Perto Demais Para Te Amar escrita por Jenny


Capítulo 13
Capítulo 13 - O endereço




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A pior dor que uma pessoa pode sentir é a perda de alguém. Você fica sem rumo, vagando pelos seus pensamentos, procurando alguma razão para viver. Seus dias se tornam monótonos, assim como suas ações. Tudo parece frio e sombrio. Seu coração está despedaçado e ninguém, ninguém consegue te ajudar. Tudo que você precisa é de um chacoalho para voltar para a Terra. E era assim que eu estava me sentindo nessa manhã. Minha cabeça ainda doía por causa de ontem. Scott ainda não sabia de nada, ele me respeitou e parou de fazer perguntas sobre o que estava acontecendo. Pelo contrário, ele só ficou falando do seu encontro com Alisson. Tudo tinha sido maravilhoso, mesmo que tenha sido no quarto dela. Quando perguntei o que mais aconteceu, ele mudou de assunto. Cheguei à conclusão, que meu irmãozinho tinha perdido a virgindade e não queria me contar. Tudo bem, eu também não queria contar sobre o que estava, ou não estava mais, acontecendo com o Stiles... E o Derek.

Mesmo com toda essa confusão, nós tínhamos que ir para a escola. Eu não quis ir com meu irmão, pois ele iria com o Stiles. Eu queria ir sozinha, por isso sai um pouco mais cedo e fui caminhando até escola. Não era tão longe, mas era uma boa caminhada. O bom de ir a pé é que você pode reparar em tudo que está acontecendo ao seu redor, coisa que no carro é difícil, pois tudo passa muito rápido. Por exemplo, do meu lado, uma senhora andava toda feliz cantarolando uma música dos anos 60. No carro, eu só veria a senhora andando, não cantarolando. Era boa a sensação de liberdade, nada iria me atrapalhar.

– Jenny, eu preciso falar com você – um rapaz agarrou meu braço e me puxou para próximo dele.

– Danny! Quanto tempo.

– Não vem com essa. Eu venho te ligando há dias e você nem para atender. Meu boy me largou para um playboyzinho de quinta categoria. Você desapareceu dos nossos ensaios para a competição.

– Desculpa Danny, eu não estou numa boa fase.

– O que pode ser tão ruim? – ele disse com tom sarcástico.

– Minha mãe morreu.

Danny não esperava por essa resposta. Ele me abraçou e começou a chorar junto comigo. Nós nos sentamos na sarjeta e ficamos abraçados por um bom tempo. Ele disse que eu poderia contar sempre com ele, mas eu não queria envolvê-lo nessa confusão. Quanto menos pessoas soubessem, melhor.

– Jenny, seu celular está vibrando. É melhor você atender. Caramba, Jenny, me dá o celular, eu atendo. Alô? ... É o Scott, ele quer falar com você.

– Alô?... Eu sei que eu estou atrasada... Caramba, Scott!... Já estou indo... Eu te odeio!

– Você precisa ir? – disse Danny já se levantando.

– É eu acho que sim.

Nós dois continuamos andando a caminho da escola. As ruas já estavam vazias, as luzes das casas já estavam apagadas, as lojas já estavam abertas e os carros estacionados. Era mais um dia na maravilhosa e “normal” Beacon Hills. Já na escola, Danny me abandonou para se juntar aos seus colegas de lacrosse. Eu já estava acostumada com isso, por isso não me importei. Na minha direção, Lydia marchava com braveza. Ela parou na minha frente e começou a gritar:

– Por que Jenny? Por quê?

– Por que o que, diabos? Você andou bebendo, futura rainha do baile de formatura? Porque, não sei se você sabe, mas isso não ia cair bem para sua reputação.

– Cala a boca. Eu não andei bebendo, e o problema não é você. Eu não entendo como o Sr. Hale pode nos abandonar. Ele era o melhor professor do mundo.

– Com certeza. O melhor!

– Não tire sarro dele. Você não o conhece para sair falando dele. Eu, por exemplo, não te conheço. Nem por isso, eu saio falando que você é uma piranha.

– Primeiro você sai falando sim. Segundo, talvez seja melhor ele ficar longe da gente.

Lydia ia continuar brigando comigo, mas eu a ignorei e continuei andando pela escola. Parei no meu armário, onde tinha uma foto minha, do Stiles e do Scott. Era difícil ficar olhando, e não se lembrar de tudo que nós tínhamos passado. Nossa primeira brincadeira juntos, nosso primeiro filme, nossa primeira briga, nossa primeira viagem, nosso primeiro beijo. Stiles sempre foi uma parte de mim, eu não ia conseguir viver sem ele. Era como viver sem um pedaço do seu corpo. Você vive, mas é difícil.

Durante toda manhã, eu fiquei na biblioteca lendo algumas revistas jogadas sobre a mesa. Eu não estava com cabeça para aguentar cinco aulas de professores só reclamando de como a vida é difícil e como os adolescentes são inúteis quando a questão é lição de casa. Eu tinha problemas mais sérios para lidar, do que isso. Eu tinha que arrumar um jeito de conseguir falar com o Stiles, sem que o Scott descobrisse. Eu também tinha que me desculpar com o Derek, por ele acreditar que eu era a nova Clarice. E, o mais importante, eu tinha que deter Peter Hale.

Já estava quase na hora de ir embora, quando meu celular começou a tocar. A Sra. Lopez, a nova recepcionista da biblioteca, já estava me xingando por causa do barulho quando peguei o celular. Eu não sabia de quem era o número, mas atendi mesmo assim. No primeiro instante, não consegui ouvir nenhum barulho. De repente, a respiração da pessoa começou a ficar mais alta. Passos começaram a se aproximar, até que ouvi algo:

– Eles vão me achar Peter, eles vão me achar. É só uma questão de tem...

Era a Jennifer. E ela está com o Peter. Mais do que isso, ela estava sendo a prisioneira do Peter. Ela queria que eu atendesse essa ligação, para poder-me dizer onde estava, mas o lobisomem foi mais rápido. Agora, eu estava, novamente, sem nenhum rumo. Só sabia que nossa única salvação estava presa com nossa única preocupação.

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– Stiles. Stiles me espera. Caramba, você precisa me escutar – eu disse correndo no estacionamento tentando alcançar o Stiles. Nesse momento, ele já estava correndo também – Stiles, pelo amor de Deus. Para de ser criança. E daí que eu fiquei com o Derek, você tem sonhos eróticos com a Lydia. Nós estamos passando por um momento complicado, para meu melhor amigo ficar de bico comigo.

– O que foi dessa vez? – ele parou na frente do seu velho jipe.

– Jennifer me ligou mais cedo, mas eu não consegui o endereço onde ela está. Só sei que ela está com o Peter.

– Odeio esse nome. Fico arrepiado toda vez que eu escuto. Mas se ela te ligou, a gente pode rastrear o número e achar o local. Meu pai pode fazer isso para a gente.

– Stiles Stilinski, você é um gênio – eu disse dando um beijo na bochecha dele.

Nós subimos no jipe e saímos da escola. De acordo com Stiles, meu irmão estava com a Alisson no parque perto da escola, fazendo sei lá o que (prefiro não saber). Mandei uma mensagem para ele pedindo que ele esteja em casa em meia hora. Pensei em chamar Derek também, mas eu tinha acabado de conseguir falar com o Stiles para por tudo em risco.

I know that we'll be safe and sound – Stiles começou a cantar junto com o cantor do rádio, até que parou – Jenny, por que você acha que a Jennifer mudaria de time? Assim, ela começou o capeta junto com o Hale. De repente, ela virou sua amiguinha e nos ajudou.

– Eu tenho minha teoria. Eu acho que ela queria mais do que nunca conhecer sua filha, por isso se juntou ao Peter. Mas, o que ela não sabia, era que o homem a quem se juntou se tornaria o monstro que se tornou. E ver mulheres morrerem como ela um dia morreu, foi demais para ela. Por isso a mudança de time – eu disse encarando as ruas.

– Eu não sei. Será que vale a pena tudo isso para ter sua alma de volta? Eu acho que não.

– Por mais absurdo que seja eu acho que depende da situação. Poxa, a Jennifer morreu inocentemente. Nunca pode conhecer a filha ou viver com seu amor... Você nunca se sentiu assim? Disposto a fazer qualquer coisa por alguém?

– Já. Quando eu pensei que você fosse morrer, eu juro, eu faria qualquer coisa para te salvar.

Meu coração batia rápido de mais. Acho que ele percebeu e voltou a cantarolar as músicas do rádio. Seus olhos estavam cerrados às ruas. Era rara as vezes que ele piscava, e quando ele piscava, lágrimas escorriam pelas suas rosadas bochechas. Ele tentava contê-las, mas não conseguia.

Nós encostamos à frente da delegacia e descemos. O Sr. Stilinski estava na sua mesa lendo alguns casos antigos que envolviam a morte de mulheres, acho que para tentar entender os que estavam acontecendo nos dias de hoje. Ele não percebeu que nós estávamos na sua frente, por isso Stiles pigarrou.

– Pai, a gente precisa conversar – Stiles falou quando seu pai nos olhou.

– Ah não. Stiles, nos dias de hoje existe uma coisa chamada camisinha – disse o Sr. Stilinski.

Eu encarei o Stiles e ele fez o mesmo. Acho que nós dois tínhamos entendido certo o que seu pai estava tentando falar.

– Pai! A Jenny não está grávida. Pelo o amor de Deus. É sobre outra coisa que queremos conversar.

– Sr. Stilinski, com todo respeito, eu posso ver que o senhor está tentando entender o que vem acontecendo na nossa cidade. E eu posso lhe garantir que posso explicar tudo, mas primeiro preciso da sua ajuda. Uma moça me ligou, mas não conseguiu falar onde se encontrava. Eu preciso que o senhor rastreie o número. Seria pedir muito? – eu disse fazendo a cara mais fofa que eu conseguia.

Demorou um pouco para que algo acontecesse na sala. Era como se todos estivessem pensando se aquilo era certo. Stiles foi o primeiro a quebrar o gelo. Ele pegou meu celular da minha mão e entrou para seu pai. Que por sua vez, começou a rastrear. Ele não fez nenhuma pergunta o que eu achei estranho, mas também sua feição rejeitava nosso comportamento.

– Assim que vocês conseguirem informações sobre os assassinatos dessas mulheres, eu quero ficar sabendo – disse o Sr. Stilinski – Sua misteriosa amiga está na Rua 41, logo atrás do lago. Vocês sabem onde é?

– Sim – disse Stiles – Como posso me esquecer dessa rua.

Eu não fazia ideia de onde era essa rua, mas fiquei feliz que o Stiles sabia onde era. Assim não precisaríamos da companhia do Sr. Stilinski.

Já estava quase na hora de encontrar com o Scott, quando saímos da delegacia. Stiles continuava cantarolando as músicas do rádio enquanto eu mexia no meu celular. Nenhuma mensagem do Scott. Será que ele tinha se esquecido de nos encontrar? Só por precaução, mandei mais uma mensagem falando que estava a caminho de casa.

– Eu sei onde é essa rua – Stiles começou a falar. Por um momento eu pensei que ele estava falando sozinho, mas me olhou e depois voltou a olhar para frente – Foi nessa rua que eu vi minha mãe pela última vez.

– Eu sinto muito – eu disse pegando a mão dele. Para minha surpresa ele não se importou.

– E de uma coisa eu tenho certeza. Coisas ruins acontecem nessa rua.


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