Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 45
Capítulo Final


Notas iniciais do capítulo

Chegamos então ao capítulo final, depois de quase um ano do início da história. Não acho que seja um final surpreendente, mas espero que gostem. Espero também fechar todas as pontinhas que ficaram soltas. Se esqueci de alguma coisa, me avisem. O bom é que tem a terceira história para explicar qualquer coisa que tenha faltado!



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Cesta de piquenique, jarra de suco e cobertor macio... Os meninos já tinham tudo pronto para levar à praia. O único problema era como chegar até lá... Dean se fazia de forte, mas não conseguia andar mais de 50 metros sem que ficasse cansado. Como pular um muro alto e descer a pedreira, ainda mais carregando aquilo tudo? Só havia um jeito...

Sam deixou Dean esperando no quarto e correu a procura de Seu Romero. Por sorte o menino não custou a encontrá-lo... Contou-lhe toda a história, e o homem mal pôde acreditar. Como sofriam aqueles garotos...

– Tudo bem... Me encontrem as quatro horas da tarde, que irei levá-los escondidos até lá...

Sam abraçou o amigo, agradecido.

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Seu Romero, assim como combinado, deu uma carona aos garotos. Sabia muito bem que poderia acabar se prejudicando com isso. Se alguém descobrisse, estava perdido... Mas não teve coragem de negar um pedido tão especial...

Dean deixou um recado para o pai em seu quarto, que largou destrancado. Quando o homem chegasse para procurá-lo, acharia um bilhete avisando que estaria na praia. Era lá que deveria buscá-lo. Era possível que Roger não gostasse. Era possível que achasse estranho Dean e Sam sozinhos em local tão romântico. Problema...

Quando os dois namorados, de mãos dadas, pisaram na areia e contemplaram a imensidão do mar, foi impossível não se emocionarem. O entardecer era de tirar o fôlego... Era tanta beleza que os fazia esquecer de qualquer sofrimento. Ficaram ali, por algum tempo, apenas contemplando a maravilhosa paisagem. O mar de ondas revoltas, o sol, a gruta... Em seguida, esticaram a toalha e arrumaram o piquenique com cuidado. Por um momento viram-se descontraídos, sorrindo e namorando, no lugar mais especial do mundo.

Mais tarde, quando o sol começou a se pôr, Dean sugeriu que fossem até a gruta. Lá, protegidos do vento frio que começava a soprar, os beijos se tornaram ainda mais apaixonados e as carícias ainda mais intensas.

Sam deslizou suas mãos pela pele macia do namorado. Sentiu seu membro endurecido doer de vontade. Queria penetrá-lo com força. Fazê-lo gritar de prazer...

O moreno olhou Dean com paixão. Este, parecia conformado a se entregar às vontades do parceiro. Era para isso que estava lá, semi nu, ofegante, e trêmulo de frio... Sam soubera esperar, fora o melhor namorado que alguém poderia querer... Talvez aquele não fosse o melhor momento do mundo, mas era o único que tinham... Quem sabe quando poderiam estar juntos de novo?

Foi então que Dean notou, surpreso, a expressão nos olhos de seu amado mudar. Sam notara o quanto seu namorado parecia fragilizado. Aquele não era o momento ideal... O menino suspirou e cobriu o louro com o cobertor. Beijou-o de forma carinhosa.

– Nós vamos... Hmmm... Parar agora? – o louro perguntou ofegante. Estava confuso.

– Dean... – Sam olhou o namorado com ternura. Seus olhos encheram-se de lágrimas – Você está cansado... Haverá um momento melhor... E eu vou esperar o tempo que for preciso.

Sim, ele estava cansado... Seu corpo estava dolorido, e sua respiração fraca... O louro olhou para o namorado e sorriu, emocionado. Como o amava... Aconchegou-se mais perto do moreno, recostando em seus ombros.

– Está confortável? – perguntou Sam afagando os cabelos do louro.

Dean estava mais que confortável... Adorava sentir o corpo macio de Sam a lhe apoiar. Respondeu que sim.

– Sammy, me conta um história?

Sam sorriu, surpreso com o pedido.

– Uma história? Uma história qualquer? – perguntou.

– Sim, uma história qualquer...

Sam olhou ao seu redor. Era impossível não se lembrar de Tristan e Ross. Por que não?

– Posso te contar a história de Tristan e Ross?

Dean riu. Há tempos não ouvia Sam falar naqueles dois. Chegou a detestá-los um dia, tamanha a obsessão do moreno. Agora, pouco se importava.

– Claro, pode me contar... – ele respondeu, bem humorado.

– Tristan e Ross eram dois garotos que estudavam aqui no Castelo, anos atrás... Muitos anos atrás... Você sabe... – começou o menino.

– Eles eram namorados. Assim como nós... Ross era um garoto fechado, de poucos amigos. Era durão por fora, mas por dentro... Era sensível. – Sam sorriu.

– Ele tinha olhos verdes, expressivos e brilhantes, assim como os seus... Era lindo... Quase tanto quanto você, Dean...

Agora foi a vez de Dean sorrir. – E o Tristan? – perguntou.

– Tristan era meio destrambelhado, cheio de ideias malucas na cabeça... Confuso... Só de uma coisa tinha certeza: de seu amor por Ross...

Dean corou, sem nem entender porque. - Essa história toda é real, ou você está inventando coisas? – quis saber, divertido. Como Sam podia saber de tantos detalhes?

– É real... – respondeu o moreno resoluto.

– Todos os dias... – prosseguiu. - Bem, todos os dias não... Mas muito frequentemente eles desciam aqui até a praia. Era seu cantinho secreto... Eles faziam piqueniques, e namoravam... Nadavam... Se divertiam muito...

Sam então contou a Dean de vários momentos lindos que viveram no passado. Falou inclusive de como começaram uma doce amizade e como o amor brotou em seus corações. Contou sobre os lindos quadros de Ross e de como era talentoso ao piano. Falou do ratinho Ben, e sobre a triste doença que matara a mãe e o irmão de Ross. Por fim, falou também sobre a dificuldade de Tristan em declarar todo o seu amor pelo outro. Dean ouvia tudo com muita atenção. De alguma forma aquela história mexia com ele...

Sam então se calou. Ficou pensativo. Talvez não devesse continuar a contar, mas Dean parecia curioso.

– E então? O que aconteceu com eles? – o louro perguntou apreensivo, lembrando-se de que Sam antes mencionara algo sobre a morte dos dois.

– Um dia o Ross ficou doente... – suspirou o moreno. – Era a maldita doença que assolava a família de sua mãe... Mas ele não quis se tratar. Bem, não tinha nenhum tratamento decente na época...

– E então ele morreu logo? Tristan conseguiu se declarar?– Dean estava ficando ansioso.

Sam engoliu em seco. - Ele pediu que o Tristan o levasse até a praia pela última vez. Ele queria ver as estrelas... Mas Tristan não queria. Estava frio demais...

A voz de Sam embargou. Todas as tristes recordações de sua vida passada vieram a tona, e lágrimas começaram brotar em seus olhos. Dean estremeceu, porque estava se emocionando também...

– E então? Eles foram a praia? Ou não? – perguntou aflito.

– Foram... Mas... – Sam não pôde falar. As lágrimas caiam com abundância de seus olhos agora. Dean acariciou o rosto do namorado. Sam estava sensibilizado, assim como ele. De alguma forma a triste história dos amantes da gruta tinha semelhança com o momento que viviam agora.

Sam então respirou fundo e prosseguiu.

– Ross morreu nos braços do namorado antes do sol se pôr... Antes que Tristan pudesse dizer o quanto o amava, ele deu seu último suspiro. – disse o moreno finalmente.

Sam contava com tanta emoção que Dean sentiu um arrepio. Seus olhos marejaram. Podia sentir a dor daqueles dois amantes também. Pobre Tristan... Perder um amor assim... Como devia ter sofrido... Será que ficara bem depois disso? Algo lhe dizia que não...

– E o Tristan? – perguntou ofegante. Preocupava-se com ele, e temia a resposta.

– Ele se jogou no mar... A dor era tanta, Dean... Era insuportável... Tristan não queria mais viver...

Sam falara quase sem pensar, mas agora as lembranças lhe vinham com muita clareza. O sentimento de perda invadiu o seu peito e o menino sentiu como se novamente se atirasse contra as ondas. O mar estava revolto e gelado. Tinha um gosto salgado na boca, queimando até a garganta. Era difícil respirar. Sam começou a chorar sem controle.

Tristan havia se matado... Se suicidou por achar que não conseguiria suportar a dor... Dean sentiu uma pontada no coração. Ele não se lembrava, mas seu espírito, desesperado, presenciara a morte de seu grande amor. Agoniado, logo após desencarnar, o espírito de Ross tentara ajudar Tristan, mas seu esforços foram em vão. O menino morrera afogado de tristeza, nas ondas do mar. O sentimento voltou com força, e Dean, sem nem mesmo entender porque, não pôde mais controlar-se. Chorando, agarrou-se ao namorado com emoção.

– Tristan se arrependeu do que fez, Dean. Tenho certeza... – o moreno então falou, entre soluços.

– Não gosto desse final... – Dean protestou, escondendo o rosto nos ombros de Sam.

O moreno olhou-o carinhosamente e sorriu. Em seguida seu olhinhos brilharam.

– Mas esse não é o fim... – disse - A história de Tristan e Ross não tem fim...

Dean não entendeu. Sam, sem dizer palavra, levantou-se e deu a mão para ele, encorajando-o a fazer o mesmo.

– Eles se reencontraram, Dean... E Ross pôde ver as estrelas... – Sam suspirou.

Cobertos pela manta quente, Sam abraçou seu amado e conduziu-o para fora da gruta. A noite havia caído, e, do lado de fora encontrava-se o céu mais estralado do mundo. Era lindo... A coisa mais linda que Dean já havia visto em toda a sua vida...

Sam trouxe o louro para mais junto de si.

– Dean, eu te amo. – Sam então declarou, com a voz embargada de emoção. Dean não pôde conter as lágrimas. Abraçou o namorado e enterrou a cabeça em seus ombros, chorando. O moreno não precisou dizer mais nada, pois ele finalmente havia entendido tudo. A obsessão que o garoto nutria pelos amantes da gruta estava agora explicada.

– Sammy, eu também te amo... – Ele disse com a voz trêmula. – Muito... – completou. – E eu não quero te perder de novo...

Sam fitou o namorado, limpou as lágrimas que inundavam seus olhos, e sorriu para ele.

– Dean, nós fomos feitos um pro outro... E eu te prometo, nós ficaremos juntos um dia... Não importa quanto tempo... Um dia nossa felicidade será plena.

Dean aproximou seus lábios dos do moreno e o beijou, com profundo sentimento. Abraçaram-se de novo, e, emocionados, contemplaram a imensidão do céu estrelado juntos, pela última vez.

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Epílogo

Roger buscou Dean na praia. Surpreendeu-se em ver seu filho ali, emocionado, contemplando o céu ao lado de Sam. Aqueles dois se gostavam de uma forma muito especial, não havia dúvida...

Sam não quis carona de volta para a escola. Despediu-se de Dean na praia mesmo. Foi lá que, novamente, viu seu amor vivo pela última vez. Queria um tempo sozinho. E lá era o lugar ideal... Seu Romero prometera buscá-lo à meia noite, caso não voltasse ao colégio antes.

O menino molhou-se nas águas do mar, apesar do frio. A dor era aguda, mas ele suportaria... Chorou o que tinha de chorar. Ao seu lado, invisível, Castiel chorava também, muito emocionado. Ele estivera enganado... Sam iria aguentar. Não se suicidaria de novo. Seu espírito evoluía com o sofrimento e com a força que vinha demonstrando.

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Dean sofreu com os agravos da doença e do tratamento debilitante. Apesar disso, seu espírito vibrava vitorioso. Roger demonstrou enorme crescimento, ficando ao lado do filho todo o tempo. Foi forte, não fugindo de seu fardo. A Sam, infelizmente, não foi permitido que visitasse o namorado no hospital.

Cinco meses mais tarde, Dean livrou-se do sofrimento do corpo. Seu enterro foi bonito, emocionante. Lá estavam Roger, Sarah e Mackenzie, e muitos parentes e amigos da família. Também colegas da escola: Clark e Garth fizeram questão de estar presentes. Brian, isolado em um canto, chorava a perda daquele que considerava como um irmão mais novo.

Ajoelhado ao lado do caixão, Sam deixou uma rosa branca. Não quis olhar o rosto sem vida de seu amado. Com os olhos fechados, lembrava-se de seu sorriso: o mais mais lindo do universo inteiro. Os olhos do moreno estavam molhados, banhados de lágrimas. A dor, entretanto, era amenizada pela certeza: um dia, em um futuro distante, veria seu amado de novo. Seu amor, floresceria, e seriam felizes por fim. O destino se incumbiria disso.


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Notas finais do capítulo

Por favor, não deixem de comentar! Quero saber o que acharam desse final... Espero não ser enforcada, ou pendurada pelos polegares em uma masmorra... kkkkk. Além disso, adoraria saber como vocês acham que deve começar a próxima história. Por enquanto, é segredo... Mas espero postar o primeiro capítulo muito em breve.

Muito obrigada por me fazerem companhia nessa jornada!



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