Flightless Bird escrita por beatriz


Capítulo 5
Capítulo 5




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"Apenas ande até a sua cadeira. Um pé na frente do outro, sem respirar; você consegue.", repetia Isabella para si mesma, várias e várias vezes, até finalmente entrar na sala com passos rápidos e sentar-se ao lado de Edward Cullen.

Fazia pouco mais de uma hora desde que ela havia se alimentado, mas, ao lado de Edward, pareciam mil anos. E ela não podia sair para caçar - não enquanto Annabel e todas as outras garotas a seguissem para lá e para cá, aonde quer que ela fosse.

– Oi. - disse Edward.

O professor jogou a brisa fresca do ventilador para Isabella, e ela teve oportunidade de inspirar ar puro antes de virar para Edward e responder:

– Oi.

– Qual é mesmo o seu nome?

Ela riu, secamente.

– Isabella. Marie.

Ela já havia descoberto tudo - a maldita bruxa deve ter ficado decepcionada ao ver como ela está lidando bem com as coisas, e mandou uma cópia de Tobias para a vida de Isabella, só para que ela se lembrasse dos velhos tempos. Para que ficasse louca de saudades e nostalgia, ou algo assim. Mas aquela bruxa estava errada, e ela não iria deixar que um simples humano estragasse sua vida. O amor é um sentimento que melhora e destrói ao mesmo tempo tudo o que toca e, além disso, o amor dela já havia sido todo investido em Tobias.

Além do mais, ela queria Tobias, e não um estranho com a mesma aparência que ele. Ela não iria se deixar levar por aqueles olhos verdes que brilhavam da mesma maneira que os olhos vermelhos de Tobias costumavam brilhar. Era tudo uma armadilha.

– Eu sou Edward Cullen. - apresentou-se ele, dando um meio sorriso torto. Como se todo mundo já não soubesse seu nome.

Ela não iria se deixar levar, mas ela tinha que perguntar.

– De onde você vem?

– Phoenix.

Phoenix, o mesmo lugar onde ela mesma morava quando humana. Não havia nada de anormal em Phoenix.

– Mas... você nasceu lá? Em Phoenix? - perguntou Isabella, hesitante. Ela estava falando demais. Se quisesse falar de novo, agora, teria que pegar mais ar.

– Não, eu nasci em Chicago. - disse ele, franzindo o cenho. - E você?

Ela não podia responder; para isso, teria que inspirar o ar e o cheiro de Edward Cullen junto. Isso não poderia acontecer.

Edward interpretou seu silêncio como ignorância - ótimo, mais um pouco disso e ele a consideraria repugnante e talvez a deixasse em paz, saísse da sua vida, da cidade, morresse. De preferência.

O professor fez uma pergunta, olhando para Isabella em busca da resposta, porque ninguém mais sabia. Ela respirou fundo e respondeu: "O Meridiano de Greenwich", e seus pulmões arderam, em brasas. Cada parte do seu corpo se esticava em busca da jugular de Edward, ouvindo o fraco batimento do seu pequeno coraçãozinho, mas ela tinha que se controlar. Cravou as unhas nas mãos até elas se partirem ao meio.

Edward. Edward Cullen. Por que era tão especial? Por que tinha que ser mais desejável do que todos os outros? Em nenhum outro lugar dos muitos que ela já havia visitado - repetindo, em nenhum - ela havia sentido um desejo tão forte por sangue humano. Talvez, depois da aula, ela pudesse dar um jeito nisso. Acabar logo com a tortura. Faltavam mais vinte minutos para o intervalo, e então ela poderia convencer Edward a segui-la até lá fora e sugar-lhe a vida. Claro, ela devia fazer tudo muito rápido. Não poderia deixar rastros, não poderia deixar que ninguém os visse saindo da escola juntos. Mas isso já não era problema - isso, Isabella poderia fazer impecavelmente. O quão delicioso seria seu sangue? Muito melhor do que o cheiro. Ela mal podia esperar. Dezenove minutos.

Controle-se. Ela não iria fazer isso. Não iria ceder, não depois de tantos anos. Ela não beberia sangue humano e não mataria o rapaz. Ela não podia. Ela não iria ceder.

– Bella? - chamou alguém. Bella. Isabella virou-se para os lados, preocupada. Dentro de seus pensamentos assassinos, ela não identificou a voz. Mas seu coração sabia - Tobias. Tobias a chamava assim, mesmo depois de ela ter se transformado.

– Bella! - chamou a voz de novo. Era apenas Edward. Ela apertou os olhos. "Não me chame assim".

Edward a ignorou.

– Você está tremendo! Pare! Bella, você está respirando muito rápido!

Isabella estendeu as mãos em frente aos olhos - era verdade. Ela estava tremendo furiosamente. E a respiração, de fato, estava acima do normal. Provavelmente estaria chorando também, se fosse possível.

Ela estava com raiva - muita raiva. Ela estava fora de controle! Tremendo e tendo um ataque por causa de um humano! Isso não era normal, isso não podia ser verdade.

Fora de controle.

Ela iria matá-lo. E iria fazer isso agora.

Isabella estendeu as mãos, furiosa, para arrancar a cabeça de Edward Cullen, mas parou no meio da ação. Seus braços ficaram estendidos no ar, a dois centímetros da face de Edward. Ela pegou o rosto do rapaz entre as mãos e sussurrou:

– Volte para o inferno do qual você veio e me deixe em paz.

Levantou-se da cadeira e correu para fora da sala. Parou apenas quando já estava fora do colégio, uns segundos depois, entre algumas árvores. Respirou o ar puro; sentiu apenas o cheiro simples e entediante dos coelhos e esquilos, sentindo-se em casa.

Porém, mais uma vez, ela havia falhado. Pela segunda vez ela tivera que correr da presença de Edward. Pela segunda vez ela não aguentara ficar no mesmo cômodo que um mero humano.

E isso estava passando dos limites.

"Não seja idiota", diria Tobias. "Enfrente o problema, lute com o problema, acabe com o problema. Não corra dele - jamais corra do problema. Se você corre dele, um dia ele corre atrás de você."

E a parte mais importante, a frase que Isabella ouvira várias e várias vezes da boca de Tobias: "Domine o problema."


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