos deixar eles nos perceberem.

Engoli o seco, e o segui, segurando forte no seu braço, pela margem do rio Sena, tentando chegar o mais longe possível em passos lentos e naturais, enquanto minhas pernas estavam bambas e endurecidas ao mesmo tempo, como se aquilo fosse possível.

Algumas vezes eu olhava em direção aos policiais, para ter certeza de que estavam distraídos, e em uma dessas olhas, vi que ele focou na minha direção e parou. Disfarcei rapidamente e fingi estar olhando para o horizonte com tensão, quando ouvi de repente ele trovejar:

Arrêté!

E apontar para nós, andando na nossa direção com as mãos no quadril, no cinto onde estavam penduradas as suas armas, e paramos no mesmo instante, nos fitando de boca aberta de desespero e olhos arregalados como se estivéssemos perto da morte.

– O que faremos...? – eu grunhi, com ódio.- Ele nos reconheceu!

E logo o segundo guarda, mais longe, também estava vindo ao nosso encontro. Era o fim, sentia uma onda de adrenalina e pânico nas minhas veias e toda a minha vida estava passando diante dos meus olhos, como se estivesse prestes a ser enforcada.

E foi então que ouvi a resposta de Nick em forma de um rosnado:

– Corre... – e mal pude acreditar, olhei na sua direção com confusão, mas estava muito sério. – Corre...!

Grunhiu mais alto, e assim que fez, antes que pudesse argumentar, as pernas de Nick se movimentaram com rapidez pela calçada, e como tinha as mãos pregadas no meu braço, puxou-me consigo e fui obrigada a fazer o mesmo.

Não acreditava no que estávamos fazendo e ao mesmo tempo era tarde de mais para voltar atrás, assim que fizemos isso, os dois guardas estavam atrás de nós, correndo e gritando em francês como se pudéssemos entendê-los a todo momento, e sempre a mesma palavra: “Arrêté! Arrêté!”, seguida por “Police!”. Provavelmente queriam que nós parássemos de correr.

Mas estávamos longe de fazer isso, estávamos dando voltas pela margem do rio, correndo até nossos pulmões estourarem, e tentando despistá-los, nos misturando entre as pessoas que passavam.

Mas nada parecia adiantar, os dois policiais estavam em ótima forma, e mal pareciam se cansar, ao contrário de nós, que estávamos ofegando como loucos em uma maratona.

Via no olhar de Nick, que ele estava tentando pensar rápido no que fazer, mas diante do cansaço, já estávamos perdendo a velocidade e sendo alcançados pelos dois policiais. Meu coração estava acelerado e os pulmões descompassados quando paramos em frente ao rio, e Nick de repente falou:

– Vamos pular no rio...! – entre um ofego e outro, e eu quase desfaleci ali no chão, perplexa.

– O quê?? Mas...

Antes que pudesse continuar ele olhou para trás, viu os guardas se aproximando e de imediato, puxou meu braço em direção ao rio, e pulando a cerca, jogou-se na água. E consequentemente, eu também.

A água gelada penetrou em meus poros, provocando um choque térmico e cruel. Emergi na água segundos depois com euforia e o fôlego raro, a mão de Nick segurou a minha e os policiais ainda nos seguiam, correram até a margem e pararam, nos fuzilando com ódio no olhar.

– Vem, nada até embaixo da ponte!

Nick pediu, e no mesmo instante eu mergulhei, com o coração acelerado e me direcionei a ponte que estava ali perto. Os policiais, estavam conversando em seus walk-talkies e cercando a margem como se quisessem esperar que saíssemos. Para mim era o fim da linha, e quando cheguei embaixo da ponte eu lembrei disso e deu um soco no ombro de Nick, com raiva, segurando-me nas paredes da ponte onde nos escondemos.

– Olha o que você fez! - trovejei, zangada. – E agora? Eles sabem onde estamos e vão nos achar!

– Não, eles não vão! – ele retrucou. – vamos sair daqui e ir até o final desse rio. Eles não vão poder nos achar depois disso, não vão poder ficar aqui para sempre também.

– E como vamos nadar até o fim do rio??

Estava pasma com aquela inconsequência toda.

– Eu vou dar um jeito...

– Vai dar um jeito? É mesmo? E essa água contaminada e suja? Não sabe que o rio Sena é um terror de poluição? Se não sairmos presos, nós vamos sair mortos!

– Dá para parar de gritar? Eles não podem nos ouvir, lembra? – me alertou. E tentei me acalmar no mesmo instante, inflando o peito de ar e tentando me fazer acreditar que tudo daria certo. Mas não estava funcionando muito. – Escuta, eu só acho que foi uma boa fuga, só temos que dar um jeito depois de sair daqui para mantê-los em distância...

E foi então que parou encarando o teto e começou a rir, como se achasse graça disso tudo. Fiquei em choque lhe fuzilando com o olhar e sem poder acreditar que estava realmente tão tranquilo.

– Você está rindo?

– Sim, estou. – concordou com a maior cara-de-pau.

– Acha isso engraçado? Acha mesmo?

– Sabe o que eu acho engraçado? Tudo isso. Eu e você e toda essa loucura... Não acha que isso daria um bom filme?

Estávamos ambos encostados na parede da ponte e totalmente encrencados e realmente não conseguia ver nenhuma coisa divertida nisso.

– Eu não consigo te entender, sabe?

Apenas dei de ombros, estava tão transtornada que não tinha condições de me irritar. Nick era imprevisível e estava na hora de aceitar isso.

– Nem eu. Não consigo me entender. – ele admitiu. E o encarei um pouco surpresa e vi os seus olhos castanhos cintilarem um pouco, quando olharam pra mim. – Mas quando estou com você eu acho que tudo faz mais sentido.

Eu não quis entender. Só sei que simplesmente nos entreolhamos e meu coração bateu forte e acelerado. O ambiente podia não ser favorável, mas a face de Nick e as suas palavras eram atraentes o suficiente, para me fazer esquecer de tudo e me entregar ao seu beijo.

Por um instante eu senti que a nossa ligação era tão intensa. Enquanto nossas bocas se entrelaçavam e as línguas brincavam umas com as outras. A mão molhada de Nick estavam em meus cabelos, quando ele me puxava pela nuca para intensificar o beijo. E sem dúvida um fogo invadiu as minhas veias e me fez me sentir tão viva quanto nunca estive.

Era como uma pequena dose de tranquilidade, estar em seus braços. Como se tudo de repente valesse a pena. Nem as confusões e enrascadas em que nos metemos pôde evitar a nossa união, e o fato de que quando estávamos juntos, tudo acabava ficando bem. E eu podia confiar nele.

A medida que o beijo foi se intensificando a sua mão desceu pela minha cintura, e como estava dentro da água, a sensação foi ainda mais maravilhosa e provocou uma inestimável onda de desejo naquele momento.

No entanto, nós ouvimos um som, e uma movimentação nas águas e nos afastamos aos poucos, olhando em seguida para o barco que vinha em nossa direção. E quase que tivemos um ataque cardíaco.

Era uma balsa. Sim, mas não era uma balsa qualquer. Era uma balsa policial e tinha os dois policiais que nos perseguiam minutos atrás, bem na frente, nos encarando com expressões carrancudas. Pararam bem ao nosso lado e ficamos congelados, de olhos arregalados.

Meu sangue esfriou. E não sabia o que dizer, ou fazer, era o fim da linha. Como se todas as possibilidades de escapar estivessem esgotadas e agora era hora de nos entregar ao desespero.

Augmenter.- gesticulou o policial mais velho, com um bigode grisalho e grosso sobre o lábio. Parecia que queria que subíssemos no barco. – Subam.

Falou em nossa língua, devia ter se dado conta de que não éramos dali. O segundo policial foi até a borda e nos jogou uma escada de corda e madeira, ficaram ambos com as mãos na cintura e pose autoritária.

Eu ainda estava imóvel e não conseguia me mover. Mas Nick estava mais controlado e nadou em direção ao barco, puxando a minha mão para que fosse com ele. Era o fim.

Era tão jovem para ter uma ficha suja ou ficar atrás das grades e agora tinha vontade de chorar. Não podia me conter, era uma tragédia. E pensava nisso tudo enquanto subia na balsa e dava adeus a minha vida estruturada e feliz no meu apartamento em Londres.


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Notas finais do capítulo

Espero q tenham gostado :)Já tinha até terminado antes, mas o site entrou em manutenção bem na hora e pá...Beijocas, Anonymous girl writer s2.