Quanto Tudo Começou A Mudar. escrita por Lina Pond
- Finalmente Aaron – corri em sua direção e pulei em seu colo.
- Oi amor – ele disse beijando meu cabelo.
- Eu estava com uma sensação ruim.
- Tudo bem, eu estou aqui agora – Aaron me colocou no chão e abraçou meus pais – Nossa, vocês fazem uma falta danada.
- E a comida da minha mãe, faz falta? – Lizzie perguntou, rindo.
- Mais do que tudo – o que a fez sorrir.
- Ok, agora eu posso roubar ele e namorar um pouquinho? – entrelacei meus dedos nos de Aaron e caminhamos até o jardim.
- Meu Deus – puxei ele para perto e o beijei. – Não sei se aguento ter que passar cinco dias longe e só dois pertinho assim.
- Eu te amo – Aaron sussurrou com os lábios grudados aos meus.
Nos sentamos de mãos dadas no balanço e ficamos nos olhando por um tempo.
- Como vai ser... – mordi os lábios – Quando eu estiver...
- Pois é – Aaron respirou fundo – Eu acho que nós vamos nos ver ainda menos. Eu trouxe uma coisa pra você.
Sorri quando ele tirou uma caixinha do bolso.
- Oba, pingente novo – comemorei e estiquei meu braço.
Aaron abriu a caixinha e prendeu com cuidado um novo pingente. Era uma mamadeira.
- Ok, isso é estranho – eu sorri.
- Estranho? Por favor, foi o James que nos levou até o mesmo lugar. E foi o nosso bebê...
- Que não chegou a existir...
- Que não chegou a existir – ele sorriu – Que nos uniu.
- E o que você vai me dar quando for nosso bebê, de verdade? – perguntei, sorrindo.
- Acho que precisaremos de uma nova pulseira.
Me levantei e sentei em seu colo.
- Talvez um colar – disse fazendo bico – alguns brincos.
- Posso resolver isso.
- Você gosta mesmo de jóias – eu disse e puxei seu rosto para o meu, o beijando novamente.
- Emma – Aaron perguntou, sem desgrudar seu corpo do meu – Você acha que vamos ficar juntos até velhinhos?
- Não – eu disse séria e seu rosto tomou um ar assustado. Então expliquei – Acho que vamos muito além disso.
- Então, você aceita ser madrinha do meu pai, junto comigo?
Mordi os lábios e o beijei sorrindo. Meu Aaron estava de volta.
***
Coloquei o vestido, ao lado de Liz. Ela tinha perdido quase todo o peso que tinha ganhado com a gravidez. James dormia tranquilamente no carrinho ao nosso lado.
- Você está tão linda – ela sorriu.
- Isso é bem a cara deles – disse olhando para baixo e encontrando um vestido rosa, rodado e cheia de fitas de cetim.
- É a única vez que eles vão casar, deixem fazerem do jeito que quiserem.
- Tem alguém nua aqui? – Aaron perguntou, entrando no quarto com os olhos tampados.
- Não, mas eu já estou saindo. Só não arranque o vestido dela ok, ela está bonita demais e eu demorei horas nessa trança. – Lizzie disse, saindo com o carrinho.
- Você está maravilhosa – Aaron disse me levantando do chão.
- Você acha? – disse sorrindo balançando minha pulseira.
- Eu poderia me casar com você agora mesmo.
- Meu Deus Aaron, você acabou de fazer 22 anos.
- Você não acha que é uma boa ideia? – ele perguntou, preocupada.
- Nós conversamos sobre isso depois, ok?
Aaron ficou desanimado, mas então o puxei para mim e o beijei.
- Eu amo você – disse, apertando com força sua mão.
- Eu te amo mais que tudo.
- Eu tenho muita sorte – eu disse mexendo em seu cabelo – Em ter encontrado o cara certo no meu primeiro namorado.
- Único namorado – ele sussurrou.
- Único homem – eu sussurrei de volta e ele sorriu.
- Vocês dois – minha mãe bateu na porta – Tem um casamento esperando lá fora e eles precisam dos padrinhos.
Eu e Aaron saímos de mãos dadas para a cerimônia no jardim de Marcos.
Marcos e Louis sorriam de orelha e orelha e Aaron me encarava e sussurrava que me amava. Rosa estava no casamento, mas não Minnie. Ela tinha conhecido um cara mais velho e tinha ido viajar com ele. Tinha até trancado a matrícula da faculdade, o que foi um alívio pra mim.
Quando o a cerimônia acabou e a festa estava acontecendo, Aaron me puxou para um canto.
- Eu fiz uma coisa...
- Ai meu Deus – falei cerrando os olhos.
- Eu comprei um apartamento, perto da faculdade. Não estou falando pra você morar comigo, obviamente, mas agora você pode ir pra lá quando tiver uma semana de folga e ficar comigo. Com a bolsa, eu tenho dinheiro suficiente para não precisar trabalhar por mais uns dois anos.
- Eu estou feliz por você – disse mordendo os lábios e o puxando para mim.
- Você não está assustada?
- Aaron, eu te amo. É claro que eu quero ir passar uma semana no seu apartamento. Toda semana, se possível.
- Legal – ele disse me levantando do chão.
De noite fomos para o hotel e meus pais nos deixaram ficar no mesmo quarto. O que foi bem estranho, na verdade. Dormimos abraçados, prontos para voltar para Long Live.
***
- Sim, Mark. As seis. Ele vai estar pronto. Ok, não enche. Tanto faz.
- Opa, que estresse é esse? – disse entrando na sala com minha beca de formatura, segurando um James de três meses, gordinho e feliz nos braços.
- Você está incrível – minha mãe disse sorrindo enquanto Aaron batia uma foto. Chamei Dylan, que colocou a mão na minha cintura e tirou uma foto comigo.
- Ok, agora é a vez do namorado – Aaron disse, chegando mais perto e grudando seu corpo no meu.
- Nada dessa coisa de possessão hein.
- Eu não sou assim amor – ele disse me beijando docemente – Eu estou tão orgulhoso.
- Eu também – Mariana disse entrando na sala aos pulos – Nós acabamos o inferno.
A abracei e então tiramos uma foto juntas. Toda a minha família estava reunida. As coisas de James estavam arrumadas, porque ele ia passar o final de semana com o pai e os avôs paternos.
- Eu não quero que ele vá – Lizzie disse, o tirando dos meus braços – Eles não sabem do que ele gosta.
- Eles vão aprender – lhe disse colando minha testa na sua – Ele também tem alguma parte disso. Merece a parte boa também.
Beijei a bochecha de Mari e coloquei os braços em volta de Mariana, que estava toda animada com sua admissão em uma faculdade de moda.
- Nós podemos viajar na primavera, para o Havaí – ela dizia animada e Aaron olhava de relance.
- Mariana...
- Tudo bem, seu namorado mané pode ir também – ela disse rindo.
Fomos em dois carros até a escola.
Desci do carro grudada em Aaron. Ele foi até atrás do palco comigo enquanto Mariana e Dylan se arrumavam. Carol estava logo ali, comemorado sua admissão em jornalismo em uma das melhores universidades do País.
- Eu estou tão nervosa – disse entre os dentes – E se eu ferrar tudo?
- Seu discurso vai ser ótimo – Aaron disse entrelaçando seus dedos nos meus.
- Você nem ouviu ele – eu disse fazendo careta.
- Porque você não deixou.
- Verdade – eu disse respirando fundo – Vai dar tudo certo. Tudo vai ser perfeito.
- Olha pra mim – Aaron disse puxando meu rosto para perto do seu – Vai ser fenomenal. E depois, nós temos uma vida inteira pela frente.
- Eu e você – eu sorri.
- Eu e você – ele sorriu e me beijou.
***
As luzes me deixavam meio zonza, mas eram as pessoas me encarando que me faziam tremer.
Comecei meu discurso grudada no papel, mas acabei o deixando na bancada depois de alguns segundos.
“Long Live é uma cidade pequena. Tem ótimas praias para pessoas que gostam de pensar, como eu. Tem um ótimo sorvete. Tem ótimas festas, modéstia parte. E tem, definitivamente, ótimas pessoas. Pessoas que levantam de suas camas em dias ruins e mesmo assim te cumprimentam na rua. Pessoas que compram flores, que andam descalças por nossas calçadas, que respeitam o sinal de trânsito.
Nossa escola é um marco. De todos os lados, nós temos pessoas com pensamentos diferentes. E cada pessoa conquistou um pedacinho do seu futuro e está seguindo em direção a ele. E eu estou tão orgulhosa, porque eu nunca pensei que podíamos fazer a diferença. Eu nunca pensei que podia fazer a diferença. Mas eu tive um último ano fenomenal. Tudo mudou tão rápido e se tornou... Melhor. Eu tenho uma família incrível, amigos maravilhosos, o sobrinho mais lindo do mundo e conheci o amor da minha vida antes dos vinte. Eu tenho certeza que nossa vida está apenas começando. Mas é tão bom poder levar o que é bom. Viver com o que é bom, amar o que é bom. O que nos faz felizes, o que nos faz sorrir. Que todos vocês tenham uma vida inteira cheia de felicidades. E que com as lágrimas, vocês tenham alguém para enxuga-las. Que sempre exista amor para recomeçar. Que sempre exista... Para onde voltar.”
Os aplausos eram ensurdecedores, mas tudo o que eu conseguia ouvir era Aaron sussurrando que me amava. E eu sabia que era para sempre.
***
Estávamos na minha festa de formatura quando vi Dylan e Lizzie abraçados, dançando.
- O que... – Aaron começou a perguntar e eu sorri para ele.
- Talvez ele seja o cara certo pra ela, como você é o meu.
- O que quer dizer que ele vai ser da família? – Aaron falou, meio decepcionado.
- Provavelmente – eu sorri – Mas ele vai estar apaixonado pela irmã certa.
- Ok, eu posso aceitar isso.
Aaron me puxou para fora do salão e me beijou.
- Eu não sei como vou lidar com você indo embora amanhã Emma.
- Eu não vou embora – eu sorri – Eu vou estar ali... Bem do seu ladinho.
Puxei um presente do bolso e o entreguei.
- O que é isso? – Aaron perguntou sorrindo.
- Você precisa abrir, mala.
Aaron abriu a caixinha e encontrou um pingente. Quando o abriu, tinha uma foto de sua mãe de um lado e outra de nós dois no outro.
- Como alguém pode ser como você? – ele perguntou e me puxou, me beijando novamente.
- Eu te amo. Nada vai mudar.
- Nada vai mudar – ele repetiu, tentando segurar o choro.
Nossas testas se encostaram e nossas respirações se misturaram. Dançamos sem música no jardim pelo resto da noite.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Agora só falta o epílogo. Dói em vocês como dói em mim? I HOPE SO. Até o próximo (e último) momento de Emma e Aaron.