Perto Demais Para Te Amar escrita por Jenny


Capítulo 9
Capítulo 9 - O novo acordo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/420163/chapter/9

Eu poderia dizer que ter Peter como aliado era uma péssima ideia (sim, é uma péssima ideia), mas naquele momento nós faríamos de tudo para acabar com os sacrifícios que estavam acontecendo, nem que o único jeito fosse trabalhar com o inimigo.

– Jennifer está determinada a voltar. Será quase, impossível, conseguir detê-la – falou Peter.

– Você tem alguma ideia? – perguntou Derek.

– É claro que eu tenho meu amado sobrinho. Só não sei se a pessoa vai topar – seus olhos pousaram sobre mim.

– Por que você está me olhando? Eu não fiz nada.

– Exatamente, mas eu preciso que faça algo.

– Não. Ela não vai fazer nada – falou Scott quase enforcando Peter – Se ela se machucar, eu juro você vai morrer.

– O que eu tenho que fazer?

Todos me olharam naquele momento. Ninguém achou que eu fosse aceitar participar do plano do Peter. Mas, naquele momento, eu me senti diferente. Está determinada a mudar a situação que minha família estava enfrentando.

– Não. Filha, isso pode ser perigoso – minha mãe estava começando a chorar.

– Mãe, eu não vou aguentar ficar parada enquanto mulheres perdem a vida para uma louca. Eu tenho que fazer algo, e se esse algo é um plano com o Peter, eu aceito.

– NÃO. Isso é demais para mim. Cansei – disse Stiles saindo da casa.

– Eu vou atrás dele – falou meu irmão.

– Não. Eu vou – falei.

Do lado de fora, sentado num banco, Stiles chorava. Ele mal conseguia respirar.

– O que foi? – perguntei enquanto sentava do lado dele.

– Você não pode fazer isso. É perigoso. E outra, desde quando a gente confia no Peter. Ele pode estar armando para você.

– Eu estou preparada para qualquer coisa. E você tem que confiar em mim.

– Eu confio em você, com toda minha alma. É nele que eu não confio – ele demorou um pouco para continuar – Dói.

– O que dói?

– Saber que eu posso perder o amor da minha vida. Minha melhor amiga.

Naquele momento, eu que fiquei sem conseguir respirar. Stiles sempre esteve ao meu lado e eu nunca percebi que ele sentia algo por mim. Sem pensar muito, eu o beijei. E para minha surpresa, ele retribuiu.

– Desculpa, eu não deveria ter feito isso – falei o afastando.

– Você tem razão, você não deveria. Eu que deveria.

Ele me puxou e continuou o beijo. Era a primeira vez que me sentia especial. Era a primeira vez que eu me sentia completa.

Nós fomos interrompidos por um barulho que vinha da sala onde o restante conversava. Era um barulho parecido com uma arma.

– O que foi isso? – perguntei enquanto segurava a mão do Stiles.

– Eu não sei.

– Acho que nós deveríamos ir lá dar uma olhada.

– Nem ferrando. Todo filme de terror é assim.

Eu o olhei esperando um ato de coragem da parte dele. Seus olhos não desgrudavam da velha casa onde o único barulho que eu conseguia escutar era o grito de desespero da minha mãe.

– Não sei você, mas eu vou entrar. Minha mãe precisa de mim.

– Ok – Stiles respondeu depois de perceber que ele teria que ir comigo – Vamos lá.

No caminho até a porta, a única coisa que eu conseguia lembrar era da primeira vez que eu vi meus pais brigando. Foi há uns cinco anos atrás. Os dois nunca foram apaixonados um pelo outro, mas, por algum motivo, eles acabaram se casando. Depois que eu nasci, era quase impossível ver os dois trocarem uma palavra que não fosse ofensa. Meu irmão dizia que era só uma fase e que tudo ia passar e nós seríamos uma família feliz. Não foi assim que aconteceu. Numa noite, eu fui buscar minha boneca no quarto dos meus pais quando eu vi minha mãe rasgando todas as roupas do papai. Ela gritava para ele ficar longe da gente. Ele, agressivo como sempre, bateu na minha mãe, até que ele me avistou chorando na porta. Ele jurou que não era nada, só uma brincadeirinha, mas minha mãe estava machucada.

Depois daquele dia, nunca mais vi meu pai, mas a cena da minha mãe jogada no chão toda machucada continuava me assombrando com o decorrer do tempo. Eu não ia aguentar vê-la daquele jeito de novo. E saber que ela estava naquela casa sofrendo de algum modo, vez com que eu assumisse um lado meu que eu nunca tinha visto. Um lado agressivo, um lado protetor.

Stiles pegou um taco de beisebol jogado no meio do jardim e entrou na velha casa. Nada nos chamou a atenção. Parecia tudo calmo e normal, até que Scott foi arremessado contra a parede do outro lado da sala. Se ele fosse uma pessoa normal, provavelmente, nunca mais iria andar. Mas estamos nos referindo a um lobisomem.

– Scott! – minha mãe gritou nos braços de um homem forte que a segurava.

– O que está acontecendo aqui? – perguntei, sabendo que no meio daquela confusão, ninguém ia me responder.

– Cuidado.

Derek se jogou na minha frente para deter que uma moça pulasse em mim. Ele conseguiu dominar a criatura.

– Para quem você trabalha? Fala agora ou eu te mato – ele falava ofegante, provavelmente, está lutando há muito tempo.

– Trabalho para a chance de nós, pessoas de outro mundo, possamos dominar o mundo que você vive – a garota gritava.

Derek encarou a garota por mais alguns segundos esperando que ela continuasse. Mas, ela não continuou. Sem esperar mais um segundo, Derek cortou o pescoço dela com suas próprias garras.

– Sinto muito que você tenha visto isso – ele se virou para mim.

– Sem problemas. Pelo contrário, você me salvou. Herói.

Do outro lado da sala, Peter tentava salvar minha mãe daquele homem, agora já lobisomem, que a segurava com tanta força que eu a podia ver chorando. Stiles socorria Scott, que se recuperava do ataque que havia levado. Derek correu para ajudar seu tio contra o lobisomem que havia invadido a casa naquela noite. Com a sua companheira morta, ele era a nossa única ameaça. Bom, era o que a gente pensava.

Quando ele conseguiu, finalmente, nos prender nas cadeiras da mesa de jantar, ele anunciou a entrada de sua, sim ele usou essa palavra, rainha.

Uma moça alta, morena e de postura firme – digna de uma rainha – entrou na sala carregando a foto da minha mãe.

– Jennifer – falou Peter.

– Olá meu querido. Pude ver a quem você realmente é leal. Ou não, veremos – Jennifer caminhou entre nós, analisando cada um lentamente – Você deve ser a Melissa. Peter falou muito de você para mim. Na verdade, se ele não fosse um bebê chorando, você estaria morta nesse momento. Certo Peter?

A raiva crescia naquele ambiente, e não era só dos lobisomens. Eu queria matar aquela monstra que continuava acariciando o cabelo da minha mãe.

– Eu acho que vocês me devem um sacrifício – continuou Jennifer – E como a Melissa está fora de cogitação, só vejo outra opção.

E lógico, eu era a outra opção, uma vez que a louca só matava garotas.

– Só por cima do meu cadáver, sua vadia louca assassina – falou Stiles.

– Ah, que bonitinho. O namoradinho protegendo a sua namoradinha.

Naquele momento eu pude ver o ciúme que Derek sentiu com aquelas palavras. Eu ainda não tinha contado para nenhum deles o que eu tinha feito.

– O que você quer que eu faça? – perguntei.

– Ou você mata alguém ou eu mato você. Simples, né? – Jennifer me respondeu.

– Se eu aceitar, você promete libertar eles?

– Jenny, você não pode aceitar uma loucura dessas – meu irmão implorava.

– Eu prometo – disse Jennifer.

Jennifer me soltou da cadeira e eu a segui até a porta. Ela me prometeu que assim que nós saíssemos da sala, Tom, o homem/lobisomem, ia soltar meus amigos. Eu assenti e olhei pela última vez as pessoas que eu mais amava na minha vida.

Aquele podia ser o fim de tudo ou o começo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perto Demais Para Te Amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.