Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 11
Sem sorte


Notas iniciais do capítulo

Oláaa bonitões!!! Tudo joia? Comigo está ótimo, inclusive tive um surto de inspiração e eu particularmente adorei escrever o capítulo de hoje e ficou show!
Bom... Como o prometido aí vai uma foto do sedutor Jonny. Lembrando que lá com a foto vem a sua frase.
Capítulo de hoje acontece muitas coisas e recomendo atenção para não se perderem e tem boas e más notícias!
Enfim, espero que gostem e um beijão!



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Fechei a porta atrás de mim e me encostei nela mesma tentando colocar meus pensamentos em ordem. Se o que a Maria estava dizendo é mesmo verdade nós temos um grande poder em mãos, o poder de trazer de volta...

– Vamos destruí-la juntos! – dei um pulo pra frente sentindo um arrepio na nuca com a voz rouca do Jonny perto do meu ouvido.

– O que? – virei o encarando.

– Como o que? A lapide Claire. – ele se encostou na porta.

– Você ouviu a conversa? – respirei devagar.

– Sou um vampiro, posso ouvir mesmo que não quisesse.

Suspirei virando as costas para ele indo em direção as escadas.

Nem pisquei e ele já estava na minha frente.

– Não está pensando que vou deixar essa lapide intacta? Está?

– Só acho que devemos ver se essa história dela é verdadeira. – engoli em seco. – Por isso vou chamar a Kate.

Desviei dele que segurou meu braço me fazendo voltar.

– Acha mesmo que a Maria vai falar de novo tudo o que te falou?

– É isso que vamos testar. – puxei meu braço virando as costas de novo.

Num segundo ele voltou a puxar meu braço, mas dessa vez me pressionando na parede.

– Vou te contar um segredinho minha querida... – ele aproximou a boca do meu ouvido para sussurrar. – Eu não faço testes, eu simplesmente entro em ação.

Sua leve barba roçou na minha pele trazendo de volta o arrepio ao meu corpo, me remexi.

– Devia fazer o mesmo. – ele me soltou descendo as escadas como um raio.

Encostei na parede e soltei um suspiro.

Tratei de descer as escadas e parei quando avistei a Kate com uma caixa nas mãos e o Jonny ao seu lado com um sorriso de vencedor. O Rick me olhou como se tivesse perguntando: “tudo bem?”. Assenti e fui até a Kate.

– O que é isso? – perguntei assim que cheguei perto o suficiente para ver que a caixa era vermelha e de veludo.

– São coisas que guardei desde que me tornei vampira e acredito que a lapide deve estar aqui. – ela falou indo se sentar no sofá.

– Meu deus! Isso é da era das cavernas, deve ter só o pó ai! – o Rick disse rindo.

Todos o encaramos de cara fechada e ele se ajeitou no sofá.

– Tudo bem! Sem piadinhas... Parei! – ele suspirou.

– Como vai saber o que a lapide? – perguntei olhando ela abrir a caixa.

– Por isso temos a nossa agente particular! – ela apontou para a escada e eu nem tinha me dado conta que o Jonny havia saído e agora estava segurando o braço da ruiva perto da escada.

Assenti e voltei meu olhar para a caixa aberta que tinha joias e outras coisas.

A Kate se levantou e levou a caixa até a Maria.

– Qual é? – perguntou.

– Tudo tem um preço. Me solta que eu falo! – a Maria respondeu.

O Jonny que estava em silencio até então, a virou para ele e segurou o seu pescoço.

– Não negociamos. Ou você fala, ou morre!

Ele a soltou e a empurrou para mais perto da Kate e da caixa.

– Qual é minha querida? – ele perguntou irônico.

– Essa! – a Maria respondeu em voz baixa.

– Qual? Essa? – a Kate perguntou apontando para alguma coisa dentro da caixa.

– Não! – a Maria pegou alguma coisa e olhou bem. – Essa!

Eu me levantei para olhar e parei do lado da Kate.

– Está me dizendo que é isso aí? – o Jonny perguntou antes de mim.

– Não exatamente. – a Maria pegou da mão da Kate um colar dourado em forma oval e grande. Ela segurou e forçou até que se partiu revelando dentro dele uma pedra meio vermelha com azul.

Todos olhamos confusos e somente ela admirando a pequena pedra.

– Uma das partes da lapide que foi destruída a um século atrás, a única que nos resta. – a Maria falou olhando a pedra com atenção.

– Pera aí! – o Rick se levantou vindo parar do meu lado. – Você está dizendo que a tal lapide cheia de poder é isso aí?

– Isso aqui tem mais poder do que você pode imaginar. – a Maria retrucou o encarando.

– Vocês vão mesmo entrar numa briga por causa... – o Rick fez uma careta para a pedra e depois para a Maria. – Por causa disso?

– Não é a questão de querermos ou não, e sim que tem pessoas inocentes morrendo e nem sabemos o porquê. – a Kate explicou pegando a pedra da mão da Maria. – Se é mesmo isso que pode estar causando todos esses problemas, nós vamos protege-lo com as nossas vidas ou... – ela olhou bem para a ruiva. – Destruí-lo com todas as nossas forças!

***

Felipe

Não me agrada muito ter que ficar vendo a Liz pelo hospital ou até mesmo cuidando da Bia. Acho que está tudo cada vez mais confuso e cá estava eu... De novo no hospital, esperando alguma mudança.

Não fui falar com a Kate desde ontem depois da nossa briga e acho que não vou lá tão cedo, já que todos eles se preocupam apenas com aquela bobagem de lapide. A loba nem voltou para busca-la e eles estão arrancando os cabelos por causa disso.

Não faz sentindo pra mim, não mesmo!

– Tudo bem? – ouvi a mesma voz delicada perto do meu ouvido.

Mexi apenas os olhos para ver ela parada me observando. Eu estava num banco da praça que fica em frente ao hospital.

– Que parte você não entendeu de: “fica longe”? – perguntei sem olhar diretamente para ela.

– Entendi. Só não vou cumprir isso! – ela se sentou do meu lado.

– Está tudo bem? Você parece preocupado.

– De novo dando uma de irmã preocupada? – me virei para olha-la.

Estava vestindo um blusa preta um pouco decotada, uma calça clara e um sapato parecido com uma bota curta. Os cabelos estavam soltos junto com a sua franja que caia na sua testa e os olhos verdes me olhando curiosos.

– Estou preocupada. – ela me corrigiu. – É a sua namorada?

– Não é nada. Só fato de todos pensarem que ela já está morta!

– Mas você sabe que não está. É isso que importa.

– Tanto faz. – me encostei no banco e fiquei olhando o céu azul, que aliás, estava bem bonito hoje, apesar de que eu nunca reparo essas coisas bobas.

– Queria poder te ajudar de alguma forma, mas... – ela suspirou. – Não há nada que eu possa fazer.

– Nem se você pudesse Caroline. Eu não aceitaria sua ajuda.

Ela ficou em silencio e eu agradeci por isso. Passou-se alguns minutos e não ouvi ela se mexer.

– Devia ser mais educado com a sua linda irmãzinha. – falou no meu ouvido me causando calafrios.

Abri os olhos e virei levando um susto. Não era mais a Caroline, na verdade agora nunca foi, era só mais uma ilusão, mais uma ilusão dela.

– Estava sentindo sua falta meu lindinho! – ela falou dando um sorriso.

Engoli a raiva que me subiu e me afastei do banco ficando de pé.

– O que foi Felipe? Prefere a Carol? – ela perguntou se levantando também.

– Fica longe...

– É impossível ficar longe de uma criatura como você... – ela avançou alguns passos. – Tão lindo, e ainda mais agora.

– Sabe o que eu vou fazer se você der mais um passo Jeniffer? – ela deu um sorriso desafiador.

– Adoraria testar. – avançou um passo e sem pensar eu olhei todos os lados notando que a rua estava vazia e a praça também, talvez pelo fato de já estar anoitecendo e ser fim de domingo.

Segurei seu braço que estava próximo de mim e usei a minha força para tira-la do chão a jogando em um dos bancos que se partiu no meio.

Acho que minha raiva fez com que a minha sanidade fosse embora e que se dane!

Ela balançou a cabeça se levantando e eu me virei, não esperei seu ataque. Fechei as mãos em punho e senti toda a minha força surgir e o chão tremer debaixo dos meu pés.

Levantei um pouco as mãos e as raízes da arvore que estava próxima do banco onde ela havia caído saíram do chão agora sendo controladas por mim. Girei as mãos e elas fizeram o mesmo se fechando nos pés dela.

Dei um sorriso e puxei minhas mãos para trás e as raízes que estavam nos seus pés a puxaram para trás também a jogando na parede de um prédio velho.

Comecei a andar em sua direção, mas ela se levantou passando por mim como um vulto até me acertar por trás me fazendo ir bater numas latas num beco que estava na minha frente.

Me levantei e ela já estava de frente pra mim com o rosto no escuro.

– Parece que você voltou a ser o Felipe malvado. – ela se aproximou mais deixando seu rosto na luz fraca do poste. – Adoro quando você fica assim!

Estendeu a mão para encostar no meu rosto, segurei seu pulso antes que ela me alcançasse.

– Vou matar você! – apertei seu pulso o girando em seguida e tive o prazer de ouvir seus ossos se quebrando e o gemido dela, que segurou meu braço com a sua mão livre.

Fui mais rápido mexendo apenas os dedos e logo senti as mesmas raízes da arvore que estava na praça subirem pelo meu corpo e se fecharem no pescoço dela.

– Tive dias péssimos desde que sai do hospital e hoje está sendo mais um deles. Foi uma má ideia vir me visitar Jeniffer. – forcei para que as raízes apertassem mais o seu pescoço a pressionando na parede. – Eu só estava esperando você aparecer para terminar algo que já devia ter feito a muito tempo.

Senti a ponta afiada da estaca de madeira se formando na minha mão.

– Felipe não! – ela falou quase sem ar.

– É hora de pagar sua vadia. – levantei a mão mirando à estaca rumo ao seu coração.

Seria só uma vez e minha vingança estaria formada. Senti a raiva borbulhar dentro de mim e algo novo me preencher.

Me preparei para fazer o que eu mais queria nesse momento. Fui com tudo para destruir uma boa parte do meu passado.

Minha mão foi parada sendo pressionada. Me virei surpreso olhando o que havia me parado e juro que não tenho mesmo sorte.

– Onde está seu cavalheirismo gatinho?

***

Rick

Ainda não consigo acreditar que a tal lapide poderosa é só uma pedrinha idiota e pequena e ainda acho que a Maria está mentindo pra todos nós.

Uma coisa eu tenho que concordar com o Jonny: nós devíamos destruir a tal pedra com a Maria e tudo. Problema resolvido!

Acho que tudo isso só está deixando as coisas ainda mais complicadas. Eu não sei nem por onde começar.

Parei assim que a vi sentada no corredor ao lado da porta do seu quarto que estava escuro. Andei devagar até lá e parei de frente para ela que apenas-me olhou dando um sorriso desanimado e voltou a olhar alguns papéis na sua mão.

Eu estou preocupado com a Claire. Ela está nessa desde ontem depois que conversou com a Maria e vai saber o que aquela maluca falou com ela. E olha que a Claire não é dessa de se levar por conversa boba não.

Me agachei na sua frente e estendi a mão levantando seu queixo para que me olhasse.

– Que foi? – perguntei.

– Nada. Só estou cansada. – senti a mentira no ar.

Ela abaixou a cabeça de volta e eu me sentei me aproximando mais.

– Hei! – acaricie seu rosto e senti que estava molhado. – Estava chorando Claire?

Ela negou com a cabeça sem me olhar.

– Olha pra mim e diz. – voltei a levantar seu rosto.

Vi a dor no seu olhar e as lagrimas se formarem.

– Desculpa Rick! – uma lagrima desceu pelo seu rosto.

– O que foi Claire? Por que está se desculpando?

Não me respondeu apenas respirando fundo abaixando a cabeça mais uma vez.

– Claire... – estendi os braços a puxando pra mim. Ela me agarrou num abraço como se tivesse se sentindo sozinha ou algo assim.

– Sabe que pode me contar o que quiser, não sabe?

Ela assentiu e ouvi seu choro baixo no meu ouvido. Não falei mais nada, só a apertei mais deixando com que ela chorasse nos meus braços.

Era estranho vê-la assim, tão frágil. Geralmente a Claire que eu conheço é forte e se fecha.

...

Esperei seu choro sessar e só me afastei um pouco quando vi que ela apenas soluçava. Segurei seu rosto com as mãos e olhei dentro dos seus olhos.

– Me conta o que te fizeram. – falei mais baixo que de costume.

Ela negou com a cabeça e me puxou para um beijo. Fiquei surpreso com isso, mas não recuei, apenas retribui.

Ela enlaçou meu pescoço se aproximando mais para aprofundar o beijo. Minha cabeça estava um pouco confusa com sua atitude e eu não conseguia pensar direito enquanto a gente se beijava me deixando sem ar.

Me afastei segurando seus braços antes dela me puxar de novo. Respirei fundo antes de falar.

– Claire você está me deixando confuso. – respirei mais uma vez. – Me fala o que aconteceu.

– Rick... – ela suspirou. – Eu só preciso de uma coisa agora.

– O que? – soltei seus braços que caíram no seu colo.

– Você! – ela sussurrou isso levantando os braços de novo para acariciar meu rosto com as mãos e se aproximar mais de mim.

– Claire...

– Só você, por favor. – vi de novo a dor nos seus olhos. – Só preciso de você.

Suspirei e a puxei de volta a abraçando. Tudo bem! Eu não suporto vê-la assim e ainda mais sem saber o porquê.

– Eu estou aqui Claire! – afastei olhando seu rosto. – Eu sou só seu amor.

Aproximei beijando sua bochecha, nariz até chegar na sua boca.

...

Fechei a porta trancando em seguida e a empurrei na parede voltando a beija-la. As nossas línguas se mexiam em sincronia e acho que o pouco de sanidade que eu tinha ia logo para o espaço quando ela deslizava a mão levantando minha camisa.

Soltei sua boca e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço enquanto trabalhava com minhas mãos tirando a sua blusa que logo já estava no chão.

Deslizei as mãos pela lateral do seu corpo até chegar nas coxas. Ela pegou impulso e pulou travando as pernas na minha cintura.

Voltei a sua boca mordendo seu lábio inferior por sentir suas unhas arranharem minha nuca. A desencostei da parede levando- a até a cama nos deitando ali, e ficando por cima dela.

Acho que nunca me cansaria disso, de sentir sua pele macia na minha e seu perfume inebriante.

Comecei com beijos pela sua barriga enquanto ela se remexia soltando gemidos baixos que eram apenas o começo de tudo.

Fui com as mãos desabotoando a sua calça jeans e a tirei lentamente subindo com boca no seu corpo até chegar no seu ouvido. Tirei o seu cabelo e dei leves mordidas ali vendo sua pele se arrepiar de imediato.

Ela desceu as mãos pelo meu peito chegando nos botões da minha calça jeans, mas ao invés de desabotoar ela deslizou a mão para dentro da calça e não pude evitar o gemido abafado que saiu de mim.

Desisti do pescoço e me ajeitei para olha-la que levantou os braços e agarrou meu pescoço, logo com suas mãos segurando o meu cabelo. Ela fechou as pernas no meu quadril colando os nossos corpos.

– Também – tentou falar, mas sem sucesso, estava sem ar. – Também... Sou só sua!

Acho que ouvir isso foi mais que perfeito, foi... Tudo.

Não respondi, acho que nem conseguiria. Dei um sorriso que devia estar iluminado pela minha felicidade.

A beijei, mas lentamente para que ela sentisse que eu também era completamente dela, tudo o que sou.

– Eu te amo! – falei olhando seus olhos cor de mel.

– Eu também! – ela falou dando um sorriso. – Eu também te amo Henrique!

Ela admitiu e isso é perfeitamente ótimo!

Sorri de novo e a beijei, mas com fervor, desejo, todo o desejo que eu sentia por ela e pude sentir o desejo transbordar dela também. E com certeza seria uma longa noite...

***

Felipe

Vi o céu girar em cima de mim e mais uma vez ela bateu minha cabeça no chão trazendo a dor de volta.

Grande sorte a minha! A chance que eu tinha de matar de uma vez por todas a Jeniffer foi por agua a baixo quando essa maldita loba apareceu e esquece o que pensei sobre que ela que não voltou e nem voltaria e pelo jeito ainda por cima é amiga da Jeniffer.

Isso mesmo! A loba da lapide que me ameaçou outro dia, a que teve ajuda da minha maldita irmã para mostra-la onde vários mutantes se escondem, o instituto.

Porcaria de vida!

Fechei os olhos sentindo ela bater minha cabeça mais uma vez no chão e dessa vez o sangue escorrer.

“Lembre-se que todo dominador possui seu escudo”

Me veio o que o João me falou um dia desses e na verdade eu não entendi... Até agora.

Deixei com que aquilo que eu considero ser mais importante me dominar, ou pelo menos o mais importante agora.

Abri os olhos sentindo eles mudarem e antes dela bater minha cabeça mais um vez eu estendi o braço segurando seu pescoço e apertei ouvindo os estalos.

Me sentei ainda a segurando e assim fiz me levantando em seguida. Na verdade não sei de onde saiu tanta força minha, mas é ótimo!

Acho que mais uma vez estou sendo dominado pelo meu dom e quando isso acontece eu geralmente não fico muito gentil.

– Acabou a brincadeira! – minha voz saiu mais grossa que o normal e de certo modo... Assustadora.

Ela arregalou os olhos que ainda brilhavam meio cinzas e segurou com as duas mãos o meu braço que apertava seu pescoço não obtendo sucesso ao tentar tira-lo dali.

Dei um sorriso e a joguei rumo ao muro onde ela bateu com toda força quebrando alguns pedaços dele.

Me virei para a Jeniffer que me olhava surpresa e não a deixei pensar. Me movi numa velocidade extrema e com um dos pés a acertei a jogando nas latas de lixo.

A loba se levantou avançando contra mim de novo mostrando as presas enormes que se formavam. Fechei as mãos em punho e bati um dos pés no chão que se partiu numa pedra enorme que foi na direção dela a pegando de surpresa.

Bati outra vez o pé no chão formando outra pedra que acertou dessa vez a Jeniffer que já ia se levantar.

Formei uma estaca com a mão esquerda e mirei na Jeniffer. Era minha chance, chance de acabar com isso.

Lancei à estaca e vi seus olhos se arregalarem, antes de acerte-la ela se levantou e como um raio saiu do lugar desaparecendo. A estaca acertou o muro se fincando ali.

– Droga! – resmunguei me virando para procurar a Juliana.

As duas sumiram. Malditas!

Ouvi um leve barulho de algo se trincando e senti que eram os meus olhos voltado ao normal.

Suspirei olhando o beco que ficou destruindo e um pouco de sangue no chão. Levantei a mãos e coloquei no lugar onde devia estar cortado, mas não tinha nada ali a não ser o sangue que tinha sujado minha jaqueta.

Preciso dar um jeito nisso, ou a FEM pode ver meu sangue por aqui e fazer um daqueles exames idiotas e descobrir que fui eu e isso não seria nem um pouco legal.

E mais uma vez... A Jeniffer fugiu de mim, mas foi por pouco, por pouco que ela não estaria morta.

...

Despois de muito esforço eu consegui limpar toda aquela sujeira. Andei lentamente pela rua e assim fui andando um longo caminho até um hotel que achei por aqui. Por falar em hotel, vou pagar com a porcaria de dinheiro que já está acabando e preciso urgente de um emprego. Rápido!

Entrei e parecia ser um ambiente amigável, tinhas orquídeas por todo lado, uma mesa com cadeiras de madeira dando um ar agradável.

– Tudo bem meu rapaz? – uma senhora me olhava preocupada de olhos arregalados.

Me virei a olhando. Estava com um vestido florido e os longos cabelos presos num coque. Olhei minha roupa e não estava muito apresentável, minha roupa estava não só suja de terra como de sangue, e acho que meu cabelo devia estar todo estranho.

– Tudo ótimo! – falei não a convencendo.

– O que aconteceu? – ela perguntou me examinando com os olhos e logo com as mãos mexendo na minha roupa.

– Briga. – falei a primeira coisa que me veio na cabeça. – Fui separar uma briga e acabei levando.

– Eles são bem violentos não?

– Bastante! – falei enquanto ela levantava na ponta dos pés me fazendo abaixar para ver meu rosto.

Voltou a mexer na minha roupa e levantou minha camisa arregalando os olhos ainda mais.

– São mais que violentos. Tem certeza que foi uma briga de rua?

Segui seu olhar que ia direto para a lateral do meu corpo. Arregalei os olhos assim como ela e me afastei um pouco levantando mais a camisa.

– A Meu Deus! – falei.

Tinha uma mordida grande ali. Uma mordida de lobisomem.

***

Rick

Abri os olhos e fiquei um tempão só olhando o teto e ouvindo as batidas do meu e do coração da Claire batendo em sincronia.

Fechei os olhos e apesar da noite ter sido ótima ainda tinha uma coisa me incomodando, e não pense ela que me fez esquecer sua crise de choro.

Dei um sorriso torto quando senti ela beijando meu pescoço até se aproximar do meu ouvido.

– Quase destruiu minha cama. – falou no meu ouvido.

A peguei pela cintura a deitando em cima de mim.

– A culpa é toda sua! – acusei rindo.

– Eu confesso! Sou culpada! – ela levantou os braços se rendendo.

– Acho bom! - a puxei para um beijo.

Ela soltou minha boca e começou a distribuir beijos pelo meu peitoral, descendo até o abdômen e subindo de novo deslizando a língua.

Fechei os olhos e abaixei a mão direita a puxando de leve pelo cabelo trazendo-a pra mim. Invadi sua boca com a língua e girei na cama ficando por cima.

– Você me deixa louco! – falei entre seus lábios.

– Adoro isso! – ela me beijou de novo.

Terminamos o beijo e ela sorriu, eu retribui me deitando de lado virado para ela.

– Fiquei preocupado ontem amor. – falei. – O que foi aquilo?

– Não é nada Rick. – ela desviou o olhar do meu.

– Claire! – chamei e ela me olhou. – Quando eu digo que amo você, eu realmente amo e quero saber de tudo, principalmente aquilo que te machuca. Como vou ajudar se não sei o que é?

Ela suspirou e se aproximou me abraçando.

– Fui fraca! Só isso!

– Você não é nada disso meu amor. – me afastei a olhando. – Você não é fraca.

– Eu fui. Quando se trata deles, eu sou fraca.

– Deles quem Claire?

– Dos meus pais.

Agora que não entendi de vez. O que eles tem a haver com isso?

– Como assim? O que tem eles?

– A Maria disse que com a lapide...

– O que Claire? – levantei seu queixo para ver seus olhos.

– Com a lapide eu posso traze-los de volta.

– O que?

– Posso trazer os meus pais de volta Rick! É esse o poder da lapide. Trazer de voltar aqueles que um dia se foram.

Neguei com a cabeça sem entender bem. Isso é contra a natureza.

– Isso não é possível! – falei.

– Para o sobrenatural tudo é possível!

***

Felipe

Mordida de lobisomem não transforma um dominador. Mata!

E o pior é que eu não sei o que fazer pra evitar isso, ou seja, vou morrer.

Abri os olhos num rompante e estava sem ar, tive um pesadelo, visão, sei lá o que foi aquilo só sei que eu estou suando.

A senhora Clarisse lá de baixo foi muito gentil ontem à noite, deixou com que eu ficasse sem ter que pagar e ainda me fez um curativo, arrumou umas roupas e consegui um banho e cama.

Me sentei na cama sentindo uma dor terrível na cabeça e realmente espero que tenha se curado a porcaria da mordida da loba, da maldita Juliana.

Levantei a camisa azul que tinha pegado emprestado e olhei o curativo que estava sujo de sangue. Tirei os esparadrapos devagar e levantei a faixa de curativo. Não tinha melhorado nada e se estou vendo bem acho que até piorou.

Coloquei tudo de volta e suspirei tentando pensar no que fazer.

Levantei e arrumei o quarto e peguei minhas roupas que estavam dobradas em cima de uma cadeira, estavam limpas. As vesti e calcei os sapatos.

Olhei meu rosto no espelho e acho que estou mais pálido do que sou. É só uma questão de tempo Felipe! Você vai se curar!

Repeti isso várias vezes enquanto descia as escadas. Encontrei a Dona Clarisse sentada na cadeira de madeira costurando.

– Já vou indo. Muito obrigado! – falei assim que me aproximei.

– Já vai? Sem comer meu filho? – ela me olhou preocupada.

– Preciso ver uma pessoa, como alguma coisa depois! – falei tentando parecer sério.

– Tem pães e leite aqui, pode comer.

– Não! Estou sem fome mesmo. Obrigado mesmo assim.

– Você que sabe então. – ela me varreu com os olhos. – E o machucado?

– Já melhorou! – menti. – Inclusive vou passar no hospital e eles devem me dar um remédio!

– Tem certeza de que está bem meu rapaz?

– Tenho sim. Agora preciso ir. – me abaixei um pouco sentindo a mordida me incomodar. Ela me abraçou. – Obrigado!

– Volte depois!

Assenti e peguei meu celular que estavam em cima da mesa. A tela tinha quebrado, acho que na hora que quase tive a cabeça quebrada.

Tinha uma mensagem que eu não vi antes. Era da Liz.

Tenho uma excelente notícia pra você. Quando puder passa aqui!

Boa notícia é o que eu mais preciso agora. Finalmente!

Acelerei o passo e de novo senti uma dor chata.

...

Cheguei no hospital e por incrível que pareça estava sem folego e isso raramente acontecia, só em alguns momentos como lutas, sex.... Deixa pra lá!

Entrei quase sem ar e parei na recepção. Tinha uma garota dessa vez, cabelos pretos e curtos.

– Vim falar com a doutora Liz! – falei com dificuldade.

– É o Felipe?

Assenti e ela sorriu me olhando.

– Ela disse que você pode entrar. Aqui o crachá. – me entregou.

– Obrigado!

Coloquei na minha roupa e entrei andando lentamente pelo corredor até avistar a Liz e acenei a esperando vir até mim, já que estava cansado demais pra ir até ela.

– Que bom que veio! – ela falou sorrindo.

– Qual é a boa notícia? – falei a olhando.

– O que você tem? – me olhou.

– Nada. Só cansado.

Assentiu e voltou a sorrir.

– Felipe, apareceu um doador pra Bianca.

Parei de respirar acho que por alguns segundos, porque o mundo parou a minha volta. Um doador era a melhor notícia que já ouvi desde que sai daqui.

– Isso é maravilhoso Liz! Meu Deus! – não pude deixar de sorrir.

– É. Isso é ótimo! E se quiser agradecer ainda tem tempo.

A olhei sem entender.

– Foi uma mulher e ela disse que ficou sabendo sobre o caso da Bia e veio ajudar, mas ai pediu para ver a paciente e eu autorizei, achei justo.

– Pera ai! E se for uma armadilha?

– Não é. Me certifiquei disso. – ela ficou meio sem graça.

Suspirei aliviado e me desencostei da parede.

– Tudo bem! Onde ela está pra mim agradecer?

– No quarto onde a Bianca está. Pode ir lá!

Assenti e voltei a andar indo até o quarto da Bia que ficava no fim do corredor.

...

Parei na porta e suspirei ainda me sentindo cansado. Não ia bater porque se a pessoa tivesse fazendo alguma coisa eu a pegaria no fraga.

Abri a porta devagar e a fechei assim que entrei.

Ela se virou pra mim e sorriu. Fiquei paralisado a olhando, era tão... Parecida com....

– Desculpe! A medica autorizou minha entrada. – falou.

Assenti andando um passo na sua direção. Era uma mulher com cabelos compridos pretos e lisos, a pele morena clara, traços delicados no rosto e o corpo, olhos cinzentos. Podia ter uns trinta e oito anos ou menos.

– Deve ser o Felipe. – falou.

– Sou sim e você é?

Olhei brevemente a Bia que estava sem alguns tubos e voltei a olhar para a mulher na minha frente.

– Sou a Melaine! Melaine Ferraz!


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Muitos acontecimentos!
O que será do Lipe? Omg
Bia estará de volta? Se lembram da Melaine?
Jeniffer fugiu de novo e ainda tem a ajuda da Juliana.
Claire e Rick sempre dão o seu jeitinho de terem seu momento e será que a Maria mentiu?
ate o próximo bonitos!