E Se...? (Cam & Gabbe) escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 4
Endless


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews, de novo :3 Continuem ou eu vou arrancar as asas de vocês u.u Tá, eu não vou fazer isso, mas por favorzinho continuem kk' Beijinhos da tia Lov



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P. O. V Gabbe.

Estava selecionando as roupas e as colocando em uma mala improvisada. Uma camiseta, um vestido rosa, outra camiseta, camisas pólo, dez calças jeans, cinco shorts... O que faltava? Ah, casacos. O Colorado é um estado terrivelmente frio. Eu ainda estava pensando em o porquê de Cameron escolher aquele local enquanto colocava uma dúzia de casacos e Cardigans na mala. Segurei a respiração olhando para o apartamento que eu iria deixar. Havia me custado 491.000 dólares. Praticamente uma casa, não que eu me preocupasse muito com isso. Mas fiquei surpresa ao perceber o quanto eu sentiria falta do lugar confortável. Era iluminado por singelos lustres que balançavam de um lado para o outro na mais leve brisa e tinha uma grande cozinha separada apenas por uma bancada da sala. Haviam dois quartos cheios de almofadas tricotadas e com as paredes brilhantemente decoradas. O meu, em particular, continha vários adesivos grandes e chamativos nas paredes. A porta carregava uma pequena placa de metal onde se lia: “Serait ce possible alors?”, que era o francês de “Será possível então?”. Chequei as unhas. Estavam pintadas de dourado brilhante e estavam bem menores do que o usual. Eu havia quebrado na minha mais recente briga com um mortal que tentara me assaltar.

Lamentei em murmúrios enquanto entrava em meu quarto e me jogava na cama fofa coberta por um cobertor peludo e roxo. Haviam várias almofada rosas e azuis ao meu redor e eu senti o ar frio do ar-condicionado bater em meu rosto enquanto me virava abraçando a mim mesma em uma “bola” encolhida. Um pressentimento horrível fazia com que todo o meu corpo coçasse em agonia e ansiedade.

Fora uma noite sem sonhos. Acordei ao menos umas cinco vezes suada e com a garganta seca. Na última vez, eu fora assistir T.V, embora não prestasse atenção em coisa alguma. Cam enchia minha mente. Onde nos encontraríamos mesmo? Colorado. Não era lá uma informação muito exata.

Peguei o celular rosa e atual em cima de uma cabeceira em formato de cupcake. Deslizei o dedo pela enorme lista de contatos. Letra “C”. Nada de Cam. Ah, é. Letra “D”          . Eu havia marcado Cam como “Demônio” no celular. Lembrava bem do porquê daquilo. Assim, sempre que pretendesse falar com Cam, saberia no que estava me metendo.

Examinei a tela por alguns segundos sentindo o sangue inundar minhas bochechas. Cliquei no botão para chamar antes que perdesse a coragem.

Cam atendeu no terceiro toque.

-Olá, você ligou para Cameron Briel. –Sua voz sonolenta murmurava arrogantemente do outro lado da linha. – Espero que tenha um bom motivo para me acordar às... –Ele fez uma pausa, provavelmente consultando um relógio. –Às quatro horas da madruga...

-Sou eu, Cam. –O interrompi.

Houve uma pausa do outro lado da linha e eu escutava sua respiração compassada.

-Ah, oi, Givens. –Ele disse, por fim.

-Oi. –Falei, engolindo em seco.

-Quais são as novas? –Eu podia enxergar seu sorriso em minha mente.

-Bem... Onde nos encontraremos amanhã? –Murmurei sentindo as bochechas avermelharem.

Cam bocejou.

-Colorado.

Suspirei, pacientemente.

-Eu sei, gênio. Mas onde? Colorado é um estado.

Ele fez uma pausa, pensando.

-Ah, eu te encontro na metade do caminho. –Sua voz risonha ecoou em meus ouvidos.

-Cam...

-Não se preocupa, Givens.

Ouvi o tique do telefone indicando que a chamada havia sido finalizada. Grunhi descansando o celular. Como Cam esperava que eu ficasse calma com tudo o que acontecia?

P. O. V. Cam

Acordei atravessado na cama. Droga, já eram nove horas. Eu sentia a aura de Gabbe carregada do outro lado da cidade, se destacando dentre os outros anjos caídos. As asas lutavam para se desenrolar enquanto eu lutava para as empurrar para dentro. Eu tinha de estar fora do hotel para as libertar. Sai correndo pelo corredor, o rosto irritado de Gabbe relampejando em minha mente. Droga, a mala.

P. O. V Gabbe

Eu já estava voando haviam dez minutos, carregando a mala de forma solitária pela imensidão azul. Voar era algo extremamente prazeroso para mim. Era uma forma de ser livre, de estar bem consigo mesmo e não ter de agradar ninguém, fugir dos problemas. Mas, vez por outra, eu me pegava olhando ao redor, procurando por um par de olhos enormes e verdes.

A brisa me empurrava, ao leste. Mesmo sendo três vezes maiores que eu, as asas ainda se cansavam de voar contra o vento.

Então, elas pararam de se mover. Primeiramente, fora um choque enorme. As mãos fortes dele em minha cintura, sua respiração constante em meu pescoço. Senti aquela área ficar tensa e queimar ligeiramente com um rubor.

-Cameron! –Praticamente gritei após ter caído um metro.

-Te assustei, Givens? –Ele perguntou, rindo. Usava um casaco pesado verde sobre uma camiseta preta e jeans azuis. Em suas, mãos, uma pequena mala de couro se equilibrava de um lado para o outro.

-Demônio. –Murmurei, sorrindo.

-Anjo. São apenas nomes. –Ele deu de ombros. Suas asas douradas se estendiam vários metros acima de sua cabeça. Eram lindas, eu queria tocá-las. Me contive, apertando o cabo da mala contra a palma da mão.

-Vá direto ao assunto. –Murmurei. – O que é, Cameron?

-Ainda não estamos no Colorado. –Ele cantarolou.

-Ah, não. –Choraminguei voando as pressas pela imensidão.

Cam estava a poucos centímetros atrás de mim quando segurou minha mão.

-Por que... Não apreciarmos a companhia um do outro? –Murmurou Cam em meu ouvido, colocando a cabeça entre minhas asas por trás.

Senti calafrios subirem pela espinha.

-Pára. –Supliquei enquanto seus lábios roçavam em meu pescoço.

Cam riu, seu hálito aquecendo a base da minha clavícula.

-Não foi convincente o bastante.

-Não, Cam... Vamos... –Senti seus dentes pressionarem a curva de meu ouvido suavemente. –Conversar. –Murmurei.

Ouvi a risada rouca e baixa de Cam antes que o trovão nos fizesse tremer e trombar um no outro, estapeando-nos com as asas.


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Notas finais do capítulo

Reviews *------* dá muito mais trabalho pra escrever do que pra comentar, então eu mereço u.u kk'
Beijinhos ♥