A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 30
Sacrifício




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—Preciso que arranje um jeito deu falar com a minha família - Elizabeth pediu enquanto comia um sanduíche como se estivesse comendo uma picanha.

—Sem chance, muito arriscado.

—Eles devem estar preocupados. Já vai fazer 10 dias que estou aqui.

—Faltam só 2 dias para a Lua cheia. Nicolas vai te encontrar, relaxa.

—Eu não vou relaxar coisa nenhuma. O coração desse bebê está batendo mais forte a cada dia. Eles vão desconfiar uma hora. - disse gesticulando com as mãos no ar.

—Já disse pra você relaxar inferno - odiava quando ela me enlouquecia - Só 2 dias, tem como sossegar por 2 dias? - perguntei suplicante e ela deu um largo sorriso de quem não ia colaborar.

—Você sabe que não. Vou arranjar um jeito de falar com eles, com ou sem sua ajuda, sabe disso não é?

Eu quis soca-la quando ela sorriu sínica.

—É eu sei, tenho medo do que vai fazer pra conseguir isso, já que infelizmente não poderei impedi-la. - disse pegando a chave de seu quarto. - Ícaro quer falar conosco.

—Falar o que? - perguntou preocupada.

—Não sei ainda, mas preciso ir. Ele pode estar desconfiado. - disse indo até a porta - Pode ser que ele venha visita-la hoje. Então, não pareça disposta, nem alimentada sabe...

—Droga. - escutei o murmúrio dela enquanto trancava a porta do seu quarto.

Saindo de lá fui até a sala de reuniões que ficava alguns andares abaixo. Quando cheguei, Ícaro, Ágata e Cíntia já me esperavam.

Como eu odiava esses 3 e esse falso poder que eles insistiam em achar que tinham.

Como submeti a isso?

—Lauren, está atrasada - Ícaro disse e me limitei a ignora-lo - Como esta a nossa garota?

—Bem - respondi sem pensar e todos me olharam. - Bem mal. Quase morta eu diria.

— Diga logo o que quer Ícaro - Ágata pediu.

—Quero começar logo o nosso ataque surpresa. - Ele tinha em suas mãos um tipo de caixa, com um pano preto em cima dela.

—O que é isso? - Questionei quando aquele troço se mexeu sozinho em sua mão.

Ícaro sorriu empolgado.

—É a nossa ajuda. - Então ele tirou o pano e mostrou uma gaiola, que tinha um pombo dentro.

—Mas que merda é essa? - perguntei sem entender nada.

—Ora, você me disse que a garota é vegetariana. Então pensei que poderia conseguir arrancar algo dela com isso. - disse balançando a gaiola e o pombo se debateu levantando um cheiro horrível. - Ela já está a quase 10 dias sem comer. Vai funcionar. - disse cobrindo a gaiola novamente.

—Isso é idiotice - sussurrei pra mim mesma. - Não acho uma boa ideia.

Eu precisava parar aquela loucura.

—Não me importa o que você acha. Eu vou até la e suborna-la, vou arrancar informações dela.

—Ícaro, espera... - tentei chama-lo.

Mas ele já estava longe e decidido a fazer essa loucura. Eu não podia interferir mais, Ágata e Cíntia já me olhavam desconfiadas.

O jeito é cruzar os dedos e torcer para não dar merda.

[...]

Pov. Liza

Depois que Lauren saiu eu dormi. Era só o que eu fazia, chorava e dormia.

De repente ouvi a porta do quarto se abrir e sabia que não era a nojenta da minha cunhada.

—Elizabeth - ouvi a voz de Ícaro chamar meu nome. - Vim vê-la. Olha o que trouxe para você.

Na mesma hora eu senti um cheiro horrível invadir o quarto. Sentei na cama desconfiada.

Ícaro estava sentado em uma poltrona bem a minha frente, com um troço sobre suas pernas coberto por um pano preto.

—Esta com fome Liza? - ele perguntou e eu continuei calada, olhando dele para o negócio fedido.

Então ele tomou a pior decisão da vida dele, descobriu aquele negócio. Era uma gaiola, com um pombo dentro.

Ai que merda.

Eu não consegui esconder minha cara de nojo ao ver aquele bicho asqueroso. Meu estômago embrulhou e eu tive que prender a respiração.

Eu odeio pombos, eu definitivamente odeio pombos! Aliás, sempre tive pavor de pombos.

Eu estava segurando um travesseiro na frente da barriga para tentar abafar um certo som, sabe.

—Esta tão quieta querida - disse sorrindo.

—Esperava o que? Uma faixa de boas vindas? - sussurrei para interpretar a moça debilitada.

Ele pareceu satisfeito com minha resposta.

—Esperava exatamente o que estou vendo - acariciou a gaiola enquanto o pombo se debatia - Uma garotinha humana, fraca e frágil.

Eu quase ri nessa hora.

—Que bom que alguém está feliz por aqui.

—Esse seu sofrimento pode acabar - ele balançou aquele troço de novo e eu achei que fosse vomitar.

O cheiro veio tão forte, a náusea também, eu tive que por a mão na boca pra me segurar.

—Não está com fome?

Ícaro se levantou vindo até mim e eu automaticamente virei a cabeça para o lado, entrando em desespero por dentro.

Ai que inferno, o que ele queria com esse pombo perto de mim?

—Não fale comigo - falei levantando e me afastando dele, enquanto segurava o travesseiro na barriga.

—Eu posso te ajudar a saciar sua fome, contanto que me ajude.

— O que você quer de mim?

—Conte-me sobre a guerra. Quais são os planos da sua família?

Eu o encarei agora entendo o que ele queria.

Ele estava me subornando com um pombo? E não era nem um pombo branco e bonitinho que simbolizava a paz. Era aqueles pombos feios de esquina de padaria.

—O que?

—Eu quero detalhes, quantas pessoas estão envolvidas? Quantos vampiros especiais? Quais as estratégias...

—Esta brincando comigo? - o interrompi indignada - Passou mesmo pela sua cabeça que eu iria entregar minha família por um miserável de um pombo?

—Você não é vegetariana? - perguntou sem entender.

—Diz pra mim que tem câmeras aqui e que estou em uma pegadinha do Gugu? - falei jogando o travesseiro no chão irritada - Da próxima vez que quiser me subornar, traga algo melhor do que um pombo. Tipo um leão da montanha ou um urso.

—Como? - ele realmente estava confuso.

Eu me estressei com aquela cara de pau dele e o peguei pela camisa, e o arremessei na poltrona, onde ele caiu sentado.

Ele arregalou os olhos furioso.

—Você... Está forte?!

—É, estou.

—Vou mandar prende-la no calabouço. - disse tentando se levantar de novo.

Antes que ele se colocasse de pé eu o chutei no peito novamente, e ele caiu no chão.

—Vai merda nenhuma. Porque se fizer isso eu arranco fora o seu pinto - eu estava descontrolada.

Peguei o candelabro ao lado da cama e joguei na direção dele, que caiu fincado no chão entre suas pernas, poucos centímetros de seu pênis. Um pouco mais pra cima e eu o tinha decepado.

Ele engoliu em seco me encarando.

Sim, eu não deveria, mas eu fui até ele e coloquei minha mão naquele lugar horrível, apertando com força e o fazendo se contorcer.

—Achou que eu não faria? - perguntei rindo.

—Você é uma psicopata.

—Eu sou muitas coisas, psicopata é só a primeira da lista... - Quando percebi que ele tinha um celular no bolso, rapidamente bati a cabeça dele tão forte na parede que ele desmaiou.

Eu até achei estranho.

Ele não era um Headkros? Aquela família forte e poderosa que os Volturi temiam? Agora ele parecia apenas um inseto indefeso pra mim...

Peguei o celular dele e quando levantei e me olhei no espelho, percebi o porque foi tão fácil apaga-lo.

Meus olhos estavam dominados e eu nem percebi.

[...]

Pov. Nicolas

Meus últimos dias tem sido resumidos em agonia e desespero.

Ninguém falava diretamente comigo porque eu estava insuportável, estava preocupado e minha preocupação se transformava em estresse e raiva, o que faziam as pessoas se afastarem.

Hoje Carlisle estava empenhado em começar as buscas por Elizabeth, mas eu não estava no clima para suas reuniões.

A lua cheia parecia não chegar nunca, me sentia impotente e culpado.

Isso nunca devia ter acontecido.

—Tudo bem? - lucy perguntou me vendo absorto na minha culpa, mais uma vez.

—O que você acha? - respondi sem nem olhar pra ela.

Não posso imaginar a hipótese de perder Liza por um descuido meu. Se ela morrer, com certeza me levara junto. Não há razão para eu continuar aqui sem ela.

E a gravidez, nosso filho... Tudo isso me torturava a cada minuto que passava.

Eu pude ver a tristeza rondar essa casa durante esses 10 dias. Minha cabeça se enchia de possibilidades ruins que eu torcia para não estar acontecendo.

Jasper coitado, tinha se mantido muito cansado tentando acalmar Bella e Edward, que tinham um surto atrás do outro.

Renesmee e minha família, principalmente Lucy, estavam me vigiando para que eu não fizesse nenhuma loucura.

Até mesmo os Volturi estavam preocupados e cooperando conosco. Eles já tinham colocado atrás dela várias de suas tropas, espalhando seu cheiro entre eles para que a achassem mais depressa.

—Estou bem Lucinda - menti vendo minha irmã continuar me encarando.

De repente meu celular começou a tocar. Quando olhei era um número desconhecido.

Atendi curioso.

—Quem é?

—Nicolas! - ouvi sua voz agitada - Nicolas, é você?

—Elizabeth - quase gritei ao ouvir sua voz. Um sorriso abriu em meu rosto sem que eu pudesse controlar. Todos correram em minha direção quando ouviram o nome dela. - Meu amor, onde você esta? Esta bem? Esta machucada?

—Calma - ela pediu - Estou bem. Mas preciso que venha me buscar, o mais rápido possível.

—Eu vou, vou agora, onde você esta?

—Ahn, Itália - ela murmurou - Na sua antiga casa.

—O que?

—Por favor, eu não tenho muito tempo, preciso que venham logo, eu tenho um plano.

—Como conseguiu me ligar?

—Quase arrancando o pênis do Ícaro. Mas ta de boa.

—Ta de boa? - perguntei chocado. - Elizabeth!

—Droga ele está acordando. AAAAAAAAH! - Ela gritou me assustando. - Merda agora o pombo está saindo da gaiola. Preciso desligar. Te amo!

Então do nada a ligação ficou no mudo, e eu fiquei sem entender nada, porém aliviado por ela estar viva.

—Era ela? - Renesmee perguntou animada.

—O que ela disse? - Edward se aproximou.

Eu respirei fundo repassando nossa conversa mentalmente.

—Ela esta bem, esta na Itália. Disse que tem um plano. Quase arrancou o pênis do Ícaro para conseguir fazer a ligação. E aparentemente o pombo esta saindo da gaiola.

—E por isso que eu amo a Liza. - Renesmee estava pulando - Com ela nada faz sentido.

—Agora temos esperanças - Esmee disse aliviada.

—Sempre tivemos. - Bella disse tão feliz quanto o resto de nós.

— Agora já temos o destino. Ela disse para nos apressarmos. Eu não quero esperar mais um minuto se quer... - disse ansioso.

—Onde ela está, especificamente? - Lucy perguntou.

Eu olhei para minha irmã ainda perdido nessa informação, e engoli em seco.

—Ela está em em casa - respondi.

Lucy entendeu o que eu disse e parou de respirar na mesma hora. Nos sabiamos o que aquilo significava pra nós.

—Em casa? - repetiu em forma de pergunta e eu assenti com a cabeça.

Era o último lugar que eu queria voltar agora. Mas eu iria, farei qualquer coisa para salvar a vida dela.

Elizabeth tem um plano, e eu também tenho.

 


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Notas finais do capítulo

(E)