Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira
Notas iniciais do capítulo
Bom dia!/Boa tarde!/Boa noite! Tudo bom galera? como foi a semana?
A minha foi um saco, cheiaaa de provas e ainda bem que consegui terminar o capítulo a tempo pra vocês! hehehe
Aqui estou eu com muitas e muitas novidadesss! Espero que gostem!
Boa leituraa lindos!
Voltei minha memória para me lembrar de algo que ouvi da Bia alguma vez e tenho certeza de que...
- Você disse Ferraz? – eu tive que perguntar para ter certeza de que não estava ficando maluco por causa da mordida que pode estar afetando meu cérebro.
Ela assentiu me olhando da cabeça aos pés.
- É que a Bia, a Bianca tem Ferraz no nome e....
- Eu sei! – ela me interrompeu confirmando o que eu suspeitava.
Ela sorriu andando até a cama da Bia e depois se virou pra mim dando de ombros.
- É a mãe dela. – não foi uma pergunta, porque aquele olhar eu conhecia.
Não queria ser grosseiro, afinal de contas ela está ajudando a salvar a vida da mulher que eu amo e isso não seria nem um pouco legal.
Dei um sorriso chegando perto da cama também.
- Quando eu soube do acidente eu não pensei duas vezes. É hora de fazer alguma coisa boa por ela, ser mãe foi algo que eu não fui para Bianca. – vi as lagrimas se formarem nos seus olhos cinzentos.
- Eu quero agradecer. – me aproximei dela. – Eu já estava sem saber o que fazer, pensei que ia perder ela.
- Não vai! – ela sorriu segurando a minha mão direita.
- Obrigado!
- Imagina. – lá suspirou. – Eu queria conversar com você, queria saber mais sobre ela e só sobre você também.
- Claro! Tem um café aqui perto, nós podemos ir lá! – falei sorrindo.
- Seria ótimo! – ela pegou uma bolsa preta que estava na cadeira e foi até a cama da Bia.
- Fica bem! – acariciou o rosto dela e se virou para mim sorrindo.
Ela ficou na porta me esperando enquanto eu andei mais lento que o normal até a cama da Bia. Ela parecia melhor, tinha até ganhado mais cor na pele e já não tinha mais tantos aparelhos quanto antes.
- A sorte resolveu me abandonar. – segurei sua mão. – Mas, só de saber que você vai melhorar eu já mudei de ideia. Tudo o que está acontecendo comigo é só um momento.
Respirei devagar sentindo uma dor leve no peito.
- Eu volto pra ficar com você. Volta, por favor. Eu preciso de você! – abaixei mesmo sentindo a dor me incomodar e beijei sua testa.
Sai fechando a porta e a Melaine me seguiu até o café.
Nos sentamos do mesmo jeito no dia em que vim falar com minha irmã, a Caroline.
- Então... Vocês são namorados? – ela parecia meio sem jeito pra me perguntar.
- É. – eu nem tinha mais tanta certeza disso, apesar de ter certeza do que sinto.
- Não me pareceu muito convincente. – ela sorriu.
- É que... Aconteceu tantas coisas nesses últimos meses que eu nem sei se ela vai voltar do mesmo jeito, não sei se vai ser como antes, mas eu gosto muito dela.
- Eu vi o jeito que você olha para ela. – ela se ajeitou na cadeira. – Tão cheio de amor.
Abaixei o olhar, me sentindo estranho, tentando me concentrar na conversa. Já que a dor estava aumentando.
- Você é igual a ela? – a olhei e suspirei.
- Mais ou menos! Somos parecidos.
- Eu fico feliz que ela tenha você.
Sorri e vasculhei o ambiente procurando a garçonete para pedir água.
- Você está bem? – perguntou.
- Só estou um pouco cansado. Só isso!
- É que está pálido, não sei!
- Está tudo bem! – assenti e sorri.
A garçonete finalmente veio até aqui.
- Traz um copo de água, por favor. – pedi.
A garota assentiu saído rápido.
- Ela deve me odiar, não é?
- Não! Não odeia você, talvez ainda não entenda, mas odiar não. – afirmei.
- Eu queria te pedir uma coisa.
- Se eu puder. – assenti a olhando.
- Quando ela acordar, não diz que fui eu a doadora. Diz que você não sabia.
- Por que? – eu não entendo. Ela a salvou.
- Como você mesmo disse, não sabe se ela vai voltar do mesmo jeito e eu nem sei como ela agiria sabendo que fui eu. – ela passou a mão no cabelo preto. – Se puder fazer esse favor.
Assenti pegando meu copo de água que havia chegado.
- Tudo bem! – tomei alguns goles. – Mas, você não quer se reaproximar?
- Quem sabe quando ela tiver melhor ou quando quiser me ver.
Dei um meio sorriso recebendo dela um sorriso meio tímido.
- Preciso ir. Tenho que resolve algumas coisas. – ela falou se levantando.
Assenti tirando do bolso um resto de dinheiro que me restava e deixei na mesa.
- Eu te acompanho até a porta, porque vou voltar no hospital. – falei me levantando e a seguindo.
Chegamos na porta e ela parou para tirar algum papel do bolso da calça jeans.
- Se caso ela quiser falar comigo ou até você é só me procurar. Eu pretendo voltar também, mesmo que seja rejeitada por ela. – me entregou um papel amarelo.
- Obrigado! – olhei e tinha um enredo numa letra bem redonda. – Tenho certeza de que ela irá te aceitar. Só precisa de um tempo.
- Assim espero! – sorriu. – Obrigado Felipe!
Assenti estendendo a mão que ela pegou em seguida.
...
A vi se afastar e fico pensando que tudo tem o seu tempo e finalmente o tempo da Bia voltar chegou e se tem um coisa que quero fazer antes de morrer por causa dessa mordida é vê-la acordada.
Talvez esse seja o meu fim, apenas vê-la pela última vez e ir embora.
Suspirei olhando o hospital que era meu caminho. Minha visão estava meio estranha, mas nada de anormal.
Entrei no hospital pegando de novo o crachá e andei pelo corredor branco e parei na porta de algum consultório pois estava cansado demais para continuar e preciso tomar folego.
- De que importa? Isso não está ajudando em nada! – ouvi uma voz conhecida dentro da sala de consultório.
- Ele tem que saber! É o único jeito e agora o nosso tempo está acabando pois a Bianca vai voltar logo.
Quando ouvi o nome Bianca me aproximei mais da porta, o suficiente para ouvir claramente e reconhecer a voz da Liz.
- Se o feitiço da lapide acontecer, você sabe que não terá volta. – acho que essa voz é da...
- Eu sei! Por isso precisamos estar um passo à frente, mas não com essa pedra no caminho! – a Liz falou andando alguns passos.
- Eliminamos então! Era pra ela ter morrido. – era voz da Caroline, tenho certeza. – Já que isso não aconteceu, nós fazemos. Você tem força suficiente para fazer Liz! Eu sou apenas uma aprendiz, não consigo sozinha!
- Por isso estou aqui Carol... Pra te mostrar como usar seu dom de aprendiz. – a Liz falou meio baixo. – Se for preciso nós a tiramos do caminho.
Elas iam tirar do caminho a....
Não pensei duas vezes e abri a porta e como eu tinha quase certeza era mesmo a Liz e a minha irmãzinha. Elas arregalaram os olhos surpresas.
- Acho que andaram mentindo e me devem algumas explicações! – falei fechando a porta e passando a chave.
***
Claire
Eu não tinha muito tempo para pensar, só para agir. E se a lapide fazia mesmo aquilo, não poderia cair em mãos erradas e nem ser usado de qualquer forma.
Eu considero que seja uma nova chance, uma nova chance de ser feliz e completa.
- Está em que mundo? – estremeci com o Rick me abraçando por trás e falando no meu ouvido.
- No mundo “quero trazer maus pais mortos de volta!”. – falei.
- Claire... – ele me soltou e me girou para ficar de frente para ele. – Sabe que isso é arriscado e nós nem sabemos se a ruiva está falando a verdade. Você sabe que isso por mais que te deixe melhor, não é certo.
Ele tinha razão, mas eu não podia perder essa oportunidade.
- Talvez seja minha última chance!
- Se eles se foram é porque tinha que ser assim. Não podemos mudar o passado.
Neguei com a cabeça me virando para sair. Ele segurou meu braço e me colocou de frente para ele de novo segurando meu rosto entre as mãos.
- Você sabe que isso é contra a natureza... Nós somos protetores dela e não devíamos descumprir as regras.
- Onde está escrito isso? – eu estava ficando irritada.
Ele focou seus olhos nos meus e vi dentro da sua íris o brilho da chama surgir.
- Não está escrito, está marcado no seu sangue!
Fiquei sem palavras, não tinha como argumentar com ele.
Me soltei e fui abrindo a porta e antes de sair me virei para ele de novo.
- Eu não pedi para ser uma dominadora!
***
Rick
Minha vontade era ir atrás dela e convencê-la de que isso está errado e primeiro que nós nem sabemos se é mesmo verdade.
Ao contrário disso eu fui atrás dela, mas para evitar que fizesse algum estrago. E a Claire estava sendo apenas... A Claire! Sem tirar nem por.
Andei mais rápido até alcança-la e comecei a andar do seu lado.
- Veio dar um de herói? – falou sem me olhar.
Revirei os olhos e respirei fundo antes de falar.
- Não. Vim acompanhar minha namorada.
Ela parou imediatamente e me encarou boquiaberta.
- Não quero sua companhia Rick! – falou irritada.
- Os namorados andam sempre juntos, não é mesmo?
Ela negou com a cabeça e voltou a andar.
- Afinal de contas, nós somos namorados, né? – falei indo trás dela.
- Não. Não somos. Nem gosto de você.
Comecei a gargalhar até ela parar para me olhar confusa. Abaixei a cabeça para conseguir parar de rir.
- Qual é a graça seu idiota?
Tomei folego e me aproximei dela que manteve a postura de brava. Girei a sua volta e parei atrás dela.
Tirei o seu cabelo que caia tampando seu ouvido e aproximei a boca dali vendo sua pele se arrepiar automática.
- Não foi isso que ouvi ontem à noite. – sussurrei.
- Eu minto bem. – ela se afastou virando para me olhar.
- É mesmo? – aproximei um passo.
- É sim! Não se deixe levar pelo simples prazer. – falou cruzando os braços.
- Pelos simples fato... – cheguei perto e deslizei a ponta dos dedos pelo seu rosto. – De que eu deixo você completamente... – rocei os lábios nos seus. – Louca!
Ela suspirou e se rendeu passando os braços no meu pescoço me beijando. Passei as mãos na sua cintura a tirando do chão para igualar nossas alturas.
Entrelaçou os dedos no meu cabelo me puxando mais para ela enquanto eu a encostei na parede mais próxima.
- Eu odeio você! – ela falou baixo me empurrando.
- Não. Você não odeia! – me aproximei de novo a prendendo com os braços.
- Odeio!
- Não! Você me ama!
- Odeio você Henrique!
Senti firmeza nas palavras e a soltei a encarando.
- Você me ama? – perguntei e ela me olhou surpresa.
- Amo!
Dei um meio sorriso a abracei. Acho que não suportaria se fosse verdade o fato dela me odiar.
- Também amo você! – falei dando um sorriso tímido.
Ela sorriu mostrando os dentes e me puxou roubando outro beijo.
***
Claire
Segui até a Kate agarrada na mão direita do Rick. O dia estava frio e nublado, estranho demais para um verão. Tudo estava meio estranho e acho que ainda mais quando nós dois paramos em frente a uma banca de jornal.
O jornal em destaque estava escrito na página inicial de todo o tamanho e em negrito: “25 mortes trágicas nos últimos 2 meses”
Eu e o Rick nós olhamos e depois ao dono da banca.
- Me dá um por favor! – o Rick pediu o entregando o dinheiro.
...
- Temos que parar isso. Está virando um massacre! – falei olhando o jornal na mão do Rick.
- Isso é loucura! Por que tudo isso? – ele falou mais com si do que comigo.
- Que mal pode ser maior do que esse? – perguntei a mim mesma.
- O sobrenatural. – o Rick respondeu a minha pergunta silenciosa.
O olhei e abaixei o olhar em seguida.
...
A porta se abriu com apenas uma batida e lá estava o Jonny com o seu sorriso malicioso e sedutor no rosto. A Kate estava com uma roupa de frio e os cabelos estava curtos, cortados batendo nos ombros. Ela deve ter cortado a noite quando nós já tínhamos ido embora.
- E ai? Novidades? – o Rick perguntou olhando a Maria que estava amarrada na mesma cadeira no meio da sala.
Ela está meio pálida e com o mesmo olhar raivoso.
- Na verdade sim. – o Jonny respondeu sorrindo para a Maria. – A nossa lindeza aqui contou toda a historinha que ela havia contado pra Claire para a Kate e nós descobrimos que tem mentira ai.
- Sobre o poder da lapide? – perguntei me sentindo traída por pesar que poderia trazer meus pais de volta.
- Sim, sim, minha linda dominadora! – o Jonny falou andando até a Maria.
- Não mentira exatamente e sim que tem mais do que ela te contou. – a Kate falou.
- Mais o que? – perguntei olhando a Maria.
- Conta pra ela Mariazinha. – o Jonny falou perto da Maria. – Fala sobre as consequências.
Olhei esperando ela falar e ela suspirou antes de começar.
- Não é mentira o que a lápide pode fazer, mas o preço que você tem que pagar.
- Afinal de contas tudo tem um preço! – a Kate falou.
- Claro! Até respirar hoje em dia está sendo cobrado. – o Rick falou pegando um copo.
- Que tipo de preço? – perguntei me aproximando mais dela.
- Existe um mistério por trás da lapide, um enigma que vem dizer o que é preciso fazer para que o poder dela funcione. No latim está: "Sanguis enim vis currere eget dolor. Qui enim purus, eo quod ignorent manus timet munus tuum. Innocens. Et non fuit qui non tangatur."
Olhe confusa pois não entendia nada disso.
- Mais enigma e ainda em língua de índio? – o Rick resmungou.
- “Para o poder funcionar é preciso o sangue derramar. Para aquele que é puro, que teme porque não conhece a força do seu dom. Aquele que é inocente. Aquele que nunca foi e jamais será tocado.” – o Jonny falou encarando a Maria.
Ela o olhou surpresa sem saber o que falar.
- Em mil quinhentos e vinte e dois eu ouvi isso, ouvi de uma bruxa original. Então era isso o poder da verdadeira imortalidade. – o Jonny andou pela sala sendo seguido pelos nossos olhares curiosos. – A verdadeira força sobrenatural.
***
Felipe
Elas ainda se mantinham em silencio sem me olhar diretamente e isso estava começando a me irritar.
- Pensei que você não conhecesse tão bem a doutora Liz, Caroline! – falei andando até ela.
- Felipe... Só estávamos conversando...
- Acha que eu sou algum idiota? – falei a virando para mim. Não sei porque, mas a raiva já estava me dominando.
- Claro que não! – ela respondeu me analisando.
- Quem vocês querem eliminar?
As duas se olharam e foi a Liz a dar um passo para me falar.
- Iremos sim elimina-la, se ela continuar o que está fazendo.
- O que ela está fazendo e será que é quem estou pensando?
- Se for a sua amada Bianca, é sim! Ela está tentando te levar.
- Levar? Mas ela está voltando! Para de mentir Liz.
- Voltando? Mas você está indo.
A olhei surpreso. Indo para a.... Morte?
- O que? – perguntei confuso.
- As suas visões, má sorte. Tem algo tentando te puxar. – ela falou olhando em direção a janela depois para mim.
- Você não sabe de nada.
- Será mesmo? Sei que não lhe resta mais o que fazer.
Fiquei em silencio tentando organizar minha mente e me dei conta do que ela falava. Eu iria morrer e não tinha mais nada a ser feito. Mas será que ela sabia da mordida? Eu não me atreveria a perguntar
- Eu sei! – sussurrei isso e me virei para a Caroline. – Mas ainda posso fazer uma coisa, não por mim, mas por pessoas que amo.
Andei até a Caroline e segurei com força o seu braço.
- Já que sabe tanto... É melhor ajudar a alguém que realmente precisa.
- Está me machucando!
- Você vai vir comigo e me ajudar num pequeno assunto. – falei dando um sorriso.
- Felipe ela não sabe de nada! – a Liz falou puxando meu braço que estava livre.
- Claro que sabe... Eu ouvi vocês falando sobre ela ser uma aprendiz e deve ser sua, então com toda certeza sabe mais do aparenta. – falei soltando meu braço da mão da Liz e puxando a Caroline comigo.
- Felipe, você precisa de ajuda ou vai ser pior. – a Liz falava indo atrás de mim enquanto eu arrastava a Caroline comigo.
- Eu não confio e nem acredito em você Liz, então é melhor sair do meu caminho.
- Escuta ela Felipe! – a Caroline repetia isso conforme andávamos pelo corredor.
- Cala boca! – falei enquanto virávamos o corredor.
- Felipe para! – a Liz gritou me puxando pelo braço.
Apenas me virei e tirei seu braço a empurrando com força. Ela quase caiu e depois me olhou espantada.
- Você está agindo errado Felipe. – falou.
- Eu não me importo! – sorri e voltei a arrastar a Caroline que tentava puxar o braço para se soltar.
...
Saímos do hospital com olhares em nós e vários comentários, mas isso é o de menos.
A dor da mordida estava ficando cada vez pior, mas era suportável e eu conseguiria chegar onde pretendia. Sei que li em algum lugar alguma vez que a mordida tem até três dias para fazer efeito, não é como de vampiro que te transforma em menos de vinte e quatro horas. Do lobisomem é tudo mais complicado e no meus caso seriam três dias para morrer. De acordo com meus cálculos eu tinha exatamente um dia e meio.
- Onde vamos? – ela perguntou enquanto passávamos perto de um banca de jornais.
- Você vai me ajudar nisso! – apontei para os jornais na banca que falavam sobre as mortes.
- Como?
- Fazendo e falando tudo o sabe sobre a lapide.
***
Bianca
“Talvez o mundo pare por alguns instantes. Talvez gire mais rápido as vezes ou simplesmente para algumas pessoas.
O que tem depois da vida? Eu não sei, mas tenho uma hipótese: você encontra a felicidade que jamais vai sentir enquanto está vivo, ou melhor, você vai se sentir ainda mais vivo, pois vai estar do lado de quem ama e poder ver coisas que realmente importem.
Mas enquanto isso não acontece e a vida continua o que me resta é tentar fazer o melhor, ser alguém capaz de orgulhar dos meus atos e ter o dom de amar e não magoar ninguém. Talvez isso nunca aconteça, mas... Talvez um dia eu saiba o porquê de tudo isso acontecer.
Não sei se o que falamos ou fazemos podem nos machucar, mas em algo eu acredito: a vida faz sentindo quando o que realmente importa está ao seu alcance.
Agora eu tenho um objetivo novo... Ser forte e destruir qualquer um que entre no meu caminho.”
...
Eu sinto que as coisas estão diferentes e que meu coração bate de uma forma estranha ou talvez... Nem bata mais.
Talvez a dor seja só uma parte que nem seja importante, só uma questão de tempo e a única dor que irei sentir é de que se algo der errado de novo.
Tinha algo me sufocando, prendendo minha respiração, quando penso que aquela imagem vai sumir, não verdade é uma impressão.
La estava eu, no mesmo lugar... A grama continuava seca e sem vida, as arvores sem folhas e o vento frio nunca parava. A única luz que consigo ver a pequena rosa vermelha no meio daquilo que me parecia um campo morto, lá está ela. A única sobrevivente, porque eu não sei o que sou mais.
Meus pés nunca se moviam o suficiente para alcança-la, mas hoje foi diferente, depois de tanto tentar eu finalmente consegui chegar perto de vê-la. Era tão linda no meio de todo aquele mundo frio e vazio.
Não resisti e me agachei a fim de toca-la. E foi o que fiz, mas sem ver os espinhos que eram uma armadilha, fazendo o sangue brotar do meu dedo.
Fechei os olhos sentindo algo novo no meu corpo e os abri de novo meio com dificuldade. As luzes brancas não eram agradáveis e nem a posição em que eu estava. Meu corpo reclamava parecendo estar assim por muito tempo.
Tentei virar a cabeça para ver o ambiente novo, mas a dor não deixou e então me mantive do mesmo jeito apenas com os olhos abertos vendo o teto branco e as luzes.
O vento frio tinha passado, agora na verdade fazia calor e eu estava ficando sufocada de novo. Com muito custo consegui erguer o braço direito e o levei direto ao meu nariz puxando algum tipo de máscara que estava ali. Ouvi o barulho dos fios sendo arrancados e finalmente consegui respirar, lentamente.
Aproveitei que havia mexido o braço e o deslizei arrancando também alguns tubos que deviam estar no meu braço.
Depois disso fiquei longos minutos apenas respirando e ouvindo o som do meu coração bater novamente.
Forcei meu corpo a se levantar até que consegui me sentar e poder ver o ambiente por inteiro. Era um quarto pequeno, paredes brancas, as luzes enjoativas e alguns aparelhos perto de mim que agora estava arrancados.
Desci as pernas a cama e respirei bem antes de colocar meu peso nelas e ficar de pé. Tudo girou e tive que me apoiar na cama novamente ou iria direto para o chão.
Olhei a janela que era bem grande e iluminada. Cheguei perto até abrir as cortinas vendo que não era muito alto, e acho que seria o jeito mais fácil de sair.
Minha mente não estava trabalhando muito bem, mas de algo eu tinha certeza: precisava encontra-lo. O campo das minhas imagens.
Abri a janela e fiquei na beirada sentindo o vento levar meus cabelos os deixando no meu rosto.
Não pensei mais e pulei caindo de pé. Ainda me sentia fraca, mas a força que me puxava para ir ao meu destino era ainda maior do que a minha dor.
Comecei com passos lentos até a andar mais rápido. Preferi passar pelos fundos do que me parecia ser o hospital e lá para minha sorte dava para a mata que seria o meu novo caminho.
...
A terra estava úmida, talvez pela chuva ou só o orvalho mesmo. As arvores formavam uma cortina tampando o céu impossibilitando de ver o sol completamente.
Não sei por quanto tempo andei, mas quando avistei duas arvores como se tivessem me abrindo caminho eu me senti aliviada.
Andei mais um pouco passando por elas e lá estava ele: o campo seco, sem vida, sem grama. Era bem grande e com arvores a sua volta o deixando redondo. Andei mais um pouco e senti um vento gélido passar por mim fazendo meu corpo se arrepiar. Com toda certeza aqui não era o melhor dos lugares, mas era exatamente igual ao do meu sonho.
Não havia só a grama morta, havia também a rosa. A rosa vermelha bem no meio do campo. Comecei a ir mais depressa até chegar perto dela.
Eu sabia o que aconteceria, então resolvi apenas olha-la. Tao linda no meio de toda aquela... Morte.
Era isso que o campo me transmitia.... A morte!
E por algum motivo eu sabia que a morte estava chegando, mas não para mim...
***
Rick
Bom, digamos que entendi mais ou menos essa coisa de lapide e enigma. Alguém que é puro e não foi e jamais será tocado.
- Quer dizer um virgem? – a Kate perguntou a Maria.
- Uma virgem! – a Maria a corrigiu. – Ou melhor, uma virgem imortal.
- Virgem imortal? Como uma dominadora? – a Claire indagou.
Ouvi a Kate soltar uma risadinha e o Jonny em seguida.
- Tenho quase certeza de que as únicas dominadoras que nós temos não são mais virgens. – a Maria falou dando um sorriso e olhando pra mim.
- Uma vampira então? – o Jonny perguntou.
- Uma vampira virgem e pura, ou seja, que jamais tenha matado um humano.
Se tinha que ser uma virgem imortal, seria difícil a não ser que seja uma vampira o que seria ainda mais difícil já que vampiros não procriam, mas adoram tentar, e principalmente o sangue humano a não ser que essa vampira seja uma...
- É isso! – falei e todos me olharam surpresos.
- Isso o que Rick? – a Kate perguntou me olhando curiosa.
Me levantei do sofá e andei pela sala, tudo estava ligado, tudo fazia sentido agora.
- Tudo está ligado! – passei as mãos no cabelo e eles me olhavam ainda.
- O que Rick? – a Claire se aproximou de mim.
- Tudo. A batalha, o círculo, a lapide, as mortes de antes, as de agora, o acidente da Bia e do Felipe. Tudo isso fazia parte do plano e o pior é que nós caímos nele, exatamente como ela queria.
- Do que você está falando Rick? – a Kate me olhava preocupada agora.
- Pensa Kate. A Jeniffer sabia que não conseguiria completar o círculo, sabia que iria perder. Por isso tinha outro objetivo em mente. Não foi coincidência, foi armado.
- O que? Não estou entendendo. – o Jonny me olhou confuso. Ou ele não sabe de nada ou era um belo mentiroso.
- Ela tem a sua virgem imortal desde o começo. – falei sentindo uma dor só de pensar nisso. – A transformação não aconteceu por acaso, era parte do plano.
- Que transformação? Do que você está falando? - a Kate andou ate mim me analisando, acho que tentando ver os meus sentimentos agora.
- Ela sabia que nós íamos cuidar dela, não deixaríamos ela matar nenhum humano, sabiam que ela seria importante e ficaria bem para ser o sacrifício.
- De quem está falando Rick? – a Claire voltou a perguntar.
Me virei para ela e senti um buraco se formar no meu peito por certeza de tudo.
- A Lucy! Pura, inocente, forte e imortal!
***
Felipe
Paramos em frente à casa da Kate e a Caroline finalmente abriu a boca para perguntar:
- Não posso ajudar Felipe. Sou apenas uma aprendiz, uma feiticeira, não sou uma bruxa.
- Feiticeiro, bruxo, macumbeiro é tudo a mesma coisa pra mim. – falei a puxando até a porta.
- Precisamos protege-la então! – ouvi a voz da Kate.
- Acha que se caímos em tudo isso, não tem mais armadilhas? – o Rick perguntou e senti dor na sua voz.
- Tínhamos que estar um passo à frente dela. – a Claire.
- Existem alguns mutantes que podem ajudar a fazer um feitiço de localização ou até saber os passos do seu inimigo. – voz desconhecida, deve ser da ruiva.
- Quer dizer feiticeiros? –a Kate perguntou e pude ouvir seus passos abafados.
- Bruxas! – a voz do maldito do Jonny.
- Te trouxe na hora certa! – falei me virando para a Caroline.
Coloquei a mão na fechadura e abri a porta a puxando para dentro comigo. Todo nos olharam surpresos inclusive a ruiva que estava amarrada na cadeira.
- Aqui está a sua bruxa! – falei dando um sorriso. – Ou quase isso!
...
Depois de arrastá-la para dentro, eu falei a todos sobre ela ter aparecido, ser minha irmã e o resto do blá blá blá. Acho que entenderam, ou mais ou menos isso.
- Sua irmã? – a Claire perguntou pela decima vez.
- É Claire! Minha irmã idiota! – falei pela decima vez também.
Ela se virou olhando a Caroline que estava em silencio sentada numa cadeira perto de uma estante.
- Se parece com você.
Lancei um olhar mortal e ela deu de ombros.
A Caroline disse que não tem capacidade de fazer um feitiço de localização para encontrar a Jeniffer. O Rick falou sobre achar que a Jeniffer esteve armando tudo isso desde o começo, ter transformado a Lucy era parte do plano para poder realizar o sacrifício da lapide e trazer de volta algum morto.
Por mim todo mundo que morreu e que eu matei deve ficar lá no mundo deles e não voltar mesmo. Já tenho problemas demais e o que menos quero são zumbis vingativos atrás de mim.
Falando em problemas eu não falei nada com nenhum deles sobre minha sentença de morte. Acho que não seria legal preocupa-los com isso já que não resta nada a ser feito.
Por algum motivo acho que a Kate desconfia, pois não parou de me olhar desde que cheguei.
Dei um pulo do sofá sentido meu celular vibrar no bolso da minha calça.
- Alo? – peguei atendendo em seguida.
- Felipe? – era a Liz.
- O que você quer? Eu não matei e nem fiz nada com a sua aluna não! – falei antes dela responder.
- Assim espero, mas não liguei por isso. – ela parecia preocupada.
- O que é então? – olhei a sala e todos estavam ouvindo minha conversa já que é quase impossível evitar isso quando você ouve mais que o normal.
- A Bianca.
- O que tem? Aconteceu alguma coisa? – dessa vez falei preocupado.
- Vim até o quarto dela para saber se já tinha melhorado e quando cheguei... – ela suspirou.
- O que Liz?
- Ela sumiu Felipe!
- Como assim sumiu? – olhei preocupado recebendo o mesmo olhar de todos os outros.
- Acho que saiu pela janela, eu não sei. Mas aqui ela não está! A Bianca sumiu!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Quantos acontecimentos!! Bia de volta(meio maluca, é verdade), mas ficar tanto no hospital pode ter mexido no psicológico dela não?
Felipe morrendo! Terá salvação? Liz do mal? Caroline também? Por que elas queriam matar a Bia?
Será que o Rick tem razão sobre a Lucy?
Jeniffer esperta, armando tudo...
Claire ainda com a ideia fixa dos seus pais.
E ainda tem a mãe da Bia. Será que ela volta?
Quantas perguntas, então se tiver ficado algo confuso deixem nos comentários.
um beijão e ate mais.