A Filha Do Hokage escrita por Nara Emily


Capítulo 15
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Olá! Não tenho muitas coisas para dizer aqui, só que este capítulo está razoavelmente triste. E como vcs poderão perceber, ele não começa no momento em que o último parou, não me matem, mas eu amo deixar vcs curiosos, hahaha. Boa leitura



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POV's Narrador.

Algumas horas depois.

Mei pegava coisas de suas gavetas com pressa, colocava tudo mal arrumado dentro de uma bolsa enquanto tentava manter a calma, depois de terminar com as gavetas, foi em direção ao armário, tirou as coisas que ia precisar e botou dentro da mochila conferindo se tinha pegado tudo, depois de não lembrar mais de nada importante que tinha de pegar dali, teve certa dificuldade para fechar a mochila, mas conseguiu. Era isso que ela se obrigava a repetir em sua cabeça a todos os momentos, ela iria conseguir, tudo ia dar certo, tinha que dar.

Caminhou por seu quarto um pouco, pegou um pergaminho em branco na primeira gaveta de sua cômoda e uma pena com um resto de tinta na ponta, apoiou-se no móvel e escreveu uma despedida breve e um pouco explicativa com o nome de seus familiares e seus amigos no verso. Era a única coisa que podia fazer para pelo menos deixa-los cientes do que aconteceu.

"Não sei se um dia irei voltar, prometo que tentarei, mas não criem expectativas. Sinto muito, mas eu tenho que ser corajosa e enfrentar meus problemas sozinha. Estou protegendo vocês, espero que entendam.

Com amor, Uzumaki Mei."

Depois de reler o que tinha escrito e conferido que não tinha nenhuma informação que desse uma pista para onde ela ia, enrolou o pergaminho e o deixou em cima de seu travesseiro. Virando-se se olhou no espelho rapidamente, as feridas feitas hoje de manhã ainda doíam um pouco, alguns cortes na panturrilha que estava escondidos debaixo de sua meia, um ferimento em sua barriga e outro em sua cabeça, o qual a tinha feito desmaiar e que agora estava latejando, tentou esquecer isso e desamarrou a bandana de seu pescoço, onde geralmente ficava, e a amarrou em sua coxa na borda da meia preta que sempre usava, ela mudou a bandana a de lugar para não lembrar de sua mãe a todo momento, mesmo não achando que ajudaria muito, mas o real motivo para fazer isso era que iria enfrentar muitas coisas daqui pra frente, e achava que era a hora certa de mudar algumas coisas, a bandana era só algo simbólico.

Finalmente se virou em direção à janela do quarto e sentiu um frio na barriga, ela sabia que essa era provavelmente a última chance de desistir, depois que saísse daquele quarto, ir embora se tornaria um pouco mais fácil e ela não poderia voltar atrás, sair dali significava que ela não mudaria de ideia, e ela sabia disso. Suspirando, ela saiu e não olhou para trás, a coragem e a adrenalina eram as únicas coisas que ela se concentrava no momento, tentando ignorar o aperto em seu coração.

Estava tarde, muito tarde, o céu escuro da noite a ajudava se mover de forma discreta e silenciosa enquanto ia para o Prédio do Hokage, tinha uma coisa para pegar antes de ir. Alguns shinobis vigiavam o prédio, mas ela era Uzumaki Mei, todos confiavam nela e por isso não precisou dizer nada para entrar tranquilamente no prédio. Após subir as escadas, ao invés de entrar na sala do Hokage, foi adiante e entrou em outra porta, onde ficavam algumas coisas relacionadas a missões, ali tinha um corredor com algumas salas específicas, sabendo em qual deveria entrar foi direto a quinta porta abrindo-a. Objetos ninjas de desconhecidos estavam ali, alguns comuns, outros bem estranhos, mas ela sabia o que estava procurando e não podia se distrair agora, passando os olhos pelo local, localizou o que queria e foi em direção a ele. Já estava usando luvas, então simplesmente pegou o chicote sem medo e o amarrou na cintura para que ficasse pendurado sobre sua coxa, depois disso pegou alguns papéis dentro da mochila para que os vigias reparassem nos papéis e não no chicote.

Saindo tranquilamente do prédio evitando o olhar dos ninjas que ali estavam, foi em direção à saída de Konoha, era a segunda vez no mesmo dia que tinha que fazer esse caminho, mas agora ela estava mais confiante do que antes, sabia o que estava fazendo e sacrificando e mesmo assim não hesitou, pelo menos não até chegar à saída, foi ai que ela parou. Não estava preocupada com os guardas, pois tinha dado um jeito de ter certeza que eles estariam dormindo, não estava com cabeça para mentir e sorrir agora e tinha calculado isso antes, um leve tranquilizante foi a solução.

A loira sentiu quase a mesma coisa que na manhã de hoje, mas agora tinha algo a mais, era como se fosse um sentimento de tristeza e determinação, na verdade, era exatamente o que estava sentindo.Ela tinha que fazer isso e nada poderia detê-la, a decisão estava tomada.

Então respirou fundo, apertando as alças da mochila com força nas mãos, e quando ia dar o primeiro passo para fora de Konoha, algo a parou, uma voz muito familiar que fez seu coração disparar a deixando mais nervosa do que já estava.

— Mei-San. — Lawliet disse atrás dela, mas ela não se virou nem falou nada, somente permaneceu parada tentando controlar seus batimentos cardíacos. - Não faça isso, sempre tem outra opção.

— Já tomei minha decisão Lawliet, você não vai me fazer mudar de ideia. — Mei disse, abaixando um pouco a cabeça determinada a não olhar para trás. Porém, Lawliet não ia desistir de impedi-la de fazer uma loucura.

— Você não pode fazer isso Mei, se render não vai ajudar. Você não pode ir embora.

— Por que não? Estou protegendo tudo aquilo que é importante para mim, é uma decisão minha. Você não tem o direito de interferir.

— Você me deve um favor, lembra? Estou te pedindo para ficar. Se você for agora, talvez nunca mais volte. — Ele respondeu fugindo da pergunta, se aproximou dela lentamente enquanto lembrava-se do favor que Mei o devia por ter ajudado a treinar Kai.

— Eu não me importo em voltar Lawliet! — Mei disse se virando, não estava com paciência para isto — Estou fazendo a coisa certa, você faria a mesma coisa! Não foi você que esteve com medo nos últimos meses esperando uma solução milagrosa aparecer. E agora que apareceu, não vou deixa-la escapar, e mesmo que esta não seja a melhor e mais feliz solução, é a única que eu tenho. Deixe-me ir.

— Você está sendo egoísta! Realmente acha que ficaremos bem imaginando se você irá ficar segura ou até mesmo se vai permanecer viva? Isso não é nos proteger.

— Sim, estou sendo egoísta, mas pelo menos vocês estarão seguros. Ficarei suficientemente bem sabendo disso. — Ela declarou de cabeça erguida e olhando no fundo dos olhos verdes do moreno, e mesmo que tivesse com muita vontade de chorar, não estava com lágrimas nos olhos.

— Não posso te deixar ir. — Lawliet disse, com a expressão ilegível, mesmo sua mente estando uma bagunça. — Eu nunca me perdoaria.

— Por quê? — Mei perguntou, franzindo o cenho. Seu tempo estava acabando, ela não podia demorar mais, mas permanecia parada mesmo sabendo que teria que correr mais depois, estava só tentando aproveitar os últimos momentos em casa, mesmo que estivesse tão nervosa que nem percebesse isso, provavelmente se daria conta disso depois, quando estivesse completamente sozinha jogada em um canto de algum covil de Setsuko.

No momento que Lawliet terminou de ler o pergaminho de Mei depois de entrar no seu quarto, lembrou-se do esconderijo que ela tinha na terceira gaveta, ela não sabia que ele tinha descoberto isso quando ainda eram crianças, ao achar as ameaças, rapidamente ligou uma coisa à outra e saiu correndo para impedir Mei, mas agora não sabia o que fazer para convencê-la a ficar, estava confuso e nervoso de mais para formular um argumento convincente, estava com medo de nunca mais ver Mei, nunca tinha sentido tantas coisas ao mesmo tempo e não conseguia organizar seus sentimentos, isso estava o deixando irritado.

Ele olhou para ela, que esperava uma resposta o encarando com uma expressão de determinação, então ele percebeu que não poderia impedi-la, ela era cabeça-dura como o pai, e ele sabia histórias de mais sobre como Naruto lutou por Sasuke para duvidar da decisão da filha deste homem.

Depois de alguns minutos de silêncio, ela se convenceu que não teria uma resposta, retomou a coragem e deu as costas para um Lawliet pensativo, voltou a andar em direção a saída de Konoha e fechou os olhos, se despedindo mentalmente de tudo aquilo, tinha tido uma longa conversa com Setsuko e sabia que as chances de conseguir voltar eram mínimas, no momento que ultrapassasse aqueles portões, estaria sozinha.

De repente, ao faltar um passo para ir embora de fato, ela sentiu um puxão em seu braço, o que a fez virar e abrir os olhos novamente por um segundo antes de perceber o que estava acontecendo e fecha-los de novo. Lawliet a beijava de forma calma e voraz, sabendo que esse era o primeiro e provável último beijo dos dois. Ele não sabia por que tinha feito isso, só sentia que tinha que fazer. Mei estava confusa de mais para pensar em alguma coisa, só tentava ter certeza que isso estava mesmo acontecendo, correspondia ao beijo enquanto sentia todos os toques dele, uma mão em sua cintura e outra em sua nuca, enquanto ela somente deixou os braços sobre o peito dele.Era um beijo urgente e com sentimentos muito confusos e conflituosos dos dois lados, como uma corrente elétrica ligada em polos opostos entrando em combustão, e o incêndio acabou tão rápido como começou.

A raiva e angústia de Mei tinham quase desaparecido ao sentir os lábios dele junto aos dela, mas no momento que se separou ofegante, voltou à vida real e suspirou.

— Sinto muito. — Ela murmurou para ele, que continuava com os olhos fechados e a testa encostada com a dela, se abrisse os olhos a veria partindo e ele era péssimo com despedidas.

— Adeus — Ele sussurrou num último momento. Foi então que deixou de sentir a presença dela e uma leve brisa atingiu seu rosto, ele abriu os olhos sabendo que ela tinha ido embora, não tinha mais volta, ele perdeu a única chance de fazê-la mudar de ideia, e agora provavelmente nunca a veria novamente.

Agora Mei estava oficialmente fora de Konoha, correndo entre a floresta para um futuro incerto e perigoso, ela poderia estar correndo em direção a sua morte ou a seus caos, tudo estava desmoronando e sua força se esvaindo, mas era sua única escolha fácil, tinha provado ela mesma da força de seu inimigo e sabia que a escolha difícil não era uma boa opção.

O que a deixava forte agora eram as boas lembranças — com uma nova que tinha acabado de acontecer — e a fé de que estava fazendo a coisa certa para proteger aqueles que sentia que tinha que proteger. Enquanto ela permanecesse com Setsuko, todos que amava permaneceriam seguros, este era o acordo e ela não se importava de cumprir sua parte se ele também cumprisse a dele. Era isso ou lutar, e a segunda opção era perigosa demais para se apoiar.

A única coisa que tinha certeza era que não se importava o que aconteceria a ela mesma, mesmo que temesse pelo seu futuro, estava determinada a seguir em frente sem olhar para trás nenhuma vez, e foi isso que ela fez.


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Notas finais do capítulo

Entãooo, me digam o que acharam, isto estava dentro de suas desconfianças ou eu te surpreendi? Hahaha.
Como eu digo em todos os capítulos, comentem, por favor, pode ser um comentário pequeno, eu não me importo, amo ler cada um dos reviews que recebo, me deixe feliz :3.
Beijoss.