POV DAMON

Quando Amanda chegou ao bar, já estava tarde. Ela havia se atrasado, pelo menos meia hora.

Eu a vi entrar no estabelecimento, olhar em volta me procurando e quando seus olhos me encontraram abri um sorriso para ela, que acenou para mim.

Não pude deixar de notar no quanto a loira estava incrivelmente sexy. Eu nunca imaginei ela vestida com uma roupa parecida, mas sim, ela estava usando mesmo aquilo. Ela se aproximou, tirando a jaqueta que usava e pendurando nas costas da cadeira, deixando então seu belo corpo ainda mais a mostra. Usava uma saia prateada que me lembrava, por algum motivo, "Pele de pássaros" e uma espécie de blusa que deixava a mostra sua barriga reta e branca e também me dava uma visão melhor de seus seios fartos.

– Eu sabia que você era sexy, mas hoje você está... UOU! - brinquei, mas sem blefar.

– Nunca subestime o poder de Amanda Clark. - ela disse dando uma leve risada e então se sentou de frente para mim. - Você me mandou o endereço por sms. Fala sério, podia ter sido um pouco mais romântico e ter me buscado na porta do meu apartamento.

Dei de ombros. Ela continuou:

– Além disso, achei que o combinado era uma boate e não um bar. Eu lembro bem de ter dito "isso não será um encontro, Salvatore! Mas eu topo sair por diversão" - ela diz, com um sorriso se alargando.

– Topa sexo por diversão também? - eu não pude conter minha pergunta. Em seguida, soltei uma risada.

Amanda revirou os olhos. Prossegui:

– Bom, o que você não sabe é que atrás daquela porta há uma boate. - falei, apontando para uma porta afastada de todas as mesas.

Era verdade. O Rootop Bar Club, não tem esse nome á toa, sabia? Um bar aqui na frente, para os mais recatados e lá atrás uma boate das boas, para aqueles que vieram com o objetivo de realmente se divertir.

Amanda reuniu as próprias mãos e fechou os olhos como se estivesse fazendo um pedido a Deus. Ainda de olhos fechados implorou:

– Diga-me que lá não há strippers.

– E não há strippers. Mas há música, dança, álcool, barulho... consegue sentir o chão tremer sob seus pés?

– Eu não havia percebido antes de você falar. - Amanda deu de ombros. - Vamos tomar uma bebida antes de entrar na boate, ou não?

– Se você prometer não ficar bêbada, como da última vez que esteve comigo e bebeu. - debochei.

A loira ergue uma das mãos, chamando a atenção do garçom:

– Poderia nos trazer uísque por favor? Dois copos. Obrigada. - ela sorri gentilmente.

POV AMANDA

Eu e Damon estávamos tomando a terceira dose, eu acho. O álcool ainda não havia surtido efeito nenhum sobre mim, por mais que eu me considere fraca para bebidas. Então, Damon desviou sua atenção para o outro lado do bar e resmungou:

– Esse cara só pode estar me perseguindo!

Viro-me para olhar de quem ele está falando, por impulso e vejo um homem alto, de cabelos e pele clara, o que me lembrava um homem alemão. Seu olhar era misterioso e seu andar despreocupado. Ele se guiava até o balcão do bar, mas então nos avistou e caminhou lentamente até nós.

– Não gosta dele? - perguntei baixinho a Damon.

– Pelo contrário. - Damon responde antes que o homem nos alcance e quando o mesmo finalmente está próximo o suficiente, Damon o apresenta a mim: - Amanda, esse é Alaric Saltzman, alcoólatra e meu melhor amigo.

– Alcoólatra é uma maneira exagerada de se referir a mim. - Alaric diz sorrindo, por fim estende a mão: - Pode me chamar de Ric.

Pego a mão dele, o cumprimentando enquanto sorrio também:

– Sou Amanda. Amanda Clark. E caso um dia você encontre um apelido para meu nome, pode passar a me chamar por esse apelido. - falo e dou risada juntamente com Alaric ou Ric.

– O que veio fazer aqui? Me perseguir? - Damon indaga, mas Alaric não parece se importar e se senta na cadeira ao lado da do Salvatore. - Afinal, Jenna sabe que você veio aqui?

– Só vim beber um pouco. Não pretendo ir a boate. - Ric responde. - Espero não estar atrapalhando vocês dois.

– Imagina. - Damon diz ironicamente, forçando um sorriso e isso me faz morder o interior de minha bochecha, pois tenho uma quase incontrolável vontade de rir. A amizade dos dois chega a ser engraçada.

Respiro fundo antes de dizer algo, para evitar um acesso de risos em meio a minha fala:

– Não está atrapalhando nada. Só estamos bebendo um pouco. Você quer? É o melhor uísque que já tomei. - ofereço-lhe meu copo. - Mas tenho que parar por aqui ou ficarei podre de bêbada mais tarde.

– É realmente muito bom perceber que alguém nessa mesa tem modos. Obrigado, Amanda. - Ric responde-me e pega meu copo de minhas mãos, em seguida serve-se com um pouco da bebida.

Acabei de conhecer o cara, mas já estou gostando dele. Além de ser divertido, é atraente, embora eu creia que ele já está em compromisso, devido o modo com o qual Damon falou sobre a tal de Jenna saber se Ric estava ali.

O clima na mesa fica cada vez mais leve, enquanto Damon e Alaric ouviam atentamente o que eu dizia e entravam em acessos de risadas com cada palavra que eu falava. O mesmo acontecia comigo quando um deles abria a boca e eu devo dizer que a sensação de estar me divertido novamente depois de tanto tempo... é incrivelmente boa.

Uma hora se passa, até Alaric se despedir de nós e ir embora.

Damon paga a conta das bebidas consumidas no bar e juntos partimos até a porta fechada que "esconde" uma boate por trás.

Assim que a porta foi aberta, tive a visão do inferno, ou quase isso.

Na boate devia ter pelo menos metade da população de Nova York gritando a letra da música e dançando conforme a mesma, enquanto se entupiam de bebidas e até mesmo drogas.

As luzes estavam apagadas e qualquer iluminação provinha da pista de dança iluminada ou das pulseiras que brilhavam no escuro, além da luz negra.

– Querem beber alguma coisa? - uma garota que estava com uma bandeja de copos em mãos perguntou quando passou por nós.

Damon pegou imediatamente um dos copos sobre a bandeja, mas eu não o fiz.

O Salvatore me guiava pelo local escuro e só então percebi que minha mão segurava a dele com tanta força que talvez meus dedos estivessem brancos.

Não era o tipo de lugar que eu gostava de frequentar, mas eu estava afim de me divertir.

O que poderia acontecer?

Não sei, mas eu estava com uma sensação ruim. Uma sensação ruim que parecia dizer que algo horrível iria acontecer.

– Relaxe, Amanda. Até parece que você nunca esteve em um lugar como esse. - Damon grita para que eu o ouça, pois o som da música era muito alta.

Dou de ombros. Ele tinha razão.

– Vou pegar uma bebida mais forte. - grito para que ele me ouça também e o vejo assentir com a cabeça.

Me afastei de Damon e fui ao barman. Pedi alguns copos de tequila. Não consigo me lembrar o quanto eu bebi e depois de algum tempo eu já tinha desistido de procurar por Damon na boate enorme e escura, então apenas me misturei com todas aquelas pessoas que dançavam animadas ao som de alguma música do Calvin Harris. Dancei - ou pulei feito um hipopótamo raivoso - algumas músicas e bebi um pouco das bebidas dos copos de alguns caras que se aproximavam. Depois, decidi parar de fazer isso, antes que pegasse alguma doença lastimável de um desses rapazes e voltei ao barman.

– Um uísque, por favor. - pedi.

– Uma vodca. - disse uma voz que eu reconhecia muito bem.

Era ele. Anthony Smith estava do meu lado. Eu tinha certeza e mesmo assim fiz o ato ridículo de me virar para checar se era verdade.

Era ele.

Era Anthony Smith.

Era meu ex-noivo.

~x~

Notas Finais. Leiam. Urgente. Go.