Capítulo 5.

Duas semanas depois (sexta-feira).

Duas semanas haviam se passado e as coisas pareciam estar correndo maravilhosamente bem até agora, mesmo que Edward e eu tenhamos empacado desde nosso primeiro beijo.  

As coisas correram bem principalmente por causa de meu relacionamento com Stella e Alice. Elas eram incríveis e em um dos dias das duas semanas que se passaram fui com elas a um shopping e lá recebi um gostinho do que era ser famosa.

[Flashback on]

Alice estava caminhando com um sorriso permanente e cheia de sacolas pelos corredores do shopping, enquanto Stella e eu estávamos rindo de sua felicidade cada uma com uma única sacola.

- Meninas eu vou ir guardar essas sacolas no carro, não vou aguentar carregar isso por muito mais tempo. – Alice disse depois de ver uma ampla vitrine. – vocês poderiam esperar aqui, não é? A primeira loja que eu vou entrar quando me livrar dessas sacolas vai ser esta.

Stella e eu assentimos, e cansadas de ver roupas fomos até uma tabacaria que ficava do outro lado do corredor. Em meio aquele mar de coisas tinha: mangás, HQs, revistas sobre decoração, moda, música e sobre fofoca. Agora, imaginem a minha cara de espanto quando me vi na capa de uma revista de fofocas.

Não que eu não esperasse aparecer nesse tipo de coisas, mas não esperava uma matéria, tipo dossiê sobre mim. A capa tinha a palavra ‘fisgado’ em letras garrafais e embaixo estava escrito em letras menores: conheça a garota que roubou o coração de Edward Masen.

Folheei a revista até encontrar a página da matéria e mais fotos nossas – que eu nem sabia que haviam sido tiradas – apareceram. Havia uma colagem bem legal de momentos nossos durante alguns de nossos momentos juntos em publico e algumas fotos da pré-estreia do filme que não tinham saído nada mal. Comecei então a ler o que estava escrito na matéria.

FISGADO!

O arrasa-corações Edward Masen está, para a infelicidade de suas fãs e admiradoras, em um romance.

A escolhida é Isabella Swan, dita como amiga de Alice Brandon, a consultora de moda da banda. Isabella é aspirante a atriz e acompanhou-o na pré-estreia do novo filme de Shawn Tyler.

Quando perguntado por repórteres o que Isabella era sua, ele disse que estavam se conhecendo. Mas não é o que as inúmeras fotos que saíram na mídia dos dois têm mostrado. Depois da pré-estreia do filme Edward e o restante da banda com suas namoradas foram a um pub e ficaram lá por algumas horas.

A coisa parece estar séria entre esses dois e só nos resta torcer para que o romance dê certo e que ambos sejam felizes!

- Como eles sabem tudo isso? – perguntei perplexa.

- Acredite, eles sempre vão saber de tudo e quando não souberem, irão inventar. E essa não é a única revista. – Stella apontou para a estante ao lado da que eu tinha tirado aquela revista. Várias capas com a mesma imagem, outras com uma imagem um pouco diferente, etc.

Dei uma de louca e tentei esconder todas aquelas coisas, fiquei mexendo ali um tempo até a dona da tabacaria vir me advertir.

- Hei! Você não pode ficar mexendo nas revistas sem comprar nada. Acha que eu não a vi folheando... – ela veio de trás do balcão e quando parou em minha frente olhou para a capa da revista que eu segurava e depois para mim, e de novo para a revista. – ah! – exclamou.

- Sim, sou eu. Você poderia, por favor, me deixar esconder essas revistas?

- Desculpe, mas não. Elas são as que mais vendem, eu iria perder muito dinheiro.

O resultado daquela frase dela foi eu ter saído da tabacaria com sete revistas minhas e de Edward a menos circulando por aí. Obviamente não comprei todas as revistas que tinha, mas ainda assim tirei sete de circulação.

Stella contou para Alice do acontecido, dizendo que eu tinha surtado e as duas ficaram caçoando de mim.

[flashback off]

Naquelas duas semanas eu havia saído junto com Edward em todos os jornais e revistas de Nova York e de onde a banda deles era conhecida. De repente as pessoas me conheciam na rua, perguntavam como Edward estava, pediam fotos e coisas assim, eu estava praticamente famosa.

Depois do pequeno susto no shopping fui me acostumando a ver meu rosto junto com o de Edward estampados em todas aquelas revistas. Outro lugar em que nós aparecíamos – com uma frequência mais assustadora ainda – era na internet. Eu não sei como eles conseguiam, mas era só eu e Edward sairmos juntos que no mesmo dia já eram publicadas fotos nossas.

Nós dois saímos juntos dez desses dias, e em nenhum desses encontros nós nos beijamos ‘de verdade’ (isso é: nós só fazíamos cena para as câmeras dos paparazzi, mas quando estávamos sozinhos nada acontecia), mesmo que depois do beijo não tenha ficado qualquer constrangimento entre nós.

Quando não nos vimos ele ficou trancafiado no estúdio e eu fiquei em casa arrumando minhas coisas. Repórteres tinham descoberto meu endereço e ficou difícil morar no mesmo lugar, já que era um prédio sem segurança nem portaria, onde qualquer um entrava. Frequentemente batiam a minha porta e quando eu contei isso para Edward ele disse que seria melhor eu me mudar, e foi o que eu fiz.

Meu novo apartamento era simplório, porém contava com portaria e segurança, o que era o mais importante agora. Alice me ajudou com a mudança e me deu um novo guarda-roupa, já que o antigo mal conseguia comportar as roupas novas que eu tinha ganhado. Stella me levou a um curso com modelos para eu aprender a me comportar no tapete vermelho, mesmo as fotos não tendo saído mal.

Eu tinha meu apartamento há uma semana e hoje seria o primeiro jantar que eu iria preparar. O dia em que eu conheceria Rosalie. Edward prometeu me ajudar, mas neste momento ele não estava fazendo muita coisa.

- Que horas eles chegam? – perguntei a ele que estava sentado no sofá da sala assistindo televisão.

- Daqui a pouco, relaxa.

- Você disse que iria me ajudar. – resmunguei.

- Calma, estou ajudando. Não atrapalhar pra mim é um tipo de ajuda. – ele sorriu. Revirei os olhos.

- Deixa então. – o prato que eu estava preparando era lasanha, e eu tinha acabado de montá-la. Deixei o forno pré-aquecer enquanto isso lavava a pequena louça e depois fui me sentar ao lado de Edward.

Nosso relacionamento tinha evoluído bastante desde o nosso primeiro beijo. Tínhamos ficado mais íntimos, a coisa de fingir estava fluindo bem e nós agradecíamos, mas nunca falamos sobre aquele beijo que tanto mexeu comigo.

- O que nós temos para fazer até o fim da semana? – perguntei escorada a ele.

- Amanhã tem a inauguração de uma boate que se chama Heaven, ela fica no topo de um arranha-céu, parece legal. Fomos convidados, só vão ter pessoas famosas e tal, é bom ir nessas coisas para conhecer as pessoas de Nova York.

- As pessoas ricas, você quer dizer.

- Mais ou menos.

- Quem mais vai?

- Os caras e as namoradas. Só vou se você quiser ir, não somos obrigados, é uma opção.

- Não. Eu vou, só para variar um pouco essa coisa chata que tem sido a minha vida.

- Quer dizer que tem sido chato? O que exatamente tem sido chato? – ele se virou de frente pra mim com olhar ameaçador.

- Principalmente ficar sem fazer nada com você. É muito chato. – provoquei.

- Eu sou chato? Ficar comigo é chato? Você vai ver só. – ele me atacou fazendo cocegas e eu deitei no sofá, rindo escandalosamente e pedindo pra que ele parasse. – não vou parar, sou chato.

- Ed... Ward... Pa-ra por-fa...vor! Vo-cê nã...ão é chaato.

- Não? Tem certeza? – ele continuava as cocegas, mas com menos intensidade.

- Si-i-m, me deixa. – ele parou quando eu disse sim. Eu fiz um bico e fiquei deitada com as mãos sobre a barriga que estava doendo.

- Tadinha, desculpa. – ele se deitou sobre mim e eu o estapeei, voltando a rir de sua bobeira.

- Você tá me esmagando.

- Tá, desculpa de novo. – ele se sentou e ficou me encarando. Não sei quanto tempo ficamos olhando nos olhos um do outro, só sei que quando a campainha tocou me dei conta de que não estava respirando. – vou atender.

Eu assenti e nós nos levantamos juntos. Fui até a geladeira e tirei a lasanha de lá para coloca-la no forno. Logo Edward chegou à cozinha acompanhado de Emmett e uma loira alta com pinta de modelo internacional e um sorriso simpático.

- Olá. – falei sorrindo e fui cumprimenta-la. – eu sou a Isabella, mas pode me chamar de Bella.

- E eu sou Rosalie, mas pode me chamar de Rose.

Depois da pequena apresentação Edward serviu vinho para nós todos e fomos nos sentar na sala. Conversamos até a lasanha ficar pronta então chamei todos para jantar. O jantar foi extremamente calmo e conhecer Rosalie tinha sido tranquilo, ela é uma mulher incrível, que além de simpática é linda. Ela me ajudou com a louça depois da janta enquanto os meninos assistiam algum jogo na televisão.

- Então Bella, com o que você trabalha?

- Tento ser atriz desde que cheguei aqui. – respondi sorrindo. – não tive muito êxito nesses anos, mas alguma hora eu consigo.

- Que pena que esse mundo artístico é ruim pra pessoas que não tem contatos. Eu mesma só fui chamada para desfiles depois que comecei a namorar Emmett, triste não é?

- Demais. E injusto também, mas a vida não é justa no fim das contas.

- Verdade.

Nós terminamos a louça e eu fui até a geladeira pegar uma sobremesa que eu havia feito. Servi nos potinhos e Rosalie me ajudou a carrega-los para a sala. Nós ficamos ali mesmo, jogados falando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, saboreando a sobremesa e curtindo um tempinho em que não foi preciso fingir nada, apesar de que até pra fazer isso era preciso fingir.

Meu apartamento novo era grande o suficiente para umas dez pessoas circularem bem, percebi enquanto nós estávamos conversando sobre os projetos novos na vida de cada um. A sala era grande e um tipo de balcão americano a separava da cozinha. De dentro da cozinha se podia ver toda a sala, e na parede oposta tinham duas portas apenas. Uma dava para um quarto grande o suficiente para um casal e suas coisas e outra para um banheiro também espaçoso. Era um pouco mal dividido, com todo aquele espaço talvez se pudesse fazer mais um quarto ou sei lá, mas nós estamos falando de Nova York e nós não podemos reclamar de espaço em uma cidade assim.

- Hei Bella! – Emmett bateu palmas em minha frente, rindo. Despertei no susto. – em que mundo você está?

- Pensando em espaços. – ri. – o que vocês estavam dizendo?

- Edward queria te fazer uma surpresa, mas você ficou aí vegetando com o olhar fixo. – Emmett disse olhando de mim pra Edward sorrindo. Rosalie revirou os olhos.

- Emmett é bobo demais Bella, não liga.

- Tudo bem. O que você estava falando Edward? – perguntei.

- Lembra-se do produtor do dia da estreia do filme lá?

- Sim, o que tem ele?

- Ele me ligou.

- E? – perguntei ansiosamente.

- Pediu que eu te avisasse que você passou pela ultima fase de teste da personagem. E que se possível era para eu leva-la até o escritório dele, ele quer fazer o teste final com você e possivelmente você irá conseguir o papel.

Eu fiquei o encarando pasma. Ele sorria pra mim.

- Edward? Isso é sério? – senti meus olhos se enxerem de lágrimas.

- É sim linda.

As lagrimas começaram a correr por meus olhos, eu o abracei sem me importar com os outros ali. Ele retribuiu o abraço, me apertando em seus braços com firmeza. Depois de um tempinho, nos separamos e ele selou nossos lábios.

- Eu estou orgulhoso de você. – disse ele secando minhas lágrimas.

- Obrigada.

- Que lindos vocês! – Rose sorriu, vindo me abraçar sem jeito. – parabéns Bella!

- Obrigada.

- Parabéns Bellinha! – Emmett disse ao lado de Rose.

- Vamos comemorar com um brinde agora? – Edward perguntou.

- Não podemos Edward. – Emmett disse lamentando. – nos desculpem, mas Rose e eu temos que ir. Já está tarde, amanhã ela acorda cedo e enfim, podemos deixar pra amanhã à noite na festa?

- Claro, eu entendo. – ele disse por nós. Levantamo-nos e os levamos até a porta. Quando ele fechou a porta e me olhou eu comecei a chorar, deixando minhas emoções aflorarem. Ele me abraçou imediatamente, me aconchegando em seus braços. – não chore. Eu sei que é de felicidade, mas você merece.

- Eu... Eu não tenho palavras para te agradecer, eu nunca conseguiria sem você.

- Você conseguiria sim! Você é muito talentosa, tanto que Shawn se lembrou de você aquele dia. Eu confio em você e no seu talento, eu estou orgulhoso Bella, só dei um empurrãozinho. Você realmente acha que se não fosse boa o suficiente ele iria te escolher?

Ele segurou meu rosto e secou as poucas lágrimas que restaram. As palavras e a proximidade dele me acalmaram. Ele beijou todo o meu rosto e me abraçou novamente.

- Vamos brindar pela sua conquista? – ele sussurrou e eu assenti. Ele me puxou gentilmente até o sofá e me deixou ali sentada. Foi até a cozinha e voltou com duas taças com um liquido espumante translucido.

Ele me entregou uma delas e sentou ao meu lado. Nós tocamos as taças que fizeram um pequeno tintilar, então nós sorvemos a bebida olhando nos olhos um do outro.

No fim das contas Edward buscou a garrafa de espumante na cozinha e nós ficamos sentados bebendo e conversando sobre coisas aleatórias, apenas curtindo a presença do outro.

- Estou com sono. – falei, me recostando no sofá meio zonza por ter bebido demais.

- Também estou, não sei como vou chegar em casa. – ele repetiu meu gesto e fechou os olhos.

- Fique aqui, é perigoso dirigir por Nova York nesse estado. Ainda mais atravessar a cidade com sono. – falei preocupada.

- E onde eu vou dormir?

Pensei durante algum tempo. Com a história da mudança eu não tinha arranjado um colchão para hospedes nem nada. O único lugar além da minha cama era o sofá, que não era muito confortável para se ter uma noite de sono.

- Você pode dormir na minha cama, eu durmo aqui pela sala. – disse finalmente, convicta de que devia demais a Edward para deixa-lo dormir em um sofá duro, sendo que amanhã tínhamos uma festa que seria cansativa para ir.

- Nem pensar que eu vou ficar confortável e você vai ficar jogada por aí, se for assim eu prefiro ir embora. – ele falou, se impulsionando para sentar no sofá e me ajudando a levantar também.

- Você não pode sair a essa hora com sono e embriagado.

- Não estou bêbado.

- Não é o que um bafômetro diria. – protestei.

Ele bufou e se levantou. Não entendi o que ele fazia até estar na porta.

- Edward!

- Que foi?

- Fica.

- Pra quê? Pra te dar trabalho e te deixar desconfortável em sua própria casa? Não mesmo Bella.

Não acredito na cabeça dura dele. Durante anos vivi em um ônibus que sacolejava enquanto eu dormia em um beliche indo de estado em estado, dormindo em banheiros ou qualquer lugar que tivesse um pouco de paz quando podia.

Mas ele não se daria por vencido caso eu insistisse em dormir na sala e eu não me sentiria bem com ele dormindo na sala. Estávamos em um empasse e ambos éramos durões demais para deixar nossa opinião de lado. De repente percebi que aquela foi nossa primeira discussão e então comecei a rir.

- Que foi agora? – ele perguntou revirando os olhos.

- Edward... – falei entre risadas. – você percebe o que acabou de acontecer?

Ele fez uma cara de interrogação e disse:

- Não...?

- Nós acabamos de ter nossa primeira discussão, sejamos nós um casal falso ou não. – continuei a rir e ele me acompanhou.

- Nossa Bella, que doideira!

Talvez por causa de todo o vinho e do espumante que tomamos a situação tenha se tornado ainda mais engraçada e ele acabou desistindo da ideia de ir embora porque estava com a barriga doendo de tanto rir e falta de ar.

- Tá, chega. Nós dormimos na mesma cama e pronto, tudo bem? – sugeri depois que meu riso cessou.

- Nada mais justo do que isso. – ele concordou.

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Depois de deixar Edward à vontade no meu quarto fui lavar a louça e quando terminei coloquei minha camisola que eu tinha deixado no banheiro.

Quando cheguei ao meu quarto, Edward estava completamente esparramado na cama, de cueca boxer ocupando quase todo o meu lado previamente definido. Seu corpo com músculos na medida, seus cabelos desgrenhados e seu peitoral definido que subia e descia de acordo com sua respiração. Tentei não pensar muito naquilo e deitei o mais rápido possível, empurrando Edward para o seu lado.

Ele por sua vez deu espaço, mas logo estava com uma perna por cima de meu corpo. Cutuquei-o e ele resmungou. Cutuquei novamente.

- O que foi? – falou meio grogue.

- Você não sabe dormir com outra pessoa na cama?  - reclamei.

- Geralmente quando tem outra pessoa além de mim na cama, eu não durmo. – ele disse mais desperto.

Virei para ele com os olhos arregalados, sem acreditar que tinha dito aquilo.

- Não acredito que concordei em dormir na mesma cama que um tarado.

- Na verdade, você sugeriu. – falou rindo.

- Tanto faz, ainda assim não acredito! – falei alarmada.

- Calma Bella, eu tava brincando. A verdade é que eu nunca dormi na mesma cama que outra pessoa.

- Nem com sua ultima namorada?

- Eu tinha uns dezesseis anos quando namorei pela primeira vez sério, então não passava do sofá.

- E você não teve nenhuma outra namorada?

- Somente lances, nada sério. Você sabe, nós fazíamos coisas mais intimas, mas nunca dormíamos a noite toda na mesma cama. – ele me olhava, então sua mão subiu e acariciou meu rosto. – e você, já dormiu com outra pessoa pra saber tanto do assunto?

- Não, é por causa da época do teatro itinerante. Nós dormíamos em cada lugar! Então eu aprendi a dormir o mais encolhida possível e tudo o mais.

- Você é uma guerreira, sabia? – ele selou nossos lábios com tamanha naturalidade que me deixou extasiada. – eu admiro você e sua história toda atrás desse sonho que você vai realizar em breve.

- Nada disso aconteceria se não fosse você. Você também lutou pelos seus sonhos desde cedo, merece tudo o que tem agora.

Ele fechou os olhos e mordeu os lábios, ficou assim por uns instantes, então abriu os olhos novamente.

- Até você?

- Nós nos merecemos. – disse o que eu achei ter sido uma resposta cabível, e, segundos depois eu o beijei.

Era totalmente diferente beijá-lo quando só estávamos nós dois. Era como se nós guardássemos um segredo nosso, que todos sabiam. Mas na verdade era diferente, porque poucas pessoas sabiam da verdade e mesmo assim sem todo aquele fingimento ele ainda tinha vontade de estar comigo e de me beijar.

Nosso segundo beijo começou preguiçoso, quase como se não quiséssemos nada além de sentir que o outro realmente queria aquilo. Quando ficou claro pra mim que ele realmente queria meu beijo eu segurei em sua nuca, intensificando o beijo. Edward ficou por cima de mim, seus lábios exigentes mordiam os meus, pedindo mais. Abri meus lábios e sua língua procurou a minha finalmente. Puxei seus cabelos inquieta, chupei seu lábio inferior e me esfreguei a ele, sentindo seu corpo que estava colado ao meu. Ele segurou meu corpo e foi parando o beijo devagar com selinhos.

Ambos arfávamos e Edward se jogou ao meu lado.

- Você ainda vai me matar.

- Por quê?

- Vou entrar em combustão qualquer dia desses.

- E isso é um problema?

- É se você não for continuar com a brincadeira. – ele me olhou sério.

- O que! Você acha que eu não continuaria?

- Tenho certeza que não.

- Como você tem certeza?

- Qual é Bella, com quantos caras você já dormiu?

Corei e mordi os lábios nervosamente, como ele sabia? Ele riu.

- Você realmente acha que tudo isso estaria acontecendo sem fuçarem em sua vida para saber cada detalhe? Você me surpreendeu na primeira vez em que nos beijamos.

De repente me senti ofendida, como se estivesse nua diante de milhares de pessoas. Virei de costas para ele e sentei na cama. Justo agora que eu estava começando a esquecer dessa história, justo agora que acabamos de nos beijar intensamente pela segunda vez sozinhos ele vem com isso. Meus olhos se encheram de lágrimas, só fiquei assim porque ele tinha sido grosso comigo. Senti a cama se mexer um pouco e logo Edward estava em minha frente.

- Me desculpa, eu fui idiota. Desculpa por lembrar que isso tudo é falso, eu também esqueço às vezes. Que merda! Estava tudo tão bem, eu sempre estrago tudo! Sempre magoo alguém. – ele disse se punindo. Seu rosto tinha um semblante de sofrimento.

- Não Edward, pelo contrário. Você esta certo. Estávamos indo rápido demais, confundindo as coisas. Desculpa-me por ter te beijado, fui eu que estraguei tudo.

Ele me abraçou e depois disse:

- Para. A culpa foi nossa, mas nós temos que levar isso bem Bella. Não podemos deixar nosso desejo de lado se não vai ser estranho. Você não tem noção do que é querer te beijar quando você sorri, quando está séria, sempre. Eu só lembrei isso, só lembrei a mim e a você sua situação porque eu não quero que a sua primeira vez seja desse jeito, não quero que seja com uma pessoa que não seja especial para você.

Eu o abracei novamente e fiquei com meu rosto em seu pescoço. Ele tinha razão é claro, mas ele estava cada vez mais se tornando especial.

- Temos que entrar em um acordo. – falei baixinho.

- Sim linda, temos que entrar em um acordo, mas não hoje, tudo bem? Vamos dormir você deve estar cansada, eu também estou. Amanhã nós resolvemos isso. É o melhor.

- É. E vai ser melhor ainda se você vestir uma calça, pra evitar qualquer coisa. – eu disse corando e então ele começou a rir. Saiu de minha frente e foi até seu lado da cama vestir sua calça.

- Melhor assim?

Concordei e então ele deitou-se com o braço esticado sobre meu travesseiro, eu o olhei com cara feia, mas ele me chamou para deitar ali. Deitei de frente para ele sobre seu braço que me abraçou automaticamente. Seus lábios encostaram-se gentilmente em minha testa e eu fechei os olhos.

Era estranho estar com ele em minha cama – eu sempre dormi sozinha - e ainda assim estar totalmente confortável e acostumada com a situação, afinal era ele ali e nós éramos amigos antes de qualquer coisa. Seu cheiro entrou em minhas narinas, me deixando tranquila.

Dormi instantaneamente.