Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 10
Capítulo 10




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Estavam no meio da última aula do dia, a aula de geografia, e Sam novamente se viu pensando em Ben e Stephen Gilbert. Sam queria tanto falar com o escritor... Quem sabe ele não pudesse tentar... Assim que a aula terminou, ele se aproximou de Dean e chamou por ele.

- Dee, eu tive uma ideia...

- Você me chamou de Dee? – o louro perguntou, corando. Era a primeira vez que o moreno lhe chamava assim.

Sam olhou para ele e sorriu.

- Chamei, e você pode me chamar de Sammy... Assim ficamos ainda mais íntimos...

Dean se derreteu todo olhando as covinhas profundas que se formaram no rosto do colega. Ele era tão fofo... Doidinho ou não...

- Então tá, Sammy... E qual foi a ideia?

- A gente podia dar um passeio fora da escola, só nos dois...

Garth que estava por perto, ouviu, e foi logo interrompendo a conversa.

- Hei, por que só vocês dois? Também quero ir! Como a gente faz para fugir?

Dean olhou arregalado. Ele não tinha a menor intenção de fugir e levar uma suspensão e uma bronca...

- Não quero fugir, seu doido. É para fazer pesquisa pro nosso trabalho de história... – Sam retrucou.

Garth afastou-se desolado. Algum dia alguém ainda haveria de aceitar dar uma fugida com ele. Não se importava nem um pouco com suspensão.

O louro gostou do que ouviu. Mas ele próprio havia tido a estúpida ideia de fazer aquela pesquisa sobre o colégio deles... Se fosse sobre qualquer outro prédio faria sentido sair para visitar o local.

- Eu adoraria, Sammy... Mas com que pretexto? Nosso tema não ajuda em nada... – o louro argumentou.

- Fazer uma entrevista... Com um aluno antigo. – o moreno respondeu.

Sim, Sam era um gênio! Dean concordou com ele.

- E eu já tenho a pessoa ideal... Stephen Gilbert!

- Quem é? – perguntou Dean.

- Um escritor...

- famoso?

- Não muito... Mas ninguém muito famoso se formou por aqui...

Dean, mesmo sem entender exatamente o que fazia de Gilbert a escolha ideal, concordou com Sam. Queria passear com o namorado fora da escola. Resolveram ir direto até a biblioteca procurar algum telefone de contato do escritor. Talvez tivesse algum número pessoal ou de sua editora nas páginas amarelas.

Eles começaram a procurar sem muito sucesso. A bibliotecária, a senhorita Krigg, foi gentil e se propôs a ajuda-los. Foi ela quem conseguiu localizar o telefone de contato da editora que lançou os últimos livros de Stephen. A moça ligou para eles e conseguiu a informação de que o homem estava vivo e morava há pouco mais de uma hora dali. Conseguiu também um telefone de contato.

Sam quase chorou de emoção. Stephen estava vivo! Agora só faltava conseguirem agendar uma entrevista com ele e terem a autorização do diretor para ir até lá. O tempo estava curto. Era quinta-feira e o trabalho de história precisava ser entregue na segunda-feira seguinte. Além disso, sábado era um dia morto, pois seria o dia de comemoração do dia dos pais na escola.

Sam pediu para a senhorita Krigg ligar para a casa do escritor. Sua voz mais adulta lhe dava credibilidade. Se ele ou Dean ligassem, podiam achar que era trote. Os meninos, apreensivos, ouviram a mulher ao telefone.

- Alô, por favor, é da casa do Sr. Stephen Gilbert?

- Eu trabalho no Colégio Saint Peter, onde ele se formou. Eu estou ligando para saber se seria possível dois de nossos alunos irem entrevista-lo. É que eles estão escrevendo sobre pessoas famosas que frequentaram o colégio...

Ouviu-se silêncio por um tempo. Sam já estava subindo pelas paredes, de tão nervoso.

- Será que ele teria um tempinho amanhã a tarde? Vai ser coisa rápida...

Os meninos teriam aula até meio dia. Qualquer horário a tarde estava bom para eles. Os dois se entreolharam cheios de esperança, e ficaram felizes da vida quando ouviram a senhorita Krigg terminar a conversa.

- Certo, está marcado então amanhã às duas horas. Muito obrigada, a senhora foi muito gentil.

Sam abraçou a bibliotecária, que ficou até sem graça.

- Pare com isso, menino! Vocês ainda tem que pedir autorização para o diretor...

Sim, precisavam... Os meninos correram até a sala do Sr. Beaver.

- O Sr. Beaver está em reunião... – informou a secretária.

- Mas é importante... – Retrucou Sam esbaforido, já fazendo seu olhar de cachorrinho pidão. Ele queria ter logo a sua confirmação. Dean deu uma cutucada no moreno. Que falta de educação...

A mulher olhou para eles com cara de poucos amigos.

- Voltem amanhã... Ele está ocupado agora.

Sam arregalou-se. Nem pensar em voltar amanhã, eles não tinham tempo para isso.

- Errr... Nós podemos esperar? Por favor... Queríamos falar com ele ainda hoje. – Dean então pediu educadamente.

A secretária assentiu. Eles ficaram ali sentados por muito tempo, quase duas horas... Mas quando finalmente puderam falar com o diretor, a conversa foi tranquila.

- Sim, vocês têm o meu consentimento para ir, mas está um pouco em cima da hora. Não sei se o seu Romero já está ocupado com algum outro serviço... – disse o diretor.

Seu Romero era o motorista e "faz tudo" da escola. Sam o conhecia há pouco tempo, mas existia algo nele de familiar. Estava agora tudo em suas mãos... Os meninos seguiram afobados para procurá-lo.

- Seu Romero! – Chamou Sam ao avistá-lo de longe. O moreno correu até ele, sendo seguido por Dean.

- Você pode levar a gente para esse endereço amanhã depois do almoço? – Ele disse estendendo um papel com o endereço de Gilbert. – Vamos fazer uma entrevista com um escritor, para o nosso trabalho de história...

- Amanhã à tarde? Desculpa meninos... – disse o homem – amanhã não vou poder. Preciso ir buscar um material que foi encomendado: papel, giz, canetas... Essas coisas que vocês usam o tempo todo... Não podem marcar outro dia?

- Ahhh, Seu Romero, por favor! – Suplicou Sam. – Tem que ser amanhã... O trabalho é para segunda-feira, e a gente já marcou horário com o escritor!

Sam lançou um olhar tão triste que Romero não pôde negar o pedido.

- Tudo bem, meninos... Daremos um jeito... – O motorista olhou para eles e sorriu bondosamente. Me encontrem aqui mesmo amanhã as 12:40h, assim temos tempo de sobre de chegar lá as 14h.

Felizes da vida, os meninos foram jantar, e em seguida se recolheram para dormir.

Dean estava animado com o passeio do dia seguinte, mas foi Sam quem custou muito a dormir pensando nele. Então finalmente estaria cara-a-cara com o "pequeno" Stephen. Aquele garotinho melequento... O garotou riu de sua lembrança. Ele tinha tantas coisas para perguntar...

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O trajeto até a casa de Stephen Gilbert foi agradável para Dean. Ele ficou animado com a paisagem. Há tanto tempo não via mais nada além do castelo... Seu Romero era um cara legal. Conversou com os meninos e quis saber sobre o trabalho que estavam fazendo. Já Sam, não via a hora de chegarem logo. Estava ansioso demais.

- Pronto, chegamos. – Disse Seu Romero estacionando em frente a uma casa de muro alto.

Como haviam chegado um pouco cedo, esperaram algum tempo no carro.

- Calma, Sammy... Você está nervoso? – Dean perguntou ao ver a expressão de desespero do moreno.

- Não, não estou... – mentiu Sam.

Seu Romero notou o quanto Dean era carinhoso com Sam. Notou também os olhares cúmplices que um lançou ao outro durante todo o trajeto. Era um homem perspicaz.

- Meninos, não vão se atrasar. Já são cinco para as duas... – o motorista então falou.

Sam sabia o horário. Estava controlando o relógio o tempo todo, apenas não queria parecer ansioso demais.

Tocaram a campainha. Uma senhora bem arrumada abriu a porta.

- Olá, entrem meninos. O meu pai está esperando por vocês... – Ela disse encaminhando os garotos até uma sala ampla, onde eles avistaram um senhor de idade sentado.

- Boa tarde, meninos – cumprimentou Stephen

- Boa tarde, senhor Gilbert – eles responderam em uníssono.

- Muito bem, estou pronto para a entrevista – disse o velho.

Dean e Sam sentaram-se de frente para ele. Sam pegou um papel com as perguntas que havia preparado. Dean espantou-se, pois nem mesmo sabia da existência desse questionário já pronto. O moreno tirou também um livro da mochila: Ratman's Notebook.

- Você escreveu o famoso livro Ratman's Notebook... - Ele disse mostrando o livro. Eu queria saber... De onde saiu o nome dos ratinhos principais: Ben e Sócrates? Você já teve ratinhos de estimação com esses nomes?

Dean gelou. Como assim? Stephen Gilbert tinha alguma coisa a ver com o Ben da música de Michael Jackson? Não era possível! Como ele não havia previsto isso antes? Sam era doido, completamente doido... Tinha feito tudo aquilo só para falar sobre nomes de rato de novo... Muito envergonhado, Dean afundou na cadeira.

Stephen hesitou. Não esperava aquela pergunta.

- Sam, ele inventou os nomes... – Dean disse sorrindo amarelo, tentando amenizar a situação. Talvez ele devesse conduzir aquela entrevista. Teve medo das demais perguntas que haviam sido formuladas por Sam.

- Não, na verdade... Sim, eu tive dois ratinhos de estimação com esses nomes... Você leu isso em algum lugar? – Stephen perguntou para Sam. O garoto balançou a cabeça afirmativamente.

- Me conta sobre eles? – Sam pediu.

- Eu era muito pequeno... Meu irmão mais velho tinha um ratinho branco, chamado Sócrates. Mas ele estava na escola, na mesma escola de vocês, e não podia ficar com ele. Então ele me deu.

- E o Ben?

- Ele me deu o Ben também. O Ben era de um colega dele...

Sam sentiu seu coração bater mais forte. Ben era de um colega dele... Mas quem haveria de ser esse colega?


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