Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 40
Capítulo 39




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Sam sabia quem era seu Malaquias. Agora se lembrava dele perfeitamente. Não era um espírito ruim, como imaginara quando estava acordado. Muito pelo contrário, o velho de barbas brancas emanava muita luz... Ele era supervisor de seu mentor, Castiel. Supervisionava também a mentora de Dean e Roger: Donna. Mas o que será que queriam conversar com eles? O menino estremeceu.

Pouco tempo depois viu Castiel e Donna se aproximando. Dean foi logo se jogando nos braços de sua mentora, já chorando de emoção. Viu que Roger seguiu o filho, também se abraçando com a entidade. As emoções dos espíritos quando não estão vestidos de seu corpo carnal torna-se tão intensa... Tudo é sentido com mais força. Sam não pôde conter as lágrimas quando reencontrou também o seu mentor.

– Castiel, fiquei com tanta saudade! Por que você não apareceu mais para mim? – disse o menino entre soluços enquanto abraçava o amigo. - Eu perdi a capacidade de te ver, foi isso?

Castiel chorava mais que ele. Chorava tanto que não podia nem responder... Depois de alguns segundos, finalmente conseguindo se recompor um pouco, respirou fundo e falou:

– Não é permitido mais, Sam... Eu não posso mais me tornar visível para você...

– Por que? – Arregalou-se o garoto.

– É que... Eu interferi na sua vida... Desculpa... Isso tudo é culpa minha...

Sam precisou se concentrar para entender o final da frase, pois a voz do amigo saira embargada demais. Castiel voltara a chorar sem controle. Então o garoto apenas restringiu-se a abraçá-lo. O que quer que fosse poderiam resolver... Não gostava de ver seu mentor sofrendo daquele jeito.

Não muito tempo se passou até que Malaquias finalmente aparecesse, fechando a porta da sala atrás de si.

– Boa noite a todos! – Ele disse cordialmente.

Sentou-se então em seu lugar e pediu que Dean sentasse a sua frente. Castiel e Donna tomaram seus lugares ao lado do supervisor, e Roger e Sam foram convidados a sentar cada um de um lado de Dean.

– Estamos todos reunidos aqui para falar de um assunto muito importante...

Todos prestavam atenção à Malaquias, que prosseguiu falando.

– É sobre o karma de vocês... O caminho que escolheram trilhar nessa incarnação que estão vivendo. Vocês todos sabem que muitas vezes apesar de escolhermos passar por uma situação de aprendizado, ao vestirmos o corpo carnal nos esquecemos daquilo que estávamos antes dispostos a enfrentar. As vezes não somos tão fortes quanto pretendíamos ser, e nossos planos dão errado...

Dizendo isso, Malaquias olhou para Roger, que baixou o olhar envergonhado.

– Não há motivos para se envergonhar, irmão... – o supervisor disse em seguida, lançando ao pai de Dean um olhar bondoso. Dean segurou a mão de seu pai, dando-lhe força.

Sim, Sam sabia muito bem do que estavam falando... Roger não havia conseguido ficar ao lado de Dean quando ele adoeceu. Esse karma já vinha de uma vida anterior, quando pai e filho passaram pela mesma situação.

Sam buscou em sua mente informações que estavam lá guardadas. Lembrava-se de muita coisa... Dean, quando era Ross, desistiu da vida. Perdeu as esperanças assim que adoeceu, acelerando o processo de sua morte. Gerou para si o karma de adoecer de novo. Dessa vez precisaria lutar com muita garra para manter-se vivo. E ele o fez. Passou por aquilo de novo e curou-se não apenas do câncer, mas também da ferida que tinha na alma.

Roger, ao contrário, não pôde cumprir sua parte no plano kármico. Ele simplesmente não conseguiu ficar ao lado do filho e participar de seu processo de cura. Ao pensar que Dean morreria, o homem sentiu-se fraco demais para lutar.

– O plano agora, como vocês sabem – prosseguiu Malaquias – era de que Sam e Dean ficassem juntos nessa vida. Tem muitas coisas a aprender um com o outro. Precisam se amar, se compreender e se entregar ao amor de corpo de alma.

Sam olhou para Dean de maneira apaixonada, e o louro retribuiu o olhar.

– As coisas tem evoluído, entretanto, por um motivo ou outro, de forma inesperada. Roger e Dean não deveriam mais ter se encontrado nessa encarnação. Deveriam ter permanecido separados pois Roger não tem merecimento ainda para usufruir da companhia do filho. Mas a vida é dinâmica, e existe o livre arbítrio...

Dean, Sam e Roger trocaram olhares apreensivos. Onde Malaquias queria chegar?

– Bem, esse reencontro gerou uma nova possibilidade kármica. Um outro caminho que aconselhamos vocês a trilhar para o bem da evolução conjunta de suas almas. A ideia desse encontro é para que vocês possam opinar. Nada será imposto...

Sam engoliu em seco. Sentiu a mão de Dean tocar a dele e segurá-la de leve. Pelo jeito o louro estava assustado também. Todos ficaram calados por alguns segundos.

– A decisão é do Dean, por isso ele está sentado no centro, olhando para mim. – completou o espírito. - Sam e Roger foram convidados a estar aqui presentes também porque suas trajetórias serão afetadas por essa decisão.

Dean agora apertava a mão de Sam com força. Com tanta força que chegava a doer. Então o moreno ouviu uma vozinha baixa chamando seu nome. Olhou para Dean, mas não era ele... Não era Castiel, nem Roger, nem Donna, e muito menos Malaquias...

– Sam... Sam...

O menino abriu os olhos ainda sonolento. Lá estava Seu Romero olhando para ele...

– Desculpa acordá-lo agora... Mas você já está aqui há tempo demais... O time de basquete acabou de chagar da rua, ouvi o barulho da buzina do ônibus. Eu preciso ir abrir o portão... E não quero que notem a sua ausência também.

Sam fitou o homem incrédulo. Teve vontade de chorar. Logo agora que ele estava tão perto de descobrir a verdade?

– Você conseguiu se lembrar de alguma coisa? – perguntou o funcionário por fim, já se encaminhando para a porta.

O garoto balançou a cabeça afirmativamente.

– Eu estava lembrando de tudo... Mas você me acordou no meio do sonho... – respondeu lamurioso.

– Ah, mil desculpas... Eu não sabia... – lamentou-se o homem. – Mas você pode continuar a meditação sozinho em seu quarto mais tarde... Agora que já sabe como fazer...

– Será que eu consigo? – Sam perguntou um tanto incrédulo.

– Claro... – sorriu o funcionário – mas se não conseguir basta me procurar que eu te ajudo... – E dizendo isso Seu Romero trancou a porta atrás de si e foi correndo abrir o portão.

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Sam seguiu atrás de Seu Romero. Queria ver seu namorado, já estava morrendo de saudades...

– Como foi o jogo? – perguntou para Dean, assim que este saltou do ônibus.

– Perdemos... – o menino respondeu desanimado. Poderia ter dito que ele particularmente tinha se arrastado em quadra, mas preferiu não fazê-lo. Não queria que Sam pensasse que estava se queixando da noite mal dormida. Era responsabilidade dele as escolhas que fazia...

Sam, para falar a verdade, pouco se incomodou. Perder ou ganhar um jogo de basquete não fazia a menor diferença na vida de ninguém... Ele então fitou seu namorado, reparando em toda a beleza de seu rosto. O sentimento de urgência chegou a cavalo. Eles podiam não ter mais muito tempo juntos...

– Vamos a praia hoje a noite? – perguntou então de supetão. Era Sábado. Dean não teria desculpa alguma para dar...

– Vou ter treino extra amanhã... – lamentou-se Dean. – Vamos treinar duro a semana toda... E eu estou tão cansado... Preciso dormir! – disse o louro por fim.

Sam não pôde acreditar. Tudo bem que Dean não se lembrasse de nada da reunião espiritual que tiveram, mas será que ele não tinha nem um leve pressentimento de que as coisas não iam bem? O que era um maldito treino de basquete comparado ao amor que tinham um pelo outro?

– Falta o treino... – sugeriu dengoso.

– Não! – arregalou-se Dean. Viu que Sam estava pronto para discutir, mas ele precisava era de um pouco de paz. – Estou morto de sono, Sam. Quero ir pra minha cama agora!

O moreno surpreendeu-se com a rispidez no tom de voz do namorado. Tudo bem, se Dean queria dormir, que assim fosse. Ele também tinha mais o que fazer... Iria para o seu quarto meditar mais um pouco e descobrir o que lhes aguardava o futuro. Combinaram de se encontrar no quarto do louro no dia seguinte, após o término do treino de basquete.


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