Flightless Bird escrita por beatriz


Capítulo 6
Capítulo 6




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    - O que há com a garota que senta do seu lado? - perguntou Alice quando a aula acabou e estavam todos saindo. Claro que ela havia notado, quem não havia? Suspirei.

- Eu não sei.

- Ela não gosta de você?

- Acho que não.

- Não tem problema, eu gosto de você. Quer que eu te apresente algum garoto? As meninas me mostraram alguns na sala. Eles são bem legais! 

Alice sempre precisava fazer todo mundo se sentir bem. Sorri. 

- Não precisa, Alice. De verdade. 

- Tem certeza? Qual é o nome dela?

- Isabella.

- Você quer que eu fale com ela?

- Alice...

- Eu vou falar com ela. Vamos nos tornar muito amigas e eu vou mostrar pra ela o quão legal você é! 

- Mas...

- Aonde ela foi?

- Ela foi embora, Alice. - disse eu, exausto. Não iria mais discutir com ela. Não dava para contrariar Alice. 

- O quê? Claro que não. Eu vou...

- Olá. disse alguém. Era Isabella, sorrindo e estendendo a mão para cumprimentar Alice. Fiquei completamente confuso.

- Oi! Prazer em conhecê-la, Isabella! Meu irmão falou muito bem de... - Alice se interrompeu no meio da frase, prendendo a respiração ao olhar nos olhos de Isabella. Então ela arfou, deixando cair a bolsa no chão.

Estava acontecendo de novo.

Levei Alice para o banco mais próximo, deixando Isabella a três metros de nós. Ela não se preocupou em nos acompanhar, mas ficou parada lá.

- Alice? O que você está vendo?

Carlisle ensinou a todos nós, quando éramos pequenos, a sempre perguntar para Alice o que ela vê, quando tem uma visão. Nós perguntávamos, ela falava, e depois saía daquela transe. Mas agora não - ela continuava em silêncio, olhando para o nada.

- Alice? Alice, responda.

Nada. Eu estava começando a me desesperar.

- Alice, por favor, responda. O que você está vendo?

Nós estávamos fora do colégio, perto da floresta que fica em torno dele. Havia algumas pessoas ao longe, mas eu não queria estragar a impressão que elas tinham de Alice, causar vergonha à ela. A garota pálida como fantasma continuava ali, parada, só assistindo. Por que ela não fazia algo? Parecia estar se decidindo entre prestar socorro ou sair correndo, com aquela expressão sofrida.

- Isabella, você pode ajudar? Tem algo...

-Edward. - sussurrou Alice. - Edward.

- Eu estou aqui, Alice.

- Edward! Não! Não! 

- O que foi? Alice, o que você está vendo? 

Alice continuava paralisada, olhando para longe. Segui seu olhar, mas ela não estava olhando para ninguém e para nenhum lugar específico. De repente, começou a chorar. Mas sua expressão continuava neutra; só as lágrimas que escorriam. Isso nunca havia acontecido antes. Havia algo errado.

Isabella já não se encontrava mais ali.

- Alice! - gritei. - Olhe para mim!

Então ela olhou, e em seus olhos eu podia perceber o terror da visão que havia tido.

- Ela é perigosa, Edward. Ela vai te matar. Edward, fuja. Não deixe ela te pegar. 

- Quem? Quem é perigosa? Você está querendo dizer... Isabella Marie?

- Eu não posso perder você, Edward. Não deixe ela te pegar. - disse, e me abraçou, chorando novamente. Abracei-a mais forte.

- Ninguém vai me pegar, Alice. Eu prometo.

- Edward? - chamou Isabella. Virei-me, e ela estava bem ali. Como se tivesse nascido do chão. 

- Sim?

- Posso lhe acompanhar até a sua sala?

Por isso eu não esperava.

- Hãn... sim. Claro. Alice, você quer vir conosco?

- Não. Eu estou atrasada, minha sala fica longe. Tchau, Bella! - disse ela, animada novamente. O que estava acontecendo ali? Isabella sorriu timidamente para Alice e tomou o rumo da minha sala de Geografia, ao meu lado. Quando o silêncio estava ficando contrangedor, ela virou-se para mim e perguntou por quê eu e Alice a chamávamos pelo apelido.

- Desculpe. Prefere Isabella?

- Não, é que...  Bella está ótimo. 

Silêncio.

- Desculpe pela minha atitude na aula anterior. Você sabe como é... a TPM.

Não aguentei; tive que rir.

- Ah, sim. Tudo bem.

Ela sorriu, depois ficou séria. - O que a sua irmã tem?

- É  um pequeno problema com... visões. Mas, por favor, não conte para ninguém. 

- Por que?

- Porque foi muito difícil para ela na nossa última escola.

- E vocês se mudaram por causa disso?

- Sim.

- Ah. O que ela vê?

- Hmm... às vezes, coisas boas que vão acontecer futuramente. Às vezes, coisas ruins. Mas as visões mudam caso a pessoa que esteja nela mude alguma ação.

Ela franziu o cenho, depois balançou a cabeça. Com certeza não havia entendido nada. Ou havia, e me achava um louco.

- É fantástico. 

- É. Mas é ruim para ela, às vezes.

- Deve ser. - disse ela, de forma vaga. Quando meus olhos encontraram os seus, ela rapidamente mudou o foco. Apertava as mãos uma na outra frequentemente; estar ao meu lado a deixava nervosa, era o que parecia. Era um sacrifício para ela estar ali. Por que não ia simplesmente embora?

- Há algo errado comigo? 

Ela olhou para mim, espantada. Como se eu estivesse lendo as páginas do seu diário.

- O quê?

- Sempre que você está do meu lado, parece um pouco... ansiosa para sair. Desculpe, não foi o que eu quis dizer.

- Eu entendi. 

Silêncio novamente. Chegamos na sala, e virei-me para me despedir. Ela entrelaçou seus dedos nos meus e sorriu.

- Você pode me chamar de Bella, se quiser.

Tirei minha mão da sua rapidamente, escondendo-a atrás de mim. Ela estava muito gelada; foi como um choque.

Isabella virou-se, andando com passos perfeitos, distribuindo "oi" e "olá" para todas as pessoas e virando à esquerda. 

Eu já não estava entendendo mais nada.


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