Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 11
Capítulo 11




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– Ele me deu o Ben também. O Ben era de um colega dele...

Sam sentiu seu coração bater mais forte. Ben era de um colega dele... Mas quem haveria de ser esse colega?

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Sam engoliu em seco.

– Qual é o nome do seu irmão? – perguntou.

Stephen olhou para ele incrédulo. Que pergunta esquisita...

– Para que você quer saber isso?

Dean já estava roxo de vergonha. Deu uma cutucada em Sam, mas foi ignorado pelo moreno. Ele então pegou o livro “Ratman’s Notebook” e enfiou no rosto.

– Curiosidade... É porque estamos pesquisando sobre todos que se formaram na escola... – respondeu Sam, sem titubear.

– Patrick – ele respondeu.

Sam estremeceu, mas já esperava por aquela resposta.

– E o menino, o dono do Ben? - Perguntou o menino, ainda mais ansioso.

– O que tem ele?

– Lembra o nome dele?

– Não... Eu tinha três anos na época... – Stephen respondeu. Não estava entendendo mais nada.

Dean, que já havia conseguido dar uma folheada no livro, interrompeu a conversa. Precisava salvar aquela entrevista de alguma forma. Talvez falando do livro...

– Esse é um livro de terror... O Ben era um rato bem mau, né? – ele comentou – Como você teve ideia para escrever sobre isso?

– O Ben de verdade não era malvado, era? – perguntou Sam, antes que Stephen pudesse responder.

Dean começou a ficar irritado.

– Como ratos podem ser malvados, Sam? Ele era só um bichinho...

– Eu sabia que lá no fundinho você gostava de ratos... – Sam disse para Dean sorrindo. O louro olhou para ele incrédulo.

Stephen apenas ouvia a conversa dos meninos confuso, sem saber ao certo o que dizer.

– Bem... – disse o velho – De fato ele não era um rato malvado. Mas eu tenho uma história interessante que pode servir para o trabalho de vocês.

Os dois garotos então olharam para ele e ouviram atentos.

– Eu tinha um pouco de medo do Ben... Por uns tempos, achei mesmo que ele era um ratinho do mal. Acho que o meu irmão que ficava me enchendo com essas histórias. Hoje, nem sei ao certo se foi verdade. Mas o meu irmão, Patrick.. Que Deus o tenha... Ele era treze anos mais velho que eu... Ele contava que o dono do Ben havia morrido na escola, por isso ele ficou com o rato. Eu associava o rato à morte do garoto.

Sam ficou abismado. Então existiu outro Dean no passado? Como assim? Quem era esse menino que morreu?

– Ele morreu de que? – perguntou Sam, aflito. – Morreu em que local da escola?

– Não sei, eu nem sei se essa história é verdadeira... Acho que o meu irmão só queria mesmo me assustar. – respondeu o velho.

Dean e Sam ficaram calados. Stephen estava achando aquela entrevista de fato bastante bizarra.

– Posso ajudar vocês com mais alguma coisa? – o velho perguntou agora com um pouco de impaciência.

Sam ainda tinha um pedido a fazer. Um pedido muito especial...

– Você teria alguma foto da sua época de escola que pudéssemos ver? Adoro fotos antigas...

– Ahh sim, tenho...

Em seguida Stephen chamou sua filha e pediu que ela mostrasse os retratos aos garotos.

– Vão com a Angela, que ela vai mostrar os retratos que tenho. Vou me deitar um pouco, então vou me despedir de vocês agora. Não sei se pude ajudar muito com o trabalho de vocês... De qualquer forma, boa sorte.

– Você me ajudou muito, Sr. Gilbert. Muito mesmo... – agradeceu Sam com sinceridade. Dean apenas sorriu. Deram adeus ao velho e seguiram a Senhora Angela até outro aposento, que parecia ser um escritório.

Os meninos ficaram sentados esperando. Angela pegou uma caixa grande, cheia de retratos antigos, e começou a separar alguns.

– Aqui, meninos. Acho que esses foram tirados no colégio. Estão todos com a data atrás. Algumas fotos devem ser do meu pai, mas tem fotos também dos meus tios. – ela disse entregando as relíquias aos meninos.

Dean começou a olhar com atenção. Gostava de fotos antigas. Enquanto isso, Sam passava os olhos rapidamente, ávido por encontrar algum rosto conhecido.

E foi então que ele viu um rosto muito familiar: Castiel Novak. Pegou o retrato e examinou-o com cuidado. Sim, sem dúvida aquela era a sua turma... Ele identificou também Patrick, Oliver e vários outros meninos. Um deles lembrava Clark. Lembrava muito... Talvez não fisicamente, mas tinha o mesmo olhar arrogante do Clark de seus sonhos. Sam olhou a data da foto: 15 de agosto de 1917.

– Essa foto é muito antiga, muito interessante... – Ele comentou. Adoraria poder ficar com ela.

A mulher pegou a foto e a examinou.

– Meu pai não está na foto. Talvez algum dos meus tios...? – Angela olhou e não pareceu identificar Patrick Gilbert. Sam pensou em ajudá-la, mas achou que não seria muito apropriado. A senhora então notou o olhar comprido que o Sam lançava à foto.

– Pode ficar com ela se quiser, menino. Meu pai nunca mais vai olhar para essa foto...

Dean ia protestar. Não era justo que ficassem com uma foto histórica daquelas, que pertencia a família Gilbert. Quando olhou para Sam, entretanto, viu que ele estava tão feliz, que achou melhor deixar para lá. Não permitir que Sam ficasse com a foto era como tirar o doce das mãos de uma criança.

– Obrigado, senhora. Muito obrigado mesmo! – o moreno agradeceu. Angela achou ele tão adorável que ofereceu bolo e coca-cola aos dois. Eles comeram felizes e depois se despediram.

Romero estava esperando por eles no carro.

– Vocês vieram cedo! Pensei que fosse ter que esperar muito mais... – Ele olhou o relógio. Mal passava das três horas da tarde. – Acho que dá tempo de deixar vocês em algum lugar legal enquanto busco o material da escola...

– Algum lugar legal? – perguntou Sam confuso.

Romero sorriu. Sentia pena dos garotos que viviam trancados naquela escola sombria. Ainda mais aqueles dois, que eram tão bonitos e pareciam apaixonados.

– Vocês já conhecem a praia?

Sam já ia responder que sim, afinal a praia era muito familiar para ele. Mas antes que pudesse falar alguma coisa, Dean respondeu pelos dois.

– Não, nunca fomos até lá!

– Pois eu vou deixar vocês lá um pouquinho, que tal? Assim vocês podem aproveitar o passeio...

Sam olhou para Dean e sorriu. Seu Romero era de fato uma pessoa muito especial.

– Queremos, sim, Seu Romero! Muito obrigado!! – Respondeu Sam entusiasmado.

– Mas não vai ter nenhum problema? – Perguntou Dean. – Digo, a gente chegar tarde na escola...?

– Vocês estão comigo, menino. Não tem problema nenhum...

Dean sorriu e balançou a cabeça concordando. Olhou para Sam, que nesse momento fitava mais uma vez a foto que conseguira. Ele parecia pensativo.

– Dean...?

– O que foi?

– Você acredita em vidas passadas, reencarnação, essas coisas?

– Hmmmm... Eu não. – Respondeu o louro.

Sam não respondeu e o silêncio reinou por alguns segundos.

– Pois eu acredito – Palpitou Seu Romero.

– Acredita? – Sam quis saber.

– Sim, eu sou espirita. Inclusive já descobri algumas coisas sobre a minha vida passada.

Dean franziu o cenho. Seu Romero era gente boa, mas só podia ser doido. Sam não parecia compartilhar da mesma opinião.

– É mesmo, Seu Romero? Que legal! Me conta! O que você foi na outra vida? – o moreno perguntou com entusiasmo.

– Você acredita que eu trabalhei no Castelo? Eu trabalhava com jardinagem.

Sam olhou para ele arregalado. Bem que aquele homem lhe lembrava alguém. Agora a ficha havia caído: Seu Vicente... Seu Romero era entretanto uma versão bem mais agradável...

– E por que a gente nasce de novo, Seu Romero? – o moreno perguntou. Queria entender a razão de tudo aquilo.

– A gente reencarna para aprender, filho. Você pode pensar nas encarnações como lições para a nossa alma.

Dean, que já estava imaginando seu Romero vestido de branco fazendo macumba e matando galinhas, deu graças a Deus quando viu o motorista entrar pelos portões da escola.

– Não íamos à praia? – perguntou Sam decepcionado.

– Sim, mas o acesso à praia é por aqui mesmo. Vou levar vocês à praia do colégio. Ela é particular, e não tem perigo deixar vocês sozinhos...

Em vez de seguir em direção ao Castelo, o motorista pegou um caminho de terra. Poderia muito bem ter deixado os meninos na escola, mas Seu Romero fazia questão de deixar que se divertissem um pouco.

- Pronto, meninos. Basta vocês entrarem nessa ruazinha de terra que chegam à praia. – Ele disse ao estacionar o carro - Eu volto para buscá-los em uma hora, combinado? São 16h horas agora, as 17h estarei aqui esperando por vocês, Não se atrasem.

Os dois meninos saíram do carro e caminharam depressa em direção à praia. Ambos sentiram-se emocionados ao pisar na areia e ver as ondas do mar batendo nas pedras.

- Que praia linda... – Dean exclamou encantado.

Sam abraçou o namorado com lágrimas nos olhos. Estavam de volta.


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