Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 44
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou doida para terminar logo essa história... Postando então o penúltimo capítulo para em breve poder postar o capítulo final!!!



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– Pai... Você não está me levando pro colégio? – perguntou Dean apreensivo.

– Ahhh. Está tão tarde, filho... Eu pensei que você poderia dormir em casa hoje...

Dean engoliu em seco. Seu pai não planejava levá-lo de volta ao Castelo... Mas Sam estava esperando por ele!

– Não! Eu prefiro voltar para o colégio... – pediu.

Roger suspirou.

– Os resultados vão sair amanhã, Dean... O médico disse que era melhor esperar... Mas não se preocupe. Amanhã mesmo te levo de volta...

Esperar os resultados? Esperar para que? Não estava óbvio? Que garoto da idade dele ficava tendo anemia profunda sem motivo algum? Bem que diziam que câncer sempre voltava... E ele estupidamente acreditara que o dele tinha ido embora de vez... Mas agora tinha certeza, nem precisava de resultado nenhum. Estava com leucemia de novo...

– E se eu tiver que ir pro hospital? – o menino então perguntou bruscamente.

Roger foi pego de surpresa. Ele se recusava a acreditar que o filho pudesse de fato estar doente de novo. Ficou calado por alguns segundos, até conseguir responder.

– Isso não vai acontecer... – disse por fim.

Dean baixou a cabeça. Não podia acreditar no que estava ouvindo. Roger era idiota, ou o quê? Provavelmente repetia para si mesmo que não era nada, e assim que ouvisse o diagnóstico do médico fugiria de perto dele de novo... Dean sentiu lágrimas rolando em seu rosto. Pelo jeito tudo se repetiria exatamente da mesma maneira... Ficaria doente e abandonado em um leito de hospital.

– Você está se sentindo bem? – Roger então perguntou, percebendo que filho se encolhera no banco do carona.

– Eu quero ir pro colégio... – o menino disse, simplesmente.

Roger deu meia volta. Dean estava chateado, isso era claro... Talvez fosse melhor não insistir. Iria levá-lo de volta.

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Quando Roger chegou com Dean no colégio, Sam foi logo correndo ao encontro deles. Tinha passado o dia pensando na vida, e em suas dificuldades... Aproveitara o atestado médico que recebera de Gabrielle para não assistir às aulas do dia. Desde que o sol se pusera, esperava a chegada de Dean ansiosamente, pois sabia que lhes restava poucos momentos juntos.

Sam abraçou Dean, e Roger em seguida.

– Foi tudo bem? – perguntou.

Dean acenou a cabeça afirmativamente, mas parecia bastante abatido.

– Bem, eu já vou indo então... – disse Roger. – Vai ficar tudo bem, meu filho. Não se preocupe. – Ele disse dando-lhe um beijo.

Dean não podia aguentar mais aquela atitude. Não ia ficar tudo bem... Roger estava mentindo para quem?

– E se não ficar? – perguntou em voz desafiadora, enchendo-se de coragem.

Roger e Sam olharam para ele, espantados. Era difícil ver Dean confrontando alguém, ainda mais seu pai...

– Vai ficar tudo bem... – repetiu o homem. Não sabia mais o que dizer.

Dean olhou nos olhos do pai. Ele precisava saber se Roger aguentaria quando a verdade viesse à tona. Conscientemente, não sabia... Mas seu espírito entendia que se Roger não fosse forte o suficiente, todo aquele sofrimento estaria sendo em vão.

– E se não ficar? – insistiu. – E se eu tiver que ser internado e fazer um tratamento horroroso, que talvez nem dê certo? – perguntou com a voz trêmula. Ele estava visivelmente nervoso.

Roger sentiu seus joelhos tremerem. Dean pelo jeito estava pensando no pior... Mas o que o filho temia, não haveria de acontecer... Não podia acontecer... O menino não merecia passar por aquilo de novo...

– Dean, meu filho... Isso não vai acontecer... – respondeu em um fio de voz.

As lágrimas rolavam agora abundantemente dos olhos do garoto. Ele limpou-as com as costas das mãos e voltou a repetir a pergunta, resoluto. Ele precisava saber.

– Mas e se acontecer?

E se acontecesse? Se acontecesse Dean teria que se tratar... Teria que ser forte. Não havia outra saída... O que o menino queria que ele dissesse afinal?

Roger olhou para o filho. Dean fitava-o apreensivo e cheio de expectativa. Foi só aí que, e de alguma forma, ele entendeu... Dean queria saber DELE. Queria saber o que ELE faria... Fugiria como fizera anos atrás? Ou aguentaria firme ao seu lado? Com lágrima nos olhos, Roger abraçou o filho. A última coisa que queria no mundo era magoá-lo de novo. Por mais que doesse, ele não o abandonaria outra vez...

– Dean... Aconteça o que acontecer... Eu vou estar com você... – Ele disse, com a voz entrecortada. – Desculpa, se eu fui fraco quando você mais precisou de mim... Mas eu prometo, meu filho, nada vai me afastar de você agora...

Mesmo que quisesse continuar falando, Roger não poderia. Chorava agora descontroladamente. Dean enterrou o rosto em seu ombro e chorou também, emocionado. Era tudo o que ele precisava ouvir. Tudo o que precisava saber...

Sam, que assistiu a toda a cena, também chorava. De certa forma aquilo dissipava um pouco o sentimento de amargura, e brotava-lhe esperança. Tudo estava se desenrolando como planejado. Roger seria forte. Ele aguentaria firme, e o sofrimento pelo qual passavam não seria em vão.

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Depois que Roger foi embora, Dean foi para seu quarto. Sam como de costume conseguiu driblar os seguranças e encontrou-se com o namorado mais tarde.

O moreno sentia-se mais relaxado após as palavras de Roger. Apesar do sofrimento que estava por vir, estava otimista agora. Iria ser difícil e doloroso, mas isso não mudaria o destino dos dois. Era apenas um pequeno desvio... Estavam destinados a ser felizes juntos, e assim seria.

Sam sentou-se na cama de seu amor e chamou por ele. Queria ficar junto de Dean um pouco... Fazia tempo que não namoravam. Desde que tivera aquele maldito sonho esquecera de viver sua vida, preocupado em lembrar-se dele. Agora não fazia mais a menor questão... Nem se importava em lembrar o que ocorreu ao final da reunião espiritual.

– Dean... Vem cá... Deita aqui comigo... A enfermeira pediu que eu cuidasse de você, lembra? – perguntou em tom provocante.

Dean estava irrequieto. Olhou o namorado sem jeito. Como dizer-lhe a verdade? Sam ouvira sua conversa com Roger... Era estranho que não tivesse perguntado nada sobre o porquê dele estar tão pessimista. De certa forma, Dean torcera para que ele perguntasse, porque era injusto não lhe contar... E era mais difícil quando tinha ele mesmo que começar o assunto. O louro respirou fundo.

– Sam, tem uma coisa que eu preciso te contar... – ele disse sério, baixando os olhos.

O moreno olhou para o namorado curioso. Pelo semblante nervoso de Dean logo percebeu o que o menino queria lhe dizer. Teve pena de ter que vê-lo falar sobre algo tão doloroso, e algo que ele já sabia. Mas não tinha outro jeito... Sam puxou Dean para sentar na cama com ele, e olhou-o de maneira compreensiva.

O louro então contou-lhe tudo sobre o câncer que tivera quando pequeno. Falou também sobre Roger ter saído de casa exatamente no momento em que o diagnóstico foi dado. Abriu seu coração totalmente.

Após uma ou duas horas de conversa, e muitas lágrimas, Dean e Sam sentiam-se mais unidos que nunca. Beijaram-se, abraçaram-se e fizeram juras de amor. Sentiam-se fortalecidos. É possível até que tivessem finalmente se amado, mas após um dia cansativo, Dean sentia-se exausto. Dormiu.

Sam ainda acordado, observou seu namorado por muito tempo. Queria ficar ao seu lado o máximo possível, sentindo o gostinho de cada segundo. Mesmo que Dean estivesse dormindo, não importava... Sam sentia o amor crescer em seu peito cada vez mais intensamente.

Em um momento contemplava seu amor, no momento seguinte, Sam viu-se novamente ao redor da mesa branca. Dessa vez ele não fizera de propósito, mas seu estado sonolento automaticamente o levara para lá... Já estava condicionado.

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Sam e Dean se abraçavam. O louro balançou a cabeça afirmativamente. Aceitaria passar pelo que fosse preciso para ajudar a alma de seu pai...

– Dean, antes de fazer sua escolha, tem algo importante que precisa ser dito... – destacou Malaquias.

O louro olhou para o supervisor sem muito entusiasmo. Já estava decidido.

Malaquias olhou para o menino. Sua expressão era de tristeza. Em seguida, voltou seu olhar para Sam e para Roger.

– Dean... A solução possível é que você tenha Leucemia...

Os três admitiram calados. Já esperavam por isso.

– O problema é que... – prosseguiu o espírito.-Você já teve câncer uma vez. Se tiver de novo... Bem... Se tiver de novo seu corpo físico não vai resistir...

– Não vai resistir? – Dean perguntou incrédulo.

– Ele vai morrer? – Dessa vez foi Roger quem se pronunciou.

Malaquias balançou a cabeça afirmativamente. – Sinto muito... Os tratamentos disponíveis são muito agressivos... Não há nada que se possa fazer...

– Não! Isso não vale a pena... Dean só viveu dezesseis anos! Não vou deixar que morra por uma burrada minha... – Roger parecia desesperado. Segurou os ombros do filho e pediu para que ele desistisse daquela loucura.

Dean abraçou o pai. Em seguida, abraçou Sam chorando.

– Meu amor, eu preciso fazer isso... Você entende? – ele então perguntou ao moreno.

Sam acenou a cabeça afirmativamente. Ele entendia... Não seria naquela vida, mas em outra. Precisava ter paciência, e seu momento de felicidade viria. Dean faria o que seu coração mandava, e ele apoiaria a sua decisão.

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Sam acordou assustado, sentindo seu coração palpitar de tristeza. Olhou ao seu redor, mas não viu Dean. Desesperou-se. Onde estaria ele? Olhou o relógio e não pôde acreditar: já eram quase 11 horas. Dormira demais...

Já ia sair a procura do louro quando o viu voltar.

– Onde você foi, Dean? Por que não me acordou?

– Fui atender uma ligação do meu pai... – suspirou o menino. – É mesmo o que imaginamos, Sammy. – Ele disse baixando os olhos. Em seguida abraçou o namorado, mas não chorou. Sam tentou segurar as lágrimas em vão. Era impossível se conter depois de saber que a doença do seu amor seria fatal.

– Não chore... – consolou Dean. – Vou começar o tratamento amanhã. Mas não vai demorar tanto assim, prometo... Vai passar depressa... Você vai ver...

Sam tentou engolir as lágrimas como pôde. Dean precisava ter esperança. Isso não podia ser tirado dele.

– Meu pai queria vir me buscar agora, mas eu pedi que viesse a noite... Eu prometi que iria a praia com você, não prometi?

Sam olhou para o louro surpreso. Ele já tinha se esquecido da praia fazia tempo...

– Ir à praia? – perguntou incrédulo. – Você tem certeza, Dean? Não quero que fique cansado...

Dean sorriu um sorriso fraco.

– Eu vou ficar bem... Acabei de passar na cantina e encomendei o nosso piquenique. – suspirou. – A gente merece um momento só nosso, Sammy... Um momento de felicidade no meio disso tudo...


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