When You Call To Me escrita por Carrie Lerman


Capítulo 11
É Isso que Chamam de Ciúmes?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo bonitinho pra vocês meninas! Espero que gostem =)



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Ao final do passeio os dois reis regressaram ao palácio de Cair Paravel trocando estórias sobre as experiências que cada um teve em seu mundo. Ambos conversavam animadamente enquanto trocavam sorrisos durante todo o trajeto que percorriam de volta ao palácio. Assim que se aproximaram da entrada secundária de Cair Paravel, a rainha Lucia avistou a líder dos arqueiros, Susana Vankova plantada ao lado da entrada mantendo em seu rosto uma expressão séria e compenetrada. Quando os servos da rainha se aproximaram dos cavalos ajudando a mesma a descer de sobre o lombo de Aurora, esta se dirigiu imediatamente até a moça e perguntou:

– Algum problema Susana? –disse Lucia amavelmente.

– O rei Pedro majestade. –respondeu a moça. – Está no palácio.

– Oh! Isso é uma ótima noticia. –Lucia sorriu discretamente. – Onde ele está nesse momento Susana?

– A sua espera na sala do trono majestade.

– Certo. –Lucia voltou seus olhos para os cavalos e notou que Caspian havia prendido o pé nas cordas de Trovão. – Susana, assim que Caspian se livrar das amarras do cavalo conduza-o até a sala do trono. Eu devo ir imediatamente ver Pedro.

– Como quiser majestade. –disse Susana dirigindo os olhos para o rapaz que parecia enrolado com o cavalo.

Lucia concordou com um aceno de cabeça e logo após se dirigiu rumo à entrada do palácio seguindo as internas do mesmo. Enquanto isso Caspian mal conseguia parar em pé no chão sentindo seu calcanhar totalmente amarrado com as cordas, enquanto o servo da rainha tentava manter o animal parado sendo que este insistia em dar giros ao redor do próprio corpo como se estivesse se divertido com a situação.

– Quieto Trovão. –ordenou o servo.

– Acho que ele está se divertindo. –disse Caspian já sem jeito.

– Ele tem um senso de humor admirável. –respondeu o homem segurando o pé do rei.

– Parece que sim! –Caspian caiu na gargalhada quando sentiu seu pé se soltar. – Já chega Trovão! –ele alisou o pelo do animal. – Não foi dessa vez que conseguiu me derrubar!

O cavalo relinchou como se tivesse entendido, e bateu com a pata dianteira na terra fazendo com que o rei sorrisse. O servo segurou as rédeas do animal e logo o conduziu rumo aos estábulos assim como outro servo da rainha já havia feito com Aurora. Caspian manteve o sorriso cansado na face enquanto se aproximava da entrada do palácio e encontrava a líder dos arqueiros. Susana manteve um olhar curioso sobre o belo homem alto de olhos enigmáticos enquanto este fitava sua face notando as diferentes vestes que aquela moça vestia. Ao invés de sapatos de salto, Susana calçava botas escuras por baixo de um vestido vermelho coberto por um tipo de proteção feito de aço retorcido como se estivesse pronta para enfrentar uma guerra. Seus cabelos negros estavam parcialmente presos para trás, assim como os da rainha, mas sem todo o luxo e requinte, apenas amarrados com uma borrachinha de couro. Mesmo assim, Caspian admirou o lindo rosto um pouco carrancudo da mulher de olhos tão azuis quanto os de Lucia.

– Caspian não é? –disse Susana.

– Sim. –respondeu.

– Acompanhe-me. –dito isso Susana se virou e seguiu rumo à entrada do palácio.

Caspian ergueu as sobrancelhas percebendo que aquela moça era bem diferente da rainha, embora fosse extremamente bonita, parecia uma mulher mais fechada e durona. Eles seguiram em silencio quase todo o caminho enquanto Caspian não deixava de analisar os detalhes das vestes de Susana fitando-a com ar curioso até que esta se irritasse com as olhadas e perguntasse:

– Tem alguma coisa errada com meu vestido? –disse encarando-o enquanto caminhava ao seu lado.

– Ah? –ele se tocou do que estava fazendo. – Não! Desculpe... Eu estava sendo indiscreto...

– É estava sendo mais do que isso. –ela aumentou ainda mais o volume de seus lábios enquanto olhava a sua frente.

– Você não é uma ama da rainha é? –ele achou melhor mudar de assunto.

– Não, mas eu sirvo a ela. –respondeu sem encarar o rapaz.

– É uma guerreira? –constatou pelas roupas e pelo modo rude de falar.

– Sou a líder dos arqueiros.

– Arco e flechas! –ele sorriu.

– Não é meio obvio? –ela respondeu erguendo uma das sobrancelhas e o encarando.

– Eu não quis ofender. –ele ficou sério dessa vez. – Isso tudo é um pouco novo pra mim.

– E você é? –ela continuou o encarando.

– Caspian...

– Quero dizer de onde veio Caspian? –ela bufou.

– Não sou daqui.

– Não é de Cair Paravel, nem de Nárnia você quer dizer.

– Eu vim de outro lugar. Bem diferente de Nárnia...

– Hum. –ela não pareceu se importar.

– Aonde foi Lucia? –ele franziu sua testa.

– A rainha Lucia... –ela corrigiu.

Caspian respirou profundamente e voltou a encarar a moça que pareceu incomodada com a intimidade com que o rapaz se dirigiu a rainha Lucia, usando apenas seu primeiro nome. Então Susana seguiu:

– A rainha Lucia está resolvendo assuntos políticos no salão do trono com vossa majestade o rei Pedro. –respondeu erguendo as suas sobrancelhas.

– Rei? Quantos reis existem em Nárnia? –perguntou confuso.

Caspian não obteve resposta, apenas um sorriso irônico da morena e então preferiu não dar sequencia a conversa apenas se dirigiu com ela pelo longo corredor. Já na sala do trono, Lucia e Pedro conversavam.

– Me desculpe pela demora Lucia. –dizia o loiro segurando as mãos da rainha. – Eu estive com problemas. Meu exercito foi enviado, mas no caminho eles sofreram com um ataque inesperado de piratas que estavam à caça dos tesouros de Nárnia.

– Tudo bem, tivemos sucesso em nossa primeira batalha contra Rabadash. Mas infelizmente eles insistem em nos confrontar. –respondeu Lucia.

– É por isso que estou aqui. Estamos prontos para quando precisar.

– Fico feliz! –ela sorriu gentilmente enquanto sentia suas mãos entre os dedos do rei.

– Mas você me disse que tinha novidades assim que entrou nesta sala, do que se trata? –perguntou curioso.

– Ah sim! –o sorriso de Lucia aumentou de tamanho. – Tenho uma surpresa pra você.

– Uma surpresa boa pelo que vejo pelo tamanho do seu sorriso. –ele abriu um sorriso espontâneo.

– Sim! Maravilhosa na verdade... Eu encontrei um homem que acredito se tratar do antigo rei Caspian X! –ela dizia enquanto dava alguns passos segurando as mãos do loiro.

– Caspian X? –ele franziu a testa. – Mas você sabe que ele está morto não sabe Lucia?

– Sim, eu sei, mas e se ele tivesse regressado para nos ajudar?

– Impossível Lucia. Quem é este homem? Ele está aqui no palácio?

– Sim...

Neste mesmo momento Susana surgiu pela porta larga do salão trazendo consigo o belo rapaz que logo lançou seus olhos castanhos sobre a face da rainha, e desviou-o em seguida rumo às mãos da mesma notando a proximidade entre ela e o rei Pedro.

– Veja com seus próprios olhos Pedro! –disse Lucia.

Pedro virou sua face em direção à porta e antes de encarar Caspian, seus olhos pararam por instantes sobre a linda Susana deixando-o perdido por um segundo o que fez com que a mesma baixasse seus olhos ficando corada com a olhada indiscreta do rei sobre ela. Em seguida Pedro fitou a face de Caspian que o encarava com expressão séria e então a voz de Lucia quebrou o silencio entre todos:

– Caspian, por favor, venha até aqui. –disse ela estendendo a mão.

Susana ergueu o rosto e olhou o moreno induzindo-o a seguir até o centro da sala. Caspian passou por ela e seguiu em frente encarando o loiro que o fitava com ar desconfiado e depois voltou os olhos para Lucia que sorria para ambos.

– Então você é o Caspian? –disse Pedro encarando o moreno com desconfiança. – Eu sou Pedro... –ele estendeu sua mão imponente. – Rei de Nárnia.

– Mais conhecido como Pedro, o magnífico! –seguiu Lucia com ar orgulhoso o que deixou Caspian aparentemente incomodado.

– É um prazer, majestade. –disse Caspian apertando com força os dedos do loiro.

– Aperto de mão firme! –disse Pedro. – Sinal de boas virtudes.

– Agradeço o elogio. –respondeu o moreno em muita empolgação, apenas por educação.

– Então acredita ser o grande rei de Nárnia Caspian? –interrogou Pedro ao soltar a mão do mesmo.

– Isso é apenas o que diz a rainha majestade. –respondeu.

– Tenho plena certeza de que é. –ela se manifestou.

– E o que acha sobre isso? –insistiu Pedro.

– Na verdade eu ainda não sei. –continuou Caspian encarando Pedro com o mesmo olhar seco.

Lucia notou certo desconforto da parte de Caspian diante de Pedro, assim como notou certa falta de simpatia da parte do loiro para com Caspian, então decidiu quebrar aquele gelo todo entre os homens dizendo:

– Podemos conversar mais sobre isso no chá da tarde! O que acham? –ela tocava o braço de Pedro.

– Depois de um banho Lucia. –disse Pedro. – Eu preciso descansar a viagem foi longa. –ele tomou a mão da rainha e depositou um beijo casto sobre as costas da mesma.

Caspian fitou a cena franzindo a testa enquanto via os olhos azuis do rei dirigidos à face de Lucia, enquanto esta sorria gentilmente para o mesmo exatamente do mesmo jeito como até então o moreno estava acostumado a vê-la sorrir por ele. Isso acabou lhe trazendo a uma realidade a qual ele sentiu-se descontente. Lucia era uma rainha carinhosa e gentil, e provavelmente sua demonstração de carinho diante do rei era algo habitual. Caspian sentiu-se bobo por comparar aquele sentimento com algo que ele chamava de ciúmes, principalmente por saber que conhecia aquela mulher há apenas um dia.


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Notas finais do capítulo

O título não era exatamente isso mas foi o que ficou! Espero que tenham curtido beijos