Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 14
Capítulo 14




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Quando Sam avistou seus pais e irmã chegando no salão principal do colégio, correu até eles com estrema animação. Beijou-os e abraçou-os demostrando grande felicidade com o reencontro. Sentia saudades, e estava doido para apresentar Dean, seu melhor amigo, a eles.

- Vamos sentar ali! – exclamou o menino apontando uma mesa bem no centro do salão. Assim poderia esperar que Dean passasse por lá com seus familiares. Estava ansioso também para conhecer os pais do namorado.

- Sentar agora!? – A irmã soou desanimada. – Eu quero conhecer o Castelo, Sam!

Os pais de Sam concordaram com Megan. Eles também queriam explorar o lugar. Além de tudo era muito cedo para guardar mesa para o almoço.

- Nos mostre a escola toda, filho! – pediu o pai. – Sua mãe está doida para conhecer o jardim principal. Dizem que é um lugar lindo...

Sam lembrava-se nitidamente de ter mostrado cada detalhe do Castelo aos três. Era surreal que tivesse que fazê-lo de novo... Começou a fazer o tour com pouca animação. Esbarrou com Clark e também com Garth por mais de uma vez. Todos afinal circulavam com os pais por ali... Não tardaria a ver Dean também... Seu coração acelerava só em pensar. Seria uma enorme emoção poder ver seu lourinho finalmente agraciado com a companhia de seus pais...

A princípio Sam não sentiu nada além de ansiedade, mas conforme o tempo foi passando e ele não foi vendo Dean por ali, foi ficando nervoso. A partir de um certo ponto não conseguiu pensar em mais nada a não ser na ausência de seu namorado. Onde estaria ele? Teria acontecido alguma coisa aos seus pais? Será que Dean estava bem? Ouvia a conversa do Sr. e da Sra. Winchester sem de fato prestar a menor atenção.

- E então, Sam? Não gostou da notícia? – perguntou a mãe sorridente.

Que notícia? Sam estava tão preocupado que seus olhos quase lacrimejavam. Olhou para os pais e irmã que olhavam para ele ansiosos por uma resposta.

- Gostei. – respondeu sem convicção.

- Pois nem parece... – comentou Megan amargamente. – Está com uma cara de bunda... O que foi? Dor de barriga?

Sam não respondeu. A mãe olhou para ele preocupada.

- Você realmente não me parece bem... Não quer viajar com a gente, filho? Pensei que fosse gostar de passar as férias na França...

Sherry olhou para o filho tristemente. Talvez aquela escola de fato não estivesse fazendo bem a ele. Seu menino que sempre havia sido tão alegre agora parecia triste.

Sam estremeceu. Então era disso que falavam... Uma viagem nas férias. Não queria pensar em férias agora, elas ainda estavam distantes demais... Tentou sorrir.

- Eu estou bem, mãe... – mentiu. – É claro que quero viajar para a França! Quem não haveria de querer?

O pai também notou o visível descontentamento de Sam. Resolveu que a melhor opção era cortar o assunto. Depois conversariam sobre isso. Sam iria para a França com eles querendo ou não.

- Não está na hora de procurar uma boa mesa para o almoço? – perguntou.

Sam estava protelando. Queria encontrar Dean para pegar uma mesa próxima à dele. Mas talvez estivesse de fato esperando em vão... O menino levantou em sinal de que concordava com o pai. Seguiram os quatro até o salão principal. A conversa, puxada pela irmã, já era novamente as férias e a França.

O almoço dançante agradou a todos, com exceção de Sam, que tinha seus pensamentos bem longe. Pensava apenas em Dean e no que poderia ter acontecido com ele.

A festa foi de fato animada. Pais e mãe empolgaram-se para dançar agarradinho, deixando a maioria dos filhos envergonhados. Outros poucos, como Clark Kent, se juntaram aos pais, pouco se importando com a rizada dos outros meninos. Clark soltou as frangas, e Sam notou com desgosto que Hans e seus amigos gozavam dele com desdém. Eram mesmo meninos intragáveis...

Mas o que poderia ter havido com Dean afinal? Haviam combinado de se encontrar, e sentar em mesas próximas... Se houvesse sido apenas um leve contratempo que impedira a chegada dos Campbell, Dean haveria de ter aparecido por lá para pelo menos cumprimentar seus pais. Talvez um acidente? E se a mãe de Dean houvesse morrido? O louro podia estar agora chorando, arrasado... Os olhos de Sam encheram-se de lágrimas e ele sentiu seu coração doer. Bem, mas pelo menos ele estaria sendo consolado pelo pai... Suspirou. Sua cabeça estava a mil.

Olhou seus pais que dançavam desajeitadamente no salão. Estavam divertindo-se a valer. Megan também já havia se levantado da mesa a tempos e estava de conversa fiada com alguns meninos do oitavo ano. Garotas sempre faziam sucesso quando apareciam naquela escola, e Megan era bonita.

Sam baixou seus olhos lacrimosos. Um acidente de carro fatal... Talvez o pai também não estivesse em condição de consolar ninguém... E se estivesse morto também? E se os três, pai, mãe e irmã, tivessem morrido a caminho da escola? Dean poderia estar precisando dele naquele exato momento. Desesperado, e sem pensar duas vezes, o menino levantou-se de supetão e correu até o quarto do louro.

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Dean, após muito chorar, Clarkou um banho demorado e conseguiu finalmente relaxar um pouco. Pousou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. Estava cansado demais, e finalmente estava conseguindo pegar no sono.

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Sam estava sem fôlego quando alcançou o corredor que levava ao quarto de Dean. Continuou andando apressado apesar da convicção de que não encontraria o amigo ali. Não, claro que não, alguma tia haveria de tê-lo buscado para que passasse por todo aquele sofrimento junto à família. Mas precisava ter certeza. Dali seguiria diretamente para a sala do diretor para saber notícias.

TOC TOC

Estavam batendo mesmo na porta ou era sonho? Dean abriu os olhos lentamente. Ouviu uma terceira batida. Sim, definitivamente tinha alguém ali. Levantou-se e abriu.

Sam já estava se distanciando apressado quando ouviu o barulho da porta se abrindo.

- Dean? – Ele perguntou incrédulo ao ver seu amado de pijamas e cabelo despenteado. Não entendeu exatamente o que aquilo significava.

- Sammy... A festa já acabou? Seus pais já foram embora? – perguntou o outro menino, sonolento.

- Não... – Sam então sentiu-se gelar por dentro. Talvez o problema não fosse com os pais do garoto, e sim com ele próprio. Vai ver estavam todos enfiados no quarto do louro porque ele estava doente. – O que houve com você? – perguntou alarmado.

- Nada... – Dean respondeu sem graça.

- Seus pais estão aí no seu quarto?

- Não... Eles não vieram, Sammy... Desculpa não ter te avisado.

Sam estava mais confuso que nunca. Não vieram por quê? Não o avisou por quê? Foram exatamente essas as perguntas que fez a Dean em seguida.

Dean olhou para ele arregalado. Estava de pijamas no meio do corredor. Aquela não era hora para revelar fatos dolorosos de sua vida.

- Sammy, depois a gente conversa... Volte para a festa para ficar com seus pais. A gente pode se encontrar mais tarde... Pode ser?

- Não, Dean! Eu quero uma explicação agora! – O moreno disse puxando Dean para dentro do quarto. Sam estava nervoso e alarmado. Precisava de uma explicação, e urgente. Afinal passara quase o dia todo sofrendo por causa da ausência do louro. Olhou para ele nos olhos.

Dean desviou o olhar e, envergonhado, soltou a resposta de uma só vez.

- Meus pais são separados. Eu não vejo meu pai há anos, nem no dia dos pais.

- Seu pai te abandonou?! – o moreno perguntou aflito. Se Sam ainda tinha dúvidas se o Sr. Campbell era a mesma pessoa nas duas vidas, agora não tinha mais. Bem, se seus pais eram os mesmos, porque os de Dean não haveriam de ser?

Sentiu uma intensa onda de raiva subir quente por seu pescoço. Por que aquele idiota insistia em abandonar o filho?

Dean estremeceu com a pergunta abrupta e sem tato do namorado.

- Eu só tinha cinco anos... – Ele respondeu com a voz fraca como uma forma de justificar que a culpa, afinal, não poderia ter sido dele. Tinha muita vergonha da verdade. Por culpa sua e de sua doença Roger tinha ido embora. Isso estava claro para ele desde sempre, e a mãe não fazia também nenhuma questão de lhe esconder isso.

- Bandido! Covarde! – Esbravejou Sam com lágrimas nos olhos. Dean se espantou com o exagero da reação. Engoliu em seco. Não gostava que falassem assim de seu pai.

- Não, ele deve ter tido os motivos dele. Deixa isso pra lá...

- Para de defender ele! Deixa de ser idiota, pelo amor de Deus! O seu pai é um canalha!

- Sam, volta pra festa... Depois a gente conversa, tá? – Dean respondeu assustado. Não entendeu aquele acesso de raiva todo.

Sam não tinha condições de ir a festa nenhuma. Estava enraivecido e magoado.

- Mas e a sua mãe? Ela podia ter vindo! Por que não veio?

- Ela tem outro marido. Moram longe... Não puderam vir. – Dean suspirou.

- Mas se você sabia que eles não vinham, por que não me avisou ontem? A gente não tinha combinado de se encontrar? – o moreno estava inconformado.

O louro baixou os olhos. Como dizer que não tivera coragem? Como dizer que apesar de tanto tempo passado, a ausência do pai ainda doía demais? Ele não gostava de ser fraco. Pensou em inventar uma desculpa, dizer que sua intenção era de ir encontrá-lo assim mesmo. Mas Dean não sabia mentir...

- Desculpa, Sammy. Sei lá... Eu... Não sei. – foi simplesmente o que conseguiu sair de sua boca.

As lágrimas escorriam pelo rosto de Sam, deixando Dean desconcertado. Não imaginou que o que fizera tinha sido tão grave assim afinal.

- Não chora, Sammy... – ele completou sem jeito, aproximando-se do namorado. Dean esticou a mão em direção ao rosto do moreno para limpar as lágrimas que escorriam em seu rosto, mas Sam se afastou.

- Eu fiquei preocupado com você, Dean! Achei que tivesse acontecido alguma coisa! – Ele então falou em Clark alterado.

- Descul... – Dean já ia dizendo, quando foi cortado por Sam. Pedidos de desculpa não amenizariam sua dor. Ainda não seria dessa vez que veria os Campbell pai e filho unidos e felizes. Pelo jeito não seria nunca...

- Merda! Não tem jeito! O seu pai é um cretino, e o seu destino é sofrer por causa disso. Mas da próxima vez, vê se me avisa, tá? Que merda de dia que eu tive preocupado com você!

Sam saiu enxugando as lágrimas. Passou no banheiro para molhar o rosto e se recompor antes de voltar para a festa. Sorte que estavam todos entretidos demais para prestar atenção em seu sofrimento.

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Dean fechou a porta atrás de si com o coração partido. Por sua culpa Sam tinha tido um dia péssimo e estava chorando. Ele não queria tê-lo magoado daquela forma... Não imaginou que sua atitude covarde fosse ter consequências tão graves, mas Sam era sensível e imprevisível.

Dean deitou-se na cama e as lágrimas voltaram a rolar em seu rosto. Sam estava com raiva dele, ou não teria soltado palavras tão duras. A frase martelava em sua cabeça: “O seu pai é um cretino, e o seu destino é sofrer por causa disso”. Talvez Sam tivesse de fato razão

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Quando os familiares de Sam finalmente se foram, ele ainda sentia-se mal. Pensou em ir até o quarto de Dean, mas preferiu ficar sozinho um pouco. Não estava com muita vontade de encarar o namorado. Por que Dean não podia ficar bem com o pai? Por que? Por que o louro não podia ser feliz para que ele pudesse ser feliz também?

Sam entrou em seu quarto sentindo-se miserável. Já ia se deitar quando percebeu que não estava só. Viu na penumbra um rapaz sentado em sua cama, olhando em direção à janela.

- Dean? – ele perguntou confuso.

O rapaz então virou-se para ele. Não, não era Dean... Sam quase caiu para trás quando viu Castiel virar o rosto em sua direção.


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