E Se...? (Cam & Gabbe) escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 3
Learn how to Fly


Notas iniciais do capítulo

Último de hoje porque... Porque eu tô com preguiça e também vou acabar estragando a fic se postar sem rever e tal kk' Beijinhos e obrigada pelos reviews, são maravilhosos.



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O choque fora tão enorme que eu me afastei momentaneamente de Cam sentindo as pernas falharem. Minhas asas coçavam nas costas, pedindo para sair e me equilibrar (eu sempre fora melhor voando do que andando) enquanto Cam puxava minha cintura impedindo que eu desabasse no chão.

-Não. –Murmurei.

Senti o corpo de Cam ficar tenso.

-O que disse?

-Não. Por Deus, não. –Eu empurrei o peito de Cam, sem êxito em tentar afastá-lo.

 -Não precisa meter o seu mestre em tudo! –Cam resmungou me puxando para si.

-Não, Cam. Eu não posso. –Quando vi sua boca abrir, emendei: - Eu não quero.

O choque o atingiu como uma espada. Por um segundo pensei que nós fossemos desabar no chão, abraçados. Mas Cam continuou forte, os pés plantados na areia.

Segurei o fôlego enquanto ele cambaleava para os dois lados. Eu sabia que suas asas pesavam, tentando se desenrolar como as minhas haviam feito.

Algo se remexeu dentro de mim repentinamente. De algum modo, eu queria puxar Cam para mim e o arrancar do transe. O falar que sim, eu queria. E como queria. Mas eu não podia. Só podia assisti-lo cambalear, me libertando de seus braços aos poucos.

-Cam...

-Cala a boca, Givens. –Ele murmurou.

Fiquei em choque, pasma. Mordi o lábio tombando a cabeça para o lado e saindo dos braços de Cam.

-Você é maluco. –Sussurrei e senti os seus braços agarrarem meus ombros por trás.

-Me encontre no Colorado. Amanhã. –Ele sussurrou em meu ouvido e, assim que ouviu a minha menção de resposta, emendou: -Pela nossa amizade de tantos anos.

-Acha que somos amigos, Cameron? –Cuspi cravando minhas unhas em seu braço.

Ele murmurou alguns palavrões enquanto me soltava.

-Apenas esteja lá, certo?

-Te vejo lá, Cam. –Minha voz re-adquiriu o tom de falsa animação normal.

Ele suspirou enquanto eu andava para longe, novamente e desta vez sem que ninguém me impedisse.

P.O.V Cameron

Gabbe não estava contribuindo. Ah, por favor... Estávamos ambos solteiros. Não havia nada de errado, havia? Chutei um monte de areia.  Gabbe sempre soube me provocar, sempre conseguiu me manipular sem ao menos perceber o que fazia.

As ondas quebravam ao longe enquanto eu a observava andar até a calçada da rua.

Seu corpo estava mais bronzeado do que nunca em contraste com o biquíni azul-claro que usava. Os cabelos claros e brilhantes pulavam em mechas soltas de um coque armado no alto da cabeça. Ela era linda, angelical. Só podia ser uma criatura feita pelas mãos divinas do Trono.  Eu ainda conseguia ver a tatuagem recém-feita na parte de trás do pescoço.

“Let it be”. “Deixe-o ser”.

O quão hipócrita era aquela tatuagem depois do que ela havia acabado de me dizer? Ela jamais poderia “deixar isso ser” se ao menos dava a oportunidade de algo sequer acontecer.

Ainda conseguia lembrar do brilho quebradiço em seus olhos azul-turquesa quando eu propus que ficássemos juntos. Eu não podia acreditar que ela houvesse sequer pensado sobre o assunto.  Aquela era Gabbe. Eu não imaginava o quão importante ela era e precisei que alguém me contasse para finalmente perceber a aura que emanava dela. No caso, a única coisa boa que esse alguém me fez.

Coloquei os óculos-escuros sobre os olhos e decidi ir fazer as preparações para a viagem ao Colorado. Colorado. De onde eu havia tirado isso? Ah, certo. Fora onde havíamos nos encontrado pela primeira vez após a Queda. Ou algo parecido.

Uma hora depois, eu já estava no quarto de hotel alugado. A iluminação era fraca e as paredes cobertas de pinturas clássicas inestimáveis e coloridas. A cama enorme de casal estava pronta com cobertas de lã e travesseiros enormes que jaziam no topo.

Minha mala já estava pronta ao lado da cama, eu nem ao menos a desfizera quando chegara. Havia ido procurar por Givens e, por sorte, sua aura era tão clara que minhas asas praticamente me arrastaram para a praia. Eu nunca me daria o trabalho de ir procurar por alguém se não houvesse algo por trás. Desde... Não é mais importante.

Naquela noite, não sonhei com os habituais cabelos ruivos de Lilith. Eles foram singelamente substituídos. Angelicalmente. Por olhos azul-turquesa com um brilho quebradiço.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos e quero os meus reviews *w* Sou chata mesmo u.u
Tia Lov ♥