Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 26
Capítulo 26




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/405344/chapter/26

Sam e Dean passaram o domingo juntos. Há tempos não estavam tão unidos... Sam estava se esforçando para não chatear seu namorado dando bandeira na frente dos outros meninos. Dean por sua vez tantava ser mais carinhoso, ainda sentindo o peso da culpa por ter ficado com Pamela.

Apenas na terça-feira à tarde Sam conseguiu um tempo sozinho para tentar investigar sobre Roger Campbell. Sua primeira descoberta foi o telefone da empresa Garbel Engennering. Felizmente encontrou essa informação sem dificuldade nas páginas amarelas. Eufórico, telefonou para lá. Já havia ensaiado seu plano por diversas vezes. Nada haveria de sair errado...

– Garbel Engennering, boa tarde! – atendeu uma voz estridente.

– Por favor, poderia me dizer se o Sr. Roger Campbell trabalha aí? É que eu achei uma carteira com cartões de banco dele e um cartãozinho da empresa... Eu queria devolver... – Sam engoliu em seco. Se Roger estivesse por ali esperava que tivesse ao menos curiosidade em atender seu telefonema. Mesmo sem ter perdido carteira nenhuma...

– Um minuto – respondeu a mulher. Sam ouviu ela chamando um colega, do outro lado da linha.

– Mike, sabe me dizer se tem algum funcionário com o nome de Roger Campbell?

Depois Sam ouviu um burburinho que não conseguiu identificar. Começou a suar frio. Será que em poucos segundos estaria falando ao telefone com o pai de seu namorado?

– Vou transferir a ligação – avisou a mulher.

Como dizer para o homem que seu filho estava vivo? Será que ele acreditaria nele? Como iria reagir? O coração de Sam disparava mais e mais a cada segundo que se passava.

– Alô. - Dessa vez era uma voz masculina. Sam gelou.

– É... É... o Sr. Campbell? – Gaguejou desesperado.

– Não, o Roger Campbell já não trabalha mais aqui há muitos anos... Estranho ele ter um cartãozinho da empresa na carteira... – disse o indivíduo mais para si mesmo que para Sam.

– É... – Sam sorriu sem graça. Esperou que o sujeito pudesse lhe dar mais alguma informação.

– Engraçado que eu não tinha notícias do Roger há anos, mas encontrei com ele na rua por acaso no mês passado. Deve ter sido o destino mesmo – o homem riu, e Sam sorriu em seguida. Sem dúvida havia sido o destino. Sentiu uma onda de positividade invadir-lhe o corpo. Tudo daria certo... O mundo conspirava a seu favor.

– Então sabe como posso encontrá-lo? – perguntou o garoto.

– Roger me disse que está trabalhando na Hill & Oates. É uma empresa de Engenharia também... Eu acho que tenho o telefone deles aqui. Um minuto...

Fez-se silêncio. Sam esperou ansioso o que pareceu uma eternidade.

– Ah, desculpa, não encontrei... Mas deve ser fácil achar nas páginas amarelas.

– Tudo bem... Muito obrigado, senhor. Pode deixar que vou procurar.

– Certo, obrigado você pela boa ação.

Sam estava feliz com a descoberta. Desesperadamente folheou as páginas amarelas procurando a informação de que tanto necessitava. Hill & Oates... Hill & Oates... Lá estava a empresa listada e com o número ao lado. Sam discou nervosamente. Sentia seus dedos trêmulos, mas não desistiu.

O barulho que ouviu do outro lado da linha foi desapontador... O telefone estava fora de serviço. Checou o número novamente... Discou de novo. Mas definitivamente estava fora de serviço...

O menino suspirou. Anotou o endereço da empresa. Não iria se deixar abater, iria lá pessoalmente se fosse necessário. Será que ficava longe dali?

Sam então abriu um atlas da região e começou a procurar. Ficou extremamente surpreso ao constatar que a empresa onde Roger trabalhava ficava muito próxima à casa onde Oliver Queen morava. Era coincidência demais... E toda essa coincidência só podia significar uma coisa: Ele precisava ir até aquele lugar procurar por Oliver e Roger. Seu destino ficava há umas duas horas de carro.

–---------------------------------------------------------------------------------

– Não, Sam... Não posso permitir que saia da escola. Romero está ocupado e não pode ficar servindo de motorista para você...

– Mas Sr. Beaver... Por favor. Eu preciso visitar o meu bisavô... Ele está velhinho e doente!

Jim Beaver teve pena. Sam estava a ponto de chorar. Mas não podia de forma alguma abrir aquela exceção.

– Você pode pedir para seus pais te buscarem para visita-lo, que tal? – sugeriu o diretor bondosamente. – É só eles assinarem um documento que você tem permissão para sair.

– Mas Sr. Beaver, eles e o Biso brigaram anos atrás, eles não se falam... Eles nunca aceitariam visitá-lo...

O diretor sorriu, como se não pudesse compreender todo o drama.

– Conversa com eles... Conta para os seus pais o quanto ver o seu bisavô é importante para você... Eles vão entender... Quem sabe não se reconciliam? Afinal, seu bisavô está tão velhinho...

Sam forçou um meio sorriso. Não adiantava insistir mais. Infelizmente teria que colocar o plano B em ação: fugir.

–---------------------------------------------------------------------------

– Como assim fugir da escola!!??? Sammy, você está maluco?

Dean olhou arregalado para o namorado. Sam era de fato doidinho, mas as vezes passava dos limites.

– Dean... O diretor não me liberou, e eu preciso ver o meu bisavô... O que você quer que eu faça? – Sam perguntou com cara triste.

– Ah sei lá... Conversa com os seus pais! Tem certeza que eles não concordariam em te levar lá? Mesmo que eles ficassem esperando no carro, sei lá...

– Não Dean, eu já tentei pedir... Levei uma bronca! – mentiu.

Dean franziu o cenho. Por mais que Sam quisesse ver o bisavô, fugir da escola sozinho era perigoso demais. O moreno havia lhe contado o seu plano de pular o portão na sexta-feira no final da tarde e galopar rua a fora... Sam havia notado que em geral, nesse dia da semana, na troca de turno dos seguranças, os portões ficavam desprotegidos por volta de uns dez minutos. Nesse horário a maioria dos alunos estava comendo alguma coisa, ou recolhidos em seus quartos. Poucos andavam pelo pátio. Iria aproveitar esse intervalo...

Dean achava que o plano tinha tudo para dar errado... Mas o pior de tudo ainda estava por vir.

– Dean, por que você não vem comigo? Assim não preciso ir sozinho... – sugeriu o moreno ligeiramente sem graça. O louro arregalou-se ainda mais com a proposta.

– Euuuu? Fugir da escola? Nunca eu faria um negócio desses!!! E além de tudo eu tenho o jogo de basquete no Sábado, lembra? – reclamou o menino.

Sam baixou a cabeça. Queria tanto que Dean fosse com ele... A verdade é que estava com medo de ir sozinho. Não conhecia os arredores do Colégio e nem estava costumado a usar transporte público. Além disso sonhava com o momento em que Dean e Roger fossem se reencontrar. Seria muito melhor ter o louro ao seu lado quando fosse procurar o homem na Hill & Oates. Pai e filho se reconheceriam imediatamente, e isso lhe pouparia mil palavras. Seria tão emocionante...

– Então tá... Eu vou sozinho... – a voz de Sam saiu dramática e Dean balançou a cabeça em ar de reprovação.

–-----------------------------------------------------------------------------

Durante toda a semana Dean tentou convencer Sam a desistir da fuga. Não teve sucesso, entretanto... O moreno estava certo do que precisava fazer. Apesar de preocupado e descontente, Dean prometeu ao namorado que não contaria a ninguém sobre isso. Nem mesmo Clark e Garth estavam sabendo.

A fuga estava marcada para sexta-feira às 18h, e quando esse dia chegou, Dean nem mesmo teve tempo para discutir mais com o namorado a respeito. As aulas foram até mais tarde aquele dia, e em seguida Dean teve treino tático de basquete. O time estava todo muito unido no propósito de se sair vitorioso no dia seguinte.

Dean vigiou nervosamente o relógio durante todo o treino, que estava demorando a acabar. Ele precisava se encontrar com Sam a todo custo antes que fosse tarde demais. Não podia acreditar que o namorado fosse mesmo colocar aquela doideira em prática...

– Dean, o que deu em você hoje? – perguntou o treinador enérgico. – Parece que está no mundo da lua...

O louro olhou para o homem, aflito. Não poderia de fato se acalmar sabendo que Sam estava prestes a pular o portão. Já eram 17:30h... O minutos estavam passando depressa. Dean já estava quase inventando uma desculpa para sair mais cedo quando finalmente os alunos foram liberados.

O garoto saiu bastante apressado, mas não contava que Brian viesse atrás dele.

– Nossa, onde você vai com tanta pressa, Dean?

– É... Bem... Eu preciso resolver um negócio... – disse o louro, sem diminuir as passadas, e andando em direção oposta ao dormitório.

Brian foi atrás dele, sempre fazendo perguntas.

– Veio fazer o quê, aqui no portão?

Dean não respondeu. Olhou o relógio, Eram 18:02h. Onde estava Sam? Por um instante o menino pensou que o moreno já tivesse ido embora. Em pânico, olhou em todas as direções. Para seu alívio, avistou-o em seguida. Sam caminhava apressado com uma mochila nas costas.

– Dean, o que você e ELE estão fazendo aqui?! – perguntou o garoto assim que avistou a dupla de jogadores. Sam sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Teria Dean contado tudo para o desgraçado do Brian e agora estavam os dois ali para impedi-lo de sair? Olhou para Dean sem esconder a mágoa.

– Sammy, não é o que você está pensando... Ele me seguiu... Não foi, Brian? – Justificou-se Dean.

Brian acenou afirmativamente, sem entender o que estava se passando.

– E o que VOCÊ veio fazer aqui? – perguntou o moreno, sem muita certeza de que Dean dissera era mesmo verdade.

– Pedir para você ficar... – respondeu o louro.

– Não posso, Dean... Eu preciso ver o meu bisavô. Você não entende...

– Ele vai fugir da escola?! – Dessa vez quem perguntou, estupefato, foi Brian. Mas não obteve resposta.

– Dean, vem comigo...

Dean olhou para Sam em desespero. Ele não se perdoaria se deixasse o namorado pular aquele muro e partisse mundo a fora sozinho. Sam não sabia tomar conta de si mesmo...

O olhar que Dean lançou ao namorado, pesaroso porém condescendente, revelou tanto a Sam quanto a Brian as suas intenções. Estava prestes a ceder.

– Dean, você não está pensando em ir com ele, está? – Perguntou Brian alarmando. – Esse garoto é maluco, você não pode ir na onda dele! Pelo amor de Deus, Dean... E o jogo amanhã? O time precisa de você...

O louro virou-se para o amigo. Ele sabia que Brian tinha uma certa razão, mas estava decidido.

– Brian, desculpa, eu preciso ir...

– Precisa ir por quê!? – o mais velho perguntou em tom intimidador. Dean sentiu-se encurralado.

– Ele é meu amigo, não posso deixar ele sair sozinho... – falou em voz baixa.

– Mas por que não!? Ele é maluco, deixa ele ir embora se quiser... Já te disse que você não devia andar com esse garoto! – O tom agora já era de discussão.

Dean ficou irritado. Se Brian não podia aceitar, o problema era dele... Não podia perder Sam. Ele era o amor da sua vida... O coração do menino batia forte. Estava muito nervoso. O louro olhou Brian nos olhos ao mesmo tempo que tocou o ombro do namorado de leve.

– Brian, o Sam é mais do que um amigo pra mim... É meu namorado. E Ele não é maluco... Ele precisa visitar um parente idoso, e fugir foi o único jeito que encontrou. Isso não é maluquice, é coragem... E eu admiro o Sam por isso. Não posso deixar que ele vá sozinho. Se você for meu amigo vai entender, e vai guardar esse segredo... Não se preocupe que a gente volta.

Dean falou com tanta segurança que Brian ficou sem palavras e sem ação. Viu quando os os namorados escalaram o muro lado a lado. Dean sério e determinado. Sam sorrindo de uma orelha a outra, enrubescido. Pisava em nuvens.

–---------------------------------------------------------------------------------


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Nova Chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.