Sweet Madness escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 4
Capítulo 3 - Despedindo-se


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!
Desculpem pela demora, nos falamos lá embaixo.
Tenham uma boa leitura.

Beijinhos



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Capítulo 3 – Despedindo-se

Era uma tarde de neblina; uma névoa úmida junto a um vento que incomodava as narinas e bagunçava os cabelos, mas mesmo assim, Isabella não foi impedida de sair. Ela estava atrasada e apressava o cocheiro para que seguisse o mais rápido possível para a mansão de Lorde Denali. Os cavalos negros, de pelos brilhantes, tanto pela raça do animal, quanto pela garoa fina que escorria, batiam os cascos velozmente contra as pedras e, após alguns minutos, contra um lamacento caminho.

Os portões da mansão estavam abertos e uma carruagem já era preenchida com malas e baús em sua traseira e cobertura. O cocheiro da senhorita Swan mal tivera tempo de abrir a porta, e a menina saltou e correu para dentro da mansão

— Senhorita Swan, bom dia.

— Oh, perdão, Lorde Denali. Posso subir? Quero despedir-me de Tanya.

— Claro.

O Lorde assentiu e ela correu escada acima. Muitas lembranças da noite anterior ainda assaltavam a sua mente e se misturavam naquele momento aturdido.

As carruagens chegavam, uma a uma iam parando em frente à entrada do castelo de Charlie Swan. Muitas senhoritas e jovens rapazes foram convidados para o grande début de Isabella Swan, Tanya Denali, Rosalie Hale e Ângela Weber. Do grande aposento em que as quatro jovens estavam, era possível ouvir a conversa animada e os musicistas tocando alto.

“Temos pouquíssimos minutos, queridas!” A Duquesa Renée as apressava, dava ordens às criadas e ajudava com as luvas e sapatinhos. Quando estavam devidamente apresentáveis com seus vestidos floridos e fluidos, elas foram anunciadas.

— Isabella Swan! — A voz de Tanya despertou Isabella.

— Eu quase não cheguei. Dormi poucas horas, mas felizmente Charlotte lembrou que eu queria estar aqui. — Ela abraçou a jovem. — Oh, vai ser tão triste, Tanya!

— Nos veremos logo. Não adianta discutir com o grande Denali, ele não irá mudar de ideia. — Tanya pegou as mãos de Bella e girou com ela pelo quarto. — Ainda consigo sentir-me dançando a valsa!

— Creio que Tanya deve ter bebido algumas taças do champagne, deve estar flutuando.

— Por falar em flutuar...

A apresentação tinha sido fantástica e as garotas estavam adoráveis. As quatro meninas ainda não tinham a devida permissão de dançarem na companhia de outras pessoas pelas próximas duas horas, mas divertiam-se a sua própria maneira.

“Depois do verdadeiro début, minhas caras, poderemos aproveitar a festa.” Ângela Weber sussurrou no meio do círculo que suas amigas formavam. Ela abriu uma pequena bolsinha de tecido e mostrou o conteúdo às amigas.

“És louca, Âng. Onde arranjaste estes embrulhos?” Isabella perguntara.

“Ora, Bella. Se sou louca, tu és ingênua. Como não sabes com o que teu pai faz fortuna?”

“Sei bem que não é de chá, Ângela Weber. Sei verdadeiramente que é um império demasiado obscuro e ilusório. Procuro apenas não meter-me nestes assuntos.” Bella explicara.

“Eu ouvi conversas.” Rosalie disse baixo. “Algumas damas e senhores foram a minha casa para o chá e os jogos. Ficou claro que elas consumiam o chá que o lorde Swan vende.”

“Então depois do début, após as doze badaladas, nos juntaremos na sacada para um brinde especial.” Rosalie sorriu e elas brindaram com as taças de refresco.

— Foi uma loucura, mas ainda consigo sentir aquilo. — Tanya fechou os olhos e moveu os braços como se fosse uma onda.

— Insano, para falar a verdade. Se minha mãe souber, acho que me manda para um internado do outro lado do oceano. — Isabella comentou baixo, sentando-se na banqueta estofada.

— Oh, besteira! — Rosalie riu. — Depois daquilo nós aproveitamos o baile muito mais. Londres não teve um début como o nosso. Já souberam que estamos nas colunas sociais?

— Não me diga!

— Sim, Queen B.

Ângela que estava apenas ajudando Tanya a colocar algumas peças num baú, remexeu algo na cama e encontrou o jornal com a coluna social sobre a qual Rosalie estava falando.

— “Lady G quem vos fala.” — Ângela leu. — “O Duque do chá finalmente apresentou a princesinha B. à sociedade londrina, ou devo dizer, Queen B? A senhorita Isabella Swan foi vista pintando e bordando no début, junto às lacaias. Será que agora as filhas perfeitas e princesinhas dos nobres lordes vão nos mostrar seu outro lado? Após este début, podemos esperar qualquer coisa.”

— Quem é Lady G? E Lacaias?

— Vamos, B. Todas sabemos que não importa, sempre nos verão como suas lacaias.

— Sei disso, Tanya. Infelizmente não controlo as fofocas que essa... Mexeriqueira faz! Mas não é o que importa agora.

— Mas uma coisa ela estava certa. — Rosalie sorriu, presunçosa. — Realmente foi o melhor début...

Quando a primeira badalada, das doze, começou a tocar, as quatro senhoritas desceram as escadas. Agora, e dali por diante, elas deixavam para trás a vida de criança e as travessuras que faziam; agora entravam num mundo em que contavam os dias para desfrutarem. E quando a décima segunda badalada tocou, elas pousaram os pés no chão e se prepararam para dançar a valsa com seus pais.

Isabella Swan estava estonteante, mal parecia a menina de algumas horas atrás. Seu vestido era escuro, azul, longo e cheio de forros. Algumas senhoras questionaram o juízo da menina e de quem deixou-a escolher aquelas vestes, pois não eram apropriadas.

“Deveriam ser mais claras. Aquela cor é para prostitutas. Todas elas estão erradas.” Uma velha cochichou.

Aliás, de fato, todas estavam estonteantes e mostrando que não estavam ali para ouvir os comentários da corte. E quando a dança acabou, as quatro foram para um lugar privado no castelo, desaparecendo de vista.

“Eu trouxe algo.” Isabella sorriu maliciosamente ao abrir uma caixa comprida e estreita.

“O que é isso?” Ângela perguntou, tocando o objeto fino, brilhante.

“Uma cigarrilha. E isso...” Ela mostrou dois compridos cigarros enrolados num papel branco. “É para nós.”

Ainda não acredito que seu pai mal percebeu. — Tanya comentou. — A propósito, foi muito bom.

— Na verdade, acredito que ele pouco se importa. Mas ele não sabe que peguei.

Isabella colocou o cigarro na cigarrilha e usou um fósforo para acender. Era a primeira vez que fumava aquilo, nem sabia as consequências e o efeito, mas queria fazê-lo. Tinha visto tantas pessoas entrarem e saírem de sua casa com cachimbos e cigarros, que precisava saber o que era o tal chá que seu pai dizia vender. Todavia, teve coragem apenas naquele dia.

Quando algumas cinzas caíram no chão, ela tragou. Tossiu a primeira vez, mas o fez corretamente na segunda. Nunca tinha feito aquilo, mas sabia que tinha que tragar depois deixar a fumaça sair.

“Minha vez!” Tanya pegou a cigarrilha e tragou. Vira Carmem, sua mãe, fazer aquilo várias vezes, esperava que ela mesma conseguisse. “É estranho.”

“É como uma viagem em sua própria cabeça, Tanya.” Bella murmurou, fechando os olhos e sentindo aquela coisa que ela não sabia nomear.

— Eu juro que só voltarei a pegar naquela cigarrilha numa ocasião especial. Não será tão cedo.

— Nem me fale, B. Minha cabeça ainda está rodando.

— Só voltarão a fazer o que, meninas? — Carmen Denali, uma senhora alta de traços hispânicos e longos e ondulados cabelos castanhos, entrou no quarto. Porém Carmen não era a mãe verdadeira de Tanya, na verdade era madrasta, pois sua real mãe falecera em seu parto.

Tanya engoliu seco. Será que Carmen havia ouvido a conversa? Estaria em apuros se o tivesse. Tinha certeza que lhe mandariam para o internato e não lhe tirariam de lá tão cedo.

— Olá, Lady Carmen. — Bella sorriu angelicamente. — Só voltaremos a nos ver dentro de meses, afinal estão trancafiando Tanya lá!

— Não é o fim do mundo, senhorita Swan. — O sotaque de Carmen fazia com que seus “r’s” soassem mais enrolados. — Está na hora.

Não foi preciso que mais serviçais buscassem bagagens, baús ou caixas, Tanya apenas pegou uma bagagem de mão, onde levava alguns pertences pessoais e deixou o quarto. As quatro meninas saíram de mãos dadas...

 O salão estava cheio e após a meia noite tudo parecia diferente, ainda mais depois de terminarem com aquilo que estavam fazendo. Tudo parecia mais mágico e brilhante. Sentiam-se donas do mundo.

“Quem é aquele?”

“Oh, não sei. Mas está próximo a alguém do círculo de amigos de seu pai.” Rosalie mostrou à Isabella um senhor que conversava com Charlie.

“Aquele é o Sr. Niemann. Amigo mais próximo de meu pai.” Bella comentou, enquanto andava de braços dados a Rosalie. O jovem próximo ao Sr. Niemann deu um breve aceno de cabeça.

“Deixá-lo-ei para você. Não me interesso por aquele tipo. Mas ele a viu...” Rosalie dizia baixo.

Quando Tanya parou em frente à porta da carruagem, uma lágrima escorreu de seus olhos. Ela não queria ir, não queria deixar Londres, não era justo!, tinha acabado de debutar. Carmen, sua madrasta, não queria deixar a menina ir, gostava em demasia dela e tinha lhe ensinado muito bem, não quis que Tanya tivesse uma educadora própria, ela mesma quis ensinar-lhe as artes da leitura e outras prendas.

Carmen Denali abraçou a enteada, abraçou com força e prometeu ir lhe visitar sempre que possível. Já quando Eleazar foi abraçar a filha, ela recusou o abraço e foi despedir-se das suas amigas.

— Vão me visitar?

— Sempre que pudermos. — Ângela sorriu.

— Tivemos uma noite perfeita...

Isabella deslizou pelo salão e foi apresentada a James Niemann, o jovem louro, de cabelos curtos e olhos misteriosos, que a encarava durante todo o baile. Assim, tiveram sua primeira dança. Isabella sentiu-se como uma verdadeira mulher.

“Isabella, certo?” Ele perguntou com os lábios próximos ao seu ouvido.

“Bella ou B., para os íntimos.” A menina respondeu, um pouco desnorteada pelo perfume do rapaz.

“E como poderei chama-la?” Ele inspirou aquele aroma delicioso de morangos e frésias, com uma delicada fragrância que ele não soube identificar. Era baunilha, mas ele não sabia e também não a esqueceria.

Tanya Denali deslizava pelo salão ainda sentindo aquela sensação estranha que o cigarro de Isabella tinha lhe proporcionado, e seu acompanhante, um jovem desconhecido, divertia-se tanto quanto ela.

“Lhe verei de novo?” Ele perguntou-lhe.

“Sinto muito, estarei partindo amanhã.” Ela desculpou-se.

“Nos encontraremos quando o destino permitir, senhorita Denali.” Então o belo rapaz, porém desconhecido, depositou-lhe um beijo na mão e deixou-a a sós.

Tanya despediu-se e entrou na carruagem, que imediatamente partiu a toda velocidade rumo ao porto a leste do país. Isabella e as outras duas ficaram observando a carruagem se distanciar e ficar cada vez menor, até que desapareceu de suas vistas. Bella perguntava-se como seria sem as brigas constantes com Tanya e as disputas que sempre travavam.

— Infelizmente preciso ir. — A carruagem que trouxera Isabella, já estava a sua espera. — Embarcarei esta noite para a Itália.

— O que vais fazer por lá?

— Estudarei artes em geral. O senhor meu pai acha que seria uma boa pedida antes de entrar em algum colégio inglês.

— Isso é perfeito! Meus pais estão exigindo que eu deixe de ter aulas em casa e vá para alguma escola, pois preciso de um ambiente propício aos estudos.

— Logo nos mandarão para um colégio de regime interno. Não duvido nada. — Ângela deu de ombros. — Tenho que ir. Rose, minha amiga, nos vemos em alguns dias.

— Até! Boa estada em Calais, aproveite o clima e a casa de veraneio. — Rosalie abraçou Ângela.

— Queen B. Nos veremos em breve, quem sabe em algum baile em Florença.

— Até mais ver e, — Bella dirigiu-se a Rosalie — até mais ver. Preciso ir. Tenha uma boa estada em Paris!

Não tardou muito até que Isabella estivesse de volta no castelo dos Swan. Ela também percebeu que a mansão estava movimentada, provavelmente seu pai estaria distribuindo ordens para seus serviçais, enquanto estivesse fora. Ela andou pelo salão principal, encontrando Renée, que checava o último baú que era colocado na carruagem.

— Olá, mamãe.

— Olá, querida. Como foi com Tanya?

— Terrível! Espero que não me mandem estudar na Suíça. Recuso-me a estudar fora!

— Não faríamos tal coisa, Isabella, além do mais, já está providenciado que estude em Londres.

— E Charlotte? — Ela olhou para a moça.

— Por hora, Charlotte será sua dama de companhia. Não quero que perambules sozinha pela cidade. Agora suba e verifique sua bagagem. Charlotte, mande preparar o banho de Isabella e uma roupa para a viagem.

— Sim senhora.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? :3

Aliás, qualquer semelhança com Gossip Girl não é uma mera coincidência. ;D Nossa Queen B da Era Vitoriana ainda vai aprontar muito. E vou aproveitar para responder novamente uma perguntinha que fizeram no review: "quando ela e o Edward vão se encontrar, ter um relacionamento e tal?". Bem, se eu contar não tem graça, certo? Mas não vai demorar, prometo. Mas também peço que vocês tenham paciencia, porque ainda muuuuita água vai rolar por debaixo da ponte, antes e depois que os dois se encontrarem.

Agora sejam boazinhas e deixem seus reviews, quero saber o que estão achando.

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Beijinhos,
N.