– Você é muito gostoso, sabia?

Pamela enfiou as mão por dentro da camisa de Dean e sentiu sua carne tenra e musculosa. Nunca tinha ficado com ninguém tão bonito. Aliás, nunca tinha nem visto garoto como ele... O menino arregalou os olhos quando ela segurou suas mãos e conduziu-as em direção aos seus seios. Agora ele era obrigado a passar as mãos pelo corpo dela também. Dean sentia o olhar aprovador de Brian. Ele tinha que suportar até o fim...

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Voltavam para o Colégio. Os meninos cantavam e se divertiam pelo caminho. Dean, ao contrário, estava quieto. Sentia-se sujo. Não que ficar com Pamela, em si, tivesse sido a pior experiência de sua vida. Não sentiu-se atraído por ela, isso estava claro... Mas ela era uma menina bonita, e beijá-la e tocá-la poderia ter sido menos traumático se não estivesse se sentindo tão culpado. Fora incapaz de dizer a verdade. Agiu como um covardão... Sam tinha todo direito de não confiar nele... Pobre Sammy, não merecia aquela traição!

Para piorar, Brian parecia exultante, contando para todo mundo que ele e Dean haviam se "dado bem". Dean estremeceu só em pensar que a notícia pudesse chegar aos ouvidos de Sam. Estava ferrado... Sorte sua que não era o único a não querer que a notícia se espalhasse. O treinador, Kurt Harris, deixou bem claro para todos que suas atividades fora da escola deveriam ser mantidas em segredo.

– Acho ótimo que vocês tenham um tempinho para namorar e se divertir, garotos. Mas que isso fique entre nós! Sábado que vem temos outro jogo. Se o diretor começar a pensar que estão saindo da escola só para namorar, já sabem o que vai acontecer... Tivemos vários jogos cancelados por causa de situações como essa no passado.

O discurso do treinador era direcionado principalmente aos novatos. Os outros rapazes já estavam acostumados àquele código de conduta. Dean suspirou aliviado. Sam só descobriria se ele contasse, o que ele não pretendia fazer.

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Enquanto isso, Sam examinava os retratos mais uma vez, agora preocupado em vigiar o relógio. Tinha pouco tempo, pois Dean não tardaria a chegar. Sentia o suor lhe escorrer pela testa. Se não achasse nada, voltaria a estaca zero...

Pegou mais uma vez o retrato de Dean, com dois anos, no colo do pai. Foi aí que reparou que a camisa que Roger usava tinha o logo de uma empresa. Ele estava usando um uniforme de trabalho! Isso já era alguma pista. Sam conseguiu ler o nome da firma: Garbel Engeneering. Uma empresa de engenharia...

Animado com sua descoberta, Sam guardou os retratos de Dean cuidadosamente na gaveta, pegou o caderno que de fato tinha largado lá de propósito, trancou a porta e saiu. Tinha agora que pesquisar sobre a Garbel Engeneering. Será que Roger ainda trabalhava lá? Antes disso, entretanto, precisava esperar Dean para lhe devolver a chave.

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Sam sentou-se próximo ao portão e esperou que o ônibus chegasse. Dean, da janela, avistou o namorado de longe, e sentiu seu coração bater mais forte. O moreno sorriu para ele. Tão doce e inocente... Ele era mesmo um cafajeste...

– E então Dean? Como foi o jogo? – Sam perguntou entusiasmado.

– Ganhamos – O menino respondeu forçando um sorriso. Sam já esperava pela resposta. O time todo parecia eufórico e o treinador, feliz da vida.

– Que bom, Dean! Parabéns! Aqui, olha, obrigado pela chave...

Dean pegou a chave das mãos de Sam, e antes que pudesse dizer mais alguma coisa avistou Clark que se aproximava. Acenou para ele.

– E então? Estudaram bastante? – perguntou o louro.

Sam pigarreou. Precisava inventar uma desculpa, e depressa. Clark olhou para Dean com pouco entusiasmo.

– Nada... Eu não fiz nada hoje...

Dean olhou para o amigo e reparou como estava diferente. Clark andava cabisbaixo, abatido... Há tempos andava usando roupas mais discretas. Aposentara as calças justas de vez. Agora usava uma camiseta de manga comprida apesar do calor. Dean olhou para Sam interrogativo.

– Errr. Bem... É que... Eu não me senti bem hoje, e aí acabei dormindo... – mentiu Sam. O menino estava visivelmente sem graça, e Clark olhava para eles indiferente e vazio. Qualquer pessoa, diante àquela cena, teria imaginado que Sam estava disfarçando para não contar algum segredo de Clark. O garoto sem dúvida aparentava estar com problemas. Dean, entretanto, sentia-se tão culpado que não desconfiou da desculpa esfarrapada por nem um segundo. Seu namorado era sensível... Talvez tivesse passando mal só em sentir as vibrações negativas da traição...

– Ahh Sammy, você está mesmo abatido – suspirou o louro. É claro que o abatimento de Sammy estava apenas na imaginação de Dean... – Você veio aqui só para me devolver a chave?

Sam acenou afirmativamente.

– Ahh pobrezinho! Vem, vamos voltar pro seu quarto. Eu vou ficar lá com você um pouco!

Clark acenou para eles. Suspirou. Dean e Sam tinham muita sorte de terem um ao outro... Era difícil não ter com quem dividir seus problemas. A verdade é que Clark continuava sofrendo bullying. Seu jeito afeminado era razão suficiente para que vários garotos barra pesada pegassem no pé dele. Seus braços estavam marcados por hematomas, e ele não sabia como se livrar dos agressores. Não queria envolver os amigos naquela história. Todos já tinham seus próprios problemas...

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– Dean, eu já estou me sentindo melhor, não precisa se preocupar...

Dean olhava para Sam com tanta dor que este começou a se sentir culpado. Uma pequena indisposição durante o dia não deveria gerar tamanha preocupação...

– Você já comeu? Quer que eu compre alguma coisa e traga aqui no quarto? – perguntou o louro solícito.

– Eu já comi, Dean... Vem cá, deita aqui comigo...

Dean hesitou. Não podia deitar. Sentia-se imundo. Sujo dos beijos e apertões de Pamela...

– Preciso de um banho primeiro... – suspirou.

Sam sorriu. Um banho juntos? Só de pensar começava a se sentir excitado. Lembrou-se de Ross e Tristan, e seu momento romântico no chuveiro. Talvez Dean estivesse animado a ir um pouquinho mais além... Talvez fosse o momento certo!

Assim que Dean se despiu e se enfiou debaixo d' água, Sam se uniu a ele. O moreno parecia totalmente restabelecido de qualquer indisposição de tivesse tido, o que deixou Dean aliviado. E como seu namorado era lindo sem roupa... Dean sentiu seu membro endurecer. Era impressionante como perdiam tempo discutindo por besteiras. Deviam ter mais momentos como aquele... O louro fechou os olhos e tocou Sam com paixão.

Sam apertou seu lourinho em um abraço ensaboado. Teve vontade de morder. E mordeu... Dean riu.

– Você está tentando me comer, Sammy?

– Você é delicioso... – suspirou o moreno, sem fôlego. – Eu tenho vontade de morder cada pedacinho do seu corpo...

Dean sentiu seu coração disparar. Sam era o amor da sua vida... Estar em seus braços era tudo o que precisava para esquecer de todos os seus problemas. Estava entregue a ele, a seus beijos, mordiscadas e abraços. Mas quando o namorado começou a investir delicadamente por trás, o louro se assustou.

– Sammy, o que está fazendo?

– Ahh Dean... Desculpa... Se você quiser eu paro.

Dean nem respondeu. Obviamente não estava pronto ainda para ir adiante. Sam se conteve. Esperaria o momento certo. Tinham todo o tempo do mundo afinal... O moreno esfregou seu membro no de Dean e esperou até que ambos morressem de prazer.

Cansados, Dean e Sam se enroscaram em uma toalha felpuda e deitaram na cama. Ficaram minutos em silêncio, apenas sentindo o calor que compartilhavam entre si. Queriam ficar assim para sempre, sem se preocupar com mais nada.

Dean pediu desculpas a Sam mais uma vez em pensamento. Colocando sob perspectiva, seu momento com Pamela fora tão diminuto, tão insignificante, que talvez nem pudesse ser considerado traição... Talvez o que mais lhe incomodasse nisso tudo fosse o fato de não ter tido coragem de assumir seu relacionamento. Queria ter podido olhar Brian nos olhos e lhe dizer que não queria ficar com nenhuma garota. Dizer que ele já era comprometido com Sam, e estava apaixonado por ele. Faltava coragem...

Enquanto isso, os pensamentos de Sam iam ainda mais longe... Bem mais longe... Estão em uma casa de campo. É primavera e tudo está florido. Thomas e Justice brincam no jardim sob a supervisão de Dean. De repente o velho Campbell aparece de surpresa. Dean sorri de uma orelha a outra. Ele ama o pai e adora quando Roger aparece para visitá-los... Thomas corre até o vovô, de bracinhos abertos. Dean pega a pequena Justice no colo e se junta a eles. Sam olha tudo de longe, com lágrimas nos olhos.

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– Sammy... Sammy... você está dormindo?

Sam estava quase dormindo. Aquele pensamento já virara quase um sonho. O moreno se remexeu na cama, sonolento.

– Acho melhor eu voltar pro meu quarto... – Dean beijou o namorado mais uma vez antes de ir. – Bons sonhos, Sammy.

Sam fechou os olhos e continuou a sonhar. Mas sabia que para seu sonho se tornar realidade ainda tinha um grande caminho a trilhar. E o primeiro passo era achar Roger Ackles...