Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 43
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores, este é o antepenúltimo capítulo. Teremos depois deste, apenas mais dois. Já terminei de escrever a história até o fim, e pretendo postar os outros capítulos em breve. Devo esperar uns dois dias entre a postagem de um capítulo e outro. Preparem os lencinhos... :)



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Assim que os meninos chegaram a enfermaria, Gabrielle, a enfermeira chefe, examinou Dean brevemente. Em seguida lembrou-se que o menino havia feito um exame de sangue há poucos dias.

– Fique aqui deitado, Dean. Vou ver se o resultado do seu exame de sangue já está pronto para poder te medicar melhor...

Sam permanecia ao lado do louro, sem desgrudar dele um segundo. Sua vontade era fazer-lhe carinho e segurar sua mão, mas não podia demonstrar tanto afeto na frente da enfermeira.

Gabrielle demorou a voltar, mas Dean e Sam notaram a expressão assustada que ela tinha no rosto quando chegou perto deles. Segurava o resultado do exame e o prontuário do menino. Nenhum dos dois se atreveu a perguntar nada.

– Você está anêmico... – Disse a moça, tentando manter a voz calma. Não que a anemia em si fosse um problema grave, mas dado o histórico do menino, a volta da leucemia era uma possibilidade... – Olha, vou te dar uma injeção pra você se sentir melhor... Mas seria bom ir ao médico fazer mais exames... Por precaução... – Ela completou titubeante.

Dean estava tão amedrontado com a possibilidade de estar novamente doente que nem reparou a agulha sendo enfiada em seu braço. Aquilo tudo parecia um pesadelo... Anemia? E se fosse câncer? O menino lembrou-se dos momentos horríveis que passara no hospital quando criança. Não queria ter que passar por tudo aquilo de novo...

Gabrielle pediu que Dean ficasse deitado até o efeito do remédio surtir. Quando se sentisse melhor poderia ir para o quarto. Sugeriu que Sam voltasse para a sala de aula, mas ele se recusou. Não deixaria o louro sozinho de jeito nenhum.

Os meninos estavam em silêncio quando Garth apareceu na porta.

– Sam? Dean? O que aconteceu? Eu procurei vocês pela escola inteira! – Exclamou o garoto, ofegante.

– Ele não se sentiu bem, então viemos pra cá... – respondeu Sam de forma displicente.

Dean ficou muito agradecido pelo moreno ter poupado Garth dos detalhes.

– Eu já estou bem melhor. Daqui a pouco voltamos pra aula... – completou Dean.

– Voltar pra aula? Não... – Dessa vez quem se pronunciou foi Gabrielle, que voltava para perto dos meninos. – Você precisa descansar, Dean. E eu vou ligar para os seus pais... Para eles te buscarem.

O semblante da mulher agora era tão apreensivo que até Garth sentiu que algo não ia bem. A enfermeira deu um atestado para Dean se afastar das aulas por uma semana e pediu que Garth levasse para os professores.

– Sam, você vem comigo? – Garth então perguntou sem graça. Sabia que o amigo queria ficar ao lado do namorado...

O moreno balançou a cabeça negativamente.

Garth suspirou. Explicaria ao professor de matemática que Sam teve que “fugir” da aula para ajudar Dean. O porque de não terem avisado ao professor, nem ele sabia...

– Tudo bem... Te vejo mais tarde então... E você Dean, melhoras... – Ele disse dando um tapinha de leve no ombro do menino.

Assim que Garth saiu, Dean já estava se sentindo bem melhor. Gabrielle disse que ele podia ir para o quarto, mas que fizesse repouso. Seus pais seriam comunicados e em breve deveriam vir buscá-lo.

Deveriam vir buscá-lo? Como assim? E se eles não pudessem? Seu pai trabalhava, era um homem ocupado... Tudo o que não precisava era de um filho doente para lhe atrapalhar a vida. Dean engoliu em seco.

– E se eles não puderem vir me buscar? – perguntou apreensivo.

– Dean, você é filho deles... É prioridade. Pode deixar que eles dão um jeito... – respondeu a mulher. - Sam, e você, volte para a aula... – pediu.

– Não! – protestou o menino. – Eu vou ficar com ele...

– Sammy... Não... Você não pode ficar matando aulas... – ponderou Dean. Talvez o melhor para Sam fosse mesmo se afastar dele naquele momento...

O moreno fitou os dois com o olhar resoluto. Ele iria matar todas as aulas do mundo se fosse preciso.

Gabrielle olhou arregalada. Não esperava aquela reação do menino. Talvez eles fossem mais do que apenas bons amigos... Bem, ela não tinha nada a ver com isso... Talvez até fosse sorte ter alguém para vigiar Dean enquanto seus pais não chegassem para buscá-lo. Sem dizer palavra a mulher escreveu alguma coisa em um pedaço de papel e entregou ao garoto.

– Aqui... Um atestado para se ausentar das aulas por três dias.

Sam sorriu pela primeira vez desde que chegaram ali.

– Obrigado – disse simplesmente.

– Fique de olho nele... – A enfermeira completou.

Os dois meninos então seguiram juntos para o quarto do Dean, mas o clima entre eles era um tanto estranho.

Sam parecia apreensivo demais, e ao mesmo tempo pouco inquisitivo. Ele estava calado, o que era raro. Dean imaginava o que estaria se passando por sua cabeça... Sua vontade era dizer ao namorado que ele estava bem, que não era nada... Mas talvez não fosse a verdade... Sam nem mesmo sabia que ele quase havia morrido de leucemia anos atrás. Se soubesse, ficaria ainda mais apavorado...

– Dean, deita. Fica de repouso... Eu vou cuidar de você... – o moreno então falou, cortando o silêncio.

Dean colocou um pijama e obedeceu o namorado. Pousou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. Anemia... Estava com anemia e iriam comunicar seus pais... Era impossível não se apavorar pensando no pior. Era difícil relaxar, mas ao mesmo tempo, estava tão cansado... Aliás, ultimamente, estava sempre cansado. Dean não custou a adormecer.

Sam sentou ao seu lado e, ao observá-lo dormir sereno, não pôde conter as lágrimas. Pobrezinho, quanto sofrimento... Ele dissera “sim”, para ajudar Roger... Seria forte, Sam tinha certeza... Só torcia para que o pai do menino cumprisse a sua parte no trato.

Enquanto acariciava os cabelos louros do namorado, Sam prometia a si mesmo que seria forte também. É lógico que sofreria vendo o seu amor doente... O pior de tudo era que com certeza seria afastado dele. Dean iria para o hospital se tratar, enquanto ele precisaria permanecer no colégio. Mas quem sabe poderia visitá-lo de vez em quando? Manteria-se em contato.

Choraria com o inicio doloroso, com cada piora... Sorriria com as pequenas vitórias, com cada melhora... No final de tudo, via-se chorando de novo. Abraçado ao namorado, comemorariam juntos a sua cura definitiva.

Sam limpou uma lágrima que descia solitária pelo seu rosto. Aconchegou-se ao lado do namorado e acabou dormindo por lá.

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– TOC TOC TOC!

Dean e Sam acordaram assustados com as batidas na porta.

– Quem é? – Perguntou Dean alarmado.

– Sou eu, filho!

O menino reconheceu a voz do pai e olhou Sam assustado. Como iriam justificar a presença do moreno ali? Sem outra alternativa, o louro abriu a porta. Sorte que Sam tinha dormido com o uniforme da escola...

– Pai... O que você está fazendo aqui tão cedo? – Dean disse, ao mesmo tempo que abraçava Roger.

Roger já ia responder quando viu que Sam estava ali também, a observá-los.

– Sam? – murmurou o homem surpreso. Ficou sem ação por um segundo ou dois, mas em seguida estendeu a mão, cumprimentando o moreno sem fazer perguntas.

– A enfermeira me avisou que você não passou bem... Como você está se sentindo? – Roger perguntou então, se virando para Dean.

– Estou melhor... – Respondeu o garoto. Pelo menos sentia-se mais descansado.

– Que bom... Sua mãe não pôde vir. Mandou um beijo... Mas eu vim te buscar para fazer os exames que a enfermeira pediu. Não é nada demais, não se preocupe... E você pode ficar alguns dias em casa... Assim descansa um pouco...

Sam abaixou a cabeça. Talvez não fosse ver seu amor de novo tão cedo... Precisava segurar as lágrimas, pois não queria assustar Dean. O louro, conscientemente, ainda não sabia da gravidade da sua condição.

Dean olhou para o namorado, notando toda a sua tristeza. Sam era tão sensível... Notara o clima pesado... Ele podia não saber de nada, mas pressentia o pior. Ele, Dean, também pressentia. Mas não queria despedir-se do namorado daquela maneira. Não seria justo. E ele prometera ir à praia com Sam no dia seguinte, sábado.

– Não pai... Me leva para fazer os exames e depois me trás de volta... – respondeu o louro.

Roger olhou para o filho e em seguida para Sam. Os dois pareciam igualmente tristes e assustados. Era óbvio que existia algo além de amizade entre os dois... Pelo jeito Dean não queria ficar longe do moreno... Talvez precisasse se preocupar com isso mais tarde, mas naquele momento qualquer coisa ficava diminuta comparada a preocupação que sentia.

– Tudo bem... – respondeu. – Eu te trago de volta...

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Dean fez uma batelada de exames, acompanhado pelo pai. Roger parecia otimista, o que, ao invés de tranquilizar o filho, o deixava ainda mais nervoso. Talvez Roger não estivesse preparado para o pior... Mas também... Que filho estragado ele tinha... Ficara doente quando criança... Agora, poucos meses depois de finalmente reencontrá-lo, aparentemente forte e saudável, o desgraçado adoecia de novo? Nenhum pai merecia isso...

Ao final do dia, cansado, Dean entrou no carro do pai. Tudo o que queria naquele momento era voltar para os braços de seu namorado e enchê-lo de carinho. Sabia que Sam estaria preocupado, pensando nele o dia todo... Logo, entretanto, reparou que o carro não parecia estar indo em direção ao colégio.


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