Uma Vida, Um Destino! escrita por Akasha


Capítulo 52
Capítulo 52 - Uma Tragédia em Três Atos - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Amores da minha vida, segue mais um caps para vocês...
NathyOlifer muiiiito obrigada pela recomendação!!! AMEI!!!!



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          Não é necessário dizer como a vida estava menos alegre nesta ultima semana. A morte de Charlie era algo inesperado. Naquele momento. Afinal ele era humano e humanos morrem a qualquer hora por qualquer motivo. Ainda mais sendo policial.

          A Morte. O que é a morte? Para muitos uma tragédia, para alguns apenas o destino, para outros uma fuga. O descanso merecido do ser humano. O que vem depois?

          Agora seria minha vez... eu teria que morrer.. Lestat e eu estávamos nos preparando para isso, afinal para ele seria fácil jogar o carro abaixo e ficar estático.. Eu tive que treinar muito para fazer meu coração parar de bater por algum tempo.

          O carro seguia a 300km/h, Lestat e eu estávamos prontos para isso. Mais do que o sentido figurado da palavra significava para nós agora. Na verdade. Se fosse literal, eu não estaria pronta para morrer. Deixar a vida, ou a não-morte. Eu tenho uma família que eu amo. Humanos que representavam muito para mim. Para estes eu traria a morte. No instante deste pensamento muito menos do que no momento que se seguiu.

 

“Ninguém morre antes da hora. O que deixais de tempo não era mais vosso do que o tempo que se passou antes do vosso nascimento; e tampouco vos importa, Com efeito, considerai como a eternidade do tempo passado nada é para nós (Lucrécio). Termine a vossa vida quando terminar, ela aí está inteira. A utilidade do viver não está no espaço de tempo, está no uso. Uma pessoa viveu longo tempo e no entanto pouco viveu; atentai para isso enquanto estais aqui. Terdes vivido o bastante depende da vossa vontade, não do número de anos. Pensáveis nunca chegar aonde estáveis indo incessantemente? E no entanto não há caminho que não tenha o seu fim. E, se a companhia vos pode consolar, não vai o mundo no mesmo passo em que ides? Todas as coisas seguir-vos-ão na morte (Lucrécio). Tudo não dança a vossa dança? Há coisa que não envelheça convosco? Mil homens, mil animais e mil outras criaturas morrem nesse mesmo instante em que morreis: Pois nunca a noite sucedeu ao dia, nem a aurora à noite, sem ouvir, mesclados aos vagidos da criança, os gritos de dor que acompanham a morte e os negros funerais (Lucrécio). “

Michel de Montaigne, in 'Ensaios'

 

 

          Uma luz branca apareceu cortando a rodovia diretamente para o penhasco onde nosso carro deveria ser lançado. Estávamos no limite da cidade de Nova Iorque.

          Lestat freiou tão bruscamente que eu achei que as rodas iriam ficar no chão e o resto seria arremessado. Paramos no acostamento e eu fui em direção ao carro acabado na estrada. Ai Meu Deus, eu conhecia esse carro... Era o Johnny... Lestat e eu descemos o barranco correndo mais que a velocidade humana. Jannet e Daniel estavam bem... vivos eu digo... Johnny estava com a pulsação fraca e coberto de sangue.

 

- Carlie... Salva ele...

- Calma Jannet.. – Lestat segurava sua mão, que estava menos ensanguentada que Johnny.

 

          Ah o sangue. Que aroma doce... Minha garganta queimava como o fogo na noite. Parecia que tinha um monstro dentro de mim arranhando minha garganta, como se estivesse tentando escapar de alguma prisão. Minhas mãos estavam vermelhas. O liquido doce e vermelho escorria por entre meus dedos enquanto eu lutava. Lutava contra a morte de Johnny de duas maneiras. Uma tentando manter seu sangue destro de seu corpo, outra tentando controlar o monstro violento que me atacava internamente. Minha mente já estava girando. O monstro estava vencendo. Eu não podia deixar isso acontecer. Não deveria.

 

- Carlie, qualquer coisa para o salvar. – Então eu olhei o pavor e a esperança nos olhos de Jannet. Que refletia a minha imagem. Um ser estranho estavam naqueles espelhos. Não era eu.

- Qualquer coisa Lestat. – Ela continuava implorando como se tivesse tido uma revelação do que de fato éramos. Vampiros. Então me olhando profundamente ela perdeu os sentidos.

 

- Venham Lestat. Precisamos levá-lo para ver o vovô.

- Ok!. – Lestat não estava menos assustado do que Jannet ao me ver.

- Vem Dani... – Lestat o chamou e o pegou no colo junto com Jannet.

 

          Eu peguei o Johnny e o levamos até o vovô. Alguma horas, que nunca passavam, depois estava eu sentada no sofá da sala sendo acalmada pelo tio Jazz. Meu auto-controle sempre foi tão bom quanto o do papai ou o de qualquer outro membro da família, porém eu nunca estive tão próxima do sangue humano quanto hoje. Ainda podia sentir minha garganta queimar de desejo. Flashes daquele momento ainda rodeavam a minha cabeça. O sangue, a camiseta branca suja. Meus olhos, seus olhos, Jannett... O que ela sabia, o que ela imaginara, o que eu fiz?

 

- Carlie, ele teve traumatismo e uma hemorragia intensa. Estamos esperando por um milagre. – Não conseguia responder.

 

          Apenas as lágrimas caíam de meus olhos, descendo pelo meu rosto e chegando quase secas ao meu pescoço por dentro em chamas. - “Qualquer coisa”, “Qualquer coisa para o salvar”, “Qualquer coisa”. – A súplica de Jannet rodava minha cabeça me deixando ainda mais tonta. Será que eu interpretei isso da maneira correta ou apenas estava tentando enxergar o que eu queria. Salvar meu melhor amigo, meu quase irmão, a qualquer custo. Eu não podia, não deveria... Mas também não dava para ignorar a possibilidade. – “Qualquer coisa para salvá-lo”. Sim. Eu podia, bem, não eu, pois eu não tinha veneno. Que vampira inútil eu sou, nem para transformar alguém eu sirvo. Imprestável.

 

- Pára! – Papai me segurou forte pelo ombro. – Se você quiser eu faço! – Papai me olhava como se estivesse tentando tomar vidas em meus olhos. Agora apagados pelo efeito causado pelo monstro.

 

Olhei para o vovô...

 

- Tem certeza querida?

- Qualquer coisa para o salvar...

- Certo.

 

          Certo? Jannett ainda estava inconsciente e Dani estava brincando de Barney com o tio Emm. Por que as escolhas difíceis tinham de ser minhas. Eu sei que estava condenado o Johnny, mas a Jannet me pediu. Qualquer coisa. E agora ela estava inconsciente. Ouvi o grito. Um arrepio profundo passou pela minha espinha. Agora não tinha como voltar atrás. Não sem matá-lo. Em poucas horas Jannett iria acordar. O que fazer. O que dizer. O que contar. Se ela souber... Quando ela souber... O que sou... O que somos... O que fizemos...

 

- Johnny... – uma voz fraca e rouca ecoou através das escadas. Jannet estava acordando... E eu ainda esta desolada no sofá. Tentei me recompor o melhor possível. Johnny ainda gritava... Mas graças as paredes grossas e aos cômodos de distancia, era impossível para os ouvidos humanos captarem o som da tortura.

- Jannet.... Está tudo bem agora.

- Carlie... Onde está o Johnny?? Como ele está...

- Ele está com o meu tio... Podemos dizer que ele está bem...

- Eu quero vê-lo. – Enrijeci abruptamente. E agora?

- Bom dia!!! – Vovó entrou com um prato na mão. – Está na hora de comer alguma coisa.

- Jannet... Essa é a Esme..

- Eu não quero comer, quero ver meu marido.. e meu filho.. onde está o Dani?

- O Dani está brincando com o Emmett, ele não se machucou.

- Graças a Deus...

- Mas antes de você ver o Johnny, a gente precisa conversar...

- Mas..?

- Enquanto isso coma... Você está muito fraca. – Jannet tentou olhar para vovó novamente, mas ela já tinha ido.

- Certo... Jannet... Quando você me pediu para fazer qualquer coisa que salvasse o Johnny, o que tinha em mente?

- Não sei... Não lembro direito... Acho que minha imaginação me confundiu. Eu vi algo nos seus olhos.. Algo a mais... Eu tive a sensação de que você poderia salvá-lo.

- Certo. E se eu te dissesse que sim. Que eu poderia mantê-lo vivo. Poderia ser a qualquer custo?

- Como assim Carlie?

- Jannet... Eu não tenho mais como esconder isso. E só vai depender de você acreditar ou não.

- Você está me assustando Carlie... – Me contive a sorrir.

- Você acredita nas mitologias? Vampiros, bruxos, lobisomens e afins? – Como ela não respondeu, apenas ficou me olhando com cara de interrogação eu continuei. – Bem. Você vai me chamar de louca, mas o que eu estou prestes a te dizer é a mais pura verdade. Eu não irei te fazer mal algum. Então por favor não saia correndo. – Pausei em espera a uma resposta, ou um espasmo que fosse. Ela apenas continuou me olhando. – Jannet, minha família e eu não somos o que se é chamado de humano. Nós somos vampiros. – Ela pareceu ter um choque.

- Rá... Eu morri não foi? Esse é o inferno, o céu ou o purgatório? Ou será que eu estou apenas sonhando?

- Jannet, você está viva e acordada.

- Vampiro? Carlie, todo mundo sabe que vampiros não existem.

- Então eu não existo?

- Você não é uma vampira! – Peguei uma bolsa de sangue e coloquei em meus lábios.

- Eu poderia beber isso, mas é sangue humano.

- Sangue é sangue, e você não o bebe porque não é uma vampira. – um gole não iria me transformar em um monstro. Mas não poderia fazer isso. O cheiro do sangue do Johnny ainda queimava minha garganta.

- Não. Eu não bebo porque não bebemos sangue humano. Jannet, escute. Quando você me disse para fazer qualquer coisa para salvá-lo, eu fiz. Não posso dizer que salvei sua vida, porque vampiros são seres mortos. Mas pelo menos ele não irá morrer.

- Johnny.. Eu quero vê-lo.

- Jannet, ele está passando pelo processo de transformação que é muito doloroso.

- Eu quero vê-lo!!! – Ela estava a beira da histeria, então a levei até o quarto onde Johnny estava. Bem, acho que vendo ela acreditaria. Então a conduzi até o quarto onde Johnny gritava. Conforme os gritou aumentavam, os olhos de Jannet ficavam mais incrédulos. Ao ver Johnny deitado gritando, ela simplesmente me perguntou.

- Como aconteceu?

- Bem...

 

Contei toda a história para ela, com detalhes... O que somos, o que eu sou, as leis, os Volturi.... quando a terminei algo me surpreendeu.

 

- Eu também posso? – Depois de tudo, era só isso o que ela queria saber.


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Notas finais do capítulo

Reviews??

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A Mediadora:
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Espero que gostem!!!

Beijos e Mordidinhas