Eu cuidei dos ferimentos de Caroline, tirando as balas de madeira de seu corpo, e lhe dando sangue para que se recuperasse. Logo depois eu a levei para sua casa. E antes de entrar ela me disse:

- O meu beijo foi sincero, Stefan.

- O meu também, Car. Você se arrependeu?

- Não, de forma alguma... Eu só... Estou confusa.

- Obrigada, Tef. Por tudo!

- Eu apenas fiz o que um bom amigo faria. – Falei e ela sorriu, então ela entrou e eu fui para casa.

Em casa, no meu quarto, deitado na minha cama, eu não conseguia tirar o beijo da minha cabeça. Então me levantei pensando: Eu preciso de uma bebida.

Desci para a sala e me servi, então ouvi passos na escada:

- Stefan? – Elena apareceu na sala com uma camisola de seda fina e me lembrei da última vez que dormi com ela, mas logo afastei esse pensamento.

- O que foi, Elena?

- Eu quero pedir desculpas pela briga. Hoje eu pude ver... – Ela parou por um momento e então continuou. – o que Caroline significa para você.

- Também lhe peço desculpas. Falei algumas coisas que eu não devia ter falado.

- Desculpas aceitas. Mas que beijo, hein?! – Disse ela tentando esconder o ciúme.

- Quero acreditar que você estava chorando por outra coisa, não pelo que viu. Você está com meu irmão!

- Eu ainda gosto de você, Stefan. O amor que sentíamos não é do tipo que você apaga da memória quando quer.

- O que eu senti, ou talvez ainda sinta bem no fundo por você foi amor, mas o que você sentia por mim não chega nem perto de ser amor. Agora você só está desapontada por eu não estar atrás de ti, por tentar seguir em frente... – Eu sai sem esperar pela resposta dela, não queria ficar ouvindo-a dizendo que me ama quando fez tudo o que fez comigo e até mesmo com meu irmão. Como ela pode falar de amor se não sabe o que é isto?

Eu dormi, e quando acordei simplesmente fiquei deitado no meu quarto. Eu não queria falar com Damon, muito menos com Elena. Então apenas fiquei ali sozinho com meus pensamentos, até que meu celular tocou. Era Caroline:

- Oi, Car! Você está bem?

- Sim, estou bem! Obrigada, Stefan. Eu queria falar sobre o que aconteceu ontem à noite. Quer dizer... Você ficou aliviado por eu estar bem, e eu fiquei feliz por você ter me salvado. E eu sei que foi sincero de ambas as partes.

- Eu sei, Car.

- Mas eu só tenho você, Stefan! E poderia dar errado, ou causar problemas... Eu não quero...

- Arriscar nossa amizade! – Conclui o que ela estava falando.

- Agora você lê pensamentos? – Falou ela rindo

- Só os mais óbvios. – respondi brincando

- Mas então... Como se nunca tivesse acontecido? – Perguntou ela.

- Como se nunca tivesse acontecido! – confirmei. Eu e Caroline ficaríamos bem, seria difícil fingir que o beijo não aconteceu, mas eu faria tudo para ficar ao lado dela e daria o tempo que fosse preciso para ter ela.

- O que você está fazendo? – Perguntou ela puxando assunto

- Nada. Estou deitado.

- Stefan, são 14hrs. Da tarde e você está deitado?

- Eu sei que horas são, Caroline. E sim estou deitado.

- Já que você está desocupado, sai dessa cama, se arruma e nos encontramos no Grill.

- Por quê?

- Por que eu quero, Stefan! Anda logo... – Falou ela com o tom mandão me fazendo rir e então desligou.

Eu me levantei, tomei um banho, coloquei uma calça jeans e uma camisa preta que foi a primeira que achei na gaveta, calcei o sapato, entrei no carro e fui para o Grill.

Quando cheguei lá, Caroline já estava lá conversando animadamente com Matt, eu senti ciúme, mas engoli o meu ciúme e pensei: Como se nada tivesse acontecido.

Eu me aproximei e cumprimentei-os:

- Oi, Matt! Oi, Car!

- Oi, Stefan. Eu fiquei sabendo de tudo o que aconteceu. Você está bem?

- Estou sim, Matt. Obrigado.

- O que vocês vão querer?

- Eu quero um suco de morango, Matt

- Eu quero uísque. – Matt saiu para trazer nossos pedidos e Caroline me olhou de cara feia.

- Uísque? Mal começou o dia e já quer se embebedar?

- Sim, eu quero!

- O que aconteceu Stefan?

- Eu não aguento mais a Elena. Ela fez a escolha dela, então por que ela não fica com ele e me deixa em paz?

- Eu sinto muito, Stefan!

- Tudo bem. Não é culpa sua! – Ela iria falar alguma coisa, mas seu celular tocou e ela atendeu:

- Oi, Pai! Tudo bem?

Sim, querida, tudo bem! Eu só queria te fazer um convite. – Eu conseguia ouvir o que ele falava ao telefone, mesmo sem tentar.

- Que convite, pai?

Venha para o Tenesee, Memphis para ser mais exato.

- Claro, mas quando?

Quando quiser, se quiser vir agora... Pode vir. Estou com saudade de você, querida!

- Eu também, pai! Até logo... – Ela desligou e virou-se para mim.

- Isso chegou na hora perfeita...

- Como assim?

- Você quer se afastar da Elena por um tempo, eu quero sumir daqui... Você poderia ir comigo.

- O que? Não!

- Porque não, imagina... Seria muito divertido, ir até Memphis de carro, e se afastar de todo mundo... – A proposta me parecia ótima.

- Mas você tá indo visitar o seu pai, Car!

- Stefan, meu pai é gay. Ele vai amar você! – Falou ela como se fosse a coisa mais simples e normal do mundo, então sabendo que ela não iria desistir falei:

- Eu prometo que vou pensar, ok?!

- Ok! – Ela falou e Matt entregou os copos, e foi embora.

Passei um hora com Caroline no Gril, e então fui para casa.

Cheguei em casa e Damon estava sentado com uma cara horrível.

- Maninho, você lembra de um combinado que fizemos?

- Qual, Damon?

- Sobre a escolha de Elena. O que ela não escolheu cai fora...

- Está me mandando embora?

- Não, Stefan, mas trato é trato.

- Você nos ouviu conversando ontem, não foi?

- Eu ouvi você falando que a ama!

- Não se preocupe, não quero pegar sua garota. Alias, estou indo viajar com Caroline, ainda hoje.

- Então agora você pega a amiga da sua ex?

- E você não pega a ex do seu irmão, Damon? – Comecei a andar para sair, e quando cheguei a escada, virei para ele e falei:

- Eu fui sincero quando disse que espero que vocês sejam felizes, Damon – Sai e chegando ao meu quarto dei de cara com Elena, ela ia falar algo, mas fui curto e grosso:

- Agora não, Elena! – Entrei no meu quarto e só havia uma pessoa com quem queria falar, peguei o celular e disquei o número, ela atendeu no primeiro toque:

- Stefan!

- Querida, que horas partimos? E onde nos encontramos?

- Dez minutos e estarei ai. Não precisa de muita coisa. Voltaremos amanhã!

Eu fiquei esperando por Caroline na porta, não queria ficar mais um segundo perto daquele casal meloso. E pensar que um dia eu já fiquei assim, tanto com a Katherine como com a Elena. Imagens invadiram os pensamentos, imagens que eu lutava para bloquear e graças a Caroline, meu anjo, eu desviei minha atenção desses pensamentos.

- Sobe ai, Stefan! - coloquei a minha mochila no banco de trás e fui me sentar, estava colocando o cinto quando Elena apareceu na porta.

- Esqueceu-se da sua amiga, Car?

-Claro que não, Elena.

-E para onde está indo?

-Para Memphis no Tenesee. Meu pai quer me ver e o Stefan esta precisando de uns dias longe daqui e pensei em levá-lo comigo.

-Hm. Boa viagem - disse ela fria e deu as costas para o carro e bateu a porta da casa. Pude interpretar aquilo como um "nunca mais voltem aqui".

-Ela esta brava comigo, não é? - disse Caroline abaixando a cabeça.

-Ela estava brava comigo, Car. Você sabe como a Elena é...

-Sei, mas vamos esquecer isso por agora. Precisamos chegar lá antes das 18:00.

-Então pisa fundo!

-Coloca o som ai, DJ!

Devo admitir que o caminho para Memphis com a Car foi divertido, muita música e achei incrivel como ela sabia cantar quase todas. Seus cabelos loiros voando por causa do vento forte e da janela aberta, a fazia parecer como se estivesse em videoclipe. Paramos em um posto para encher o tanque e trocarmos de lugar:

-Você dirige agora, Tefan.

-Sim, senhorita. Esta cansada?

-Não, só quero tirar umas fotos no caminho. Não da para fazer isso dirigindo...

-Com certeza não!

Entramos no carro e ela aumentou o som novamente e cantava e batia fotos dela mesma, as vezes apontava a câmera para mim e batia as fotos. Chegava um pouco mais perto de mim e tirava uma foto de nós dois juntos. Ouvimos muitas buzinas, mas ignoramos, pois aquele momento era nosso e ninguém estragaria:

-Ah Stefan, você é divertido! Estou amando e me sentido no clipe Give Your Heart a Break da Demi!

-Não sei quem é, mas se é tipo o que estamos vivendo agora, deve ser divertido o clip.

-É sim, com certeza. - ela estava com um enorme sorriso estampado no sorriso e fiquei feliz em saber que eu era o motivo daquele sorriso lindo.

-Chegamos. É aqui mesmo?

-É sim. - disse ela e parecia hesitar em descer do carro.

-Algo errado?

-Não, só estou lembrando do meu último encontro com meu pai. Ele disse que queria me apresentar o cara com quem ele esta.

-O cara?! Ah sim, você me falou disso lá no Grill.

-Diferente, né? Mas vamos lá.

Tirei as mochilas do carro enquanto Caroline ia na frente. Cheguei ao seu lado e segurei a mão dela como se estivesse dizendo a ela para ter coragem:

-Obrigada por estar aqui, Stefan. Não sei se conseguiria sozinha.

-Tudo bem, minha querida.

Chegamos a porta e um homem loiro, alto que parecia estar com uns 40 anos abriu a porta com um sorriso amoroso no rosto:

-Carolzinha, minha flor! Seu pai falou tanto de ti, estava querendo te conhecer! E você, garotão! Escolheu bem, Car.

-Eu sou Stefan, amigo da Car. - disse eu com uma imensa vontade de rir.

-Ah que pena! São amigos apenas, mas já digo que vocês formam um lindo casal! Poderiam ser como aqueles amigos moderninhos... Que tem vantagens!

-É um prazer te conhecer também, Jack. - disse Caroline com um sorriso educado, mas claramente constrangida.

-Vamos, podem entrar, crianças. Deixem as malas no quarto lá em cima. Temos apenas um quarto de hospede, então vão dormir juntos! Ai que tudo!

Subimos com as mochilas e entramos em um quarto pequeno com uma cama de casal King Size e com um banheiro:

-Car, não me importo em dormir na sala.

-Não, Tefan...Você vai dormir aqui comigo.

-Tudo bem então.

Descemos as escadas e o pai da Caroline estava na cozinha junto com o Jack colocando xícaras na mesa e alguns pães.

-Stefan Salvatore! Que prazer em vê-lo. Seu irmão não veio, não é? - disse ele com uma cara de quem mandaria todos para fora se o Damon estivesse aqui.

-Bill, o prazer é meu e não, o Damon não veio.

-Gostei do nome! Ele é teu amigo, Stefan?

-É sim, na realidade ele meu irmão mais velho, Jack.

-Deve ser tão bonito quanto você, meu querido. - disse Jack e deu uma piscadinha para mim que fiquei com vergonha, afinal ele é "padrasto" da Caroline.

-Não seja assim, Jack! - Bill o repreendeu.

-Sou estou falando o que penso, Billzinho - falou ele e deu um selinho em Bill. Sério, isso esta ficando meio bizarro.

-Então, pai. Como estão as coisas por aqui? - disse Caroline que também parecia estar incomodada.

-Estão bem, filha. Como esta sua mãe?

-Esta bem.

Todos ficamos em silencio, Caroline estava muito tensa, coloquei a mão em sei ombro, como se para dizer que relaxasse. Bill comia como um porco, Jack me olhava pelo canto dos olhos e desconfortável com aquela situação falei:

-Se vocês me dão licença, vou ali fora fazer uma ligação.

-Pode ir, querido.

Sai de lá quase correndo, não achei que seria assim tão constrangedor e me perguntei se Jack sabia que somos vampiros, pois a mesa estava cheia de comida. Bill mudou bastante, parece até outra pessoa. Do nada ouvi gritos lá dentro e entrei:

-Você ainda não me aceitou, pai?

-Não é isso, filha.

-É isso sim, vejo a forma como me olha, com nojo. Vejo que você não consegue conversar comigo e fica o mais distante que pode de mim.

-Deixe eu explicar, Caroline. – Falou ela puxando-a pelo braço e apertando.

- Ei,fica longe dela! – Falei soltando Caroline de suas mãos com facilidade e o afastando.

Caroline passou por mim e subiu as escadas, em segundos estava pondo as mochilas no carro:

- Vamos embora daqui, Stefan!

- Caroline, volte já aqui! - gritou o pai dela atrás de mim.

Entrei no carro e Caroline acelerou sem nem olhar para trás:

-Car, esta um pouco tarde. Já são 22:00 horas, vamos parar em um motel. Se quiser dormimos em quartos separados... Ou sei lá... Mas, por favor, se acalma!

-Paramos em um motel, mas você dorme no mesmo quarto que eu. Eu não quero ficar sozinha.

-Ok

Chegamos em um motel e demos entrada lá. Subimos para o quarto e entramos, Caroline foi direto para o banheiro e ouvi o chuveiro ligando. Ela estava realmente chateada e eu queria reconfortá-la, abraça-la e cuidar dela:

-Stefan! Pega minha mochila, por favor.

Peguei a mochila dela e bati na porta do banheiro, ela abriu o suficiente para a mochila passar e agradeceu. Fiquei sentado na cama esperando ela sair.

-Desculpe-me por isso, era para ser divertido.

-Hey, nós nos divertimos bastante vindo para cá. Não é culpa sua o que aconteceu. – Falei tentando acalma-la.

Ela pegou a câmera e ficamos olhando e rindo das fotos. Passamos horas tirando mais fotos e rindo do nada. Quando ela encostou a cabeça no meu ombro:

-Stefan, obrigada de novo.

-Por nada, Car.

Já era noite e ficamos um tempo daquele jeito apenas pensando. Talvez essa seria a única noite que eu teria com ela longe de tudo e de todos. Ela olhou para mim e chegou mais perto, olhou no fundo dos meus olhos, ela sabia o que eu queria e percebi que ela queria o mesmo. Peguei seu rosto entre as mãos e a beijei, a beijei da forma mais sincera que pude. Coloquei minha mãe em sua cintura por baio de sua camisa, e ela me puxou para mais perto, então ela começou a abrir os botões da minha camisa, e eu tirei sua blusa e a deitei na cama, deitando sobre ela, ela olhou para mim e perguntou:

-Tem certeza?

-Eu que te pergunto, Car. Você ainda esta com o Tyler.

-Esqueça-o, ele não está aqui por mim. Você está!

E depois de mais beijos e carícias, as coisas simplesmente aconteceram naturalmente. Na manhã seguinte acordei e vi aquele cabelo loiro sobre meu peito, ela acordou e meio sem jeito foi se vestir, eu fiz o mesmo. Pegamos nossas coisas e fomos embora, a volta foi meio estranha, uma conversa ali e outra aqui, mais nada. Ela parou na minha casa e desceu comigo:

-Preciso pedir desculpas para Elena.

-Ok!

-Olha se não é o novo casal de Mystic Falls! – Apareceu Damon na porta.

-Cala a boca, Damon! - disse Caroline.

- A noite não foi boa o suficiente, Barbie? – Insistiu Damon, enquanto Elena apareceu na porta.

-Elena, a Car quer falar contigo.

-Stefan, nós precisamos conversar!

-Agora não. É a Caroline que quer falar com você, não eu.

-Não, Stefan! Eu quero falar contigo. Eu sei que terminamos, eu sei que estou com o Damon eu sei como estão as coisas, mas eu ainda gosto de você, e você não tem o direito de sair beijando a minha amiga.

- Você acha que tem algum tipo de autoridade pra cima de mim, Elena? O que tínhamos acabou, entendeu? Passado! Caroline pediu para eu me esquecer do beijo que aconteceu por sua causa, ela não quis te magoar. Mas eu o fiz isso por ela, não por você.

- Você já foi melhor que isso, Stefan.

- Quem é você para falar do que eu faço ou deixo de fazer? Você a garota que quer todos a sua disposição, como se fossem seus brinquedos, mas eu não tenho mais nada com você, Elena!

- Eu quero falar! - Disse a Caroline.

- Fala, Barbie. - disse Elena, as palavras carregadas de ironia.

- Elena, o que você quer? Saímos para ficar longe da bagunça que é Mystic Falls. Desculpe-me se o Stefan esta aqui comigo, mas ultimamente ele tem feito o papel de amigo que você deveria estar fazendo. Você não aguenta perder, não é, Elena?

- Perder o que, Caroline? Você queria o Stefan e ele ficou comigo, Damon estava contigo e agora esta comigo. Você só esta com o resto, e mesmo assim ele só esta contigo agora me causar ciúmes.

- Você não sabe de nada, Elena. - falei com ódio das palavras dela.

- Quer saber? Vocês se merecem.

Elena passou por nós e esbarrou em Caroline, que engoliu tudo aquilo e preferiu ficar calada até Elena esta longe o bastante:

- Stefan, acho melhor ficarmos uns dias sem nos ver.

- O que?! Não!

- Só uma semana, talvez menos.

- Quer esquecer o beijo e o que aconteceu ontem?

- Não, só quero por a cabeça no lugar. E talvez você só esteja comigo para esquecer a Elena. Aquelas palavras me machucaram.

- Ok, Caroline! Faça o que quiser, mas você sabe que o que aconteceu ontem, e você sabe que não foi só sexo. – Eu a puxei para mais perto e coloquei a mão em sua cintura, e a beijei e ela retribui, mas depois ela se afastou e falou.

- Tchau, Stefan! – Falou ela, entrou no carro e foi embora.