Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 12
Capítulo 12




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Há muito tempo Sam não via Dean são entusiasmado e tão a vontade. O louro esqueceu-se da vergonha e despiu-se, ficando apenas de cueca boxer.

- Vou entrar na água! – anunciou, já correndo em direção ao mar.

Sam sorriu. Lembrou-se da primeira vez que entrara no mar com Dean. Como ele estava assustado... Estava tão diferente agora... Dean enfrentava as ondas sem o menor temor, feliz da vida.

O louro chamou por Sam, mas este estava muito ocupado explorando a praia. Foi até as pedras que davam acesso ao prédio da escola. Estavam exatamente como ele se lembrava. Saberia escalar aquelas pedras de olhos fechados... Depois avistou a gruta e correu até ela. Por um momento pensou que pudesse encontrar o baú de Dean e seus quadros, mas eles não estavam lá.

Só depois de examinar tudo, o moreno decidiu se despir também e entrou na água atrás do namorado.

- Estou indo também, Dean! – gritou.

Dean nadou ao encontro de Sam e deu-lhe um beijo na boca. Era bom demais terem uma praia só para eles.

Assim que começaram a pular as ondas, entretanto, Dean começou a fincar inquieto. Aquelas ondas pareciam revoltas demais, talvez o vento tivesse aumentando.

- Vamos sair? – sugeriu o garoto.

- Ahh, logo agora que eu entrei? Ainda temos quarenta minutos na praia, Dean...

- As ondas estão ficando fortes...

- Eu te seguro... – Sam disse colocando as mãos no louro. Era uma ótima desculpa para encostar seu corpo no do namorado gostoso.

- Não, Sammy... Eu quero sair...

Sam tinha acabado de entrar. Detestaria ter tido que se molhar a toa.

- Dean... Volta você então... Eu vou ficar mais um pouco! – Sam falou se afastando de Dean.

Logo em seguida uma onda mais forte se formou e Sam acabou perdendo o equilíbrio. O mar o arrastou por alguns metros. Dean, desesperado, nadou até ele. Constatou aliviado que estava tudo bem.

- Sammy, isso está ficando perigoso! Vamos sair... - Dean pediu.

Sam não entendeu porque, mas Dean parecia de fato estar ficando nervoso. O louro estava a ponto de chorar. Achou melhor não insistir mais.

- Tudo bem, vamos sair então... – Sam disse segurando a mão do namorado.

Dean nunca tivera um ataque de pânico antes, mas começou a achar que estava tendo um. Por um instante achou que Sam fosse se afogar, morrer, ou nadar para longe e nunca mais voltar. Quando finalmente estavam de volta a areia, sãos e salvos, ele estava trêmulo. Abraçou Sam com desespero.

- Dean... Por que você está tão nervoso? Está tudo bem? – Sam perguntou sem entender muito bem o que estava se passando.

- Eu fiquei com medo... – o louro respondeu, conseguindo se acalmar um pouco.

Os meninos então se secaram ao sol e puseram as roupas de volta. Dean ainda parecia um pouco abalado. Sam então lembrou-se da gruta. Não havia melhor lugar para acalmar seu amado.

- Vou te levar a um lugar que você vai gostar. – Ele disse puxando o louro.

Dean gostou da gruta. Sentaram-se lá dentro e contemplaram a praia sem dizer muita coisa, trocando beijinhos e carícias. Sam, abraçado a seu namorado, lembrou-se com emoção da última vez que estiveram naquele local. Era uma felicidade enorme poder estar com ele de novo ali. Dessa vez sem doença, sem tristeza... A vida dos dois dali em diante haveria de ser só felicidade.

O moreno lembrou-se então que no dia seguinte teria a festa do dia dos pais. Lembrou também de como Dean, o antigo, sofreria em uma data como aquelas, tendo um pai insensível como o dele. Sam sentiu seus olhos encherem de lágrimas só em pensar em como se sentiria ao ver o seu amor feliz, abraçando seu pai na festa do dia seguinte. Realmente tudo em sua vida parecia ter mudado para melhor.

- Vamos tentar sentar em mesas próximas amanhã na festa, Dean... – Sam sugeriu, cortando o silêncio.

Dean estremeceu. Estava tão bom ficar ali na praia abraçadinho com Sam... Não queria estragar o momento falando de coisas desagradáveis. A verdade é que não iria à festa alguma.

- hmm hmm. – ele respondeu então, como se estivesse muito distraído. O louro enfiou a mão na areia e começou a brincar com ela, disfarçando o nervosismo.

- Vou te apresentar para a minha família, como meu melhor amigo... A minha irmã vai ter um troço, ela vai te achar lindo! – Sam falou sorrindo. – Você tem um irmão, não é Dean? – o moreno então perguntou. Era incrível como até aquele momento não haviam falado sobre isso. Sam ficou curioso em saber como seria o irmão mais velho de Dean.

- Não, tenho uma irmã...

Irmã? Por essa Sam não esperava...

- Mais velha?

- Não, ela é bem mais nova. Sete anos mais nova que eu. – respondeu Dean, enquanto ainda futucava a areia macia.

- A minha irmã tem três anos a menos que eu. – comentou o moreno.

Dean encontrou alguma coisa na areia. Antes que Sam pudesse falar mais alguma coisa, o louro exclamou:

- Olha, Sammy, o que eu achei! – ele então disse mostrando um pincel muito antigo.

Sam sorriu. Ele conhecia aquele pincel, já havia visto Dean pintando com ele... Por algum motivo aquele achado não o surpreendia.

- Leve ele com você, Dean... – o moreno disse, percebendo que já era hora de voltarem. – Já está quase na hora, vamos?

Mas Dean estava curioso. Aquele pincel parecia tão antigo... Quem haveria de tê-lo deixado ali? Enquanto Sam limpava a areia de sua calça, Dean se aventurou para dentro da gruta.

- O que você está fazendo, Dean? Procurando alguma coisa? – Sam perguntou, percebendo que seu namorado estava explorando o local.

- Estou só dando uma olhada...

Dean ficou calado por alguns segundos e Sam foi atrás dele.

- Olhe o que eu encontrei, Sammy...

Dean apontou para um cantinho da gruta do qual Sam não se lembrava. Talvez nunca tivesse prestado muito atenção ao local. Pintado com tinta vermelho, com letras trabalhadas, um coração envolvia o nome de dois garotos: Tristan e Ross.

Sam engoliu em seco. Quem eram Tristan e Ross? Seriam esses os nomes dos dois na vida passada? Realmente não fazia sentido que tivessem o mesmo nome em duas encarnações diferentes... Mas então por que ele chamava Dean de Dean em seu sonho? Sua cabeça deu um nó. Sam ficou sem saber exatamente no que acreditar.

- Temos que ir embora... – dessa vez foi Dean quem chamou.

Sam seguiu atrás do louro.

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- Seu Romero? – Sam chamou o motorista poucos segundos depois de entrar no carro. – Tem como eu descobrir qual foi o meu nome na vida passada?

O homem riu.

- Não é tão simples assim... Para que você quer saber isso?

Dean olhou para Sam arregalado. Por que ele estava insistindo naquele assunto?

Sam ficou pensativo e não respondeu a pergunta que Romero lhe fizera.

- As pessoas renascem com a mesma aparência física e o mesmo nome?

O motorista riu novamente.

- Não, Sam... Ninguém é exatamente igual a ninguém. Às vezes existe alguma semelhança, mais ligada ao jeito da pessoa que ao corpo físico propriamente dito... E quanto ao nome... Só se for uma enorme coincidência, né?

O garoto assentiu. Fazia sentindo. Será que havia mesmo sonhado com sua vida passada? Mas as pessoas que vira em seu sonho eram ele e Dean, com a aparência que tinham no presente. Ficou confuso.

Em pouco tempo estavam de volta. Os meninos agradeceram Seu Romero e se despediram dele. Depois comeram alguma coisa rapidamente e se recolheram para dormir

- Até amanhã então, Dean. – despediu-se Sam.

- Até amanhã, Sammy... – o louro respondeu.

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Sam tomou um banho demorado. Estava cansado após um dia intenso e cheio de descobertas. Precisava saber mais sobre aquilo tudo, talvez Seu Romero, que era espírita, pudesse ajuda-lo. Depois recostou-se na cama e voltou seus pensamentos para o futuro. Queria muito que o dia seguinte chegasse. Estava afoito para rever sua família, pois fazia muito tempo que não os via. Mas o que o estava deixando mais ansioso, sem dúvida, era que finalmente poderia ver Dean ao lado de seu pai.

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Dean apagou a luz de seu quarto e deitou-se na cama para dormir. Não conseguiu. Ele deveria ter contado a Sam sobre seu pai. Por que não o fizera? Dean não gostava de falar do pai... Detestava dizer que ele havia abandonado a família. Sentia-se triste e envergonhado com isso. Sentia-se também culpado, afinal o pai havia ido embora por culpa dele. Ele sabia disso....

Amanhã ele contaria a Sam, quando ele viesse lhe perguntar. É claro que ele não precisava contar toda a verdade... O pai tinha ido embora, pronto. Ele tinha apenas cinco anos, não sabia de muita coisa na época... O menino afundou a cabeça no travesseiro e tentou pensar em coisa melhor. Um dia tão agradável não deveria terminar com ele novamente chorando por causa do pai.


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