A primeira vez que um calouro experimenta a comida um tanto rebuscada de Margot Hanns, a cozinheira da Academy For Gifted, com toda certeza tem vontade de chorar. A mulher que um dia ajudara Erik Lehnsherr  para abrir o colégio, foi passada para trás e acabara virando a cozinheira mal paga. Muitos veteranos dizem que sua comida já foi boa um dia, mas ao que parece, a Sra. Hanns joga todo seu ódio e desprezo por Erik Lehnsherr em sua comida.

Poucas mesas depois de onde Brooklyn, Duncan e Nik estavam, Natalie Grace estava sentada sozinha, degustando lentamente o macarrão com queijo parcialmente queimado.

- Posso me sentar aqui? – Questionou uma garota ruiva de belos olhos claros praticamente brotando na sua frente.

- Claro. – Respondeu Natalie um pouco assustada. – Sou Natalie Grace, mas prefiro que me chame de Grace ok?

- Mary Kate Muller. – A ruiva sorriu amigavelmente. – Essa comida tem uma cara tão boa.

- Só a cara mesmo. – Riu Grace. – Ouvi dizer que a cozinheira odeia esse lugar, e faz a comida ruim de propósito.

Mary Kate concordou, porém mesmo assim deu uma bela garfada em seu macarrão com queijo. Ela colocou na boca o mais devagar que conseguiu, quando instantaneamente cuspiu tudo de volta para seu prato, com uma expressão de nojo em suas faces.

- Tem razão. – Mary Kate fala limpando a boca com um guardanapo. – Eca! Essa comida é terrível! Não me admira que o pessoal daqui seja tão mal-humorado.

- Eles parecem ser bem antipáticos – Grace observa depois de tomar um gole de sua Pepsi diet. – Se ao menos esse lugar tivesse Coca-Cola... Mas nem isso tem!

- Quanto drama por causa de um refrigerante! – Brooklyn exclama se aproximando da mesa das duas.

- Fala sério, não tem nenhuma máquina de refrigerantes onde eu possa comprar uma coca por aqui? – Pergunta Grace.

- Só cocaína. – Brooklyn responde em um tom zombeiro. – Mas acho que você não vai aceitar certo?

Grace ficou extremamente vermelha, quase roxa por causa do comentário de Brooklyn.

- Não precisa ser tão rude. – Diz Mary Kate. – É apenas refrigerante.

- Exato. – Concorda Brooklyn. – Existe muito mais para se preocupar do que com refrigerante.

- E com o que deveríamos nos preocupar? – Grace questiona achando um pouco de graça do que Brooklyn falou.

- Deveriam se preocupar em não me incomodar. – Brooklyn sorriu assombrosamente.

- Quem você pensa que é para falar coisas desse tipo? – Mary Kate solta irritada.

- A questão não é quem eu penso que sou. – Exclamou Brooklyn. – E sim quem eu sou, e seu eu fosse uma de vocês... Dormiria com um olho aberto. Tchau Grace, Tchau Mary Kate.

- Por acaso você é uma telepata? – Grace pergunta. – Para saber de nossos nomes assim...

- Grande gênio? – Chamou Brooklyn revirando os olhos. – Cartão de identificação!

Mary Kate e Grace olharam para o pedaço de papel preso por um barbante ao redor de seus pescoços. O de Grace estava escrito “Nat. Grace” com sua letra cursiva mais delicada possível. Quando olhou para cima, Grace não encontrara mais a garota.

- Ei! – Mary Kate chamou. – Você não nos disse seu nome!

- É Brooklyn. – Ela respondeu com um sorriso quase angelical se não fosse pelos lábios pintados de roxo e o Grillz dourado como se fosse duas presas de vampiros em seus dentes caninos, que apareciam ameaçadores o suficiente para afastar qualquer ladrão ou sequestrador. – Brooklyn Lightwood, ou ainda a Ilusionista.

~*~

Um pouco antes de voltarem ao ginásio, Pyro distribuiu os uniformes aos alunos novos, e pediu que todos os veteranos colocassem os seus.

Para os garotos uma calça social preta, sapatos de couro pretos, camisa social branca, suéter ou colete preto, blazer preto com o brasão do colégio bordado e uma gravata vermelho sangue.

Já para as garotas, uma saia preta plissada até a altura do joelho, camisa social branca, sapatilhas pretas, suéter ou colete preto, blazer preto com o brasão da escola e a gravata vermelho sangue.

Foram dados cerca de 5 minutos para os alunos trocarem suas vestes, inclusive os veteranos. Quando faltavam apenas um ou dois calouros, Brooklyn, Duncan e Nik chegam para se juntar ao grupo de Pyro.

Brooklyn usava sua saia cortada na altura da coxa, sua blusa social branca fora substituída por uma transparente que exibia por completo seu sutiã vermelho rendado pelo blazer entreaberto. Além da meia-calça arrastão, coturnos pretos cheios de spikes prateadas afiada, e uma coroa de flores roxas no topo da cabeca, que combinavam perfeitamente com seu a cor de seu batom.

Ela era praticamente a única de todo o colégio que se vestia de modo tão ousado. Já seus amigos, Duncan e Nikolai estavam usando o esperado, com exceção da gravata pendurada na testa de Duncan e da de Nik estar completamente rasgada e solta em seu pescoço. Sem falar dos tênis nike que ambos calçavam. Nik sempre achou que “Couro era gay demais”.

Um pouco antes que Pyro pudesse dizer alguma coisa, houve um grande barulho de porta batendo vinda da entrada do colégio, chamando a atenção de todos.

Era Pietro Maximoff, também conhecido como Mercúrio, que também era conhecido como filho do diretor.

 O garoto era muito conhecido entre algumas veteranas por seu charme irresistível, seus belos olhos azuis e cabelo escuro despenteado deixava qualquer garota irremediavelmente apaixonada.

- Novatos. – Ele ri caminhando até onde Duncan, Nik e Brooklyn estavam. – Como vão? Está linda Brook.

- Obrigada. – A garota agradecera. – Como tem passado?

- Muito bem e você? – Ele pergunta franzindo o cenho.

- Muito melhor agora. – Brooklyn exclama com um tom sensual em sua voz. – Espero te ver mais vezes por aqui.

- Também espero te ver mais vezes por aqui. – Retruca o garoto esboçando um sorriso meio torto, mas completamente sexy, e que faria o coração de qualquer garota se derreter. – Falamos depois, preciso ver meu pai.

Enquanto Pietro dava a meia volta e voltava a caminhar até a sala do diretor, Brooklyn o acompanhou com o olhar, havia um sorriso bastante travesso em seus lábios.

- Quer parar de babar? – Provocou Nik.

- Você é tão obvia! – Resmunga Duncan.

- Calem a boca vocês dois! – Brooklyn exclama irritada.