Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 38
Capítulo 37




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O tempo foi passando... Outros dias de visita vieram e passaram, e em todos eles Dean teve a felicidade de rever seu pai. Estavam cada vez mais próximos, inclusive conversando pelo telefone constantemente. Para surpresa do menino, sua mãe, que antes quase nunca ia visitá-lo, também não deixava de aparecer. Seria por causa de sua separação? Talvez... Mas logo o louro percebeu que Sarah estava mesmo era interessada em encontrar com Roger. Isso ficou ainda mais evidente quando lhe comunicaram estar juntos novamente... O menino não podia estar mais feliz. Estava definitivamente livre de Mark, o desagradável padrasto, e agora era seu pai quem dormia debaixo do mesmo teto de Sarah e Mackensie.

Durante esse período, Sam tentou levar Dean à praia algumas vezes, mas o louro sempre tinha uma desculpa muito bem justificada para não ir. Recentemente, o moreno passara a ser mais insistente. Dean prometera a ele afinal... O louro, entretanto, tinha motivos de sobra para protelar. Além de estarem em plena época de provas, o tempo andava frio e chuvoso, nada propício para uma noite ao relento...

Àquele domingo não foi diferente. Além de estar ameaçando uma chuvarada, tinham prova de matemática no dia seguinte...

– Sammy, deixa o tempo melhorar e as provas acabarem... Nós não precisamos ser tão precipitados. Podemos ficar namorando no quarto mesmo enquanto isso... – o louro ponderava.

Sam, conformado, não pôde deixar de lembrar de sua vida passada... Antes era Dean, ou melhor, Ross, quem insistia em ir à praia. Era ele, ou Tristan, quem inventava as desculpas. No presente, sofria as consequência... Era seu karma. Quem mandou protelar tanto naquela época? Agora estava tendo o que merecia... E Sam tinha que admitir que as desculpas de Dean eram muito mais convincentes que as dele...

– Tudo bem, Dean... – suspirou o moreno. Ficariam no quarto mesmo, sem problema... Mas assim que o momento ideal chegasse, não deixaria Dean protelar mais... Arrastaria o namorado consigo se fosse preciso.

Dean sabia disso. Sam iria pressioná-lo cada vez mais, e o louro já tentava preparar-se psicologicamente para o momento em que teria de ceder. Ele tinha prometido afinal...

O louro sorriu para o namorado e acariciou seus cabelos castanhos. Como eram macios... Dean amava cada fio daquela cabeleira farta. Combinava com sua pele clara e sedosa... E com seus olhos esverdeados e brilhantes... Mas talvez o que Dean mais amasse em seu namorado fosse o sorriso. Era um sorriso aberto, doce, quase inocente... E com covinhas de brinde.

Sam notou o olhar apaixonado do louro. Dean gostava dele de verdade, era possível sentir... Então porque protelava tanto em aceitar que era hora de dar mais um passo em sua relação amorosa? Eles não eram mais crianças afinal... Ou será que Dean recuava exclusivamente porque não queria ir à praia? Talvez fosse isso, Sam não tinha certeza... Mas o menino tinha convicção que uma vez deitados na areia, apreciando o mar, o namorado mudaria de ideia, e o agradeceria por ter insistido tanto em dar-lhe uma primeira vez mais do que especial.

– Você acha que consegue driblar o segurança e dormir no meu quarto essa noite? – Dean então perguntou. Sam tinha um esquema eficiente para fugir dos seguranças do colégio. Conhecia cada horário de cada vigia. Dean nem mesmo tentava entender...

O moreno acenou a cabeça afirmativamente, ganhado um beijo do namorado em seguida. Era muito bom quando podiam passar a noite juntos...

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Deitado na cama, Dean olhava Sam adormecido em seus braços. O louro suspirou. Como amava aquele garoto... Sam era o amor da sua vida, não tinha dúvidas quanto a isso... Mais uma vez tinham tido momentos muito agradáveis juntos: se beijando, abraçando, acariciando e até chegando ao orgasmo.

Sam se remexeu na cama, aconchegando-se mais no namorado. Que gigantão gostoso... Dean também tinha vontade de ir mais além, mas precisava superar seu nervosismo... Seu medo era injustificado afinal... Ele precisava deixar de ser bobo e ir à praia com Sam para que finalmente pudessem se amar mais do que nunca. Só precisava de mais algum tempo para se preparar emocionalmente, e então se entregaria de corpo e alma ao seu amado... E foi com esse pensamento que Dean finalmente adormeceu, abraçado à Sam, e embalado pela seu ressonar gostoso.

O louro dormiu como uma pedra. Estava cansado... Foi só quando sentiu a respiração do namorado entrecortada que finalmente despertou. Dean olhou para Sam e, surpreso, reparou que o menino estava chorando.

– Sammy, pelo amor de Deus, o que aconteceu? – perguntou alarmado.

Sam não sabia ao certo. Acordara assutado, sentindo um aperto no peito. Sentia-se amargurado, preocupado, nem ele sabia porquê... As lágrimas foram inevitáveis.

– Foi só um pesadelo, Dean... Bobeira... – disse o moreno, com os olhinhos molhados. Sam fez um esforço para se lembrar do sonho, mas tudo estava nebuloso em sua cabeça.

Dean abraçou o namorado com carinho. Às vezes Sam se portava como um neném. Imagina, chorar por causa de um pesadelo... Coisa mais fofa! Dean desejou que Sam fosse menor para poder colocá-lo no colo.

– Se acalma, está tudo bem. Eu estou aqui com você... – Disse então o louro. Olhou no relógio. Eram 5:30h. Tinha ainda algum tempo para consolar o seu nenenzão antes de terem que se arrumar.

Sam beijou seu namorado e aconchegou-se com ele na cama. Estava tudo bem... Fora apenas um pesadelo... O moreno tentava se convencer disso. Seu pobre coração, entretanto, se mantinha amargurado. Lembrava-se de Dean e Castiel em seu sonho. Sim, definitivamente sonhara com ambos. Talvez Roger e também Sarah... Não, Sarah não... Donna. Sim, era Donna quem estava lá, a mãe de Ross...

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Sam estava sentado em sua carteira. A prova de matemática não estava fácil... O menino fazia contas, mas era difícil se concentrar enquanto tentava se lembrar do maldito pesadelo que tivera. Queria entender o motivo do aperto que insistia em comprimir seu peito.

O moreno se concentrou. Lembrava-se de estar em uma sala branca. Totalmente branca. No centro da sala, uma mesa grande, também branca e muito limpa. Sentados de um lado da mesa estavam ele, Dean e Roger, nessa ordem. Do outro lado, Castiel e Donna. Entre os dois espíritos, Sam se lembrava de um senhor de barbas brancas. O nome dele estava na ponta da língua... Ezequias? Não, não era Ezequias... Mas era um nome mais ou menos assim... Sam engoliu em seco. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O que estariam os seis fazendo reunidos naquele local tão fantasmagórico? Será que ele queria mesmo se lembrar de tudo aquilo? Para que forçar a memória, se a medida que lembrava do sonho sentia-se cada vez mais amargurado?

Sam fitou a prova. Duas matrizes debochadas riram da cara dele: “E então, você vai ficar só olhando, bobalhão?” Desgraçadas... O menino cerrou os olhos e encarou as inimigas de frente: Eram enormes... Uma 3x5 e uma 5x2. Sam contra-atacou: com coragem e destreza multiplicou as malditas, reduzindo-as a uma pequena matriz 3x2. Vitória de Sam Winchester!

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Na hora do almoço, sentados no refeitório, Sam, Dean, Clark e Garth comiam e conversavam sobre a prova de matemática que haviam concluído poucas horas antes.

– Quanto deu a letra A da segunda questão? – Perguntou Garth pensativo.

– 1/5 – respondeu Dean.

– A minha deu zero... – comentou Clark.

– Poxa, a minha conta deu 4... – retrucou Garth. O menino magrelo olhou para Sam a espera de uma resposta. Quem sabe a dele não tinha dado 4 também? Dean e Clark deviam estar errados...

Sam mastigava um batata frita murcha e parecia bem longe dali... Sem querer voltava a se lembrar do sonho. Cada vez que se concentrava, conseguia que mais alguma lembrança viesse à sua cabeça.

Ezequias não... Malaquias! O nome do velho barbudo e um tanto intimidador era Malaquias. Ele era uma espécie de entidade superior, e quem tinha convocado aquela reunião... Castiel e Donna trabalhavam sob sua supervisão. Mas o que ele, Dean e Roger tinham a ver com tudo isso? Assuntos de fantasmas deviam ficar entre eles... Que sonho sem pé nem cabeça...

– SAM! Acorda! – reclamou Garth.

O menino olhou para o colega aturdido.

– O que você quer? – perguntou por fim. Não tinha ideia de sobre o que conversavam seus amigos.

– Quanto deu a letra A da segunda questão?

– Ahh, deu uma matriz três por dois. Pequena mas malcriada... – respondeu o menino prontamente.

Uma outra lembrança então chegou de repente, fazendo o coração de Sam acelerar. Ele, Dean e Roger estavam tão transparentes e etéreis quanto os espíritos, porque, assim como eles, estavam despidos de seu corpo carnal. Suas almas estavam livres, enquanto os corpos dormiam pesadamente. Haviam se despregado durante o sono para participar daquela assustadora reunião no plano espiritual.

– A questão das matrizes era a terceira. Acorda, Sam! – vociferou Garth.

Sam nem ouviu a reclamação do colega. Enquanto isso, Dean e Clark não conseguiam parar de rir. O que era uma matriz malcriada afinal? Sam era mesmo uma comédia ambulante...


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