Perto Demais Para Te Amar escrita por Jenny


Capítulo 6
Capitulo 6 – A festa continua




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Seus olhos encontraram os meus. Ele não se importava com as pessoas em nosso redor. Não era um sonho. Derek estava na minha frente.

– Clarice...

– Do que você me chamou?

– Nada.

Eu pude a nervosismo dele. Era a primeira vez que Derek agia como um ser humano, e para minha surpresa ele era igual a qualquer um. Nada de arrogância ou frieza. Simplesmente uma pessoa perdida e solitária.

– Derek...

– Não fala nada, Jenny.

Ele estava se aproximando cada vez mais de mim. Eu pensei que ele fosse me atacar de novo.

– Jenny – falou Stiles voltando com dois copos de refrigerante – Algum problema?

– Eu estou bem – respondi.

Mas eu não estava bem. Eu menti para ele e para mim mesma. O único que sabia o que estava acontecendo era Derek, a pessoa que todos odiavam. Ele podia ter me ajudado a contornar a situação, mas não. O ego dele falava mais alto. Ele preferia ficar parado, rindo da situação. Eu o encarei com raiva.

– Por que a gente não vai dar uma volta Stiles? – perguntei.

– Claro.

Ele não conseguia falar nada. Eu tinha o magoado por estar mentindo. Tentei puxar conversa várias vezes, mas eu era respondida com respostas frias e curtas.

Estávamos nos aproximando da saída, quando Scott gritou:

– Até que fim, achamos vocês!

Ele segurava a mão de Allison. Os dois estavam mais próximos do que nunca. Tinha certeza que Derek não ia gostar nem um pouco de ver os dois juntos. Por algum motivo, o lobisomem não gostava da família da garota.

– Essa festa não está incrível? – Allison perguntou.

– Claro que sim – respondi.

Por que eu não conseguia parar de mentir. Eu não era assim. Isso só estava afastando as pessoas que eu mais amo. Eu queria gritar para todo mundo escutar que eu estava sendo usada por Derek, que ele não era nada para mim. Eu precisava seguir meu irmão, pois ele estava sendo ameaçado de morte.

O resto da festa, eu fiquei sentada num canto só observando como tudo podia ser simples na vida dos adolescentes. Mas isso é claro, se você não tiver um irmão lobisomem. Lydia dançava como uma louca na pista de dança; Danny bebia enquanto jogava cartas com o time de lacrosse; Scott dançou a noite inteira com Allison.

Eu estava pensando em ir embora, quando Stiles parou na minha frente.

– Jenny, você quer dançar comigo?

– Desculpa, mas acho que eu não estou no clima de dançar.

– Jen, eu te conheço desde que a gente usava fraudas. E eu posso ser um idiota, mas eu sei quando está acontecendo com a minha melhor amiga. Além do mais, eu não aguento ficar vendo você desse jeito. Me responde, é aquele rapaz que estava fazendo isso como você? Porque se for, eu juro, eu mato ele.

– Não, Stiles, não é o Derek o problema.

– Então levanta agora dessa cadeira e venha dançar comigo. Eu não estou pedindo, eu estou mandando.

Levantei da cadeira e me dirige até a pista de dança. Fui seguida por Stiles, que agora tinha as mãos em minha cintura. Ele tremia. A música estava alta demais, mas eu conseguia escutar seu coração batendo. Queria saber se ele também conseguia escutar o meu. Ele olhava para mim e eu me sentia completa.

E foi assim que eu senti, pela primeira vez, uma dor que dominou meu corpo. Eu não conseguia ficar de pé, a dor era insuportável. A única coisa que eu consegui fazer foi me jogar no chão.

– Jen? JENNY? – Stiles começou a gritar – Alguém liga para o hospital.

Era como se uma faca cortasse meu corpo e todos em minha volta ficassem olhando. A última coisa que eu me lembro de foi Stiles sussurrando para mim:

– Por favor, não morre.

Quando abri meus olhos de novo, eu estava num quarto de hospital cercada por Stiles, Scott e minha mãe. Eu ainda não conseguia explicar o que tinha acontecido, e eu pude perceber pela cara deles que eles também não tinham nenhuma explicação. A dor já tinha sumido, eu já estava curada.

– Filha, você está bem?

Eu estava cansada de mentiras. Eu poderia falar que estava tudo bem, que não tinha acontecido nada de mais, tinha sido só um susto. Mas eu sabia que não era verdade. Alguma coisa estava acontecendo comigo.

– Mãe...

Antes que eu pudesse responder, percebi que minha voz estava ofuscada pelo meu choro.

Demorou um pouco para eu ser dispensada pelos médicos, mas minha mãe deu um jeito para contornar a situação. Falou que ela ia cuidar de mim em casa e que sem falta, eu voltava para que os médicos me vissem.

Stiles queria passar a noite com a gente, mas seu pai não gostou muito da ideia. No final, a gente o levou até sua casa.

– Olha se acontecer alguma coisa, vocês me liguem, hein.

– Ok Stiles, eu ligo sim – minha mãe respondeu.

No caminho até chegar a nossa casa, minha mãe tentou me alegrar contando histórias de quando eu e meu irmão éramos crianças. Claro que não ajudou muito.

Quando entramos em casa, quis ir direto tomar um banho. Tirar o peso dessa noite.

– Querida, por que você não tenta descansar um pouco? – minha mãe falou enquanto eu saia do banheiro enrolada em uma toalha.

– É uma ótima ideia mãe.

– Jen, se você precisar de qualquer coisa, você sabe que eu consigo te ajudar – falou meu irmão agarrando meu braço – Qualquer coisa...

– Pode deixar.

Depois de acalmar eles, fui em direção ao meu quarto para colocar meu pijama e dormi. Abri a porta e acendi a luz. Eu não consigo me controlar e grito. Na minha cama, Derek está sentado impaciente, como se estivesse me esperando a uma eternidade.

– Que bosta Derek, por que você não entra na casa dos outros como qualquer pessoa normal?

– Vamos ver. Acho que é porque eu não sou como os outros.

– Tem como você sair, porque não sei se você reparou, eu estou nua.

– Mas é claro que eu reparei. Eu percebi seus olhos percorrendo meu corpo.

– Sai daqui agora ou eu chamo meu irmão.

– Está bom, mas eu volto assim que você colocar uma roupa. Mas eu não me importo de conversar com você desse jeito.

Taquei nele a primeira coisa que eu consegui pegar. Eu, provavelmente, estava ficando vermelha de raiva e vergonha.

Assim que ele saiu pela janela, como se fosse a coisa mais normal do mundo, coloquei um short jeans e uma regata vermelha. Pensei em colocar meu pijama, mas acho que ele rir de me ver usando uma roupa com a cara da Hello Kitty estampada bem no meio da blusa.

– Você já pode voltar Derek.

– A gente precisa conversar Jenny.

– Eu concordo. Você tem que parar de me perseguir. Não aguento mais ter que mentir para todo mundo.

– Onde você foi depois da festa?

– Não te interessa...

– Jenny, é sério.

– Ai meu Deus, eu fui para o hospital.

– Me deixa ver se eu adivinho. Você sentiu uma dor correndo pelo seu corpo.

– Como você sabe?

Ele falava de um jeito como se fosse óbvio o que estava acontecendo comigo.

– Era o que eu temia. Jenny, você está ligada a mim.

– Ligada? – eu comecei a rir – Como assim?

– O que acontecer comigo, acontece com você – ele deu uma pausa – Hoje, quando eu te vi na festa, eu percebi que alguma coisa entre a gente. Eu vi você de um jeito que eu nunca tinha visto. Eu vi em você, a garota que eu amei um dia. Era como se você fosse ela.

Uma lágrima corria no rosto dele. Por um momento eu também estava vendo ele de um jeito que eu nunca tinha visto.

– Derek... Eu não sei o que dizer.

– Não fala nada.

Ele começou a se aproximar de mim. Seus olhos nem piscavam. Ele passou a mão em minha cintura e me puxou para próximo de seu corpo. Nossos corações batiam como um só.

– Jenny – ele sussurrou meu nome.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, seus lábios encostaram-se aos meus. Suas mãos agora me empurravam para a parede mais próxima. Nós ficamos assim por uns três minutos, até que ele se afastou, me deixando refletir sobre o que tinha acabado de acontecer. Sim, ele tinha idade para ser meu tio. Sim, ele era um lobisomem. Sim, ele um grosso. Mas mesmo assim, ele me deixou se ar.

– Jenny isso é errado, a gente não deveria ter feito isso.

– A gente? Quem é que foi me atacando e enfiando a língua na minha garganta? Ah é, foi você.

– Jenny, isso é muito errado – ele repetiu – Porque se eu morrer...

–... Eu morro – respondi.

– Alô, Melissa?

– Sim, quem fala?

– Sou eu, Peter Hale. De ontem à noite.

– Claro que eu me lembro de você.

– Só queria saber se está tudo certo para amanhã.

– Sim, eu te encontro às 20h no estacionamento do hospital.

– Ok, eu vou te esperar.

Peter desligou o telefone e caminhou até a janela, onde foi acompanhado por uma moça alta e morena. A moça o encarou procurando respostas.

– Está tudo certo para amanhã – ele falou – É amanhã que nosso novo herói vai sentir a dor de perder alguém importante.

– Exatamente. Melissa deve morrer.


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