Perto Demais Para Te Amar escrita por Jenny


Capítulo 7
Capítulo 7 - Os sacrifícios




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Eu não sabia o que era pior, saber que você podia morrer ou não conseguir tirar o Derek da cabeça. Normalmente, as pessoas acham pior morrer, mas não tirar da cabeça o cara, que fez com que meu irmão se transformasse em lobisomem, não é muito legal também.

Depois que o Derek foi embora, deitei na minha cama e tentei dormi. Porém, minha cabeça estava tão agitada que eu não conseguia fechar os olhos e relaxar. A qualquer momento eu poderia morrer. E o pior, minha vida está nas mãos de um lobisomem. De um lobisomem que já tentou me matar. Um lobisomem que, meia hora atrás, tinha me agarrado e me beijado.

Por que eu não posso ser uma adolescente normal? Droga!

Quando eu, finalmente, consegui dormi, tive o sonho mais estranho e assustador da minha vida. Foi mais ou menos assim:

“Uma moça alta caminhava em direção a uma árvore gigantesca que aparentava estar doente. Ela carregava em seus braços uma jovem morta. Ao se aproximar de árvore, ela jogou a garota sobre as raízes da velha árvore. - A primeira das cinco mulheres já está morta, como você pode ver – gritou a moça recuperando o ar após a longa caminhada. - Diga o nome da próxima mulher que vai perder a vida – uma voz masculina domina o ambiente. Não era possível ver a criatura que falava com a moça – Diga em voz alta. - Melissa McCall”

Foi nesse momento que eu acordei. Alguém está matando mulheres inocentes, e o pior, minha mãe é a próxima da lista. Eu poderia ter ido falar com meu irmão, mas eu tinha prometido mantê-lo distante de problemas. E pode ter certeza, esse seria um problemão. A única pessoa que podia me ajudar era a única que eu não queria ver por um bom tempo.

Pulei a janela do meu quarto e caminhei, lentamente, pelo telhado até chegar à árvore mais próxima.

Eu não fazia a mínima ideia onde que o Derek morava, mas de uma coisa eu tinha certeza, nós estávamos ligados de alguma forma, então se eu tentasse me comunicar com ele, eu consiga encontra-lo. Se ele pudesse me ouvir, ele poderia salvar minha mãe.

Tentei me comunicar por telepatia, mas não obtive sucesso. Há alguns dias trás, eu teria certeza que isso não ia funcionar, mas depois dessa viravolta, eu acredito até em Papai Noel voador que cospe fogo. A única forma de ele perceber que eu precisava dele era eu me machucando.

Busquei por algo na rua que pudesse me machucar, mas só achei pedras e galhos de árvores. Acho que esse tipo de dor não era forte o bastante para ele sentir, por isso continuei procurando. Até que percebi algo. Eu estava na rua da casa do Danny. Eu poderia pedir uma faca ou algo do tipo que ele não ia ficar desconfiado de nada.

É isso que eu amo no Danny. Você pode estar desesperado, mas se você não quiser comentar nada, ele não insiste em tocar no assunto. Ele só ia tentar te ajudar o máximo que ele conseguir.

Na porta da entrada da casa dele tinha uma planta que necessitava, urgentemente, de água. Duas cadeiras cercavam a pobre plantinha e sob a mesa ao lado havia uma garrafa de cerveja vazia com dois maços de cigarro em volta. Toquei a campainha e esperei.

Demoraram uns cinco minutos para que a luz da sala se acendesse. Provavelmente Danny estava dormindo. Olhei no relógio onde marcava três da manhã. Com certeza, ele estava dormindo.

– Jenny, que diabos você está fazendo aqui? – Sua cara estava amassada – Aconteceu alguma coisa?

–Danny, eu preciso de uma faca.

– Você me acordou de madrugada por causa de uma faca? Sério? Você sabe que eu te odeio, né?

– Dan, você é o único que ia me ajudar.

Ele desistiu do interrogatório e foi pegar uma faca para mim.

– Pra que você precisa de uma faca?

Antes de respondê-lo, cortei meu braço o mais fundo que eu consegui. Em mim doía, eu espero que também doa no Derek.

– Você pirou garota.

– Obrigada. Agora era só esperar.

Despedi-me do Danny e continuei andando sem nenhum rumo. As ruas estavam desertas. Meus pensamentos ofuscavam qualquer medo que eu podia estar sentindo naquele momento. Tudo que eu precisava agora era de alguém para conversar e aquele alguém estava no final da rua me esperando.

Meu plano tinha dado certo. Minha dor é a dor dele.

–Jenny...

Corri para os braços do Derek. Ele me abraçou com força.

– Minha mãe, Derek. Ela é a próxima a ser morta. Eu vi num sonho louco que eu tive essa noite. Não sei se isso é de verdade, mas se for, a gente não pode deixar acontecer.

– Calma Jenny. A gente vai dar um jeito. Você não se lembra de nada que possa nos ajudar?

– Tinha uma árvore quase morta, uma moça alta com uma jovem morta... Nunca vi nada desse jeito.

– Droga. Eu não faço ideia do que possa ser.

– Talvez se a gente conversasse com o Scott...

– Já falei que não. Ele corre perigo.

– Para de ser idiota, Derek. Você precisa da ajuda dele.

Pelo jeito eu estava certa, pois Derek parou de discutir e assumiu que precisa de Scott.

– Você tem que me prometer que vai agir normalmente amanhã cedo na escola – Derek falou.

– Escola? Você pirou né? Eu vou com você.

– Sim, claro. Você vai para escola com seu irmão enquanto eu tento descobrir o que está acontecendo. Quando eu tiver certeza, eu aviso vocês.

Meus olhos demonstravam que eu não estava de acordo com o acordo. Eu queria ajudar.

– Jenny, por favor.

– Ok. Eu prometo.

E com essas palavras eu comecei a me afastar dele, até que não pude mais vê-lo.

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No café da manhã, eu não conseguia falar nada. Minha mãe contava os planos que ela tinha hoje à noite. Um homem a havia convidado para um jantar. Scott não ficou muito feliz, ele ainda esperava que nossos pais voltassem algum dia. Eu já havia desistido dessa possibilidade.

Do lado de fora, Stiles nos esperava com seu velho jipe. Eu já comentei o quanto eu amo aquele carro? Acho que sim.

– Jenny, você está melhor? – ele me perguntou enquanto abria a porta para eu entrar no seu carro.

– Estou sim. Acho que a música alta me deixou tonta.

– Stiles, tem como você deixar de se o príncipe encantado. Se a gente demorar muito, vou perder a prova de química. E a última coisa que eu preciso é de uma nota vermelha – falou meu irmão.

Na escola, tentei evitar no máximo o Danny. Ele ia querer saber por que uma louca bateu na sua casa às três da manhã para pedir uma faca. Até eu ia querer saber.

Minha primeira aula era de filosofia, com o professor Peter. Toda vez que eu pensava nesse homem, meu corpo ficava todo arrepiado. E o fato dele ser parente do Derek não ajudava em nada. Na minha frente sentou Lydia, que ainda comentava sobre sua festa de ontem à noite.

– Bom dia classe – disse Peter ao entrar na sala – Hoje nós vamos continuar nossos textos sobre lendas e histórias mitológicas. Alguém gostaria de ler o que escreveu para a sala?

– Eu gostaria professor – respondeu Lydia.

Lydia lia sua história enquanto o Sr. Hale acordava todos que estavam dormindo em sua aula. Ele passou por mim e ficou me encarando.

– O que a senhorita fez em seu braço?

– Nada, professor. Foi só um acidente enquanto eu arrumava a cozinha. Eu estou bem.

– Acidentes acontecem.

Sua tranquilidade ao falar me deixava louca. Era como se ele sabia de tudo que acontecia no mundo. E o pior, ele cismou em pegar no meu pé. Eu era a única da sala que ele conversava. Eu era a única que ele tentava entender o que estava acontecendo.

– É acidentes acontecem.

No decorrer do dia, minha cabeça parecia que ia explodir. Não estava aguentando a demora da volta de Derek com a resposta de como salvar minha mãe. Muitas vezes pensei em contara para Scott o que estava acontecendo, mas eu tinha prometido ser normal, e isso com certeza não era normal.

Na saída, fiquei sentada embaixo de uma árvore esperando meu irmão e Stiles saírem da escola. A gente ia ao shopping para os dois comprarem novos equipamentos para o grande jogo de amanhã.

– Jenny, o que você acha da gente ir ao cinema depois de comprar as coisas? – perguntou meu irmão.

– Claro qualquer coisa.

– Tem um filme sobre o fim do mundo muito legal passando no cinema, a gente podia assistir – falou Stiles.

Antigamente eu ficaria animada para assistir filmes assim, mas hoje não me sinto desse jeito.

– Ah, pode ser – falou Scott.

Mas para a surpresa de todos, ao lado do carro de Stiles, Derek esperava a gente.

– Que diabos ele está fazendo aqui? – perguntou Stiles.

– Algum problema Derek? – perguntou meu irmão ao mesmo tempo em que seu amigo.

– A gente precisa conversar – ele respondeu – Melissa corre perigo.

– Alô, Peter?

– Jennifer?

– Sim, seu imbecil. Quem você pensou que fosse?

– Fala logo o que você quer. Eu estou a caminho do meu encontro com Melissa.

– Ele sabe de tudo. Seu sobrinho. A gente não pode continuar.

– Claro que a gente pode. Derek nunca vai me deter. Melissa vai ter seu fim hoje à noite.


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