_Acordei quando já estava em Nova Iorque. Fui direto para casa. Era madrugada. Tomei um banho e me sentei na varanda. Peguei o livro que Aro me deu. O encarei por aproximadamente 1 hora. Eu não sabia se queria descobrir o que eu procurava ou não. Tentei retomar a leitura da primeira página. Não consegui. Eu não estava pronta... Hora de trabalhar.

          Quando cheguei na Ypsis Johnny já estava me aguardando em minha sala.

- Garota! Como você some assim?

- Err... Foi mau?

- Dessa vez eu te perdôo. – É cada um que me aparece.

- Então... Como eu te disse há algumas semanas quando aquilo tudo aconteceu... – Johnny estava ficando sem graça por lembrar de quando Lestat foi embora. – Eu tinha e ainda tenho uma novidade para te contar.

- È mesmo. – Eu nem lembrava mais disso.

- Então. Jannet e eu queríamos te contar juntos, mas como você não está muito bem eu decidi te contar.

- Nossa o que houve?

- Então... JANNET E EU VAMOS NOS CASAR!!!

- AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!!!! Que máximo...

- E ela quer que você seja a dama de honra. – Uma lágrima escorreu. Eu o abracei.

- Eu vou adorar Johnny....

- Eu sei que vai maninha....

- Vou ligar para sua noiva agora mesmo... Já marcaram a data?

- Ainda não. Jannet queria sua opinião.

- E ela vai ter. Até já tenho em mente alguém para organizar o casamento. – Tia Alice é claro. Seria como matar dois coelhos com uma cajadada só... O casamento iria ficar perfeito e eu não iria ficar só. O casamento com certeza manteria minha cabeça ocupada.

- Alô Jannet?

- Oi Carlie.

- Johnny acabou de me contar a novidade. Estou tão feliz por ser sua dama de honra.

- Aiii... Fico feliz que você aceitou. Estávamos preocupados...

- Até parece que eu recusaria...

- Então... Por onde começamos?

- Eu tenho que te perguntar uma coisa.

- Diga!

- Quem vai organizar... Já tem uma idéia.

- Hum... Nem pensei nisso.

- Ótimo... Minha prima Alice é uma organizadora magnífica. Posso convidá-la?

- Claro que sim... Ela é legal?

- Ela é o máximo... Parece uma fada... Você vai adorar ela!!!

- Ok!!!

- Nos vemos amanhã.... Vou pedir para ela  vir.

- Certo Carlie... Beijos.

- Beijos. – Desliguei o celular e me votei para o Johnny.

- Agora me deixe trabalhar que tenho muito a fazer.

- Ok! Já que você me pede com tanta gentileza....

- Aiii... Desculpa bebê.... Não vai chorar hein... – kkkkk

- Tchau sua chata.

- Tchau amore.....

          Certo. Agora eu tinha no que me concentrar. Mais ou menos néh... Afinal casamento é tão romântico e... Ai... Eu não vou desanimar por isso. 

          No dia seguinte tia Alice chegou e decidimos que o casamento seria em uma mês. Assim rápido. Afinal eu já tinha os atrasado em um mês e meio, desde que o Lestat se foi. E meu humor não os deixara contar a novidade.

          O mês foi cheio. Teve uma hora que eu tive que conter tia Alice. Achei que ela iria cravar os dentes na Jannet. Por causa da festa claro. Tia Alice queria uma cor e Jannet outra. Detalhe. A noiva era a Jannet e tia Alice não queria aceitar a idéia. Ninguém merece. A baixinha as vezes perde a noção. Mas no fim deu tudo certo. Entre mortos e feridos sobrevivemos todos.

          O casamento foi lindo... Eu chorei muito... Meus melhores amigos humanos se casando. Mas o fim da festa me trouxe velhas preocupações. O que eu faria com o meu tempo? Já haviam se passado dois meses e meio desde sua “viagem” e a única noticia que eu tive foi a do Demetri. Sentia muita vontade de ir até ele pedir onde ele para perguntar onde encontrar o Lestat. Mas eu não iria fazer isso.

          Após o casamento tia Alice voltou para casa com tio Jazz. Quero dizer. Eu quase os mandei de volta em uma mala. Foi difícil convencê-los que eu ficaria bem sozinha, principalmente porque antes de enganar o tio Jasper eu teria que me convencer disso.

          Certo. Estava na hora de eu compreender para tentar superar. Peguei mais uma vez o livro. Dessa vez eu o li. Eram aproximadamente 600 páginas. Sorte minha que eu não fiquei lenta quando fiquei humana. O livro contava a história da mãe de todos os vampiros. Se for verdade. O nome de Lestat aparece em toda a história. Como uma confissão. Li em um noite. Estou até agora tentando entender porque diabos eu fiz isso. O livro parecia ter sido escrito por Lestat. Tenho certeza que as últimas páginas foram.

“[...]

Gabrielle sentia saudades de Jesse, agora que ela partira; Jesse e Gabrielle passavam horas caminhando na praia. Parecia que não diziam uma palavra; mas quem pode ter certeza?

Gabrielle fazia cada vez mais coisas para me fazer feliz: usava os cabelos soltos porque sabia que eu adorava, subia ao meu quarto antes de desaparecer de manhã. De vem quando me olhava com preocupação.

- Você quer ir embora, não quer? – eu perguntava temerosamente; ou qualquer coisa assim.

- Não. – ela respondia. – Gosto daqui.

Quando ficava inquieta, ia até as ilhas, que não eram muito distantes. Gostava das ilhas. Mas não era sobre isso que ela queria conversar. Havia sempre outra coisa em sua mente. Certa vez quase falou.

- Mas diga-me...

E então se interrompera.

- Se eu a amava? – perguntei. – É isso que você quer saber? Sim eu a amava.

Eu ainda não conseguia dizer o nome dela.

[...]”

          Eu não posso acreditar nisso. Não...

- C...C...o...mo?

          Eu estava deitada e chorando. Ele não iria mais voltar. Ele voltou para ela. Não. Ela tinha morrido. A mãe de todos os vampiros. Mas os Volturi é que são a realeza. Agora eu não estou entendendo mais nada. Ai. Minha cabeça está doendo muito. Não sei se é por causa do choro, do frio ou da fome. Já fazem dois dias que eu estou  deitada e chorando. Papai e mamãe já não sabiam o que fazer. Eu estava em choque. Tinha Alice tinha visto isso e os avisados. Papai tentava tirar o livro das minhas mãos. Mas eu não deixei. Ele estava preocupado porque não conseguia ler minha mente. Mas mamãe não a estava protegendo. Era eu mesma que não pensava em nada. Deixei a escuridão me pegar.

- Filha... O que houve? – Era a voz da mamãe.

- Princesa... – Papai também parecia aflito.

          Eu ainda estava meio tonta quando comecei a voltar a realidade.

- O que aconteceu? – Papai me olhava nos olhos enquanto mamãe vinha da cozinha com um copo na mão.

- Eu não sei... – Respondi ainda tonta.

- Tome filha. Água com açúcar irá te acalmar. – Eca... Por que eles não trouxeram o tio Jazz? Papai riu.

- O que foi? – Mamãe perguntou.

- Nossa filha tem cada pensamento.

- Que que tem? É verdade. Só isso. – Eu respondi defendendo meus pensamentos.

- Do que vocês estão falando? – Mamãe estava confusa.

- Eu só acho que o tio Jazz seria mais eficaz do que isso. – Disse apontando para o copo de água.

- Ah! – Foi tudo o que mamãe disse. Papai se matava de rir. Agora quem estava confusa era eu.

- Querida, você é a menos humana de todos nós. – Mamãe disse. Eu fiz olhar de monstro pra ela. Nós rimos. Por um segundo. Depois a dor voltou.

- Cansei dessa brincadeira filha. – Papai falou. Não peguei.

- Como assim pai?

- Você volta a morar com a gente. Você ainda é uma adolescente. Tá decidido. – Papai parecia realmente decidido e bravo. Mas eu não poderia voltar. Ainda não. Eu não estava pronta.