Dias Imprevisíveis escrita por Gil Haruno
Notas iniciais do capítulo
Capítulo postado!
Beijocas!
'Eu não sabia ao certo aonde meus passos iriam me levar, nem se minha vidinha voltaria a ter sentido. Mas tais incertezas não me abalaram, tão pouco me deprimiram. Eu me sentia capaz de tudo e era essa sensação que me fazia vê e encarar o mundo de outra forma.'
–E esse é nosso quarto!
Megan abriu a porta do seu quarto, convidando-me a entrar. Detalhista, fiquei observando o cômodo e seus lugares mais chamativos.
–Eu vou me despedir do Jason. – disse indo à porta. –Você pode deixar a mala em qualquer lugar, amanhã iremos organizar suas coisas. Ah! Se quiser descansar é só puxar a cama de baixo, os lençóis estão limpos.
–Pode deixar. – sorri para ela. –Megan – ao ouvir seu nome, ela se virou para mim. –, obrigada por tudo. Acho que eu nunca vou poder recompensá-la.
–Não me agradeça e pare de ser pessimista! – disse em tom de ordem. –Apenas o quarto da minha mãe tem banheiro, então teremos que dividir o banheiro do corredor.
–Sem problemas.
Megan fechou a porta, deixando-me sozinha. Sem tirar os olhos das cortinas de cor verde, deixei a mochila cair no chão. O quarto era simples, algo que tinha muito a vê com Megan, mas tinha um leve toque de sofisticação. Notava-se que Megan adorava um bom piso de madeira encerado e os móveis perfeitamente em seu devido lugar. Quase não havia a cor rosa por lá, somente o abajur e a penteadeira. A poltrona, ao lado da janela, era de cor bege, combinando com a cor da cama. O guarda-roupa era branco e tinha várias fotografias espalhadas nas portas deste. Alguns pôsteres nas paredes vermelhas e uma pequena bagunça de roupas esquecidas em um canto. Uma escrivaninha bege ao lado da porta, em cima desta encontrava-se o computador, micro system, e livros. Quase grudado à escrivaninha, estava uma cômoda baixa, na cor branca, e em cima dela ficava a televisão, de vinte polegadas. Era um quarto diferente do meu, aliás, muito diferente, mas a primeira impressão que tive dele foi boa.
Sentindo-me cansada, abri a mala jogada no chão, e peguei o necessário para tomar banho. Ao abrir a porta, tirei a cabeça para fora do quarto, verificando se alguém transitava pelo corredor. Percebendo que todos estavam na sala, por que dava para ouvir suas vozes, entrei no banheiro, e imediatamente arranquei as roupas do corpo. Enfiei-me debaixo do chuveiro, deixando a água escorrer na minha pele, aliviando-me daquele dia estressante.
Voltei ao quarto secando o cabelo com a toalha e, ao entrar nele, encontrei Megan grudada ao telefone enquanto suspirava e sorria, ao mesmo tempo. Vê-la tão apaixonada despertou uma grande curiosidade em mim. Será que o amor tem esse poder de deixar as pessoas tão aéreas e melosas? Talvez tenha, pois eu ouvia muitos relatos das minhas amigas a respeito do amor, e como ele tinha o dom de vitalizar as pessoas. Mas também ouvi e vi algumas delas sofrerem por causa desse sentimento e lamentarem por terem se apaixonado. Eu nada conhecia sobre tais sensações amorosas, mas eu tinha certeza que, se era para ser feliz e triste depois, eu nunca iria me apaixonar.
–Era o Jason. – disse Megan desligando o celular.
–Ele foi tão gentil comigo e eu nem lhe disse obrigado.
–Não se preocupe com isso. – Megan se levantou e foi à janela. –Se importa se eu abrir a janela um pouco?
–Imagina.
Sentei-me na poltrona, ainda secando o cabelo.
–Está relaxada?
–Sim. Eu precisava mesmo de um banho.
–Eu também preciso. – Megan abriu a primeira gaveta da cômoda, tirando de lá uma toalha limpa. –Eu vou tomar banho e assim que eu voltar vamos à cozinha preparar um lanche. A única pessoa que sabe cozinhar nessa casa é minha mãe, sem ela vivemos de pizza, pão, mostarda e catchup. – sorri ao ouvir seu desabafo. –Eu não demoro.
Vinte minutos depois Megan voltou do banho e, como ela tinha dito fomos à cozinha. Para nossa surpresa Ethan e Nicholas já estavam lá, aparentemente tentavam fazer um omelete. Em cima da pia tinha temperos e ovos para todos os lados. Uma frigideira já estava no fogo, queimando o que devia ser omelete.
–Que porcaria é essa?
Megan pegou a frigideira fumegante e atirou-a na pia.
–Você destruiu nosso jantar! – gritou Ethan.
–Jantar? Aquilo era um ovo frito com maionese e cebola, aliás, muito queimado por sinal!
–Ótimo! – Nicholas se sentou na cadeira. –Ninguém aqui sabe fazer um simples ovo frito. – e ele olhou Megan. –Você não deveria saber cozinhar, Megan?
–Nem o Jason me fez essa pergunta estúpida!
Fiquei na porta, observando-os.
–Ainda temos ovos? – perguntei, chamando a atenção deles.
–Sim. – respondeu Nicholas, deixando um sorriso escapar. –É! Você tem cara de cozinheira! – Nicholas levantou e me puxou pela mão, deixando-me de frente a pia. –Diga-me do que você precisa e eu providenciarei!
–Bem, como vocês começaram toda essa bagunça, temos certeza de que vocês não vão se importar de arrumá-la. Certo, Megan?
–Excelente ideia, Claire!
–Eu não vou arrumar a cozinha só por que vocês querem.
Ethan cruzou os braços, olhando-me em especial, como se quisesse me desafiar.
–Então tá. – dei de ombros. –Vamos ignorar o Ethan, ele deve está sem fome. – falei começando a organizar a bagunça.
Nicholas e Megan, mesmo debatendo coisas que somente primos birrentos diziam um ao outro, trabalharam juntos. E, para minha surpresa, Ethan tinha surgido do meu lado, por fim decidindo-se a colaborar.
–O nome disso é chantagem, garota.
Eu apenas sorri, sem deixar que ele notasse.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!