A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 29
Fazendo o Inferno




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Pov. Lauren

—Eu juro, vou matar essa garota. - Ágata gritou.

Ela estava andando de um lado para o outro impaciente.

Já faziam 5 dias que Elizabeth estava aqui. E digamos que ela realmente estava dando vida a frase " vou fazer da vida de vocês um inferno"

—Não podemos fazer nada com ela ainda. - Ícaro resmungou tão estressado quanto ela.

—Acho que nem o diabo gostaria de passar um tempo conosco... - sussurrou Cíntia deitada em um sofá.

Estavamos na sala esperando Liza terminar o seu show. Como é possível assassinar 8 vampiros em 2 dias?

Pois é, era exatamente o que ela tinha feito.

—Se tivessem me ouvido nada disso estaria acontecendo - falei cruzando os braços. - Vocês a deixaram 5 dias sem nenhum tipo de comida ou sangue, o que esperavam?

Ágata me olhou confusa e se levantou vindo em minha direção.

—Esta defendendo aquela híbrida que roubou você?

Eu engoli em seco com sua pergunta insubordinada.

—É claro que não. - disse me afastando dela - Só acho que se dessemos algo para ela comer, talvez ela pararia com o show, e nós teríamos um minuto de paz.

—Você não compreende Roller - constatou Ícaro - Se dermos comida a ela, esse demônio continuara ativo. Queremos ela vulnerável, fraca, se possível inconsciente.

—Bom, pelo jeito não está funcionando - falei

—Não estou lhe entendendo Lauren - Ágata ainda me encarava - Não é você que a odeia e despreza por estar com seu colar?

O colar que eles também queriam, vale ressaltar.

— A única coisa que eu quero, é que essa maluca pare com a gritaria infernal. E você Ágata... - disse olhando bem pra carinha de sonsa dela. -  Pare de ficar colocando coisas na minha cabeça. Nada me impede de enfiar minhas garras no seu pescoço. Eu sou mais velha e mais forte que todos vocês. Fique longe do meu caminho ou eu te apago.

Dei meu recado e sai da sala deixando ela com cara de idiota. Mais um minuto no mesmo ambiente que essa mulher e eu a mataria.

Elizabeth estava fora de controle. Devia estar possuída ou algo do tipo.

Só sei que eu estou com vontade de entrar naquele quarto e desmontar ela todinha na porrada.

Ela estava gritando a mais de 24 horas sem parar nem pra respirar. Não há um comodo habitável nesse maldito castelo.

Sem contar que ela já matou 8 dos nossos vampiros que mandamos para tentar deixa-la inconsciente, os que sobraram, fugiram. O plano de Ícaro de deixa-la sem comida para enfraquece-la não estava dando certo.

Agora sobraram apenas nos 4 aqui. Eu não sei quanto tempo vou aguentar esse inferno.

Preciso tentar fazer alguma coisa para para-la.

Já da porta de seu quarto parecia que eu ia ficar surda de tanto que ela gritava. Abri a porta com ódio, ela estava sentada no canto do quarto, encostada na parede e abraçada aos joelhos, gritando.

—SERÁ QUE DÁ PRA VOCÊ CALAR ESSA MALDITA BOCA?! - Gritei também.

Elizabeth levantou sua cabeça lentamente para me olhar. Estava mais pálida que o esperado, seus olhos estavam fundos e cansados.

—Não, não dá - disse rouca, e quando eu percebi que ela voltaria a gritar, me ajoelhei perto dela segurando seu braço.

—PARA!- exclamei e ela me encarou. - EU FAÇO O QUE VOCÊ QUISER, SÓ PARA COM ESSA MERDA!

Então ela se calou.

Tombou a cabeça na parede e deixou os joelhos escorregarem para o chão. Ela respirou fundo antes de falar com a voz rouca e enfraquecida.

—Sangue - pediu - Sangue humano, agora.

—Eu não vou dar sangue humano a você... - Disse cruzando os braço.

—Tem certeza? - perguntou erguendo uma sombrancelha como se me desafiasse.

—Eu não posso.

—AAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH - e começou a gritar de novo.

—Eu vou mata-la. - Respirei fundo e ela continuava na gritaria - Ok, cala essa boca e eu vejo o que posso fazer.

Então ela parou de novo e deu um meio sorriso colocando a mão na cabeça. Fechou os olhos como se estivesse passando mal, sua respiração acelerada, e sua boca estava branca.

—Se tiver como ir depressa, eu agradeço. - ela falava tão baixo que estava difícil ouvir. Ter gritado tanto acabou com a voz dela.

—O que você tem? - perguntei estranhando seu estado deplorável.

Ela estava realmente fraca demais para apenas 5 dias sem sangue. Não era para ela estar assim.

— 5 dias sem sangue, sem comida, sem água. O que acha que eu tenho?

—Tenho certeza que já ficou mais de 5 dias sem os dois e não ficou assim - disse chegando perto e tocando sua face que estava gelada. - Acho que você está morrendo...

—Provavelmente estou. Se não me trouxer sangue, vou ter que te matar você e beber o seu.

—Quando eu voltar, vou querer saber o que está acontecendo. - exigi a ela.

Sai do quarto intrigada. Fui até a cozinha na surdina, evitando os 3 irmãos que insistiam em me vigiar.

Mas pelos meus sentidos eles estavam bem longe e aproveitando o silêncio repentino que Liza deu.

[...]

Quando retornei ao quarto, a Cullen estava deitada na cama, parecendo um defunto em decomposição.

Eu entreguei a ela um saco fresco de sangue humano.

—Agora me diz - ordenei.

Ela me ignorou por segundos bebendo cada gota que tinha ali.

Era estranho ver como seu corpo meio humano meio vampiro reagia a isso. Como era sangue humano, seus olhos foram ficando vermelhos conforme ela se alimentava.

Aos poucos a cor ia retornando a sua bochecha, boca e as olheiras iam desaparecendo.

—Não devo nada a você - resmungou jogando o saco vazio no chão.

—Ah deve sim. Porque se não falar, essa vai ser sua última refeição.

—Porque se importa?

Porque? Eu também não sabia.

—Você parecia um defunto a 10 minutos atrás, e por mais de 24 horas não parou de gritar. Estranhamente, eu não acho que isso seja só para nos irritar.

Ela respirou fundo olhando em volta. A cada minuto que passava ela parecia mais com ela mesma, do que com a morta viva que achei aqui.

—Foi difícil escutar alguma coisa, não foi? - ela perguntou.

—Impossível.

—Ótimo - ela levantou e olhou pela janela tensa. Depois me encarou. - Agora escuta.

Eu franzi o cenho sem entender do que ela estava falando.

—Escutar o que?

—Shii - ela pediu e se aproximou um pouco mais de mim apontando para si mesma - Em mim. Presta atenção, escuta.

Eu revirei os olhos sem entender, mas me concentrei.

Olhei para ela e podia ouvir o sangue correndo em suas veias, seus órgãos, seus músculos tensos, seus corações...

Corações?

Eu dei um salto da cama assustada.

—O que é isso? - perguntei olhando pra ela.

—O que acha que é? - ela revirou os olhos, mas ainda continuava tensa.

Eu podia ouvir agora com mais clareza. Eram dois corações ali dentro, batia forte e ritmado, pulsando mais rápido que o dela.

—Começou a bater ontem de manhã. - contou apreensiva - Fiquei com medo de ouvirem. Então... Gritei para abafar o som.

Eu ainda estava estática com essa notícia. Isso era loucura.

—Grávida? Durante uma batalha que pode matar você e meu irmão? Sério?

—Você acha que eu não sei disso?

—Eles vão matar você - disse me desesperando, sem imaginar que aquilo me preocuparia. - Nicolas já sabe?

—Eu não sei - ela deu de ombros - Não tive tempo de contar a ele...

—Eles não podem saber. Vão matar você.

—Por isso preciso sair daqui - disse desesperada. - E você vai me ajudar a fugir.

—Como é, que é?

—Isso mesmo, você é a tia. É a sua obrigação.

—Cullen, esqueceu que eu sou a vilã dessa história? Estou me arriscando demais por estar aqui falando com você e ainda te dei sangue...

—Para com esse discurso, sua voz me enjoa... - disse pondo a mão na barriga.

—Eu te odeio. Como pode me obrigar a te ajudar?

Eu estava indignada com o destino, que inferno.

—Você não entende Lauren. - ela esbravejou. - Minha irmã sabia sobre a gravidez. Todos devem estar atrás de mim agora. Acha mesmo que Nicolas não entraria aqui para me salvar? Estou gerando outra geração da sua família...

—Isso não está acontecendo... - coloquei a mão na cabeça meio tonta.

—Eles podem aparecer a qualquer momento, vão matar todo mundo. Não é mais sobre os Volturi e os Headkros. Sua família está no meio agora e a minha também. Em que lado vai ficar quando o circo pegar fogo?

Ela é minha inimiga. Eu não deveria ajuda-la, deveria ir agora mesmo até os Headkros e contar tudo a eles.

Mas não da. Argh!

Ago em mim me impede de fazer isso. Afinal, esse bebê é minha família também, não é?

—Eu não tenho mais ninguém agora, só posso contar com você Lauren. É seu sobrinho. - ela disse - Vai me ajudar a sair daqui ou não?

Eu estava em choque pela saia justa que ela me colocou. Eu não sou a pessoa que ajuda, que é condescendente ou essas merdas. Eu sou a vilã, ela não entendia isso?

Cada vez que eu brigava internamente comigo, eu escutava o som do coração desse bebê em meus ouvidos, tão forte como de um humano.

Ok. Eu devia isso a Nicolas e Lucinda, por tudo que causei a eles.

—Vamos fazer um trato - ela disse vendo meu conflito interno - Me ajuda a escapar e te dou o colar.

A encarei mais pasma ainda.

—Não brinca comigo.

—Não estou. Mais nada é importante pra mim agora do que esse bebê e o seu irmão. Eles são a minha família agora. Me ajude a fugir e depois, só depois que eu estiver longe daqui, te entrego o colar. Eu prometo.

Eu estava perto de conseguir o que eu sempre quis, porque eu não estava feliz?

—Vou pensar em um plano - disse me levantando e vendo o alívio em seus olhos. - Não vai ser fácil e pode demorar. Mas não vou deixar vocês passarem fome nesse tempo. Assim que eu tiver um plano, eu aviso.

Espero não me arrepender disso.

—Só pra constar, vou continuar infernizando vocês. E continuarei te odiando independente de tudo.

—É recíproco.

Sai do seu quarto intrigada com a aliança que eu acabara de formar do jeito mais inusitado possível.

Agora, como vou tirar essa garota daqui?

 


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Notas finais do capítulo

(E)