A Elfa Escarlate escrita por Koda Kill


Capítulo 9
Cadman vs Will, os dois a 80km quem é o pior


Notas iniciais do capítulo

Qual será o castigo que a elfinha vai receber do professor?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/377234/chapter/9

 

Ava veio correndo ate mim assim que o professor liberou a turma e segurou forte meu antebraço.

— Ai – Reclamei resistindo ao seu puxão

— Pode me contar tudo agora mesmo. – Seu olhar estava maníaco. Isso que era gostar de fofocas. Ela deveria considerar criar um jornal para a escola, dava pra ver que tinha nascido pra isso.

— Espera ai! – Protestei enquanto ela tentava me arrastava para fora do centro de treinamento. – Não posso ir agora

— Você não vai escapar dessa Luna – Pra alguém do seu tamanho ela tinha muita força eu devo admitir.

Nesse momento praticamente todo mundo já tinha ido embora e Will dispensava as últimas ninfas que arranjavam desculpas pra se demorar perto dele. Se eu não estivesse tão ocupada tentando convencer Ava a me soltar eu teria revirado os olhos até eles rolarem pra dentro do meu crânio. Eu estava realmente exausta, mal tinha forças pra resistir. Será que se eu fugisse seria ainda pior? Talvez não. Acabei cedendo um pouco a pressão. Quem sabe se eu saísse bem rápido ele nem percebesse ou se esquecesse de mim! Hey, a minha habilidade de ser inisível tinha que servir pra alguma coisa certo? Eu realmente queria acreditar nisso, porém não tive tanta sorte. Estava quase chegando na porta quando Will pigarreou.

— Luna? Pensei ter dito para você ficar após a aula – Nós duas paramos. Ava se virou com uma expressão de surpresa disfarçada. Eu fiquei de costas para Will alguns segundos esperando pra ver se eu morria de repente ou algo assim. Não tive tanta sorte. Virei lentamente e o encontrei de braços cruzados e sobrancelha arqueada. Minha queridíssima colega de quarto me encarou e eu podia perceber as engrenagens do seu cérebro girando sem parar.

— Você deu sorte dessa vez, mais tarde nos vamos conversar. – Serio as vezes parecia que ela era minha namorada ou algo assim. Ate mesmo senti um calafrio na minha espinha, essa garota podia ser assustadora quando queria. Sorri sem jeito e dei de ombros discretamente pra ela.

— Poxa é verdade, desculpa acabei esquecendo. – Menti descaradamente afinal, porque não ne? Me aproximei relutante de sua carranca fedida. Tá certo, claro que ele não era fedido. Na verdade seu perfume era tão forte que tinha ficado na minha roupa e eu ainda conseguia sentir ao longe. Estava começando a sentir bem de perto também agora que estava próxima dele.

— Sei – Disse ele com a cara fechada. – E então você tem algo a me dizer? – Encarei-o por alguns segundos.

— Não entendi – Vi seu maxilar travar de raiva enquanto eu me fazia de sonsa e tentei segurar o riso, pelo menos eu estava conseguindo deixa-lo irritado. Se ele achava que eu ia pedir desculpa depois daqueles comentários ridículos ele estava completamente louco.

— Sabe, eu não sabia que era socar, puxar briga e morder o professor eram condutas comuns aqui no instituo, me pergunto o que o diretor irá achar disso... – Meu queixo quase caiu, não, na verdade caiu mesmo. Senti meu rosto ficar vermelho e comecei a suar frio. Ele estava blefando certo?

Nesse momento as palavras de Ava de que ele e o diretor eram amigos me vieram a mente. Com a sorte que eu estou essa semana é capaz de eu acabar morrendo antes mesmo que eu possa dizer sábado. Percebi seu olhar se desviar rapidamente para a mordida no meu pescoço. Rá, quero ver contar isso boboca. Ele estava se divertindo em me ver sofrer. Hans jamais faria algo assim.

— Bom, você não precisa contar pra ele, não é mesmo? Eu nem mesmo sabia que você era o professor – Justifiquei.

— Eu ainda não escutei nenhuma retratação sua – Disse ele se aproximando de mim para me intimidar e me olhando de cima. Não me mexi e sustentei seu olhar. Até parece! Ele quem começou! Seu olhar amarelo era intenso, quase como olhar uma cobra nos olhos, parecia que ele te puxava para um buraco negro sem saída. Será que ele podia usar os olhos pra enfeitiçar pessoas? Desviei o olhar rapidamente o olhei para o lado emburrada. Com o canto do olho vi que ele deu uma risadinha e se afastou.

— Certo, já que prefere dessa forma vou te passar uma detenção. A partir de amanhã e por uma semana você deverá vir ao centro todos os dias por duas horas. Dispensada. – Eu o encarei incrédula. Ele mal tinha começado e já estava me dando detenção? Meu queixo caiu novamente.

— Mas... – Comecei a protestar

— Eu disse dispensada. – Seu olhar se tornou ameaçador. Ele até mesmo parecia ter uma aura o envolvendo. Credo.

Minha boca abriu e fechou algumas vezes enquanto eu lutava contra o meu próprio cérebro. Fechei a cara. Ele me estendeu o recibo com a hora da minha morte, digo, com a ficha da detenção e me aproximei arrancando o papel da sua mão com raiva, mas sem dizer nada. Do jeito que minha sorte estava eu realmente não deveria abusar dela. Tudo que eu queria agora era tomar um banho e desmaiar na cama. Então que seja. Sai dali o mais rápido possível, que homem mais intragável.

Sabe, beleza não é tudo mesmo. Eu só queria voltar para os braços do Yuri e dormir até amanhã, pensei com tristeza. Quer dizer, eu estava sem sorte mas também não preciso de pensamentos suicidas. Tratei de expulsar aquilo da minha mente. Porem a tristeza resolveu permanecer mais um pouco. Enquanto eu caminhava pelo corredores apinhados do instituto em direção aos dormitórios a raiva ia saindo do meu corpo vencida pelo cansaço e só me restava muita tristeza.

— Isso no seu pescoço é uma mordida? – Perguntou o idiota do meu ex que estava escorado na parede próxima à entrada dos dormitórios.

— Isso não é mais da sua conta.

— Não sabia que você era tão devassa. – Disse ele com um risinho.

— Disse a pessoa que me traiu e transou com outra. – Revirei os olhos e tentei passar, mas ele bloqueou meu caminho. Suspirei cansada

— Sabe se você tivesse sido menos pudica talvez eu nem tivesse te traído. Um homem tem suas necessidades.

— Não estou nem aí pras suas necessidades. – Encarei-o com desprezo. – Me deixa passar.

— Quem deixou essa mordida, hein Luna? – Apenas o encarei. Até parece que eu contaria pra ele de todas as pessoas.

— Tudo bem, não conte. Eu vou descobrir de qualquer forma.

— Você está me ameaçando?

— Claro que não amor, só estou cuidando do que é meu. – Disse segurando meu queixo. Espantei sua mão com um gesto brusco.

— Não sou sua propriedade. – Passei por ele empurrando-o com os ombros e andei rapidamente até meu quarto. Nossa o que eu tinha visto nele em primeiro lugar? Não sabia mais responder. Só queria desabar na cama e dormir o resto do dia. Mas também não tive paz no meu santuário particular.

— Ou você desembucha agora mesmo ou eu juro que você não vai ficar viva até o amanhecer. – Essa foi a minha recepção calorosa, eu estava mesmo no fundo do poço. Já não conseguia nem mesmo disfarçar. Por favor, faça isso. Me mate e me poupe do trabalho. Senti meus olhos marejarem. – Nossa você está com uma cara péssima

— Obrigada – Falei sarcasticamente enquanto me jogava na cama.

— Devo ficar preocupada? – Certo, não era isso que eu queria. Se ela suspeitasse demais e descobrisse sobre Yuri, sabe se lá o que ela poderia fazer. E se ela fofocasse sobre isso com outras pessoas?

— Não foi nada demais, só uma briga idiota. Esse professor é intragável. – Revirei os olhos.

— Detalhes por favor – Disse ela enquanto penteava os cabelos.

— Eu estava de mau humor e ele veio encher meu saco com comentários machistas e ainda veio falar merda sobre o Hans pra mim – Falei raivosa enquanto massageava a testa – Eu perdi a cabeça, eu nem sabia que ele era o nosso professor! Eu devia ter desconfiado quando esbarrei nele no alojamento dos professores, mas ele parecia tão novo, como eu ia adivinhar!

— Espera ai, você estava no alojamento dos professores? – Falou em choque. Eu e minha grande boca. E era assim que ela conseguia arrancar tudo de mim. E dos outros também. Nesse ritmo eu ia acabar entregando o que aconteceu naquela casa abandonada. Cerrei os dentes, isso não podia acontecer.

— Eu entrei escondido pra ver o Hans, idiota eu sei. – Dessa vez pelo menos ela não falou nada. Acho que se sentia mal porque sabia o quanto eu gostava dele. – Então eu parti pra cima dele. Mas eu não conseguia acertar nenhum golpe. Demorou horrores pra eu conseguir acertar um soco naquela cara presunçosa. Ai ele me derrubou no chão e me prendeu. Pra me soltar eu meio que mordi ele. – Coloquei as mãos no rosto morrendo de vergonha, parecia tão idiota agora que eu falava em voz alta. Era difícil para Ava ficar calada, mas ela devia estar em choque total porque demorou uns bons minutos antes de falar.

— E a mordida no seu pescoço...

— Foi ele descontando a mordida que eu dei. – Me aproximei do espelho para dar uma olhada no estrago. Ela se abanava com uma expressão devassa no rosto.

— uau – Foi tudo que ela conseguiu dizer. Eu deveria ganhar um prêmio por conseguir fazer Ava calar a boca, um feito nunca antes alcançado.

— Massa, tá super visível. – Revirei os olhos resistindo a tentação de colocar as mãos na cabeça novamente em puro desespero. – E ainda vou ser obrigada a aturar ele todos os dias por uma semana porque o idiota me colocou na detenção. – Falei sem forças até mesmo para continuar com raiva. Cai novamente na cama e lhe entreguei o papel. – Eu nem sabia que ele era o professor! Isso foi totalmente desnecessário. E foi ele que começou!

— Sabe eu não acharia nada mal ter que ver aquele gostoso todos os dias. – Disse ela com um sorriso perverso no rosto e o olhar distante.

— Ava! – Disse revoltada. Ela apenas sorriu.

— Mas, como você está em relação ao Hans? - Perguntou ela preocupada. Eu não aguentava aquele olhar de pena. Virei o rosto e tentei segurar as lágrimas. Não conseguia me permitir pensar sobre isso.

— Não consigo pensar nisso agora. Vou tomar um banho pra esfriar a cabeça. – Falei indo em direção ao nosso banheiro. Ela não protestou, acho q estava sonhando acordada com o gostosão cretino ou com pena de mim. Não sei qual dos dois era pior.

— Não demora, ou vamos nos atrasar para a próxima aula - Pelo menos isso tinha distraído ela de ontem à noite. Respirei aliviada, Yuri ainda estava seguro, por enquanto. Cada vez que eu fechava os olhos eu lembrava do seu rosto. Lutar contra isso era inútil. Por quanto tempo será que eu conseguiria ignora-lo? Acho que vou descobrir de um jeito ou de outro.

 

Cadman, o ex escroto


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês são time Yuri ou time Wil?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Elfa Escarlate" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.