Um Outro Conto de Fadas escrita por Ryuuzaki


Capítulo 6
Loucura?!




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O frio já não o incomodava, tampouco a brisa noturna que ainda revoltava as mechas de cabelo que saim de baixo do seu deslocado chapéu. Em outra situação talvez reclamasse, com sua rabugice crônica, que, como ondas, vinha e voltava, mas naquele instante, estava totalmente concentrado. Nem mesmo algo que insistia em chamar de “narração”, que existia somente em sua mente louca, conseguia embaralhar seus pensamentos e tira-lo de seu estado de pura contemplação. A cena que ocorria dentro daquele quarto infantil o havia fisgado de um modo que o impedia de prestar atenção em qualquer outra coisa.

 

Estava maravilhado. Com um sorriso de êxtase e satisfação estampado em seu rosto. Mesmo com o perigo atroz, representado pela criatura, mesmo com chances da garota morrer, esmo com chances dele morrer, estava feliz e exultante pois, em sua loucura, sabia: A história iria continuar.

 

- Hugim... – disse Owen com um medo visível e reverente mas, ainda assim, tremendo de satisfação –...Sei que está aí, observando, de algum lugar... Ou de todos eles... - Aumentou seu sorriso, até não poder mais esticar seus lábios, e inclinou a cabeça para cima, tirando das sombras, formadas pelo chapéu, um par de olhos esbugalhados, assumindo a clara aparência de um louco. - Então, começou... Seus planos tão em andamento.

 

Riu escandalosamente, como que em histeria, um riso insano. Não se importou em denunciar sua presença, o que havia sido uma de suas maiores prioridades, há algum tempo atras. Conteve seu ataque histérico com certa dificuldade, tendo que abafar sua risada com as mãos, e voltou a olhar para a garota que, em pânico, mantinha-se estática, sem conseguir retirar o foco de sua visão da criatura que começava a ir embora. Owen demorou-se os olhos apavorados e marejados da menina e, dessa vez, ficou sério.

 

- Ela ficou acordada. Ela é importante para a história e para os eventos que estão por vir, quaisquer que sejam eles... - sorriu novamente e deus os ombros, como que dando o braço à torcer - Parece que ele quer que eu conheça a garota. - Riu de novo – E, diabos, como eu poderia contrariar o escritor desse pequeno “conto de fadas”?

 

Ao terminar seu monólogo, percebeu que a criança levantara, sentando-se na cama. Balançando a cabeça, como que numa tontura, vomitou. Owen imaginou que a garota não conseguira suportar o odor de morte, tão característico daquela espécie de criatura que se encontrava em seu quarto e então fez uma cara que parecia dizer: “agora deu merda”. Fez barulho suficiente para ser ouvido do lado de fora do quarto, se a magica da fada permitisse que qualquer som saísse do recinto a qual se encontrava. Era certo que a garota seria atacada.

 

- Parece que vou ter que entrar lá – Olhou mais uma vez para a câmera inexistente – Ou então a garota morre e a história não continua, não é? - sorriu de seu jeito peculiar, louco e assustador – É como Freddie diz na musica. “The Show Must Go On”¹.

 

Viu a menina rolar em direção ao chão, quase ficando presas em suas mantas. Instantes depois, ou melhor, quase que imediatamente, a monstruosidade com focinho de rato, em sua clássica carga diabólica, auxiliada por suas pequenas e frágeis asas “Morcegoricas”, saltara – como um predador que, ávido, busca por sua presa – até a cama, onde, imaginou Owen, a garota estivera segundas atras. O caçador aplaudiu mentalmente a agilidade, reflexos e rapidez de pensamentos da garota, porem, sabia que ela não poderia fazer mais nada, além de receber uma morte lenta e dolorosa nas mãos do monstro que se deliciava ao imaginar o gosto de sua carne.

 

Inúmeras possibilidades e cursos de ação à tomar passaram pela mente insana de Owen. Ninguém poderia dizer quais loucuras existiram e foram apagadas em sua mente insana e caótica, umas simples, outras complexas, outras impraticáveis. Umas se resumiam à atirar no monstro e salvar a garota, ou chamar a atenção dele, de alguma maneira e só então atirar, outras eram sobre atirar na menina pedir um autografo ao monstro e talvez convida-lo para sair... Algumas até mesmo envolviam arremessar o papa em cima da abominação, matar a versão zumbi do Michael Jackson, comer pizza com uma japonesa e roubar a sua moto, tudo junto.

 

Variadas alternativas. Mas, no fundo, todas eram fruto da mesma coisa: sua loucura.

 

-"... Madness...?"² - perguntou para o nada – "THIS IS SPARTA"²!!

 

E então, dando alguns passos para atras e pegando impulso, se jogou em direção à janela, adentrando no quarto em uma chuva de cacos de vidro.

 

...

¹: Musica do Queen

²: Frase de Leonidas, do filme/Hq 300

     


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Notas finais do capítulo

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Sem betagem.
Pdem pegar pesado nas criticas, falar mal de cada pedacinho, eu aguento.

Aceito qualquer sugestão ;D (embora provavelmente não vá por em uso todas)