O frio doía no meu corpo, eu estava de casaco mas, mesmo assim o frio era mais forte. Eu estava no corredor, não sei onde e nem por que, mas, eu precisa seguir até o final do corredor, era uma necessidade algo me puxada para lá. Comecei a correr, o meu pulso acelerado, meu coração parecia que ia sair pela boca. Algo me puxou para o chão e eu cai de joelhos no chão, o piso frio, o barulho dos meus joelhos em contato com chão imundo o corredor que antes era dominado pelo silêncio. A dor dos meus joelhos era muito forte, senti um cheiro estranho e ao mesmo tempo conhecido, era um cheiro de ferrugem, era cheio de sangue! Abri meus olhos lentamente e vi que havia sangue nas minha mãos, havia sangue pelo meu corpo todo. Soltei um grito que ecoou por todo o corredor, olhei para os lados e vi um rastro de sangue, aquele sangue não era meu, então de quem era? Comecei a seguir o rastro e logo avistei um corpo no chão, saí correndo até lá, quando vi de quem se tratava me atirei no chão, fazendo meus joelhos entrarem em contato com o chão novamente. Soltei um gemido quando senti o impacto. As lágrimas começaram a cair, levei meus lábios até sua bochecha e depositei um beijo na mesma. Acariciei seu rosto e senti sua pele fria e pálida em contato com a minha. “ Ele morreu!” eu repetia pra mim mesma “ Ele morreu!”. Fechei seus olhos que antes eram mais escuros que a própria escuridão e que agora estão sem cor, sem vida, seus olhos estavam assustados. Juntei suas mãos na barriga e depositei meu ultimo beijo em suas bochechas, aquele era meu adeus, nunca mais o veria, nunca mais! Levei minha mão até seu peito e tirei a faca que estava cravada no seu coração, coloquei minha cabeça em seu peito e continuei a chorar, no seu ouvido eu sussurrei:

–Adeus vovô.

Acordei em um sobressalto, senti um arrepio correr pela minha cintura.

–Nos encontramos de novo.

–Sai daqui! – grito jogando o travesseiro em sua direção, ele começa a rir.

–Agressiva você! Está de TPM?

Ele ri da própria piada.

–Adoraria ficar e conversar mais com você mas, tenho que ir. Mas, nos veremos em breve e não morra de saudades de mim. Quero você viva....... por enquanto.

E desaparece, no mesmo instante Benjamim chega.

–O que aconteceu? Por que você gritou? – disse me abraçando.

Comecei a chorar.

–Pesadelo – digo agarrando mais forte sua camisa.

– calme, je suis ici. C'est bon, ce n'était qu'un cauchemar. (calma, estou aqui. Está tudo bem, só foi um pesadelo.)

Ele beijou minha testa e eu me deitei na cama, ele me cobriu e começou a murmurar algo em francês. Era algo que me acalmava e em fez dormir profundamente sem sonhos, pesadelos ou visões.

16 de Setembro de 2013

Acordei e vi que Benjamim dormia ao meu lado, abraçado comigo, dei um sorriso e depositei um selinho em seus lábios. Ele sorriu e acordou.

–Você estava acordado então!

–Claro, estava esperando você acordar, só que não sabia que seria recebido assim tão bem.

Comecei a rir e ele me beijou.

–Te amo – ele sussurrou no meu ouvido.

Sorri e ele voltou a me beijar.

–Só posso estar sonhando mesmo. – ele diz

–Por quê?

–Você está aqui do meu lado, isso é um sonho.

Sorriu.

–Idiota.

–Linda.

Começamos a rir.

–É isso! – eu digo.

–O quê?

–Tipo a nossa marca, na culpa das estrelas era, Okay? Okay. E o nosso é Idiota...

–Linda.

–Isso mesmo.

–Se vai te fazer feliz para mim tudo bem.

Abraço ele.

–Mas, agora precisamos falar sobre uma coisa – ele diz.

–O quê?

–O que aconteceu ontem à noite?

–Eu tive um pesadelo.

–Só isso?

–Sim.

–E o que você sonhou?

–Com a morte do meu avô.

Uma lágrima correu pelos meus olhos lembrando da cena:

Flasback On

. “ Ele morreu!” eu repetia pra mim mesma “ Ele morreu!”. Fechei seus olhos que antes eram mais escuros que a própria escuridão e que agora estão sem cor, sem vida, seus olhos estavam assustados. Juntei suas mãos na barriga e depositei meu ultimo beijo em suas bochechas, aquele era meu adeus, nunca mais o veria, nunca mais! Levei minha mão até seu peito e tirei a faca que estava cravada no seu coração, coloquei minha cabeça em seu peito e continuei a chorar, no seu ouvido eu sussurrei:

–Adeus vovô.

E depois apareceu ele novamente. Quem era ele? E o que ele queria?

Flasback OFF

Benjamim limpou minhas lágrimas e me abraçou.

–Obrigada – digo

–De nada, bichinha.

–Idiota.

–Linda.

Rimos.

–Não posso acreditar.

–No quê? – pergunto.

–Você é minha namorada.

Flasback ON

Ele dá um sorriso malicioso e me abraça.

–Liza?

–Oi.

–Quer ser minha namorada?

–Sim.

Flasback OFF

–Minha, minha namorada.

Ele me beija.