A Filha Do Hokage escrita por Nara Emily


Capítulo 16
Inferno


Notas iniciais do capítulo

Heyy, aqui estou eu. Eu escrevi este capítulo muito rápido, estava com essa cena na cabeça a muito tempo e foi muito fácil escreve-la, só demorei porque comecei a escrever só esta semana pois estava ocupada antes, sorry.
Enfim, espero que gostem, tive muitos cometários no último capítulo e fiquei muito feliz, gosto de saber que vocês estão gostando, então muito obrigada, de coração.
E mais uma coisa, quem aqui gosta de A Culpa é das Estrelas? Viram o filme? Eu vi, foi lindo, chorei horrores, achei super fiel ao livro, aw *-* (ignore isto se quiser, haha)



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POV's Narrador

Enquanto andava ao lado de Setsuko com os olhos vendados, Mei só conseguia pensar e temer o que aconteceria depois, além de estar odiando o fato de não pode enxergar nada, a venda era feita com algum material misturado com chakra que bloqueava até o Byakugan, era a primeira vez que se sentia tão vulnerável justamente por não poder usar sua visão e seu reflexo. Ao tentar ignorar o medo e a raiva, ela se lembrou da manhã anterior, a qual tinha se encontrado com Setsuko.

– Porque será que eu tinha certeza que você viria? – Ela ouviu sua voz fria e rouca e se virou, deparando-se com um homem alto e branco, com os cabelos loiros que iam até um pouco abaixo das orelhas, seus olhos negros pareciam ser um buraco sem fim e sua boca expressava um pequeno sorriso de deboche. Suas roupas, uma calça e uma regata larga, eram completamente pretas, exceto por uma corda cinza amarrada a sua cintura, a qual tinha um chicote pendurado, pelo jeito ele tinha outro chicote além do da cobra.

Parecia que ela reconhecia algumas características desse homem de algum lugar, mas não conseguia se lembrar da onde e ignorou o pensamento.

– Certo, por que me chamou aqui? – Mei perguntou, sua voz exaltava confiança, mas não era o que ela sentia.

– Oh, como você é grosseira, não deixou nem eu me apresentar. – O homem disse, ela poderia ter revirado os olhos, mas nem pensou em fazer isso já que estava atenta a todos os movimentos dele e pensando em um milhão de coisas que ele poderia pedir ou fazer. – Eu me chamo Setsuko, mas também sou conhecido por outros nomes. Não que estes façam muita diferença, são só disfarces magníficos dos quais eu uso para fazer alguma coisa importante.

Ele deu de ombros, como se aquilo fosse muito comum para ele, e ela continuou o encarando, tentando o reconhecer de algum lugar que pudesse ter se disfarçado e a enganado.

– Ah, não me olhe deste jeito, nunca estive disfarçado na sua presença, mas você me conhece por outro nome, inclusive esteve muito preocupada com ele ultimamente, procurando-o por todos os lados, seguindo pistas. Fiquei até surpreso com os AMBUS envolvidos nisso, mas ainda bem que você veio me procurar ao invés deles, assim...

– Yasuji. – Ela o interrompeu, reconhecendo a descrição dos vizinhos ao homem que estava a sua frente e se sentindo uma tola por ter ficado tão preocupada por um homem que nunca existiu de verdade. Tudo foi uma armadilha desde o começo, um plano que ela nunca teria adivinhado.

Ele sorriu, parecendo orgulhoso dela, como se ela fosse uma criança inocente que acabou de aprender algo.

– Muito bom! Sinceramente achei que demoraria mais para você perceber que tudo era uma teia de aranha pra você, inclusive foi extremamente divertido criar toda aquela situação, uma pena que demorou tanto tempo para que eles notassem meu desaparecimento, se não teríamos nos encontrado mais cedo.

– De quem era o corpo que nós encontramos? – Ela perguntou, mais por curiosidade que qualquer coisa, duvidava que ele quisesse algo simples dela depois de descobrir todo esse plano, era engenhoso demais, chegava a ser assustador, por isso estava com medo de ir direto ao assunto.

– Um homem qualquer que eu encontrei desmaiado e bêbado por ai, ele até que lutava bem, mas eu precisava de um corpo e ele serviu perfeitamente.

– Por que fez isso tudo? Você poderia ser direto logo com a primeira ameaça, economizaria tempo e seria mais fácil.

– Isso seria totalmente sem graça, foi muito divertido ver você desesperada, além de que você provavelmente ignoraria uma ameaça que não tivesse sido comprovada. – Ele respondeu como se fosse óbvio e Mei sentiu o seu medo aumentar, mas reuniu coragem para perguntar:

– Por que me chamou?

– Ah, claro, você quer saber isso, pois bem, vim te convidar para que se junte a mim, algumas características suas são muito interessantes.

No mesmo momento Mei colocou a mão sobre a sua testa, ela era da Família Principal e por isso mão tinha o Selo Amaldiçoado, isso possibilitaria que pudessem roubar seus olhos e ela implorou internamente para que ele não fizesse isso.

– Não vou com você a lugar nenhum. Por que simplesmente não me deixa em paz? – Ela falou, novamente demonstrando a confiança que não tinha, mas ela precisava tentar.

– Você sabe que posso machucar qualquer pessoa quando eu quiser, não é? Tenho mais truques na manga Uzumaki Mei, essa não é minha última jogada.

– Você não seria capaz de vencer uma batalha contra muitas pessoas, não é possível que possa fazer isso sozinho, e se me matar não terá mais como me torturar e não terá adiantado de nada. – Ela estava blefando, sabia que se ele quisesse, poderia deixa-la viva e ainda impedi-la de pedir ajuda, mas simplesmente não podia desistir.

– Não estou sozinho, como acha que sei de tantas coisas? Tenho olhos, ouvidos e guerreiros por todos os cantos, não saberiam por que lados chegariam. Não sou idiota Mei, sei exatamente o que estou fazendo. Pode tentar me impedir, aqui e agora se quiser.

Ela ficou parada, analisando a situação, não poderia desistir sem lutar, mas sabia que se perdesse não poderia mais fazer outra escolha, mesmo assim ela respirou fundo e olhou para Setsuko, ele estava com uma expressão divertida no rosto esperando Mei fazer alguma coisa, e ela fez.

Com rapidez e habilidade ativou o Byakugan e fez quinze Kage Bunshins, cinco atrás dele sem que ele percebesse. Setsuko somente continuou parado e sorriu, nem um pouco surpreso. Mei foi a sua direção, tentando acerta-lo em um ponto de chakra localizado no peito, mas ele desviou facilmente, uma Kage Bunshin que estava as suas costas jogou uma kunai em sua direção, mas esta passou raspando ao lado de sua orelha, no mesmo momento ele se virou, pegou seu chicote e o bateu no chão, o que levantou um pouco a poeira dali, Mei ainda conseguia enxergar por causa do Byakugan e tentou ataca-lo de novo, mas ele a evitou novamente, se aproximando de alguns clones e os acertando com uma chicotada, fazendo com isso que eles desaparecessem. Mei ficou surpresa com a calma que ele expressava ao lutar, como se aquilo fosse um passatempo para ele, mas ela não perdeu tempo pensando nisso e novamente tentou acerta-lo com um golpe de Jūken(Punho Suave), e acabou sendo atingida na perna pelo chicote, não pela ponta que era mais afiada e faria uma ferida maior, a deixando aliviada, não podia se machucar muito, pois assim perderia força mais rápido.

Quando todos os Kage Bunshins tinham desaparecido e a poeira abaixado, Mei olhou nos olhos de Setsuko, ele permanecia com uma expressão de tranquilidade e não tinha sequer uma gota de suor em seu rosto.

– Vamos lá, sei que você pode fazer mais do que isso. – Ele a provocou, então ela rapidamente saiu do lugar onde estava e correu muito rápido em volta dele, tentando distraí-lo enquanto fazia um Rasengan, no momento em que ela o atacou, quase o acertou com a esfera de chakra em sua mão, porém Setsuko desviou o braço dela com um simples e rápido movimento, deixando-a paralisada ali com o braço preso na mão dele.

Ela tentou sair de supetão ao puxar seu braço com força, mas o aperto da mão de Setsuko era forte demais para sair assim tão facilmente, então nesse momento ela aproveitou a situação, dando-lhe uma rasteira e usando o Jūkenpō Ichigekishin (Punho Suave: Golpe de Corpo Inteiro), expelindo chakra de seu braço e perna. Ele a soltou, mas não parecia estar abalado com o golpe que acabara de receber em seu sistema de chakra, só parecia um pouco irritado. Aproveitando a situação, Mei fechou os olhos por dois segundos, se concentrando no próximo jutsu e ficando coma postura perfeita, Hakke Hyaku Nijūhachi Shō(Oito Trigramas Cento e Vinte e Oito Palmas) não era o mais simples dos jutsus e nem uma de suas primeiras opções em batalhas, mas estava desesperada e sem paciência para prolongar isto. Usando o Byakugan, observou atentamente os pontos de chakra no corpo de Setsuko, que no momento estava na posição perfeita para que ela pudesse atacar, ela se aproximou dele com rapidez e começou a tentar atingi-lo com vários golpes, contínuos e fortes e que poderiam causar grande estrago, ele conseguiu desviar e evitar muitos, mas não de todos. Agora ele finalmente parecia abalado com os golpes e estava extremamente irritado, se contraiu por um momento, parecendo sentir dor, e Mei baixou a guarda por um segundo antes de ser atacada e levar um forte e profundo corte na área da costela com a ponta do chicote, no mesmo momento o local em que fora atingida começou a formigar e ela sabia que tinha sido envenenada, mas talvez ainda tivesse algum tempo antes que o veneno se espalhasse por seu corpo e fez o selo com as mãos para o Kage Bunshin no Jutsu, fazendo surgir vários clones a sua volta, usou isto para distraí-lo e ignorando a dor latente que aumentava em sua costela, concentrou uma grande quantidade de chakra em suas mãos, formando faces de leões em volta de seus punhos, outros Kage Bunshins fizeram a mesma coisa para confundi-lo. Ela correu na direção dele, o atacando com habilidade e tentando não errar nenhum golpe sequer, mas ele parecia simplesmente invencível, ela sabia que tinha acertado pontos de chakra importantes dele e que ele não conseguiria fazer nenhum jutsu dessa forma, mas ele tinha o chicote, e era suficientemente habilidoso com a arma.

Depois de ser novamente atingida pelo chicote na barriga, não conseguiu mais controlar seu chakra e sustentar seu corpo e caiu no chão. Tudo parecia rodar, uma enorme dor se alastrava em seu corpo, como se seu sangue estivesse ácido, queimando-a por dentro, era um sensação horrível, ela simplesmente não conseguia se mover, pois se o fizesse, sentia mais dor.

Ela piscou algumas vezes, tentando se encontrar no Universo, e quando as coisas começaram a voltar ao foco por um pequeno instante, ela deu de cara com Setsuko, que sorria com a cena.

– Este veneno não é fatal, pode ficar tranquila, mas vai te torturar por muito tempo, acredite em mim, todavia eu tenho o antídoto, é lógico, mas primeiro preciso saber se você concorda com as regras. – Ele parou, como se estivesse esperando uma resposta, mesmo sabendo que ela não tinha como responder por que não conseguia formar palavra alguma, então ele continuou – Vou te dar o antídoto, mas ele vai te deixar completamente fraca, ou seja, nada de tentar me ganhar de novo, e assim posso propor um acordo para você. – Ele terminou de falar e pegou uma pequena injeção dentro de um bolso em sua calça, aplicou no braço de Mei e esperou um pouco enquanto guardava a injeção, agora vazia, novamente no bolso.

Aos poucos a dor foi passando e Mei pode voltar a se mexer, mas se sentia exausta e custou se levantar, ela estava derrotada, não tinha mais escapatória. Suas feridas ainda doíam e ela continuava um pouco tonta, mas tentou focar sua visão no homem a sua frente, que a esperava voltar ao normal – na medida do possível.

– Ok, acho que agora você já pode me responder e agradecer por ter te dado o antídoto, não sou caridoso assim com todos, sabe? – Ele esperou alguma reação ou palavra de agradecimento, porém Mei permaneceu em silêncio e ele bufou, como se ela tivesse sido a pessoa mais sem educação do mundo. – O acordo é o seguinte: você vem comigo, seja fonte de pesquisa, minha seguidora, ou como quiser chamar, e eu deixo as suas preciosas pessoas amadas em paz, é claro que se não aceitar as consequências serão terríveis. A escolha é sua, se responsabilize por elas.

– Como saberei que não está mentindo? Se estiver com você não terei notícias deles.

– Eu tenho como provar que estou falando a verdade, mas acho difícil você acreditar nisso, então darei um jeito de te manter informada. Sou um homem de palavra, se você cumprir sua parte do acordo, cumprirei a minha. Não precisa me responder agora, te darei tempo para pensar, pode ir embora e tomar uma decisão, você tem até esta madrugada para me dar a resposta, esteja aqui para aceitar o acordo ou comece uma guerra contra mim, saberei disso e terei um plano antes mesmo que você possa armar um ataque.

– Por que me quer com você? – Ela perguntou com amargura, pensando sobre o acordo e tentando achar alguma saída, algo que a impedisse de ter que aceitar.

– Primeiramente, vingança, é uma longa história, você pode sabê-la depois. E também porque você é descendente do Clã Hyuuga e Uzumaki, dois clãs extremamente poderosos que nunca se misturaram antes, isso pode ter causado habilidades que nem mesmo você sabe que tem, quero pesquisa-las.

– Mas para que?

– Se eu contasse, deixaria de ser surpresa. – Ele deu de ombros e ela o fuzilou com o olhar, estava perdida, teria de virar uma cobaia e odiava esta ideia. – Ah, e tem mais uma coisa. Quero Nagine de volta.

– Nagine? – Mei perguntou confusa.

– O chicote, que você achou na minha casa em Konoha, ele é uma cobra que teve sua forma modificada, o nome desta cobra é Nagine, e eu a quero de volta.

Mei abriu a boca para questiona-lo do porque queria aquele chicote/cobra de volta sendo que tinha outro, mas deixou pra lá, sabendo que nunca entenderia a mente psicopata do homem a sua frente, ele era capaz de armar um plano complexo e engenhoso só para torturar alguém antes de ir ao ponto e se divertia com isso, além de dizer as coisas como se essa situação fosse extremamente amigável, ele era assustador e forte, ela estava perdendo completamente a esperança.

– Tenho que ir. – Ele disse, sorrindo para ela como se estivesse se lamentando por ter que encerrar a conversa – Espero que você faça a escolha que será melhor para todos. – Dizendo isso, ele se virou e saiu dali, deixando Mei sozinha e completamente desolada.

Depois disso ela voltou para casa, demorou um tempo porque estava fraca e um pouco dolorida, mas quando estava chegando, começou a se sentir um pouco melhor e conseguiu passar tranquilamente pelos portões sem chamar atenção. Passou o dia pensando trancada em seu quarto. Quando alguém a procurava, ela dava a desculpa que não se sentia muito bem, e quando sugeriram chamar Sakura para examina-la, ela negou, dizendo que devia ser só um resfriado e não precisavam incomodar Sakura por isso, pareceu o dia mais longo de sua vida. Depois de tomar uma decisão, armou um pequeno e simples plano que quase foi estragado por Lawliet.

Contudo, Mei não queria pensar em Lawliet, não queria pensar na sua casa, então ignorou o resto das lembranças do dia anterior e voltou a prestar atenção no presente, foi ai que ouviu Setsuko falando com ela.

– Ei, Mei? Mei!

– O que?

– Nós chegamos, dei-me sua mão para que eu possa desamarra-las.

Ela estendeu os braços e sentiu a corda afrouxando quando o selo do jutsu foi desfeito, ela mexeu as mãos, suspirando com o alívio de poder mexê-las e senti-las de novo, logo depois tirou a venda e observou em volta, estava em um grande salão sem janelas com candelabros nas paredes, o local era abafado e parecia ser subterrâneo, tinha corredores por todos os lados.

– Bem vinda a minha casa. Venha comigo, vou te levar até seu quarto.

Ele entrou em um corredor a esquerda e ela o seguiu em silêncio, estava apreensiva e tentava não pensar no que aconteceria depois. O corredor era repleto de portas e um pouco escuro, os candelabros aqui tinham uma distância maior uns dos outros.

Eles continuaram andando por alguns minutos e depois de virar a direita e esquerda muitas vezes, tanto que Mei perdeu a conta, ele finalmente parou diante de uma porta, pegou um molho de chaves no bolso e escolheu a mais bem talhada entre elas, pelo menos na opinião de Mei, ela tinha detalhes bonitos e delicados, mas isso não encantou Mei, só a deixou intrigada.

A porta se abriu, relevando um quarto pequeno e simples, tinha uma cama encostada à parede oposta à porta e uma estante em outra parede à direita e no chão tinha um tapete felpudo preto. Parecia um lugar confortável, Mei pensou, porém sabia que nunca seria tão confortável como sua casa, além de que estava ali por obrigação.

– Certo, aqui está, fique há vontade, o quarto é seu. Você provavelmente vai passar muito tempo aqui durante os próximos dias, e está proibida de sair, se quiser tentar fugir, você provavelmente ficará perdida, então tente, será divertido. – Mei olhou para ele e revirou os olhos, mas estava um tanto assustada, não que não esperasse por isso, mas não queria ficar trancafiada em um quarto. – Não se preocupe você não vai ficar presa para sempre, só que você precisa de um tempo completamente sozinha para pensar, estou lhe concebendo isto – Ele explicou como se tivesse lido sua mente, saindo do quarto e parando por um segundo na porta, assentindo para ela em despedida. Depois trancou a porta e foi embora, enquanto Mei continuava parada no mesmo lugar ouvindo os passos dele que se distanciavam cada vez mais.

Ela suspirou, cansada, tirou a mochila das costas e jogou ela no chão, deitando na cama. Foi então que teve o pressentimento que sua vida tinha acabado de se tornar um Inferno, e ela não estava disposta a lutar contra todos os demônios que a atormentavam, muito menos aqueles que viviam dentro dela mesmas e que nunca tinham arrumado tanta força como agora.


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Notas finais do capítulo

E aii, o que acharam? Comentemm, por favor, amo ler os review que me mandam, ok? Ok.