Perto Demais Para Te Amar escrita por Jenny


Capítulo 11
Capítulo 11- A despedida




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Chris tomava café com sua única filha, Alisson. Eles nunca foram de conversar muito, mas hoje ele precisou perguntar se algo estava acontecendo com sua pequena, uma vez que ela mexia no seu cereal e não comia nada.

–Não pai. Só estou com saudades. Scott não me liga a mais de uma semana.

–Nunca gostei desse garoto, talvez seja melhor assim.

A garota não falou mais nada, e seu pai recebeu o recado e também não falou mais nada. Ele sabia o que ela estava sentindo...

– Escuta aqui Jennifer, se eu decidir acreditar em você, como você deixou meus amigos na mão daquele psicopata? Você é tão louca quanto ele – falei enquanto processava o fato de Peter ser o bandido da história.

–Ele não queria você lá. Você é muita esperta.

– Obrigada, eu acho.

Ela me prometeu que íamos procurar meus amigos, mas, mesmo assim, não estava muito confiante. Não é a primeira vez que o jogo vira. Um momento Jennifer é a bruxa e Peter o salvador, num outro momento os papéis se invertem. Eu queria conseguir me comunicar com Derek, mas Peter, com certeza, sabia que eu ia tentar fazer isso, então não obtive sucesso. Minha saída era acreditar na Jennifer.

De acordo com um pequeno cidadão que dizia ser um tipo de vidente, Peter escondia meus amigos na casa onde tudo começou. Aquilo não tinha o menor sentido para mim, mas Jennifer assentiu e disse que sabia onde era. Nós subimos num velho carro que ficava na garagem do fundo da casa onde estávamos. Ela corria o mais rápido possível e murmurava uns números que demorei a decifrar. 15091996. No final, os números eram a senha para entrar na casa onde encontramos tudo destruído. Peter, com certeza, esteve aqui.

Continuei procurando algo nos escombros da casa enquanto Jennifer procurava Peter. Já estava ficando cansada, quando vi minha mãe jogada no chão. Corri o mais rápido possível para ajudá-la. Próximo ao seu corpo havia muito sangue. Seus olhos estavam fechados e ela não respirava mais. Eu não estava acreditando, não podia ser. Minha mãe estava morta. Essa foi a minha escolha, eu a abandonei e Peter a matou. Um ódio começou a crescer em mim e a única coisa que eu consegui fazer foi chorar.

– Jenny, presta atenção. Você não pode desistir agora. Eu sei como você está se sentido. Peter está cada vez mais próximo de se tornar mais poderoso – Jennifer tentava me afastar da minha mãe, mas eu simplesmente não conseguia me mexer. Esse era meu fim.

– Temos que achar... Chris A. Seja quem for – depois de um tempo, eu consegui falar.

– Eu sei onde ele mora.

Chega um momento que você simplesmente desmorona. E esse era meu tempo. Eu segurei minha mãe morta (onde eu fui a culpada pela morte dela), meu irmão corria o risco de perder a vida também, meu melhor amigo havia acabado de se declarar para mim e eu estava mentindo para ele, uma vez que eu já estava tendo um caso com o cara que socorreu meu irmão quando ele havia se transformado em lobisomem. O cara que, no caso, também é um lobisomem. O cara que é sobrinho do outro lobisomem que transformou meu irmão e, ainda por cima, matou minha mãe. Agora eu estou sentada do lado de uma moça que perdeu a vida (e mesmo assim ainda possui um corpo) atrás de vingança por nunca ter visto sua filha. Uma moça que se aliou ao assassino da minha mãe e depois se arrependeu quando as coisas ficaram feias. Tudo que eu queria era ser uma adolescente normal. Viver um amor de verão. Chegar à noite em casa e contar como tinha sido meu dia para minha família enquanto nós comíamos a comida quentinha que minha mãe tinha feito. Tirar as melhores notas e me formar em Medicina.

O que eu não percebi enquanto me perdia em meus pensamentos é que eu estava chorando, Jennifer segurava minha mão e com a outra segurava firme o volante enquanto as casas ficavam para trás. Eu havia perdido minha mãe e ela a sua filha.

– Vai ficar tudo bem. Chris vai ajudar a gente – Jennifer falava tentando me acalmar.

Paramos na frente de uma casa muito bonita. Um quintal grande, com um lindo balanço na árvore. Flores cercavam a porta da casa. Deduzi que era ali que o tal de Chris morava, uma vez que Jennifer já estava saindo do carro e caminhava até a porta.

Eu a segui, mas fiquei atrás. Não queria que me vissem com o rosto todo inchado de tanto que eu havia chorado. Iam me perguntar, e eu não estava pronta para dar a resposta. Na porta, uma garota de pijamas com uma xícara de café nos encarava. Ela não se apresentou, mas eu já sabia de duas coisas: aquela era a filha da Jennifer e aquela era a namorada do meu irmão.

– Alisson? Pera aí, Jennifer, essa é a família que vai nos ajudar? – eu queria falar que a garota era sua filha, mas não me intrometi nesse assunto.

Jennifer não conseguia se mexer. Imaginei se ela estava emocionada, pois lágrimas começaram correr no rosto dela.

– Jenny, o que você está fazendo aqui? E o Scott? Por que ele não me responde? Que bosta, eu acho que já liguei umas cem vezes para ele. Ele terminou comigo? Porque se ele terminou, eu juro eu arranco o coração dele...

– Calma Ali. Eu... Na verdade, a gente queria conversar com seu pai. E sobre o Scott, ele não terminou com você. Ele só não está passando por uma fase muito boa.

– Nesse caso, vocês podem entrar. Eu vou chamar meu pai. Sente-se e sintam-se em casa.

– Jenny, eu não vou conseguir. É muito difícil. Entra você, que eu fico no carro te esperando – Jennifer falou já descendo as escadas.

Já no sofá da casa de Alisson, eu comecei a pensar como explicar para o homem o que estava acontecendo. Olá, meu nome é Jenny e eu sou amiga da sua filha, que é namorada do meu irmão. Sua ex-falecida-mulher na verdade está viva, mas não possui uma alma, por isso ela se aliou ao tio do cara que eu estou pegando, mas na verdade, ambos são lobisomens, assim como meu irmão. Sua ex-falecida-não falecida-mulher e o lobisomens vem matando mulheres para que ela consiga uma alma e possa conhecer a Alisson. Só que ela se arrependeu e ela precisa da sua ajuda, pois o lobisomem continuou matando – no caso, minha mãe. Acho que ele ia me achar louca, mas era a verdade.

– Olá Jenny. Alisson falou que você queria falar comigo – um homem com aparência cansada se sentou na poltrona na minha frente.

– Oi. Só para ter certeza, seu nome é Chris?

– Sim, sou eu. Chris Argent. No que eu posso te ajudar? Alisson prepara um café para sua amiga.

– Não precisa do café. Eu gostaria de te mostrar essas cartas, que eu acho que pertencem ao senhor.

Chris começou a tremer quando começou a ler sobre o que se tratava.

– Onde você achou essas coisas? – ele me perguntou me devolvendo as cartas.

– Isso não vem ao caso. O que vem ao caso, o senhor é um caçador. Um lobisomem vem matando mulheres por sacrifícios. O senhor precisa me ajudar.

– O que eu preciso fazer?

– Meus amigos foram capturados por esse lobisomem, e sem eles, nós não vamos conseguir detê-lo. A primeira coisa que temos que fazer é acha-los.

– Ok, mas você tem que me prometer uma coisa. Alisson não pode saber de nada. Não vou conseguir perder outra pessoa.

– Eu prometo – porque no fundo eu sabia o que ele sentia, eu também não ia conseguir perder outra pessoa.

Nós saímos da casa com a desculpa de um trabalho de poesias. Alisson sabia que seu pai era apaixonado por poesias, por isso foi fácil despistá-la. Eu pedi para que ele fosse ao carro dele, por respeito à Jennifer. Ele concordou e logo nós estávamos na estrada a caminho de salvar meus amigos.

Eu tentei, mais uma vez, fazer a ligação com Derek, mas, novamente, não obtive sucesso. Eu não sabia onde eles poderiam estar. Jennifer continuou dirigindo e, pelo retrovisor, vi que Chris vinha logo atrás de nós. De repente, nosso carro parou.

– É aqui. Eu tenho certeza – Jennifer falou pulando para o banco de trás e eu pulando para o banco do motorista – Se ele perguntar, você está sozinha.

– Hey, não tem como eu e ele entrarmos lá sozinhos. Precisamos de você.

– Peter não está ai. Ele os abandou ai, não serve mais para nada.

Disse para Chris que naquela casa era onde estavam meus amigos. Ele carregava consigo uma arma e algumas facas, caso precisasse.

– Você não matou Clarice, né? – falei enquanto nos aproximávamos da casa.

– Não. Peter que matou.

– Peter Hale? Você tem certeza?

– Jenny, é claro que eu tenho. Eu também sei que ele que nós estamos caçando.

Peter matou o único amor que seu sobrinho teve. Ele acusou o único amor que Jennifer teve como o assassino. Peter, realmente, não gostava do amor.

Nós entramos na casa. Depois de procurar um pouco, escutei o grito do Stiles no andar de cima. Nós subimos o mais rápido possível. Chris foi à minha frente, o que achei desnecessário, mas tudo bem. Num quarto no fim do corredor, encontramo-los amarrados nas paredes. Scott tinha cortes pelo corpo inteiro e hematomas pelos braços. Stiles chorava de dor. Derek estava inconsciente quando o soltamos.

– Jenny, eu sinto muito – Scott falou me abraçando. Ele chorava sem parar – Eu tentei detê-lo. Mas ele é mais forte. Ela está morta, por causa de mim.

– Não foi sua culpa, Scott. Eu que causei tudo isso. Jennifer não é a vilã – nesse momento eu já estava chorando também.

Com a ajuda de Chris, coloquei meus amigos no meu carro. Scott, o que estava mais consciente, foi na frente comigo. Stiles e Derek foram ao banco de trás. E Jennifer, no porta-malas.

– Muito obrigada, Chris. Agora volta para sua casa e aproveite sua filha – disse me despedindo do homem.

– Lá no quarto, você comentou de uma tal de Jennifer. É a minha Jennifer?

Não consegui responde-lo. Ele compreendeu e foi embora. Eu sabia que aquele não era o final dos dois, mas eu não podia – não tinha o direito – de me intrometer.

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Já na minha casa, Scott me ajudou a colocar Derek no sofá. Fui direto tomar um banho. Meu corpo doeu quando a água quente encostou. Já não tinha mais forças para fazer mais nada. Depois do banho – que eu precisava, urgentemente- desejei boa noite para meu irmão e Stiles, que ficaram na cozinha conversando, e fui dormi.

Deitei na minha cama e fiquei encarando o teto por uns trintas segundos. Era a primeira vez que eu dormia sem saber que minha mãe não estava no outro quarto rezando para que eu e meu irmão fossemos felizes. Ela sempre desejou o melhor para mim e eu nunca agradeci o suficiente por ela, simplesmente, existir.Nesse momento, eu já estava chorando.

Uma coisa que minha mãe me ensinou foi a nunca desistir de nada, mesmo que o universo te dê mil motivos para desistir. E, pela minha mãe, eu não ia desistir. Peter Hale tinha seus dias contados.


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