Capítulo 6.

Acordei no outro dia com um barulho de panelas batendo e um ‘aii’ vindo do lado de fora. Só podia ser da cozinha. Edward já não estava mais na cama então presumi que ele estava fazendo bagunça.

Levantei-me preguiçosamente e fui ver o que acontecia. Ao botar o corpo para fora do quarto me espantei. Edward andava de um lado para outro de calça jeans e nada mais que um avental por cima daquilo, tinha uma frigideira em mãos e cuidava da torradeira.

- O que você pensa que está fazendo? – perguntei de braços cruzados atravessando a sala até a cozinha.

- Café da manhã. Queria te recompensar por ontem, ia te levar na cama daqui... – ele olhou o relógio. – cinco minutos. Volta pro quarto, já levo.

- Nem pensar, você está todo atrapalhado aí.

- Deixa de ser cabeça dura, volta pra cama, deixa que eu me vire. – ele fez uma cara que deu medo, então resolvi obedecer. Não sem antes passar no banheiro e escovar os dentes e pentear os cabelos.

Quando já estava sentada na cama, com o lençol até a cintura e a televisão ligada no canal de notícias, Edward veio com uma grande bandeja que eu nunca tinha visto na vida cheia de coisas.

- De onde saiu tudo isso? – perguntei.

- Acordei cedo e fui até o supermercado comprar algumas coisas. Vi essa bandeja e pensei ‘vou fazer o café da manhã como nos filmes’, ai também comprei um livro de receitas e tudo o mais e finalmente temos isso aqui.

Lambi os lábios olhando aquela bandeja. Tinha torradas, ovo mexido, bacon, iogurte natural, suco de laranja, morangos frescos, uvas, geleia, queijo branco e alguns tabletes de chocolate.

- A metade disso aqui veio pronta do mercado Edward, você não me engana.

- Tá certo, eu sei, mas eu fiz as torradas, o ovo mexido e o bacon. Além do suco de laranja que é a única coisa que eu já sabia fazer.

- Ok, senta aqui do meu lado e vem comer comigo.

Nós devoramos tudo aquilo, tudo o que Edward fez estava gostoso e o café da manhã foi bastante especial.

- Estava tudo ótimo Edward, obrigado. – falei ainda saboreando meu pedaço de chocolate.

- De nada. Você quer falar sobre ontem? – ele disse depois de deixar a bandeja no chão ao seu lado da cama.

- Não exatamente, só sobre aquilo que combinamos.

Ele suspirou e se sentou com as pernas abertas em minha frente.

- Eu pensei enquanto fazia compras e enquanto preparava o café. Eu quero isso Bella, quero deixar rolar sem pensar que é uma farsa e ver no que vai dar, sem privações a não ser as previamente estabelecidas.

- Eu concordo. Tudo isso vai ficar mil vezes melhor assim, se nós tivermos que ser contidos, não vai dar certo.

- Sim. Você tem condições?

- Nós vamos deixar rolar apenas, né? Sem rótulos a não ser na frente dos outros.

- Sim. – ele concordou.

- E se rolar demais, como ontem?

- Palavra de segurança. Se você quiser parar diga Foursome e eu sei que fui longe demais. A mesma coisa vale pra mim.

- Ok. Sem mais privações, você tem alguma coisa a dizer?

Ele pensou e então negou.

- Qualquer coisa nós conversamos e resolvemos. Temos que ser 100% verdadeiros um com o outro pra poder dar certo.

Assenti e nós selamos o acordo com um beijo casto. O celular de Edward tocou e ele atendeu enquanto eu fui levar as coisas até a cozinha. Estava terminando de guardar as coisas que eu tinha lavado quando os braços de Edward me envolveram.

- Alice nos convidou para almoçar, disse que a tarde vai ser das meninas por causa da festa.

Resmunguei.

- Que hora é agora e que hora ela marcou?

- 10h30 e ela marcou meio-dia.

- Ai, não sei nem se vou estar com fome até lá.

- Vai sim, você adora comer minha gordinha.

- Injusto isso para alguém que vai ter que aparecer cada vez mais na mídia. – fiz um bico que ele beijou.

- Você não é gorda, sua boba, é só um apelido carinhoso. E é injusto comigo que fico babando nesse seu corpo. – ele passou as mãos pela lateral do meu corpo. Corei com o que ele disse e então ele beijou meu rosto e riu.

Bati em suas mãos e me livrei de seus braços, saindo da cozinha e indo para o meu quarto escolher a roupa para o almoço.

- Você não vai pra casa mudar de roupa? – gritei para ele.

- Passei lá quando fui ao supermercado, já até tomei banho, só coloquei a roupa de ontem pra não sujar a nova...

- Meu Deus, que horas você acordou?! – falei espantada.

- Às 7h, fui pra casa, tomei banho e troquei de roupa, trouxe a que eu estava ontem porque ia levar para a lavanderia, mas sai de casa e resolvi passar no mercado, do mercado vim direto pra cá.

- Você devia ter me acordado. – disse saindo de meu quarto e levando as roupas que eu iria colocar para o banheiro.

- Você tinha que ver como estava dormindo, não teria coragem de te acordar nem em mil anos.

Revirei os olhos.

- Idiota. Vou tomar banho, você podia arrumar a cama...

- O ultimo a acordar arruma... – ele assobiou se esticando no sofá. Bufei.

Meia hora depois, de banho tomado com uma toalha na cabeça e totalmente vestida eu saí do banheiro e Edward continuava no mesmo lugar.

- Não me diga que você não arrumou a cama! – fui mais que rapidamente para o quarto verificar e pra minha surpresa estava tudo no lugar. Virei-me pronta para voltar para a sala e aplaudi-lo, mas quase caí porque ele estava em meu encalço. Ele me segurou e riu.

- Surpresa?

- Eu sabia que você ia fazer o que eu pedi. Afinal, sou a abelha-rainha nesta casa. – disse confiante.

- Você está se achando demais Srta. Swan. – ele levantou uma sobrancelha.

- Não me acho querido, eu sou.

- Você é? – disse com um sorriso zombeteiro.

- Sim, sou. Sou a garota que ‘fisgou’ Edward Masen. – citei a manchete da primeira revista que fez uma reportagem sobre nós.

- Acho que tem passado tempo demais com Alice e Stella, preciso rever meus conceitos de ‘amigas boas o suficiente para você’.

- Há. Há. Há. – disse me soltando dele e voltando para a sala. Sentei no sofá com minhas pernas pra cima, Edward veio e colocou minhas pernas sobre seu colo, sentando no lugar que elas ocupavam antes. Fiquei brincando de trocar de canais na televisão durante algum tempo, até que ele se cansou.

- Que coisa chata, arranja logo algo para nós assistirmos!

- Não tem nada pra assistir nessa porcaria! – protestei.

- Como não? Você já passou por vários canais!

- Ah, toma essa droga de controle, escolhe você. – entreguei o controle pra ele que colocou no canal de fofoca. Revirei os olhos. – você parece uma menininha assistindo a essas coisas.

- Não.

- Por quê?

- Porque falam de mim aqui. Gosto de ver o que eles pensam de mim, me diverte.

Resolvi não dizer mais nada e assistir com ele. De fato falaram da banda e dele, falaram até de mim! Achei interessante o fato de eles terem dito que eu era o tipo diferente do que Edward gostava: geralmente (ou seja, em 98,8% dos casos) ele saía com loiras. A primeira namorada dele era loira e a maioria das garotas que ele tinha saído nos últimos anos eram loiras, com exceção de outra e eu que éramos morenas.

- Interessante. – falei ao final da reportagem.

- Verdade, nem eu tinha me dado conta. – ele disse de cenho franzido.

- Por que prefere as loiras?

- Acho que é mais coincidência. Tanya, minha primeira namorada, era minha amiga e um dia nós estávamos na sua casa e eu reparei que ela era muito bonita. Não me leve a mal, eu era bem ingênuo... Quando falei pro Emmett ele disse “cara, vai com tudo ela é mó gostosa”, mas eu não pensava tanto por esse lado. Acabou que nós ficamos e namoramos durante um ano. Depois me ocupei demais com a banda, me mudei e não peguei mais ninguém durante esse tempo, acho que algumas fãs pensaram que eu era apaixonado por ela e resolveram ficar parecidas ou sei lá. Só as loiras chegavam em mim e eu nunca realmente procurei por algo diferente. – ele continuava com o cenho franzido, como se tentasse entender.

- E essa morena?

- A conheci numa festa, ela era a dona na verdade... Chamou-me porque estava interessada. Nós ficamos, saímos da festa juntos e sinceramente não me lembro de muito do fim da noite. Estava podre de bêbado. Nunca troquei telefone com nenhuma dessas, então é irrelevante.

- Hum. – murmurei também pensativa.

- Bella! – ele disse de sobressalto.

- O quê?

- Já é quinze pro meio-dia!

Olhei o relógio e era verdade. Tirei a toalha da cabeça e fui correndo fazer uma maquiagem leve. Edward foi para o meu quarto, talvez trocar de roupa e eu respeitei o seu espaço, então quando terminei a maquiagem disse que estava pronta e esperei na sala. Ele logo saiu todo bonito de meu quarto e eu entrei correndo para pegar minha bolsa e colocar meu perfume.

- Você não disse que estava pronta? – ele disse espiando minha movimentação.

- Você não sabe que quando uma mulher diz que está pronta é, na verdade, uma metáfora? – olhei pra ele e sorri enquanto colocava minha sapatilha. Ele riu.

- Agora você está pronta? – perguntou quando eu me levantei.

- Sim, estou.

- Então vamos.

Ele me ajudou a desligar as coisas e trancar o apartamento, logo depois pegou minha mão e nós fomos para a garagem, onde seu Aston Martin estava em minha vaga que não era ocupada porque eu não tinha um carro, óbvio.

Ouvimos umas dez músicas até finalmente chegarmos ao restaurante que por incrível que pareça não era longe de meu apartamento. Isso é o que acontece quando se sai perto do meio-dia por Nova York.

- Chegaríamos mais rápido se tivéssemos vindo a pé ou é impressão? – perguntei perplexa pela demora.

- Impressão. Demora mais se os fãs nos atrapalharem pela rua. – revirei os olhos e dei um tapinha em seu ombro.

Depois de manobrar ele desceu do carro e abriu a porta pra mim, então desci e ele fechou a porta, passando um de seus braços pela minha cintura. Entramos no restaurante e tanto Alice como o resto do pessoal nos esperavam em uma mesa enorme, bem no fundo do lugar.

- Achei que seríamos só nós.

- Alice sempre será Alice... – Edward resmungou. Eu ri.

Nós nos sentamos com eles e a conversa fluiu. Era divertido ter amigos, nunca tive muitos e de repente sentia que podia contar com todas aquelas pessoas ali sentadas. Estava gostando cada vez mais de Levi e Stella, Alice e Jasper (mesmo ele sendo quieto) e principalmente de Rose e Emmett. Cada um tinha seu jeitinho diferente de me fazer sorrir e de ser.

Edward olhava pra mim com curiosidade enquanto eu estava calada e eu sorri para ele, que retribuiu. Nossa conversa silenciosa me mostrava que nós nos entendíamos de verdade.

Nós ficamos mais de uma hora no restaurante conversando e comendo como velhos amigos e na hora de ir embora Alice me proibiu de ir com Edward, já que nenhuma delas ficaria com os namorados: iriamos todas para uma sessão de beleza.

- Anda Bella, dá tchau pro Edward e vem ligeiro pro meu carro. – ela me empurrou na direção dele, que me olhava com um bico formado nos lábios. Eu também me sentia assim.

- Eu te vejo mais tarde? – perguntei pegando nas mãos dele.

- Sim, já que eu não posso ir com vocês...

- Ah, tadinho! – falei e então beijei seus lábios rapidamente. – se comporta tá?!

- Não vou fazer nada que você não faria. – ele prometeu e então beijou minha testa, depois soltou nossas mãos e segurou meu rosto, encostando nossos lábios. Ficamos ali sentindo a respiração um do outro por alguns instantes, de olhos fechados, como aqueles casais apaixonados que vemos na televisão. Então eu abri meus lábios ainda juntos aos dele e sua língua invadiu minha boca, entrando em uma dança lenta com a minha. Meus braços em volta dele deixavam explicita a vontade que eu estava de ficar ali com ele.

E de repente a buzina do carro de Alice soou e eu sabia que era a minha deixa para ir. Mordi seu lábio inferior e lhe dei um ultimo selinho antes de nos afastar.

- Até mais tarde. – murmurei antes de me virar e correr até o carro de Alice. Como era possível eu sentir todas aquelas coisas com um simples beijo? Meu coração acelerou, eu arrepiei, minhas pernas ficaram bambas e eu não consegui pensar em mais nada além de nós, como se só nós dois existíssemos.

Fui o caminho todo pensando naquele beijo, em Edward, em nós, tanto que nem dei bola para os comentários das meninas. Quando chegamos ao shopping, Rose deu um jeito de ficar sozinha comigo para conversarmos.

- Você está quieta demais Bella, o que aconteceu?

- Edward e eu Rose.

- Como assim?

- Nós estamos nessa coisa agora. Meio que nos resolvemos quanto a essa situação, somos um casal. De verdade. Não que tenhamos algum rótulo ou sei lá.

- Que bom Bella! Vocês combinam! – ela disse empolgada, mas eu simplesmente não me sentia assim.

- Rose... Eu tenho medo.

- Medo do que sua boba?

- Edward é o primeiro cara de que eu chego perto dessa maneira. Eu não tive relacionamentos antes dele, não tenho nada de experiência nessa área. Tenho medo de não ser suficiente e de não saber lidar com isso tudo.

- Isso nós só aprendemos fazendo. Tive um namorado antes de Emmett e não era apaixonada por ele, as coisas são mais fáceis quando você não se apaixona. Pode não parecer Bella, mas eu tenho muito ciúmes do Emm e ele de mim, nós costumávamos brigar frequentemente por causa disso. Não vou dizer que é fácil manter um relacionamento, mas é prazeroso e gratificante ter alguém com quem contar.

- E se eu não puder contar com ele Rose? Eu gosto dele, mas e ele? Será que ele gosta de mim? – coloquei o rosto entre minhas mãos e suspirei.

- Ele se importa com você, cuida de você, isso automaticamente sugere que ele gosta sim de você. Mas vocês vão ter que descobrir pouco a pouco coisas um no outro de que gostam mais e razões para ficarem juntos. Relacionamentos são como pontes: ligam as pessoas uma as outras fazem com que as pessoas dependam disso para atravessar as coisas. Quando eu fiquei mal por ter perdido meu pai, Emm estava lá para me ajudar a atravessar aquele momento difícil. Deixa rolar Bella, aproveita, não tenta precipitar sofrimentos bobos... As coisas só acontecem quando tem que acontecer.

- Você está certa Rose, obrigado. – abracei-a e nós duas saímos do provador. Foi o lugar mais seguro para ter aquela conversa sem que ninguém visse.

Compramos algumas coisas na loja e depois subimos todas juntas para o último andar do shopping, que era todo de um spa. A recepção era pintada de branco e verde bebê, os dois mesclados. A parede oposta da mesa das recepcionistas tinha uma fonte com pedras brancas no fundo. A parede atrás das recepcionistas era de vidro e dali também caía água. O piso de porcelanato branquíssimo era lindo, impecável, e o lugar onde as pessoas esperavam atendimento tinha várias cadeiras vibratórias, que faziam relaxar até a pessoa mais tensa.

Só de pisar naquele lugar eu já estava 50% melhor. Pude ver que não era a única, pois as meninas também sorriram. Aquele barulho da água batendo nas pedras, o som ambiente de natureza... Tudo naquele lugar inspirava tranquilidade. Sem falar no cheiro: uma mistura de frutas com grama recém-cortada. Eu amei.

- Olá meninas. É bom vê-las aqui. – a recepcionista simpática disse quando a alcançamos.

- É bom estar aqui. – Alice falou sorrindo.

- Fiquem aí um minutinho que eu já chamei quatro atendentes.

E ao que ela disse quatro mulheres com sorriso simpático apareceram. Cada uma delas se direcionou a uma de nós, pegando nossas sacolas e acessórios, elas saíram e logo voltaram com uma chave com número no bolso de seus uniformes.

- Ao final de seus tratamentos, não se esqueçam de pegar a chave de seus pertences com suas atendentes. – a recepcionista lembrou.

As mulheres nos levaram para outro espaço, onde tinha de tudo um pouco: cadeiras confortáveis que mais pareciam espreguiçadeiras, esteiras, banheiras, uma grande piscina, mais plantas e fontes, espaço para cabelo e manicures, etc.

Cada uma de nós ganhou um kit: tinha touca para o cabelo, biquíni, chinelos do nosso tamanho e um roupão, tudo com o logotipo do spa. Senti-me muito vip ali. Alice tinha planejado toda a sessão: começaríamos em um ofuro cheio de rosas e leite com mel, depois sairíamos dali para uma sessão de massagem com pedras quentes e então sentaríamos naquela espécie de espreguiçadeira e faríamos as unhas, os cabelos e a maquiagem.

~~

Quatro horas depois, quatro vezes mais relaxadas e se sentindo mais lindas, saímos do spa e fomos direto para o apartamento de Rose, que ficava mais perto. Confesso que não sei como aguentei ficar quatro horas dando uma de madame, mas foi bom. Aguentaria fazer aquilo de novo uma vez por mês. Era 18h, meu celular tinha duas chamadas não atendidas e não me surpreendi ao ver que eram de Edward. Caminhei pelo apartamento até achar um quarto que eu julguei ser o de hóspedes e então liguei para ele.

- Até que enfim. – ele disse ao atender.

- Porque a pressa em falar comigo?

- Queria saber se você tinha sobrevivido à sessão tortura. Quase surtei quando não atendeu, estava pensando em formas de torturar Alice.

- Meu herói! – falei com a voz afetada e Edward riu. – na verdade não foi tão ruim quanto eu esperava, estou bem mais relaxada agora... Acho que se um ônibus passar em cima de mim nem vou sentir.

- E isso é bom de alguma forma?

- Ser atropelada por um ônibus? Claro que não Edward!

- Você soou como se fosse... – ele retrucou. – tá, mas e aí, me conta mais dessa sua tarde de quatro horas.

- Acho que você tá precisando de um pouco disso também... – ele riu. – é sério! Quando você chega lá o seu estado de espirito muda completamente, uma mulher pega suas coisas e guarda, ai você entra lá no negócio e tem várias coisas pra cuidar de você. Ficamos meia hora mergulhadas em uma banheira com rosas, leite e mel!

- Que desperdício! – ele falou alarmado. Eu ri.

- Mas é bom demais, você iria gostar.

- Tá me chamando de mulherzinha?

- Enfim Edward, depois nós fizemos massagem, isso com toda a certeza você iria gostar, dá pra sentir cada nó de tensão sendo desfeito. É ótimo... Aí fizemos o cabelo, maquiagem e as unhas. Fim.

- Não ia conseguir ficar quatro horas fazendo isso. Talvez a massagem sim, mas o resto...

- Então tá, impaciente. O que você fez de tão bom assim a tarde toda?

- Joguei vídeo game com os caras. Eu e Emmett ganhamos de Jazz e Levi três vezes no PES*.

- E perderam quantas vezes?

- Isso não vem ao caso. Só conto as vitórias Bella.

Eu comecei a rir escandalosamente.

- Ai Edward, você ainda vai entrar para o SNL**.

- Se vai continuar com me enchendo vou desligar Isabella.

Parei de rir. Coitado, se ofendeu.

- Parei já meu lindo. Esquece o que eu disse, outra hora eu e você vamos ganhar de todos no PES.

- Você joga? – pude ouvir a empolgação na voz dele.

- Você tem muito que aprender sobre Isabella Swan, Edward.

- Vou adorar aprender cada coisa sobre você... – ele murmurou do outro lado. Eu sorri feito boba, sem saber o que falar. Será que dizer que também queria saber cada coisa sobre ele era o suficiente?

- Em troca você vai ter que me mostrar um pouco mais de você. – falei, finalmente encontrando o que eu queria falar. – quero conhecer tudo sobre Edward Anthony Masen Cullen.

- Então a primeira coisa que você tem que saber é que eu gosto quando você fala todo o meu nome. Ele soa perfeitamente quando pronunciado por você.

- Meu nome é Isabella Marie Swan, Marie era o nome de minha bisavó, mãe de meu avô.

- Eu quero que meu filho se chame Andrew e minha filha Julie. Se eu tiver mais vou ter que inventar outros nomes.

- Dois é o número mínimo de filhos que eu quero ter. Nunca gostei de ter crescido sozinha, sempre quis uma irmã ou irmão.

- Também penso assim, foi horrível quando meu pai morreu e ficamos só eu e minha mãe. Minha sorte é que encontrei os caras, eles são como meus irmãos.

- Enquanto eu estava na estrada com o grupo de teatro eles eram minha família, uma pequena família desajustada e louca. – eu ri me lembrando das palhaçadas deles. Fazia tempo que não falava com eles, eles estavam sempre na estrada e não tinham muito tempo para mexer na internet ou fazer ligações que as vezes eram um pouco caras. Desde que eu saí, as fronteiras deles tinham aumentado e agora eles viajavam pelo Canadá além dos Estados Unidos. Foi um dos motivos para eu ter parado com aquela vida.

- Você vai ter que me contar um pouco mais sobre como era sua vida na estrada. – Edward cobrou. Eu contava superficialmente toda a historia para ele, mas nunca cheguei a contar como era tudo de verdade, nunca falei de uma pessoa especifica.

- Quando você não tiver nada para fazer e quiser vadiar um pouquinho eu faço um balde de pipoca e nós conversamos sobre nossas vidas.

- Vou estar livre no domingo, você sabe.

- Sim...

A porta do quarto se abriu em um rompante e eu quase caí. Alice, Stella e Rose entraram uma a uma, em fila. Eu as olhei desconfiada, esperando a bomba.

- Se você não percebeu nós estamos todas prontas, só falta você, mas você só se importa com o Edward. Por vocês, vocês sairiam com sacos de batatas no corpo esta noite. – Alice falou furiosa.

- Tá, deixa eu me despedir dele e já vou. – falei, fazendo sinal para elas saírem com as mãos.

Elas fizeram o contrário. Rose que estava mais perto de mim pegou o celular de minha mão e saiu correndo. Eu fiquei embasbacada por alguns segundos, tempo suficiente para Stella que estava perto da porta trancá-la.

- O que foi isso? – perguntei pasma.

- Agora você é inteiramente nossa.

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*PES é a abreviação para Pro Evolution Soccer. É uma série de jogos de futebol produzido pela empresa japonesa Konami. Existem versões para as plataformas: Playstation 2, Playstation 3, Xbox 360, PSP, Nintendo Wii e PC.

**SNL é a abreviação para Saturday Night Live, um programa semanal de comédia exibido pela NBC dos EUA e pela Sony aqui no Brasil. Todos os sábados eles convidam celebridades para fazer parte do show etc, é bem engraçado! :D